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sexta-feira, maio 11, 2007

Especialistas apontam fatores que afetam a competitividade no agronegócio café

Os cenários da cafeicultura e os fatores que afetam a competitividade brasileira estiveram em debate nesta quinta-feira (10), no 5° Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil, em Águas de Lindóia (SP). O consenso entre os depoimentos é de que o Brasil tem potencial para manter a liderança do setor frente ao aumento estimado da demanda de 146 milhões de sacas para os próximos 10 anos. O país é apontado pelos especialistas como detentor da pesquisa cafeeira mais dinâmica e de organizações políticas pluralistas e descentralizadas. Por outro lado, as limitações estariam focadas principalmente na valorização do câmbio, aumento desequilibrado dos custos de produção, pouca atenção à gestão da propriedade e baixo investimento em agregação de valor ao produto.



O depoimento do secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Linneu da Costa Lima, foi referendado pelo presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Guilherme Braga, ao apontar o desafio da pesquisa e do setor produtivo para atender ao aumento de demanda e das exigências de novos mercados. A conjuntura do agronegócio café, caracterizado por baixos estoques e participação no mercado mundial ao redor de 30%, exigirá do Brasil produções médias entre 55 e 60 milhões de sacas. Este aumento deverá decorrer principalmente do aumento de produtividade.



Gestão de custos
O superintende do Centro de Inteligência do Café (CIC), Aguinaldo José de Lima, apontou alguns fatores que afetam a competitividade e merecem discussão, como a necessidade de abaixar o custo de fertilizantes e defensivos, o que poderia ser conseguido com a redução de impostos. Simplificar a legislação para o trabalho temporário é outro debate necessário para redução de custos com mão-de-obra na colheita, que representa cerca de 60% dos custos de produção na maioria dos Estados produtores.
A falta de gestão administrativa, desconhecimento de mecanismos de comercialização e baixa capacitação dos trabalhadores também diminuem a competitividade brasileira. Neste cenário, o investimento em difusão e transferência de tecnologia, principalmente a pequenos e médios produtores, é apontado como prioritário. Isso porque o cafeicultor será cada vez mais exigido quanto à adoção de tecnologias sustentáveis de produção, rastreabilidade dos processos e certificações de que o produto atende às demandas do mercado.
Para o consultor da P&A Marketing Internacional, Carlos Brando, a palavra de ordem está na agregação de valor ao café brasileiro e atenção às tendências e oportunidades do mercado. Quanto aos fatores que afetam a competitividade brasileira, Brando aponta como maior agravante a valorização cambial, que favorece os países concorrentes. Para ilustrar, nos últimos dois anos, enquanto o preço do café em dólar subiu 4%, o preço em real teve decréscimo de 16%.
O consultor da Specialty Coffees Bureau, Ensei Uejo Neto, reforçou em seu depoimento que não adianta o cafeicultor ser competitivo na produção, mas não saber vender o seu produto, com pouco conhecimento de suas qualidade e diferenciais. O representante das Organizações das Cooperativas Brasileiras (OCB), Gustavo Rodrigues Prado, aponta o cooperativismo como ferramenta de aglutinação de forças capaz de garantir mais competitividade ao agronegócio, tendo em vista que a cafeicultura brasileira é feita em sua maioria por pequenos produtores.



Programação
Nesta sexta-feira (11), encerra-se a programação do 5° Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil. No período da manhã haverá dois painéis em debate: “Barreiras não tarifárias para o café” e “Novos rumos para a cafeicultura familiar”.






Cibele Aguiar
Embrapa Café
www.embrapa.br/cafe

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