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segunda-feira, fevereiro 13, 2017

CNC - Balanço Semanal de 06 a 10/02/2017



BALANÇO SEMANAL — 06 a 10/02/2017

Ministro Blairo Maggi espera, hoje, por informações dos estoques de conilon fornecidas por representantes do Espírito Santo

ABASTECIMENTO — Após reunião com a bancada federal do Espírito Santo e com produtores capixabas, no dia 7 de fevereiro, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, adiou para hoje (10) a decisão do Governo sobre a importação ou não de café robusta. Segundo o titular do Mapa, o prazo serve para que seja apresentado um relatório dos representantes do Estado apontando os municípios e armazéns onde estão estocadas as mais de quatro milhões de sacas de conilon, volume superior aos 2,14 milhões apurados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

O CNC destaca o trabalho dos representantes do Espírito Santo, que vem ao encontro do que propusemos desde dezembro de 2016 (confira em http://www.cncafe.com.br/site/interna.php?id=12959), quando o presidente executivo do Conselho Nacional do Café, deputado Silas Brasileiro, e o presidente da Comissão Nacional do Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Breno Mesquita, entregaram ao secretário de Política Agrícola do Mapa, Neri Geller, ofício conjunto que formalizou o posicionamento contrário do setor de produção à importação de café cru pelo Brasil.

Essa postura foi referendada pelas cooperativas produtoras e pelas Federações de Agricultura dos Estados cafeeiros com base nas informações do deputado federal Evair de Melo, que apresentou o resultado de um trabalho de levantamento de estoques de robusta que realizou no Espírito Santo, entre os dias 14 e 18 de novembro, quando visitou mais de 20 armazéns, cooperativas, indústrias e exportadores. O resultado dessa pesquisa apontou que existe café conilon em quantidade suficiente para atender à demanda da indústria nacional.

O CNC tem participado com responsabilidade e transparência de todo o processo, evitando comentários na imprensa sobre uma matéria tão polêmica e recordamos que, ao final, prevaleceu a proposta que apresentamos, em audiência com o secretário Neri Geller, no dia 13 de dezembro, para que a Conab fizesse um levantamento dos estoques de conilon com a intenção de conferir as informações que recebemos de que há café suficiente para o abastecimento do setor industrial, postura que culminou, à época, em um prazo de 30 dias para a realização da pesquisa, evitando qualquer possibilidade de importação até janeiro.

MERCADO — Influenciados pelo movimento do dólar, por indicadores técnicos e pela intensificação das rolagens de posição, os futuros do café acumularam perdas nessa semana.

O índice externo do dólar apresentou valorização nos últimos dias, na expectativa de implementação de medidas econômicas expansionistas pelo Governo Trump.  No Brasil, a moeda norte-americana foi cotada, ontem, a R$ 3,1299, registrando discreta alta de 0,2% em relação ao fechamento da semana anterior. A expectativa de continuidade de fluxo positivo dos recursos estrangeiros e o cenário político doméstico influenciaram esse resultado.

A intensificação da rolagem de posições para fora do vencimento março, cujo período de notificação de entrega se inicia em 17 de fevereiro, também exerceu pressão sobre o Contrato C, negociado na ICE Futures US. O vencimento maio foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,476 por libra-peso, com queda de 110 pontos em relação ao fechamento da semana passada. O vencimento maio do contrato futuro do robusta, negociado na ICE Futures Europe, encerrou o pregão de ontem a US$ 2.157 por tonelada, com desvalorização de US$ 40 ante a sexta-feira antecedente.

Em relação ao desenvolvimento da safra 2017/18 do Brasil, o aumento das chuvas observado no início de fevereiro favoreceu a disponibilidade hídrica no solo das regiões cafeeiras e demanda maior atenção para o manejo de problemas fitossanitários nas lavouras. A Climatempo prevê que, na semana de 12 a 16 de fevereiro, um sistema de alta pressão dificultará a formação de grandes áreas de instabilidade, reduzindo a precipitação sobre os cafezais de Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Paraná. Os volumes acumulados deverão variar de 10 a 30 mm.

No mercado doméstico, os negócios continuaram fracos, já que os preços seguem aquém das expectativas dos produtores. Os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon foram cotados, ontem, a R$ 513,38/saca e a R$ 461,26/saca, respectivamente, com variações de -0,2% e -1,4%, em relação ao fechamento da semana anterior.



Atenciosamente,
Deputado Silas Brasileiro
Presidente Executivo
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EMBRAPA: Parcerias aliam investigação científica a desenvolvimento



Visitas a MT discutem aproximação entre Embrapa Pantanal, governo estadual, instituições de pesquisa e setores produtivos









Reuniões, encontros e diálogos marcaram a agenda de visitações realizadas pelo chefe-geral da Embrapa Pantanal, Jorge Lara, e pelo chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia e Negócios da unidade, Thiago Coppola, ao governo, representantes do setor produtivo e instituições de pesquisa de Mato Grosso em fevereiro. O objetivo das ações, de acordo com Jorge, é prospectar demandas e criar uma agenda positiva comum com essas entidades para a região.

“Nós observamos, nesse contexto, uma quantidade de demandas muito grande para a Embrapa Pantanal. Podemos citar como exemplo a avaliação da área de contenção no Mato Grosso, uma zona Peri-pantaneira de uso muito restrito. Há uma discussão relacionada à demarcação dessa região, debatendo se ela realmente deveria ser uma linha reta como é hoje, de 10 km após o Pantanal. Estudos técnicos podem comprovar se há a necessidade da demarcação dessa maneira ou se existe a possibilidade da linha ser recortada em alguns locais, definindo uma maior ou menor distância do bioma”, afirma Lara.

Governo

Este e outros assuntos estiveram em pauta durante a reunião entre o chefe-geral da Embrapa Pantanal e o vice-governador do estado de MT, Carlos Fávaro, que ressalta o papel da unidade de pesquisa pantaneira na determinação de parâmetros que subsidiem a legislação. “Os estudos técnicos podem mostrar que algumas áreas do Pantanal devem ser completamente preservadas. É possível que outros locais permitam a presença da Integração Lavoura-Pecuária (ILP), o plantio de soja e milho, a bovinocultura, a agricultura familiar... A pesquisa vai definir qual a melhor aptidão e nós temos que implementar isso como política pública”, diz Fávaro. “Esses convênios e essa cooperação certamente garantirão o futuro do Pantanal”.

O Secretário de Estado de Agricultura Familiar e Assuntos Fundiários, Suelme Fernandes, também conversou sobre a aproximação das duas entidades durante a gestão de Lara. “Nesse novo horizonte que se desenha para a diversificação da produção podemos ter – por que não? – no MT um grande produtor de alimentos para o Brasil e para o mundo, que é o grande desafio da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) para o milênio: uma produção com sustentabilidade, diversidade, riqueza e que promova a diminuição das desigualdades regionais”, afirma. “Só podemos chegar ao nível de eficiência atingido pelo grande produtor com muita tecnologia”.

Além de discutir a atuação na área de agricultura familiar, Lara entrou em contato com as secretarias estaduais de Desenvolvimento Econômico e de Meio Ambiente. O chefe-geral conversou, ainda, com o prefeito de Poconé, Atail Amaral, sobre as demandas da comunidade produtora local. “Precisamos mostrar que há condições de associar produção e sustentabilidade. Essa parceria com a Embrapa Pantanal é de fundamental importância nesse sentido”. Paulo Moura, consultor legislativo da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) que também cria cavalos e bois Pantaneiros, completa: “no centro dessas duas linhas se sustenta o nosso bioma. A Embrapa Pantanal traz essa filosofia de buscar um entendimento e o diálogo entre diversas instituições (...). Assim, MS e MT podem buscar juntos aquilo que é importante para a economia, mas também para a conservação do meio ambiente”.

Produção

Em diálogo com o Sindicato Rural de Cuiabá, Lara discutiu a transferência de tecnologias voltadas à produção agropecuária sustentável. Segundo o presidente do Sindicato, Jorge Pires, a cooperação entre as instituições deve abordar a bovinocultura de corte, mas também irá incluir tópicos sobre o plantio de variedades melhoradas e o manejo que previne queimadas sem controle no Pantanal. “Com esse convênio, a gente passa a ter um canal direto de comunicação. Podemos subsidiar a Embrapa Pantanal com demandas e, inclusive, propor soluções”. Normando Corral, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato) - que representa os sindicatos rurais em MT - destaca a importância das parcerias com quem elabora dados técnicos na busca pela sustentabilidade. “A pesquisa e a extensão são fundamentais para chegar onde estamos e para que a gente consiga seguir adiante”, afirma.

O chefe-geral também participou de uma reunião para discutir parcerias com a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja). “Os estudos vão abordar o lado da produção, mas também da sustentabilidade”, diz o presidente da instituição, Endrigo Dalcin. “A gente abre as portas, como a Embrapa Pantanal abriu as portas para a nossa Associação”. O produtor rural Paulo Gasparotto, da região de Poconé, afirma concordar com a abordagem global dos estudos técnicos, que investigam como aliar produtividade, conservação ambiental e desenvolvimento social no processo. “Como a Embrapa foi fundamental em muitos dos municípios brasileiros, transformando a vida das pessoas, acho que também o será em Poconé”.

Transferência de tecnologia e pesquisa

O Senar-MT esteve entre as entidades com as quais Lara entrou em contato para conversar sobre ações conjuntas – neste caso, abordando a transferência de tecnologias para os técnicos e multiplicadores de conhecimento. De acordo com o superintendente Otávio Celidonio, a instituição realizou mais de quatro mil eventos na área de formação rural em 2016. “Nós atuamos em várias cadeias como a pecuária de corte, de leite e piscicultura aqui na baixada cuiabana do Pantanal, no estado de forma geral e, basicamente, em todos os municípios do MT. A gente não consegue fazer isso sem a parceria da Embrapa, que é quem de fato forma os nossos técnicos”, afirma.

O chefe-geral conversou, ainda, com representantes de outras instituições que estudam o bioma, como a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), o Centro de Pesquisas do Pantanal (CPP), Instituto Nacional de Pesquisa do Pantanal (INPP) e o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Áreas Úmidas (INCT-INAU). Segundo o vice-reitor da UFMT, Evandro Soares, “o estreitamento com a Embrapa Pantanal estimula a pesquisa a buscar um ambiente sustentável e produtivo, mas que respeite a tradição, a cultura, a arte de toda a população que vive na região pantaneira há centenas de anos”. O coordenador científico do INCT-INAU, Wolfgang Junk, afirma que o foco da parceria com a unidade pantaneira de pesquisa da Embrapa é a inovação na área da ciência. “A Embrapa Pantanal trata de aspectos aplicados em gado bovino e pesca, por exemplo. Nós fazemos estudos que podem trazer benefícios adicionais a esses trabalhos. Estamos dispostos a colaborar e a fazer ações em conjunto”.

Discutindo agendas positivas comuns com o governo, setores produtivos e instituições de pesquisa, Jorge Lara afirma que a Embrapa Pantanal se aproxima de cumprir um dos objetivos de sua gestão – fazer com que a unidade atue como um fórum neutro de discussões, no qual diversos temas relacionados ao bioma são debatidos por diferentes setores, utilizando dados técnicos e a legislação brasileira como balizadores dos argumentos. “Talvez seja essa a função da Embrapa na região: promover o desenvolvimento agropecuário através da racionalização das opiniões, sem exageros – seja no uso excessivo do Pantanal, que pode trazer consequências graves para esta e outras regiões do Brasil, seja pela subutilização do bioma, prejudicando produtores que há tanto tempo estão estabelecidos aqui”, diz.

“A experiência da semana passada traz para a Embrapa Pantanal uma oportunidade única que exigirá do nosso centro muito mais eficiência, mais organização, mas assertividade para que possamos trazer os resultados que a expectativa da população do norte nos encaminhou”. Nos próximos meses, Lara e a equipe gestora da Embrapa Pantanal continuarão a atuar junto às instituições de MT para fechar os termos das parcerias discutidas nas reuniões deste mês.





Nicoli Dichoff (MTb 3252/SC) 
Embrapa Pantanal 

Núcleo de Comunicação Organizacional (NCO)
Embrapa Pantanal
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)
Corumbá/ MS


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