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terça-feira, março 09, 2004

Rendimento da soja aumenta 25kg/ha ao ano

O manejo correto da soja pode resultar em rendimentos de até 7 mil quilos por hectare (kg/ha), contudo a produtividade média nas lavouras brasileiras se mantém em 2.800 kg/ha. Nas últimas quatro décadas, as técnicas de melhoramento da cultura têm resultado num crescimento de 25 kg/ha ao ano, um rendimento que depende tanto da pesquisa quanto do ambiente. Ações em busca da alta produtividade na soja foram alvo das discussões do III Congresso Brasileiro da Soja, que está acontecendo em Foz do Iguaçu, PR.
“O principal papel da pesquisa é desenvolver cultivares com boa produtividade de grãos, de ampla adaptação e que apresentem estabilidade na produção”. A avaliação é do melhorista da Embrapa Soja, Carlos Arrabal Arias, considerando que o rendimento das lavouras ultrapassa a genética, afetado pelas técnicas de manejo e as condições de ambiente. “Aspectos como condições climáticas, controle de pragas, adubação, rotação de culturas, entre outros, acabam definindo o rendimento da soja. Cabe ao produtor conhecer o comportamento das variedades em relação aos estresses bióticos (pragas, doenças) e abióticos (clima, solo), as indicações do ciclo de maturação e o histórico de desempenho da cultura na área em cultivo. Mas uma coisa é certa, lavouras com altos índices de produtividade não ocorrem todos os anos”.
Para o professor José Antônio Costa, da UFRGS, o produtor precisa estabelecer a produtividade a que se pode chegar numa determinada área. “Antes de mais nada, é preciso levantar o histórico da área, identificando a média de produção e os fatores de estresses que possam causar a redução no rendimento”. Para otimizar a produção, Costa recomenda o mapeamento e o monitoramento constante da lavoura, registrando numa tabela todo tipo de informações que consideram desde o espaçamento das plantas até o comprimento dos ramos, estatura ou número de flores. “A disponibilidade de água é um fator muito restritivo à cultura da soja. A estiagem resulta na dificuldade da planta fixar nitrogênio, então não adianta aplicar nitrogênio sem suprir a demanda de água”, explica Costa.
A alta produtividade de uma variedade, segundo Costa, é avaliada pelo potencial de rendimento, “que é o rendimento genético da cultivar. Contudo, alcançar a produtividade dos ensaios experimentais da pesquisa é praticamente impossível no campo. O que se pretende, em nível de produtor, é chegar ao rendimento potencial, isto é, explorar todas as possibilidades de rendimento da cultura naquele ambiente onde a lavoura foi instalada”. Segundo o pesquisador Áureo Francisco Lantmann, consultor em produção agrícola, os máximos rendimentos da soja dependem de fatores como: condições de fertilidade do solo determinada pela oferta dos nutrientes; manejo do solo e quantidades de fertilizantes utilizadas. Ele expõe que a produtividade da soja no Brasil teve, nos últimos 10 anos, um aumento médio de 1.200 kg ha, resultando, com isso, em algumas regiões com rendimentos médios de 3.000 kg ha.
Por outro lado, o engenheiro agrônomo ressalta que, a maior parte dos solos do Brasil tem deficiências quanto aos principais nutrientes necessários para o pleno desenvolvimento da soja. O pesquisador também destaca que grandes quantidades de fertilizantes e de calcário são necessárias para transformar esses solos de uma situação de baixa fertilidade para situações de boa fertilidade. “A máxima produtividade da soja é normalmente obtida quando os nutrientes estão disponíveis em quantidades adequadas, já estabelecidas para as principais regiões produtoras de soja do Brasil. Porém, as respostas da soja aos fertilizantes não são condicionadas apenas pelas quantidades de nutrientes”- diz Lantmann.

Assessoria de Imprensa
Jornalista Joseani M. Antunes (MTb 9693)
Tel (43) 529-0123

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