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segunda-feira, março 16, 2015

Claudio Tognolli: EUA podem endossar oficialmente tese de fraude eletrônica nas nossas eleições 2014






Em 29 de outubro de 2006 o poderoso matutino The New York Times denunciou que os EUA investigavam a presença das mãos do governo de Chávez num suposto golpe eletrônico em urnas, em vários países. O centro de tudo era a empresa venezuelana Smartmatic. Empresa essa que, aliás, também trabalhou no Brasil prestando seus serviços nas eleições presidenciais de 2014.

Nas eleições presidenciais de 2014 a empresa recebeu um contrato junto ao TSE no valor de R$ 136.180.633,71 (cento e trinta e seis milhões, cento e oitenta mil, seiscentos e trinta e três reais e setenta e um centavos)

Esse contrato foi revogado meses depois com sua publicação no Diário Oficial da União.

Sabem qual o problema de tudo isso, que muitos lerão como “mais uma teoria conspiratorial”? É que no próximo dia 21 de março a presença da Smartmartic no Brasil vai ser discutida nos EUA, no prestigioso The National Press Club. Falarão sobre o tema o ex-presidente colombiano Alvaro Uribe, Olavo de Carvalho, o irmão do ex-presidente Bush, Jeb Bush, e o sempre sério e respeitado senador Marco Rubio. Confira:

Ou seja: os EUA passam a endossar, justamente nestes tempos bicudos, a tese de que o Brasil pode ter sofrido um golpe eletrônico chavista.


Agora, os dois pontos polêmicos contra a Smartmatic:

1) O general venezuelano Carlos Julio Peñaloza que foi Comandante Geral do Exército da Venezuela e há alguns anos vive exilado em Miami, descreveu o controle dos resultados das eleições venezuelanas. Confira abaixo a tradução:

Cuba desenvolveu um Plano de Controle Eleitoral Revolucionário (PROCER) na Venezuela, que inclui a manipulação das máquinas de votar e cujo objetivo é estabelecer neste país um regime comunista sob uma fachada eleitoral democrática.

Em artigo anterior sobre a SMARTMATIC, afirmei que essa empresa, fundada por quatro inteligentes engenheiros venezuelanos recém-graduados, foi o cavalo de Tróia desenhado pelo G2 cubano para controlar as eleições venezuelanas. No presente escrito descreverei a forma como se formulou e desenvolve esse plano, cujo objetivo é perpetuar um governo comunista por trás de uma máscara democrática na Venezuela.

O que lerão na continuação não é ficção científica nem especulações, senão o produto de uma detalhada investigação sobre tão delicado tema. É parte de uma seqüência de artigos escritos na convicção de que quanto mais conheçamos a fraude eletrônica que se nos aplica, melhor poderemos combatê-la. O que não devemos fazer é ignorá-la ou, pior, negá-la. 


O “Plano de Controle Eleitoral Revolucionário” (PROCER), é a primeira aplicação cibernética do “Projeto Futuro” de Fidel Castro. Este mega-plano foi formulado como parte da estratégia a utilizar no cenário internacional que Castro chamou de “a batalha das idéias”. O objetivo é construir o que eles chamam a “Pátria Grande Socialista”, dirigida vitaliciamente por Fidel e seus sucessores mediante o controle das mentes nos países dominados. Isto aparece escrito em detalhes no meu livro “O império de Fidel”, que circulará nos próximos dias. O plano PROCER é só uma faceta de um plano mestre que vai além do meramente eleitoral.

O “Plano PROCER” foi desenvolvido no máximo segredo por um seleto grupo dos mais brilhantes professores e alunos da Universidade de Ciências Informáticas (UCI) de Cuba, em conjunção com o G2. Seu objetivo foi controlar o sistema eleitoral venezuelano desde Havana para potencializar o carisma e popularidade de Chávez. Na Venezuela seria fácil desenvolver o plano, dada sua arraigada cultura do voto. Este país conta, além disso, com recursos financeiros para custear o investimento e tem predisposição ao uso de tecnologias avançadas.

A “Universidade de Ciências Informáticas” (UCI) de Cuba, foi fundada em 2002 como um projeto favorito de Fidel desde que o chefe do G2, Ramiro Valdés, lhe vendeu a idéia. Este centro de estudos tem seu pedigree na inteligência militar cubana porque foi criado nas antigas instalações da “Base Lourdes”. Esta instalação secreta era a sofisticada estação de rádio-escuta e guerra eletrônica soviética criada para espionar e atacar ciberneticamente os Estados Unidos durante a Guerra Fria. A instalação foi inicialmente operada exclusivamente por brilhantes técnicos em comunicações e computação da URSS, mas depois do colapso soviético passou para mãos cubanas. Antes de se retirar, os soviéticos deram treinamento técnico aos novos operadores do G2 cubano. Na UCI forma-se o creme e a nata dos experts em telemática e espiões eletrônicos cubanos. A telemática é disciplina que se ocupa da integração dos sistemas informáticos de controle e comunicações em projetos cibernéticos aplicados a sistemas sócio-políticos como o “PROCER”.

A UCI serve de fonte de pessoal técnico e cobertura para a “Operação Futuro”, a mais apreciada jóia da coroa cubana. “Futuro” é o nome-chave do desígnio hegemônico de Fidel na Hispano-América. Para conseguir esse objetivo, a UCI dirigida pelo G2 cubano desenha e executa uma série de projetos telemáticos super secretos, que vão desde o controle de identidade até aplicações eleitorais e controle cibernético do governo e do Estado. Estes projetos estão enquadrados em um cenário estratégico que Fidel chama “a batalha das idéias”.

O plano “PROCER” para a Venezuela complementa a política de infiltração de agentes e guerrilheiros que Fidel manteve desde que chegou ao poder em 1959. Constitui o passo decisivo que permitirá aos irmãos Castro dominar a Venezuela. 


A arma cibernética tem como objetivo a penetração dos sistemas informáticos de alguns países vizinhos através de seus sistemas de comunicações. Esta estratégia permitiria obter informação classificada e eventualmente controlar os países escolhidos, em conjunção com os agentes cubanos infiltrados em seu seio e seus colaboradores. Depois do colapso soviético esta idéia permaneceu congelada por longo tempo por falta de recursos. A chegada de Chávez ao poder em 1999, permitiu a Fidel contar com financiamento adequado para desenvolvê-la. Naquela ocasião, o “PROCER” estava pronto.

2) A operação eleitoral levada a efeito pela Smartmatic na Venezuela, segundo o general, dispunha de uma “rede top secret”, uma espécie de intranet paralela que permitiria o controle da votação e encaminharia os dados da votação em tempo real para um data center provavelmente instalado em Cuba.

Este post alerta o leitor a algo bem simples: os EUA entraram de cabeça, agora, na tese de que nossas eleições foram fraudadas.

Diz algo, não?

Exército de Stédile convoca guerra da Venezuela e da Argentina contra o Brasil







Aqui veremos a evidência incontestável de que o MST, ou "o exército de Stédile" (nas palavras do próprio Lula), está fazendo aquilo que o chefe do PT mandou fazer. 


Lembrando que há umas duas semanas Lula disse que contava com a ajuda do "exército de Stédile" para uma guerra. A coisa pegou tão mal que Lula sumiu do mapa, esperando que nós fossemos esquecer suas ameaças inqualificáveis. Não esqueceremos. 


Enquanto isso, Stédile viajou para a Venezuela para dar o senso de urgência necessária para Maduro: é preciso entrar em guerra para salvar o projeto de saqueamento de estados dos países bolivarianos. 


Como Maduro destruiu a Venezuela por completo Stédile está lá para alertá-lo de que é preciso que eles ajam para manter o Brasil sobre o controle de um partido bolivariano. Sem isso, não haverá mais grana para financiar Cuba, Argentina, Venezuela e outras tiranias. 


Chega a ser ridículo ver Stédile participando de uma farsa para dizer que na Venezuela existe papel higiênico sim, mesmo fazendo uma encenação em um supermercado claramente "fake". (Aliás, os bolivarianos são muito ruins para construir cenários cinematográficos. Nem em novela mexicana criariam um supermercado tão falso). 


Veja o quão baixo esse sujeito desce:





Mas o pior é mesmo a convocação à guerra, onde Stédile é claro ao dizer que a "a Patria Grande" tem que se juntar para atacar os opositores de Dilma no Brasil. Ou seja, incitação não a guerra civil, mas a uma guerra entre países:


Está nas mãos do Congresso agir para que o MST seja fechado, que Stédile seja preso e que Lula seja chamado para se explicar. No mínimo.

João Pedro Stédile em Caracas convocou a América Latina contra o Brasil



A JUSTIFICATIVA PARA O ATAQUE AO BRASIL SEGUNDO ELE É PORQUE A BURGUESIA E EMPRESÁRIOS, QUEREM O "IMPEACHMENT DE DILMA" COMO SE ISSO RESOLVESSE A SITUAÇÃO... E QUE ELES TEM QUE SE UNIR PARA NOS DERROTAR!!!!




Vejam com muita atenção o vídeo !!!!!!!!!!


Um perigo mais que eminente, uma ameaça velada e anunciada, uma convocação aos países ditatoriais para uma guerra contra nossa nação em defesa de um presidente (Dilma) outra ditadora, que segue a risca os planos do Foro de São Paulo, o pior de tudo em nome de cada brasileiro.


Povo brasileiro, não temos muito o que clamar senão pelos defensores da pátria, antes sabíamos desta necessidade para evitar que o comunismo fosse implantado no Brasil, agora nosso clamor urge pela defesa de nossa pátria e povo!!!!


Se nada for feito tomarão nosso país, e nos farão escravos de um sistema e de países que querem nossas riquezas, sangue e trabalho, sim porque teremos que trabalhar não mais para o sustento de nossas famílias, mas sustentar a sede de dinheiro e poder de toda a América Latina.


Senhores Generais, fechem as fronteiras, prendam todos imigrantes que entraram de forma ilegal no Brasil (nigerianos, angolanos, haitianos, cubanos, venezuelanos ou qualquer outro anos....), antes que o pior comece!!!


General Rômulo Bini Pereira: "Vamos à guerra!"




Por Rômulo Bini Pereira - General de Exército R/1 (ex-chefe do Estado-Maior da Defesa)

O Estado de São Paulo (PUBLICADO EM 07/03/2015)

Nos conflitos da humanidade, a pior e mais sangrenta guerra é a entre irmãos. Ela deixa marcas indeléveis que impactam a população dos países onde ocorre. A Guerra da Secessão, nos Estados Unidos, e a Guerra Civil Espanhola bem demonstram os reflexos desses conflitos até os nossos dias. Em nosso país as lutas fratricidas das décadas de 1960 e 1970 deixaram sequelas que impedem uma efetiva reconciliação e ainda perturbam o atual cenário político.


Em manifestações sindicalistas na cidade do Rio de Janeiro o brado de "vamos à guerra!" foi ouvido. Seu autor foi o ex-presidente Lula - para muitos, um ato surpreendente e irresponsável de quem conduziu os destinos deste país por oito anos. Em alto e bom som o ex-presidente pregou a necessidade de uma posição agressiva para salvar a nossa maior empresa, a Petrobrás, que estaria sendo predatoriamente destruída por segmentos políticos oposicionistas. E acresceu os costumeiros e preferidos chavões das esquerdas brasileiras quanto a um possível golpe institucional em andamento, conduzido pela "zelite". Para se equiparar ao seu irmão Nicolás Maduro, da Venezuela, só faltou criticar o "Satã do Norte", os americanos.

Nessa sua defesa ele empenharia o "exército do Stédile", os integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que com manifestações em todo o País poderiam até desestabilizar as instituições democráticas. As duas afirmativas do ex-presidente mais parecem um conto interminável dos que nos governam há mais de 12 anos, ou uma fábula surgida da fértil imaginação deles. O povo brasileiro não quer a destruição da Petrobrás, um símbolo nacional. Ao contrário, quer todos os corruptos que se apossaram da empresa no seu governo e no de sua afilhada, a presidente Dilma Rousseff, julgados e condenados.

Não é compreensível que essas duas lideranças políticas desconhecessem os graves problemas na empresa. Os órgãos governamentais que as poderiam assessorar ou informar a respeito falharam em sua missão ou não foram ouvidos. O "eu não sabia", costumeira declaração desses mandatários, já se tornou um bordão e é motivo de ironias e piadas nas redes sociais.

A segunda proposta do ex-presidente - infeliz e semelhante às de agitadores de rua - é incendiar o País com o "exército do Stédile" em defesa da Petrobrás e da democracia. Não se sabe se é a democracia vigente ou a democracia totalitária preconizada pelo Foro de São Paulo. É uma proposta, no mínimo, preocupante. O MST não é apenas um movimento sindical que luta pela reforma agrária, sua permanente fachada. Ao ler seus manuais doutrinários, confirmados pelas palavras de seus líderes, se conclui que seu objetivo maior é a conquista do poder, se necessário com o uso da força. A revolução e o regime cubanos são os exemplos a ser seguidos por esse movimento.

A recente visita dos líderes dos "campesinos venezuelanos", ligados ao governo de Maduro, bem identifica a postura ideológica das duas organizações, com uma marcante diferença. Os "campesinos" possuem armamentos e são considerados o braço armado do governo venezuelano; o MST, até onde se sabe, não possui armamentos letais.

Em todos os governos da Nova República, as Forças Armadas, particularmente o Exército, foram empregadas em missões de garantia da lei e da ordem. São missões que envolvem riscos significativos, como as da força de pacificação nas favelas cariocas e greves de policias militares. Elas se caracterizam como medidas adotadas para evitar o descrédito e o aviltamento dos órgãos governamentais, principalmente dos Estados. Ano a ano esse emprego vem crescendo, não só em número de ações, mas também na sua vigência, caracterizando-se, como se diz no jargão militar, a ultima ratio regis, expressão latina que evoca o derradeiro argumento dos governantes.

Manifestações de movimentos sociais - tais como as de cunho radical ocorridas em meados de 2013 e agora essa convocação do "exército do Stédile" - são verdadeiros fomentos para um real embate de forças, e não de ideias. Iniciada por essa nova visão sectária do ex-presidente Lula, uma confrontação num ambiente conturbado e acéfalo pelo qual passa o Brasil, sem dúvida, poderá conduzir-nos a situações extremas. Novamente as Forças Armadas serão chamadas a intervir e não poderão deixar de cumprir o que preconiza o artigo 142 da Constituição da República.

Os novos comandantes das Forças, que gozam de alto conceito entre os seus pares e subordinados, certamente não se calarão como seus antecessores que adotaram uma atitude de silêncio obsequioso. Ela nos impingiu a ignominiosa acusação a chefes militares como Castelo Branco, Eduardo Gomes, Maximiano e tantos outros, que tiveram sua vida de integridade e honradez enxovalhada pela Comissão Nacional da Verdade. Não houve sequer uma nota de repúdio desses antigos comandantes.

As Forças Armadas fazem parte da sociedade brasileira, que lhes concedeu o maior índice de credibilidade entre as nossas instituições, superior até ao das religiosas. Elas não podem ser alijadas das grandes decisões nacionais. Suas análises, seus estudos e pareceres deverão ser obrigatoriamente ouvidos e considerados. Quem quer o seu silêncio são as instituições comprometidas com ideologias retrógradas e objetivos nebulosos, como o Fórum de São Paulo. Essa participação não é um ato de indisciplina nem de arroubos golpistas. É um ato democrático de quem preza sobremaneira a paz e a ordem.

Entretanto, vale um alerta. Riscos ao nosso sistema democrático vigente, mesmo os de caráter sub-reptício, vindos de partidos políticos ou de quaisquer outras organizações, serão combatidos. Com base em nossa experiência e sem sermos presunçosos, reafirmamos que nossas Forças Armadas estarão à frente daqueles que enfrentarem as ameaças sem pronunciar bravatas, como essa abominável "vamos à guerra!".

*GENERAL DE EXÉRCITO R/1, FOI CHEFE DO ESTADO-MAIOR DA DEFESA

AÉCIO NEVES: ‘Silêncio de Dilma é sinal de covardia’



Por Josias de Souza 16/03/2015



O senador Aécio Neves, presidente do PSDB, lamentou que Dilma Rousseff não tenha se pronunciado neste domingo sobre os protestos que a hostilizaram nas ruas do país. “O silêncio da presidente Dilma é um sinal de covardia”, disse ele, numa entrevista que concedeu ao blog na noite passada. “Era hora de olhar no olho das pessoas e fazer um mea-culpa. Os estadistas precisam ter coragem, sobretudo nos momentos mais difíceis.”

Aécio anunciou que organiza para esta terça-feira um encontro com os líderes da oposição e dissidentes governistas. “Precisamos definir qual é a nossa agenda. Faremos isso a partir do que as pessoas estão cobrando. Se o governo não se mexe, agimos nós”, disse.

Na avaliação do senador tucano, Dilma e o PT vivem uma crise mais grave do que aquela que se seguiu à explosão do escândalo do mensalão, em 2005. “Depois de 12 anos de governos do PT, é a primeria vez que eles encontram uma oposição conectada com o sentimento das ruas. Isso é algo que eles não tinham enfrentado ainda.”

Acha que Dilma concluirá o mandato?, perguntou o repórter a certa altura. E Aécio: “É cedo para dizer. De minha parte, tenho tido muita cautela. Por isso decidi nem comparecer às manifestações. Não quis dar margem a nenhum tipo de especulação. Hoje, nossa preocupação é a de construir nesse campo da oposição uma agenda nova para o país.” Vai abaixo a conversa:


— O que achou da reação do governo às manifestações deste domingo?
Achei inacreditável. Estão a anos-luz de distância do que está acontecendo no Brasil. A declaração simplista do ministro Miguel Rossetto de que só adversários do governo foram às ruas mostra um distanciamento da realidade. Eles não conseguem perceber o mau humor crescente da sociedade. É como se ele dissessem: ‘os nossos eleitores estão lá, recebendo o Bolsa Família. Está tudo bem com eles. Isso não vai acabar bem. O ministro José Eduardo Cardozo repete o mesmo discurso da campanha: ‘Ah, vamos lançar um pacote de projetos contra a corrupção’. Como se alguém ainda pudesse acreditar nisso. Fala de reforma política como se fosse uma panaceia. Vem com o discurso hipócrita de acabar com o financiamento privado de campanha.

— Por que acha o discurso hipócrita?
No ano passado, na campanha eleitoral, ninguém recebeu tanto recurso como o PT. No ano anterior, 2013, em que não houve eleições, eles arrecadaram R$ 70 milhões. Nós arrecadamos R$ 2 milhões. De uma hora pra outra eles vêm dizer que isso não faz bem. Estão no poder há 12 anos. Ninguém se beneficiou tanto do financiamento privado quanto eles. Numa hora dessas, os ministros não eram as pessoas mais indicadas para falar.

— Acha que a presidente Dilma deveria se manifestar?
O silêncio da presidente Dilma é um sinal de covardia. Ela perde oportunidades sucessivas. Era hora de olhar no olho das pessoas e fazer um mea culpa. É muita falta de coragem. Os estadistas precisam ter coragem, sobretudo nos momentos mais difíceis.

— O ministro Cardozo disse que o governo busca o diálogo. Inclusive com a oposição. Acha possível?
Não vejo sinceridade nessa manifestação. As palavras precisam ser acompanhadas de atos e gestos. E isso não existe. A manifestação dos ministros continua sendo presunçosa, acima do bem e do mal. Não admitem os próprios equívocos. Como dialogar com uma presidente que vai à televisão para dizer que a culpa pelas medidas que ela está tomando é da crise internacional e da seca? A presidente Dilma zomba da inteligência dos brasileiros.

— O que precisaria acontecer para que a oposição sentasse à mesa com o governo?
Em primeiro lugar, seria preciso que a presidente fizesse um mea culpa. Algo verdadeiro, real, convincente. Não é para convencer a mim. Ela precisa falar para os brasileiros, para os 60% que, segundo o Datafolha, acham que ela mentiu na campanha presidencial. Depois, seria necessário ter uma agenda corajosa, do interesse do país. Não pode ser uma agenda do interesse apenas do PT. O governo não tem essa agenda.

— O governo não tem uma agenda econômica?
Eles não têm agenda nem na área econômica. Esse ajuste fiscal é uma coisa absolutamente tímida, não vai nos levar a lugar nenhum. De um lado, aumenta impostos. De outro, suprime direitos. Não há uma agenda estruturante. Insisto: não vejo sinceridade nessa alegada disposição o diálogo. Não creio que eles queiram uma conversa franca, em favor do país. O que eles querem é criar um ambiente menos desfavorável no momento em que o governo está nas cordas. Sem sinceridade, não temos como participar disso.

— A primeira vez que a presidente Dilma falou em diálogo foi no dia da abertura das urnas do segundo turno. Acha que ela foi insincera já naquele instante?
Na política, o simbolismo tem certa importância. Nesse dia, 20 minutos depois de oficializado o resultado das urnas, liguei para a presidente. Eu a cumprimentei pelo resultado e disse: sua grande tarefa é unir o país. Nessa hora, dei uma sinalização. Ao discursar, ela sequer citou o telefonema. Isso é uma coisa tradicional em qualquer parte do mundo. Teria sido bom para ela. São essas pequenas coisas que denunciam as reais intenções. Ela falou em diálogo no discurso e não dialogou com ninguém. Montou um governo medíocre, repetindo as piores práticas, sem levar em conta a meritocracia, a compatência.

— Por que decidiu não comparecer às manifestações?
Primeiro, preciso dizer que ficamos muito satisfeitos com o fato de ter caído por terra a conversa de que os protestos eram articulados por nós. No dia do primeiro panelaço, eles ensaiaram o discurso de que tudo se resumia a uma reação partidária. A pressão para que eu fosse era enorme. Refleti muito sobre isso. E achei que não deveria passar a impressão de que estávamos nos apropriando de algo que não tinha sido organizado por nós. E não queria validar o discurso do governo de que tudo se resume a um terceiro turno. Ficou muito claro que não foi uma manifestação de partidos políticos. Foi uma iniciativa da sociedade. Os protagonistas não éramos nós.

— Embora a presidente Dilma tenha sido o principal alvo da manifestação, não receia que esse movimento, de aparência apartidária, esconda uma aversão a todos os políticos, como na jornada de 2013?
Ando muito pela rua. É impressionante o que está acontecendo. Posso estar enganado, mas creio que teria sido muito bem recebido nas manifestações. Meu sentimento é esse. Chega um momento que os protestos precisam de lideranças que lhes dêem voz. Esse sentimento de repulsa à presidente e ao governo dela precisa ser canalizado para algumas ações. E quem tem musculatura política somos nós. Digo isso com tranquilidade. Acho que é bom para o Brasil que seja o PSDB, porque todos sabem que não somos incendiários. Imagine se fosse o inverso, com o PT na oposição. O que estaria acontecendo hoje no Brasil? Quem não se lembra doi Fora FHC? Temos que ter todas as cautelas. Mas há uma certa expectativa das pessoas de que exista um canal que expresse esse sentimento. Um movimento desse tamanho não pode ficar por isso mesmo.

— O que muda na estratégia da oposição?
Nesta terça-feira vamos fazer uma avaliação maior. Quero ouvir os principais líderes de oposição. Já liguei para alguns. Gente do PPS, do DEM, PSB, do PDT e até do PMDB. Quero ver de que forma podemos dar um passo à frente

— Qual seria esse passo à frente?
Precisamos definir qual é a nossa agenda. Faremos isso a partir do que as pessoas estão cobrando. Se o governo não se mexe, agimos nós. Vamos construir três ou quatro propostas consensuais. Precisamos vocalizar politicamente essa contestação ao governo. Isso nos revigora.

— Na época do mensalão, havia o mesmo sentimento. E nada mudou. Por que acha que agora será diferente?
Na época do mensalão, avaliávamos que a situação era muito grave. Mas o Lula tinha um pedaço grande do país com ele. Concluímos que não seria bom para o país uma ruptura. Agora, depois de 12 anos de governos do PT, é a primeria vez que eles encontram uma oposição conectada com o sentimento das ruas. Isso é algo que eles não tinham enfrentado ainda.

— Acha que a polarização PT X PSDB vai se manter?
A eleição passada começou com um discurso muito sedutor de terceira via. Foi feito pelo Eduardo Campos e, depois, encampado pela Marina Silva. Dizia-se que estavam todos cansados dessa polarização PSDB-PT. E havia mesmo um certo cansaço. Foi uma boa tentativa, uma estratégia válida. Mas o imponderável fez com que a eleição terminasse mais polarizada do que nunca. O PSDB voltou a ser a alternativa real ao que está aí. Isso ficou até mais forte do que em eleições passadas. Quem olha para o PT e não vê futuro se vira para o nosso lado. Vivemos um momento de reorganização e fortalecimento da oposição em torno do PSDB. Há movimentos nas franjas dos partidos governistas. Alguns envolvem gente que já esteve conosco no ano passado. Gente como o governador Pedro Taques (MT), do PDT. Um pedaço saudável do PP, especialmente o gaúcho, personificado na senadora Ana Amélia. Pedaços do PMDB, como os senadores Ricardo Ferraço (ES) e Luiz Henrique (SC). Há uma robustez maior do nosso campo.

— Dilma Rousseff concluirá o mandato?
É cedo para dizer. De minha parte, tenho tido muita cautela. Por isso decidi nem comparecer às manifestações. Não quis dar margem a nenhum tipo de especulação. Hoje, nossa preocupação é a de construir nesse campo da oposição uma agenda nova para o país. A presidente Dilma se complica sozinha. Hoje, ela é refém do Renan Calheiros e do Eduardo Cunha [presidentes do Senado e da Câmara].

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