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terça-feira, outubro 07, 2014

JOSIAS DE SOUZA: PPS aprova o apoio a Aécio Neves





A Executiva Nacional do PPS aprovou há pouco o apoio à candidatura presidencial do tucano Aécio Neves. É o primeiro partido da coligação de Marina Silva a formalizar a migração para a campanha do candidato do PSDB no segundo turno da eleição presidencial. A decisão foi comunicada a Marina por Roberto Freire, presidente da legenda.

A decisão foi tomada em reunião extraordinária realizada em Brasília. Em nota, o PPS escreveu que apoia Aécio “em defesa dos compromissos do partido com a democracia, dos valores republicanos, do desenvolvimento sustentável, da inclusão social, da reforma política e da retomada do crescimento.”

Numa espécie de exortação à Rede Sustetabilidade e aos outros cinco partidos que integraram a coligação derrotada, o PPS pregou a unidade. Em sua nota “conclama todas as forças favoráveis à mudança, em especial aquelas que apoiaram, no primeiro turno, Marina Silva (PSB) à unidade em torno da candidatura de Aécio Neves (PSDB) à Presidência da República.”

ESCÂNDALO: Associação dos Profissionais dos Correios denuncia uso político dos Correios pelo PT


NOTA PÚBLICA

03/10/2014


A Associação dos Profissionais dos Correios - ADCAP, entidade sem fins lucrativos fundada em 20/12/1986, sem vinculação a qualquer partido político, em virtude das últimas notícias divulgadas acerca do aparelhamento político da ECT, vem a público manifestar o que se segue:


a) Nos últimos anos o aparelhamento político da ECT se acentuou com as mudanças introduzidas no Manual de Pessoal em 2011, que permitiram o acesso às funções técnicas e gerenciais por empregados e pessoas estranhas aos quadros de pessoal da Empresa sem a observância dos imperativos de competência técnica e capacidade gerencial;

b) Em decorrência dessas alterações, 18 (dezoito) dos 27 (vinte e sete) Diretores Regionais da ECT são filiados ao Partido dos Trabalhadores;

c) Além disso, muitas outras funções são ocupadas por critérios políticos nas Diretorias Regionais e na Administração Central da Empresa;

d) Como exemplos desse aparelhamento, registre-se que enquanto mais de 50.000 mil Carteiros labutam diariamente em condições muitas vezes desfavoráveis por uma remuneração mensal de cerca de R$ 1.500 (hum mil e quinhentos reais), outros Carteiros ligados à burocracia sindical e partidária ocupam elevadas funções em Brasília e nos diversos estados, alguns deles com remunerações superiores a R$ 20.000 (vinte mil reais);

e) O citado aparelhamento afeta também o Fundo de Pensão dos empregados dos Correios, o Postalis, frequentemente citado em notícias veiculadas pela imprensa contendo suspeitas de investimentos duvidosos e de operações fraudulentas;

f) O Postalis já acumula um déficit atuarial superior a R$ 2,2 bilhões em 2013/214, levando em breve a uma drástica redução dos salários e benefícios dos empregados e aposentados dos Correios e atingindo cerca de 500 mil pessoal, o que levou a ADCAP a solicitar à PREVIC, junto com outras entidades representativas de empregados, a intervenção no Postalis;


Diante do exposto, a ADCAP comunica que está avaliando as medidas judiciais cabíveis e que oportunamente se manifestará novamente sobre o assunto.



Atenciosamente,
Diretoria Executiva da ADCAP Nacional.

OSSAMI SAKAMORI: Marina Silva apóia Aécio Neves !



Aécio Neves, deve receber o apoio da Marina Silva, amanhã, quarta-feira, isto que vem sinalizando os influentes membros do PSB, partido que abriga a Marina, provisória ou definitivamente. A sinalização vem da declaração de voto ao Aécio pelo irmão do falecido Eduardo Campos. O presidente do PSB Roberto Amaral, também, já disse à imprensa que não vê problema em apoiar o PSDB. O deputado Beto Albuquerque, vice da Marina, também, já declarou o seu voto ao Aécio Neves. 



A declaração de apoio da Marina Silva à candidatura do Aécio Neves é questão de tempo. Marina deverá anunciar o seu apoio, logo após a costura política entre PSDB e PSB. Em linhas gerais, a política econômica, em essência, não difere muito do PSDB, portanto não vejo nenhum óbice. A notícia de ontem dava conta de que o principal mentor da política econômica da Marina Silva, o economista mineiro Eduardo Gianetti já se colocou à disposição do Armínio Fraga, formulador da política econômica do Aécio Neves.

Se o Aécio Neves disse que aceita o apoio da Marina Silva, não sou eu a fazer comentário, apenas, acato. Aécio Neves foi secretário do seu avô Tancredo Neves, foi deputado federal, foi presidente da Câmara dos Deputados, foi governador de Minas Gerais por dois mandatos e é atual senador da República. Este menino, o Aécio, sabe o que faz. Ele carregou o PSDB nas costas, contrariando até os seus companheiros, para chegar no segundo turno com votação expressiva. 

Os desdobramentos, que serão positivos, sobre aliança do Aécio Neves e o PSB e partidos da coligação, comentaremos em outras matérias neste blog.

Por enquanto, Marina Silva apoia Aécio Neves!

CARTA DE AÉCIO NEVES AOS MÉDICOS BRASILEIROS




Caro amigo,

Todas as pesquisas de opinião revelam que o acesso a um sistema de saúde qualificado é a prioridade dos brasileiros. Tanto na saúde pública quanto na saúde complementar, o Brasil avançou muito desde a década de 90. Mas, com certeza, há muito a fazer.

Assegurar os direitos de cidadania na saúde previstos na Constituição brasileira é tarefa complexa e trabalhosa. Exige liderança, experiência e clareza estratégica, e demanda capacidade de diálogo para a construção das parcerias necessárias, principalmente com os médicos brasileiros que são e serão protagonistas insubstituíveis na construção, no Brasil, do sistema de saúde dos nossos sonhos. Desafio como esse não comporta amadorismo, não demanda aventuras, requer liderança política e capacidade de gestão.

Como presidente da República, irei aumentar os investimentos do Governo Federal, apoiando o projeto de lei de iniciativa popular endossado por entidades da sociedade civil que arrecadou mais de 3 milhões de assinaturas em defesa da aplicação de 10% da Receita Corrente Bruta da União exclusivamente para a saúde. Vamos profissionalizar a gestão do Ministério da Saúde, da ANS, da ANVISA e de todos os órgãos ligados ao sistema, qualificar a atenção primária e ampliar o acesso aos serviços ambulatoriais e hospitalares.

O atual governo, na discussão e implantação do programa que ganhou o nome de MAIS MÉDICOS, atropelou o diálogo, mistificou a discussão, desrespeitou os profissionais brasileiros e tentou jogar a população brasileira contra nossos médicos.

Ninguém pode ser contra mais médicos para atender a nossa população. Mas dizer, como o fez a candidata à reeleição, que o grande legado dos médicos cubanos será ensinar como se trata a população de forma humanizada é desrespeitar os médicos brasileiros, construindo no imaginário popular uma caricatura injusta.

Ora, por que juízes e promotores vão para o interior e os médicos não? Porque não há carreira, retaguarda, segurança e parceria estratégica.

Como presidente, vou viabilizar a Carreira Médica Nacional do SUS, assim como para os demais profissionais de saúde, e manter um diálogo permanente com as categorias, assegurar agências regulatórias regidas pela meritocracia e pela eficiência para garantir o bom convívio entre operadoras, prestadores e profissionais da saúde complementar. Também vamos criar um programa de financiamento pelo BNDES para que jovens profissionais de saúde tenham acesso a consultórios.

O atual governo rompeu com os médicos brasileiros, expondo-os a uma tentativa de execração diante da opinião pública brasileira, como se bastasse importar médicos cubanos para encontrar as respostas que há 26 anos o SUS procura. Sabemos todos que isso é mentira e uma fuga da busca de soluções sólidas e duradouras.

É preciso dar um basta nessa situação! O Brasil e o nosso sistema de saúde exigem mudanças profundas. Introduzimos avanços importantes em Minas e conheço os caminhos para a mudança necessária.

Por isso, venho pedir o seu apoio, o de seus colegas de trabalho, familiares e pacientes.

O atual governo faz mal à saúde. Vamos juntos, com diálogo e parceria, avançar na construção do sistema de saúde que os brasileiros desejam e merecem.

Um abraço fraterno,

Aécio Neves

MARCO ANTÔNIO VILLA: Basta de PT





Marco Antônio Villa no jornal O Globo


Estamos vivendo um momento histórico. A eleição presidencial de 2014 decidirá a sorte do Brasil por 12 anos. Como é sabido, o projeto petista é se perpetuar no poder. Segundo imaginam os marginais do poder — feliz expressão cunhada pelo ministro Celso de Mello quando do julgamento do mensalão —, a vitória de Dilma Rousseff abrirá caminho para que Lula volte em 2018 e, claro, com a perspectiva de permanecer por mais 8 anos no poder. Em um eventual segundo governo Dilma, o presidente de fato será Lula. Esperto como é, o nosso Pedro Malasartes da política vai preparar o terreno para voltar, como um Dom Sebastião do século XXI, mesmo que parecendo mais um personagem de samba-enredo ao estilo daquele imortalizado por Sérgio Porto.


Diferentemente de 2006 e 2010, o PT está fragilizado. Dilma é a candidata que segue para tentar a reeleição com a menor votação obtida no primeiro turno desde a eleição de 1994. Seu criador foi derrotado fragorosamente em São Paulo, principal colégio eleitoral do país. Imaginou que elegeria mais um poste. Não só o eleitorado disse não, como não reelegeu o performático e inepto senador Eduardo Suplicy, e a bancada petista na Assembleia Legislativa perdeu oito deputados e seis na Câmara dos Deputados.


A resistência e a recuperação de Aécio Neves foram épicas. Em certo momento da campanha, parecia que o jogo eleitoral estava decidido. Marina Silva tinha disparado e venceria — segundo as malfadadas pesquisas. Ele manteve a calma até quando um dos seus coordenadores de campanha estava querendo saltar para o barco da ex-senadora.


E, neste instante, a ação das lideranças paulistas do PSDB foi decisiva. Geraldo Alckmin poderia ter lavado as mãos e fritado Aécio. Mas não o fez, assim como José Serra, o senador mais votado do país com 11 milhões de votos. Foi em São Paulo que começou a reação democrática que o levou ao segundo turno com uma vitória consagradora no estado onde nasceu o PT.


Esta campanha eleitoral tem desafiado os analistas. As interpretações tradicionais foram desmoralizadas. A determinação econômica — tal qual como no marxismo — acabou não se sustentando. É recorrente a referência à campanha americana de 1992 de Bill Clinton e a expressão “é a economia, estúpido”. Com a economia crescendo próximo a zero, como explicar que Dilma liderou a votação no primeiro turno? Se as alianças regionais são indispensáveis, como explicar a votação de Marina? E o tal efeito bumerangue quando um candidato ataca o outro e acaba caindo nas intenções de voto? Como explicar que Dilma caluniou Marina durante três semanas, destruiu a adversária e obteve um crescimento nas pesquisas?


Se Lula é o réu oculto do mensalão, o que dizer do doleiro petista Alberto Youssef? Imagine o leitor quando o depoimento — já aceito pela Justiça Federal — for divulgado ou vazar? De acordo com o ministro Teori Zavascki, o envolvimento de altas figuras da República faz com que o processo tenha de ir para o STF. E, basta lembrar, segundo o doleiro, que só ele lavou R$ 1 bilhão de corrupção da Refinaria Abreu e Lima. Basta supor o que foi desviado da Petrobras, de outras empresas e bancos estatais e dos ministérios para entender o significado dos 12 anos de petismo no poder. É o maior saque de recursos públicos da História do Brasil.


Nesta conjuntura, Aécio tem de estar preparado para um enorme bombardeio de calúnias que irá receber. Marina Silva aprendeu na prática o que é o PT. Em uma quinzena foi alvo de um volume nunca visto de mentiras numa campanha presidencial que acabou destruindo a sua candidatura. Não soube responder porque, apesar de ter saído do PT, o PT ainda não tinha saído dela. Ingenuamente, imaginou que tudo aquilo poderia ser resolvido biblicamente, simplesmente virando a face para outra agressão. Constatou que o PT tem como princípio destruir reputações. E ela foi mais uma vítima desta terrível máquina.


O arsenal petista de dossiês contra Aécio já está pronto. Os aloprados não têm princípios, simplesmente cumprem ordens. Sabem que não sobrevivem longe da máquina de Estado. Contarão com o apoio entusiástico de artistas, intelectuais e jornalistas. Todos eles fracassados e que imputam sua insignificância a uma conspiração das elites. E são milhares espalhados por todo o Brasil.


Teremos o mais violento segundo turno de uma eleição presidencial. O que Marina sofreu, Aécio sofrerá em dobro. Basta sinalizar que ameaça o projeto criminoso de poder do petismo. O senador tucano vai encontrar pelo caminho várias armadilhas. A maior delas é no campo econômico. O governo do PT gestou uma grave crise. Dilma foi a terceira pior presidente da história do Brasil republicano em termos de crescimento econômico. Só perdeu para Floriano Peixoto — que teve no seu triênio presidencial duas guerras civis — e Fernando Collor — que recebeu a verdadeira herança maldita: uma inflação anual de quatro dígitos. O PT deve imputar a Aécio uma agenda econômica impopular que enfrente radicalmente as mazelas criadas pelo petismo. Daí a necessidade imperiosa de o candidato oposicionista deixar claro — muito claro — que quem fala sobre como será o seu governo é ele — somente ele.


Aécio Neves tem todas as condições para vencer a eleição mais difícil da nossa história. Se Tancredo Neves foi o instrumento para que o Brasil se livrasse de 21 anos de arbítrio, o neto poderá ser aquele que livrará o país do projeto criminoso de poder representado pelo PT. E poderemos, finalmente, virar esta triste página da nossa história.

ADOLFO SACHSIDA: O Time Titular do PT Entra em Campo!!!




Começou o jogo pra valer, e o PT coloca em campo seu time titular! Até agora os petistas estavam descansando, brincando, vivendo um faz de conta. Com a subida grande de Aécio, o time titular do PT finalmente foi convocado para entrar em campo. Aguardem: essa será a eleição mais suja de nossa recente história democrática. Esse post alerta para três truques simples que os petistas já colocaram em prática. E vem mais por ai!!!

Truque 1)
“Não sou petista, mas...” Esse é um truque de primeira geração. O interlocutor começa dizendo não gostar e nem votar no PT apenas para em seguida declarar apoio ao PT. Não se deixe enganar, desmascare o petista no ato!!!

Truque 2)
“Aécio vai vencer e graças a Deus vamos nos livrar desses nordestinos...”. Esse é um truque de segunda geração que o PT acabou de lançar no mercado. Ele tem várias derivadas, entre elas “Não aguento mais ter que puxar saco de negros para que votem no Aécio”, ou ainda “Quando Aécio vencer vamos nos livrar desses pobres”. Enfim, são várias combinações de frases que dão a entender que pessoas que votam em Aécio são da “elite branca reacionária que não suporta negros, pobres ou nordestinos”. Não se engane, são todos perfis falsos, criados por petistas, justamente para criar uma antipatia de determinados segmentos da população contra Aécio Neves. Desmascare os petistas no ato, e advirta seus amigos desse truque sujo petista.

Truque 3)
Não sei o que virá por aí, mas com certeza vem chumbo grosso. Entendam uma coisa: hoje existem milhares de pessoas que estão no governo que recebem entre 20 e 50 mil reais por mês, que se tivessem que trabalhar no setor privado não receberiam nem 3 mil. Essas pessoas topam fazer qualquer coisa para manter seus empregos. É um batalhão de sindicalistas mamando em fundos de previdência estatais, pelegos em conselhos de administração, esquerdistas em funções gratificadas, jornalistas que subsistem graças ao patrocínio de empresas estatais em seus blogs, etc. Essas pessoas farão QUALQUER COISA para manter seus empregos atuais. Afinal, se perderem essa “boca” dificilmente encontram emprego que lhes pague mais do que dois ou três salários mínimos.

Compartilhem esse post, alertem seus amigos, vizinhos e colegas de trabalho!!! O time titular petista entrou em campo, para eles o vale tudo eleitoral só está começando. Pelo bem do Brasil, pelo bem de nossa nação, pelo bem de nossas famílias, vamos defender nossa pátria desses vagabundos, dessa corja que acredita que o Brasil é deles, que ninguém além deles tem direitos. Vamos defender nossa pátria daqueles que estão a semear o ódio, a discórdia e a desconfiança entre irmãos. O Brasil não aguenta mais 4 anos de PT.

BLOG DO CORONEL: Outubro rosa x outubro negro


Brasília e o Brasil estão pintados de rosa para divulgar a tradicional campanha de prevenção do câncer de mama, denominada Outubro Rosa. Ontem, na sua primeira entrevista depois do primeiro turno, lá estava Aécio Neves com o laço que identifica o movimento, mundialmente. 

Dilma não. Dilma, na sua entrevista seca, preferiu usar palavras duras e ataques ao adversário. Preferiu o Outubro Negro. Dilma não é lá muito feminina. Seria exigir demais desta senhora amarga, solitária e de pouca sensibilidade que pusesse um laço rosa no peito. Mesmo que há pouco tempo ela tenha se curado de um câncer.

JUAN ARIAS: O segredo da virada de Aécio Neves



Por Juan Arias no El País, o mais importante jornal espanhol.

Aécio Neves não só foi a surpresa final deste primeiro turno das eleições presidenciais brasileiras como também sua vitória, maior do que a prevista em todas as pesquisas, deve-se a ele pessoalmente. Tratou-se quase de um fenômeno em termos de psicologia: sua capacidade de reação frente a uma derrota anunciada e de alguma forma já aceita até por seu partido.

Neves cresceu em vez de se apequenar quando o terremoto Marina Silva o esmagou de tal forma que ele foi inclusive aconselhado a desistir. Arregaçou as mangas e anunciou que seria o vencedor capaz de disputar um segundo turno contra a Presidenta candidata Dilma Rousseff, que era tudo o que o partido dela, o PT, não desejava.

Sua posição de terceiro na disputa, um candidato em quem ninguém apostava diante da força da ecologista Silva, o levou a reagir inclusive nos debates, que acabou vencendo.

Não sei se conscientemente ou não, o que garantiu a vitória a Neves foi o fato de ter aparecido em todas as suas manifestações exteriores, entrevistas e debates, como o mais brasileiro de todos os candidatos. Revelou isso de modo cristalino em sua despedida de um minuto e 40 segundos no último e mais importante dos debates televisivos, o da TV Globo, com 50 milhões de telespectadores.

Apesar de aparecer naquele momento como derrotado em todas as pesquisas, Aécio, ao contrário das suas duas adversárias principais, Rousseff e Silva, dirigiu-se à audiência com coração brasileiro, exalando confiança, ou seja, sem dureza, sem agressividade, agradecendo o carinho recebido em suas peregrinações pelo país, revelando sua vontade de prosseguir na disputa, e com a certeza da vitória.

Apresentou-se como candidato de todos os brasileiros, aos quais ofereceu certezas e capacidade de Governo, assim como a segurança de que possuía a receita para levantar o país da sua atual frustração. Emocionou-se e apelou à esperança hasteando a bandeira da mudança que a rua pedia. Foi naquela hora o único que acabou sendo aplaudido pela plateia presente.

Ex-senador e ex-governador do segundo Estado mais populoso do país, Minas Gerais, revelou em suas discussões com a candidata que liderava as pesquisas, Rousseff, sua capacidade dialética e uma forma firme, mas ao mesmo tempo brasileira, ou seja, não raivosa, de enfrentar suas adversárias políticas.

Aécio sempre foi criticado, quando na oposição, por não saber bater de frente com o governo. Atribuíam isso a esse espírito mineiro, mais propenso ao diálogo e aos acordos do que à guerra. Com esse espírito desarmado, enfrentou uma campanha levada a cabo sob o signo dos golpes baixos, sem se deter nem mesmo diante da mentira e das desqualificações pessoais.

Neves nunca caiu nessa armadilha e prosseguiu firme em seu esquema, convencido de que, apesar de ter sido quase selada sua derrota, ele continuava acreditando com fé firme em dar a volta por cima.Os votos reais, contrariamente ao que as pesquisas anunciavam até os levantamentos de boca de urna, o colocam a seis pontos da Dilma, muito pouco quando se pensa em como ele estava ao iniciar a aventura.

Dilma, que conseguiu menos votos do que na primeira vez em que foi escolhida, em 2010, agora enfrentará Neves, que aparece como surpresa ganhadora e que poderia contar a seu favor com até 60% dos votos da perdedora Marina.

Ele, que já foi surfista, lançou o slogan de que a “onda da razão” havia se erguido no mar da campanha, contra a onda do sentimento. Seu êxito consistiu em saber, com teimosia, querer ganhar. Também contribuiu para isso sua campanha propositiva e de esperança, as duas fibras do atual coração brasileiro: o afeto e ausência do medo e o sentimento dos brasileiros que, em junho de 2013, haviam começado a usar a razão para exigir um Brasil melhor, que é o que prometeu criar o candidato mineiro, prudente e ao mesmo tempo tenaz.

REINALDO AZEVEDO: Com apoio de Marina e da família de Eduardo Campos o Aécio caminha para ser nosso presidente!




Nesta segunda, Antônio Campos — irmão de Eduardo Campos, filiado ao PSB e primeiro membro da família do então presidenciável do partido a declarar apoio a Marina Silva depois da tragédia — anunciou no Facebook seu apoio à candidatura do tucano Aécio Neves à Presidência. Deixou claro que era uma posição pessoal — como fez, de resto, quando ungiu Marina à condição de sucessora do irmão na chapa. Mas parece evidente que, dada a forma como os Campos têm se comportado depois da morte do líder político, atrás do apoio de Antônio, virão o de Renata, a viúva do ex-governador, e o dos filhos, que se transformaram em personagens políticos importantes em Pernambuco. Se alguém tiver alguma dúvida, basta ver a razia que o clã promoveu nas ambições petistas no Estado.

Pernambuco se mostrou um prodígio de alinhamento com a memória de Eduardo Campos. Paulo Câmara, dias antes do acidente que matou o candidato do PSB à Presidência, amargava 13% nas intenções de voto para o governo do Estado. Com o apoio do PT, Armando Monteiro (PTB), indicavam as pesquisas, seria eleito no primeiro turno. O petista João Paulo mantinha liderança folgada para o Senado. Um pouco mais de um mês e meio depois, Câmara bateu Monteiro no primeiro turno por impressionantes 68,08% a 31,07%, e João Paulo foi derrotado por Fernando Bezerra na disputa pelo Senado por 64,34% a 34,8%. Marina, uma estranha no ninho até a morte de Campos, bateu Dilma no Estado 48,05% a 44,22%.

A adesão da família Campos certamente facilitará a decisão já tomada de Marina de apoiar Aécio. Ela vai, sim, apresentar, uma agenda mínima ao tucano, que contempla o fim da reeleição, um compromisso com a educação integral e a adoção de medidas em favor da sustentabilidade — nada que seja estranho ao conjunto de valores que ele tem expressado em sua campanha. De qualquer modo, a decisão da Rede já está praticamente tomada, e quem a sintetiza, em conversa com a Folha, é João Paulo Capobianco, um dos coordenadores do futuro partido de Marina e de sua campanha: “A avaliação é que não dá para ter mais quatro anos desse governo. Isso é ponto pacífico. O nosso compromisso é com o movimento de mudança”.

Marina preferiria que o movimento fosse feito em conjunto com o PSB, hoje presidido por Roberto Amaral, um lulista fanático. O coração de Amaral bate por Dilma Rousseff, mas ele tentará arrancar do partido uma posição de neutralidade — e olhem que Márcio França, seu correligionário, é o vice-governador eleito de São Paulo, na chapa encabeçada por um tucano. Como os petistas são quem são, emissários do partido têm tentado se aproximar de Marina, mas o esforço, consta, será inútil.

Pessoas que conhecem a líder da Rede afirmam que ela realmente não esperava que o PT a atacasse com tanta violência; achava que a campanha seria dura, sim, mas não desleal. Parte de seu abatimento, que ficou muito evidente nas duas semanas que antecederam a disputa, se deveu à brutalidade da investida. Ela contava com oposição firme a algumas de suas propostas, mas não esperava que tentassem desconstruir a sua imagem e a sua biografia. Talvez ela desconhecesse a alma profunda do partido no qual ficou tanto tempo.

Marina e os Campos juntos, formam, sim, um apoio importante à candidatura de Aécio Neves, que terá de enfrentar uma pauleira. Nesta segunda, o tucano já respondeu à investida da adversária, Dilma Rousseff, segundo quem o país não pode andar para trás, rumo aos “fantasmas do passado”. O presidenciável do PSDB devolveu: o problema dos brasileiros, hoje, são os fantasmas do presente.

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