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sexta-feira, julho 25, 2014

RESISTÊNCIA: Banco Santander alerta aos seus clientes investidores que eleição de Dilma levará ao colapso da economia brasileira



PARABÉNS AO BANCO SANTANDER PELA CORAGEM!



Para o Santander, que enviou a correspondência acima aos seus clientes, a reeleição de Dilma será uma catástrofe financeira: câmbio desvalorizado, alta de juros, Bolsa caindo, deterioração dos fundamentos macroeconômicos. Se você quer manter o seu dinheiro seguro, ouça o seu banco. Eles sabem das coisas. Dá até medo votar na Dilma.


Fonte: Blog do Coronel




Sucesso de Dilma deteriora economia, diz Santander a clientes ricos


FERNANDO RODRIGUES & BRUNO LUPION na FOLHA em 25/07/2014


O Banco Santander enviou neste mês de julho de 2014 aos seus clientes de alta renda um texto afirmando que o eventual sucesso eleitoral da presidente Dilma Rousseff irá piorar a economia do Brasil.

A análise foi impressa na última página do extrato dos clientes na categoria "Select", com renda mensal superior a R$ 10 mil. Diz que se Dilma melhorar nas pesquisas de intenção de voto, os juros e o dólar vão subir e a Bolsa, cair.

O texto vem sob o título "Você e seu dinheiro" e orienta os clientes do Santander: um cenário eleitoral favorável à petista reverterá "parte das altas recentes" na Bolsa.

A informação foi divulgada no blog de Fernando Rodrigues nesta sexta-feira (25).

O documento do Santander ao seus correntistas mais abastados contém uma análise que já frequentava o mercado financeiro brasileiro de forma difusa, mas nunca de maneira institucional por um grande banco.

Esse tipo de comportamento do mercado não é novo. Desde a primeira eleição direta pós-ditadura ocorrem interpretações nesse sentido. Em 1989, o empresário Mário Amato deu uma entrevista dizendo que se o petista Luiz Inácio Lula da Silva ganhasse naquele ano, 800 mil empresários deixariam o Brasil.

Em 2002, quando o mercado financeiro novamente ficou apreensivo com uma possível vitória de Lula, o analista Daniel Tenengauzer, do banco Goldman Sachs, chegou a inventar o "lulômetro", que previa a cotação futura do dólar caso o petista fosse eleito. Tenengauzer acabou repreendido pelo banco, que considerou "leviano" e de "mau gosto" o nome de seu modelo matemático.

O Santander confirmou a autenticidade do documento ao qual o Blog teve acesso. Em nota, disse adotar critérios "exclusivamente técnicos" em suas análises econômicas, "sem qualquer viés político ou partidário".

O banco reconhece que o texto enviado a seus clientes "pode permitir interpretações que não são aderentes a essa diretriz" (de se ater a análises mais técnicas). A instituição emitiu uma nota na qual pede desculpas ao seus correntistas e diz que adotará providências internas.

De capital espanhol, o Santander é o 5º maior banco e o 1º estrangeiro em atuação no Brasil. Fica atrás de Banco do Brasil, Itaú, Caixa e Bradesco. Em 2000, massificou sua operação de varejo ao comprar o Banespa, o antigo banco estatal que pertenceu ao governo paulista.

Abaixo, a íntegra da nota do Santander:

"O Santander esclarece que adota critérios exclusivamente técnicos em todas as análises econômicas, que ficam restritas à discussão de variáveis que possam afetar os investimentos dos correntistas, sem qualquer viés político ou partidário. O texto veiculado na coluna 'Você e Seu Dinheiro', no extrato mensal enviado aos clientes do segmento Select, pode permitir interpretações que não são aderentes a essa diretriz. A instituição pede desculpas aos seus clientes e acrescenta que estão sendo tomadas as providências para assegurar que nenhum comunicado dê margem a interpretações diversas dessa orientação."



A estrela na lapela






Por Lucas Berlanza, publicado no Instituto Liberal

Por esses dias esteve sob meus olhos a menção a um episódio que não poderia deixar passar, tamanho o seu caráter emblemático. Era o começo da malfadada era petista em que ainda vivemos (ardentemente desejando que sejam seus estertores). Lula chegava ao posto máximo de governo no Brasil, iniciando, com alguma cautela, uma década de populismos repulsivos, escândalos, intervencionismo e irresponsabilidade. Nada que não existisse antes na história tupiniquim, é sabido, mas tudo alçado a categorias extremadas e levando o país a uma situação-limite (em vias de; sim, ainda pode e deve ficar pior).

O presidente Lula foi recebido pela primeira vez pelo presidente George Bush, eleito para a Casa Branca pelo Partido Republicano. O relato está no livro “18 dias”, do estudioso brasileiro de Relações Internacionais Matias Spektor. A direita americana e o governo empossado começavam a olhar com mais atenção para o Brasil e havia o receio da formação de um Eixo do Mal, congregando o PT, a Cuba de Castro e a Venezuela chavista. Temia-se que as principais lideranças do Foro de São Paulo conduzissem a América Latina a um rumo desastroso de relativização da propriedade privada e da liberdade – um rumo antiamericano é claro. Independente de terem se deixado iludir depois pela aparente “moderação” petista, hoje, tendo a visão direta do processo, sabemos que a impressão não estava tão equivocada.

Segundo os entrevistados de Spektor, Bush simpatizou com Lula, apesar das diferenças notórias entre seus partidos, e o entendimento inicial foi muito bom – ao contrário do que se deu mais à frente, mas isso é outra história. O que nos interessa é um fato curioso que Spektor afirma ter acontecido na reunião da equipe diplomática da presidência dos EUA. Bush teria se virado para o assessor de assuntos latino-americanos, John Maisto, e indagado:

“E aquela estrela vermelha? Você viu aquilo na lapela dele?” perguntou o presidente a Maisto.

‘É o emblema do partido’ respondeu o assessor.

“Eu sei que é o emblema do partido!” exclamou Bush. “Mas agora ele é o presidente do Brasil, não do partido”.

A estrela vermelha na lapela é um detalhe muito pequeno? Podemos concordar em responder afirmativamente. Mas insignificante? Jamais. Pouco importa o que achemos de Bush, o questionamento que ele fez é provavelmente a mais perfeita síntese da confusão original de nossa esquerda mais canhota – mais especificamente a governista, a que se encampa sob a legenda do Partido dos Trabalhadores, mas isso se aplica também a todos os militantes de partidos nanicos que mantém fidelidade “farisaica” aos leninismos mais embolorados.

Eles não são capazes de distinguir seu partido, seu grupo, seu “coletivo”, da nação – ou melhor, da sociedade. Não compreendem a diversidade do povo, não a toleram, não concebem a discussão e a divergência de opiniões. A sociedade é o partido, a sociedade é a ideologia – e por esse símbolo de um sonho irrealizável, instrumentalizado pela corrupção e pelos interesses pessoais das lideranças, mas nutrido sinceramente pelos “idiotas úteis”, tudo vale. Mais por ele que bela bandeira nacional.

Vê-se isso, por exemplo, em muitas manifestações de rua que têm transcorrido desde o “fenômeno” de junho. Abundam bandeiras vermelhas e odes a Che. O pavilhão verde e amarelo, “símbolo augusto da paz” (como diz o belo hino em sua homenagem), se aparece, é muito timidamente, envergonhado pelas destrutivas companhias.

Vê-se isso no Estado aparelhado nas diversas instâncias possíveis, quase que em simbiose com o partido – só não mais por não ter sido possível. Ainda.

Vê-se isso na divisão do país entre “nós” e “eles”, como hoje gosta de ressaltar a oposição – porque não é um verdadeiro “patriota” aquele que não comunga de suas ideias, aquele que não dissolve sua individualidade em meio à “manada” dos entusiastas. Aquele é tão-somente um inimigo da nação.

Na cultura de ódio e segregação que eles disseminam, em suas retóricas e exibições burlescas, o povo se encontra artificialmente dividido em facções, sendo muito fácil cair na tentação de patrulhar e silenciar quem não se encampa sob a bandeira do “Brasil do PT” ou do “Brasil sem pobreza”, do “Brasil da Copa das Copas”, quem se atreve ao ato de traição de criticar a velhacaria reinante.

Bush poderia ter visto apenas uma estrela na lapela. Viu mais, decerto sem saber; viu um símbolo profético de um futuro cujo peso sentimos agora. Mais do que tirar a estrela da lapela, hoje é preciso cortar o elo que a mescla criminosamente com o Estado e, principalmente, com o monopólio de toda a virtude.

NELSON MOTTA: Livrai-nos do mal

Nelson Motta no O Globo

Uma das piores coisas que pode acontecer a um país é sair de uma eleição polarizada e movida a ódio e jogo sujo com um dos candidatos vencendo por diferença mínima — e os perdedores formando uma oposição vingativa, destrutiva e poderosa. O país trava, a democracia não avança e todos perdem. Todo mundo sabe disso, mas aqui eles só pensam naquilo, no poder, e nunca nas consequências do que fazem para conquistá-lo e mantê-lo.

Ó santa ingenuidade, alguém imagina que possa ser diferente ?

O grau de civilização e democracia de um país também se mede por eleições polarizadas e acirradas, mas com campanhas propositivas, que são decididas por poucos votos, mas resultam em avanço político e social, com a síntese de propostas do governo e da oposição. Não é utopia, é a realidade em vários países europeus, onde a vontade do eleitorado é respeitada e poucos votos a mais não dão mais direitos nem hegemonia a ninguém.

Quando eleições são decididas por diferença mínima, às vezes por golpes de sorte ou compra de votos, mais do que uma eventual vitória de um partido, isso significa que a sociedade está dividida e seus representantes eleitos terão o desafio de enfrentar os problemas do país dentro das regras democráticas.

Muito mais difícil se é um país com crescimento baixo e juros e inflação altos, e está em 79º lugar (ou 75%, segundo o governo, tanto faz) no Índice de Desenvolvimento Humano da ONU (baseado em renda, saúde e educação), que mede o que realmente interessa aos cidadãos na vida real. E pior, nos últimos cinco anos estamos avançando em ritmo cada vez mais lento em relação à média do mundo.

Fazer o quê? Imaginar um governo de coalizão no Brasil? Uma concertação à chilena? Um comportamento político civilizado? Um mínimo de racionalidade? São possibilidades risíveis no país primitivo do “nóis contra eles”. Platão já dizia que a desgraça de quem não gosta de politica é ser governado por quem gosta, mas certamente seu título eleitoral não era do Rio ou de São Paulo.

No Brasil atual, até jogar em casa e com torcida a favor virou desvantagem e justificativa para derrotas e vaias.

BONS COMPANHEIROS PETRALHAS: PMDB denuncia que André Vargas, alvo da Lava-Jato, e o pedófilo Gaievski continuam filiados ao PT




Bons companheiros
A queda de braço entre o PT e o PMDB na disputa pelo governo do Paraná chegou à seara da virulência. Irritados com os seguidos ataques ao senador Roberto Requião, os peemedebistas denunciaram um novo escândalo do PT. Levantamento feito na Câmara dos Deputados mostra que a exclusão do deputado André Vargas, coordenador da campanha da senadora Gleisi Hoffmann, dos quadros do PT, anunciada em 25 de abril, foi apenas para o inglês ver. Até hoje, como denuncia o PMDB, “nem Vargas nem o PT comunicaram oficialmente à Câmara a desfiliação”.

Pior é o caso do pedófilo Eduardo Gaievski, ex-assessor de Gleisi Hoffmann na Casa Civil, escalado pela petista para cuidar das políticas do governo federal voltadas a menores e, à época, cotado para ser o candidato a vice na chapa da senadora que disputa o governo do Paraná. Preso em agosto de 2013 pela prática de 28 estupros contra menores (14 deles cometidos contra vulneráveis, menores de 14 anos), Gaievski está na Penitenciária Estadual de Francisco Beltrão, onde aguarda sentença. Mesmo com a liberdade privada e predicados (sic) pouco louváveis, o monstro da Casa Civil continua em pleno gozo de seus direitos de filiado ao PT. A prova foi obtida pelo PMDB por meio atestado emitido pelo Tribunal Superior Eleitoral.

O anúncio da saída de André Vargas do PT teria sido um teatro armado para não prejudicar o Partido dos Trabalhadores com mais um escândalo em ano eleitoral, informam os “requianistas”. Vargas foi flagrado em um turbilhão de denúncias depois que o jornal “Folha de S. Paulo” publicou matéria revelando que o então vice-presidente da Câmara Federal viajara com a família para o Nordeste a bordo de jatinho fretado pelo doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal na esteira Operação Lava-Jato.

Na sequência, Vargas foi acusado de ser sócio do doleiro em um laboratório-lavanderia – o Labogen – criado como fim específico de lesar o Ministério da Saúde. André Vargas renunciou à vice-presidência da Câmara dos Deputados e anunciou sua saída do PT. Desde então, as pressões sobre o ex-petista diminuíram consideravelmente.

O caso Gaievski é um escândalo sem precedentes. Em 23 de janeiro de 2013, o ex-prefeito petista de Realeza, pequena cidade do Sudoeste paranaense, foi levado por Gleisi Hoffmann a Brasília e nomeado para ser seu assessor especial. Além de cuidar das políticas do governo federal para menores, Gaievski seria o coordenador de sua campanha junto aos prefeitos do interior do Paraná e cotado para ocupar altos cargos em eventual futuro governo Gleisi. Por ocasião da nomeação, Gaievski já era investigado, havia dois anos, pelo Ministério Público do Paraná por conta da suspeita de ter cometido dezenas de estupros contra meninas menores de idade.

A hedionda ficha criminal de Gaievski não era novidade no PT. Ele costumava jactar-se em rodas de amigos sobre suas relações com garotas menores, armazenava em seu celular fotos de pelo menos cinquenta adolescentes nuas, com as quais havia mantido relações sexuais, material exibido com galhardia criminosa a que se interessasse.

O currículo criminal do pedófilo sempre esteve disponível na rede mundial de computadores, mas até hoje não se consegue compreender como sua nomeação passou pelo crivo do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República e da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), órgãos encarregados de checar a ficha dos indicados para cargos no Palácio do Planalto, principalmente.

Apesar do seu assustador prontuário, Gaievski conseguiu driblar os filtros da ABIN e do GSI, permanecendo durante meses a fio a poucos metros do gabinete de Dilma Rousseff, que até o momento não fez qualquer comentário sobre o escândalo. Agora, enquanto aguarda sentença condenatória que pode ultrapassar cem anos de prisão, Eduardo Gaievski continua regularmente filiado ao PT.

Fonte: Ucho.info

A biografia da SININHO, a musa do BLACK BLOC

  
Quem é Sininho, a ativista que virou personagem nos protestos dos black bloc do Rio

Cineasta intensificou militância após se aproximar de grupos anarquistas em 2012




Elisa Quadros/Sininho não está furtando, está herdando. Basta ler o que a sua mãe diz, para confirmar:

— Sempre teve na história brasileira, de todo o mundo, estudantes lutando por melhores condições de saúde, de educação. Sempre teve. Eu sei que a minha filha participa, como tantos outros jovens, de movimentos legítimos pela educação, pela saúde. Só posso dizer que, às vezes, a polícia vem para cima e muitas pessoas de bem, como professores, médicos e os próprios jornalistas, apanharam da polícia. A polícia parece despreparada para este tipo de movimentos. Ela não pertence a partidos políticos. Ela não quer. Como um grupo de jovens de classe média que não estão querendo mais os partidos políticos como se apresentam. Ela é uma pessoa de paz. Está sentindo imensamente esta morte do cinegrafista (Santiago Andrade). Eu sou solidária e estou triste com tudo o que aconteceu."
Para a psicóloga Rosoleta, mãe de Sininho, a filha está fazendo “história” e abusos são cometidos “pela polícia”. 


Sininho é filha de Antônio Sanzi, dirigente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, no início dos anos 80, e da psicóloga e professora Rosoleta Moreira Pinto Stadtlander. Na adolescência, ela morou com a mãe e com o padrasto, geólogo da Petrobras, em Macaé, um dos maiores PIB per capita do Rio em função da exploração de petróleo.  

E foi em Macaé, como aluna do tradicional Instituto Nossa Senhora da Glória (INSG)/Castelo, onde cursou o Ensino Fundamental, que Sininho militou pela primeira vez. Como não havia grêmio estudantil na instituição salesiana, coube a ela, nos anos 90, organizar alunos para atuar em manifestações com outras entidades estudantis.

— Vim de uma família de petistas — costuma falar ao justificar o engajamento.

Aos 16 anos, quando passou um ano com o pai, em Porto Alegre, Sininho tornou-se presidente do grêmio estudantil do colégio Dom Bosco. A dedicação à causa teve um custo: foi reprovada no primeiro ano do Ensino Médio. — Sempre estive ao lado dos movimentos sociais e dos professores. Mas como sou muito intensa, acabei descuidando com os estudos — confidencia a amigos.  

De volta a Macaé, cursou supletivo para concluir o Ensino Médio. Em 2006, ingressou no Curso de Cinema da Universidade Estácio de Sá. Afastou-se do centros acadêmicos, e mergulhou nos estudos no apartamento locado pela família em Rio Comprido – mesmo bairro da Estácio. 

— Na faculdade, ela era uma menina espevitada, posicionada politicamente, muito doce e querida. Era superintensa com as experiências práticas do curso. Não lembro da Elisa como militante de alguma organização — recorda a amiga Raquel Corrêa, 27 anos, que chegou a viajar com Sininho para Macaé e Búzios.

Após a formatura, Sininho trabalhou com pelo menos quatro produtoras de filmes e de comerciais. E passou a viver um dilema:

— Eu não me sentia feliz fazendo propaganda para o capitalismo.

Sócio de uma produtora ouvido por Zero Hora lembra que, após dois meses de trabalho auxiliando na locação de cena para comerciais, ela pediu demissão, há dois anos:— Ela estava visivelmente incomodada. Não tinha o perfil que buscávamos. 

Em 2012, a família adquire um apartamento em Copacabana, e Sininho se muda para a Zona Sul. É o período que coincide com a transformação do comportamento dela.

Aproxima-se de ativistas da Frente Independente Popular e da Organização Anarquista Terra e Liberdade (grupos de orientação anarquistas, ultrarradicais, que defendem o emprego de métodos violentos de luta). Torna-se voz ativa em assembleias populares, realizadas em quatro bairros do Rio. Com a explosão dos protestos, em junho, assume a liderança não oficial em manifestações. De rosto limpo, mas sempre próxima de radicais mascarados, vocifera contra a imprensa e os policiais. 

— Ela se destacava porque era articulada, mas só ganhou importância no Ocupa Câmara — diz uma advogada ativista dos direitos humanos ouvida por Zero Hora.

O Ocupa Câmara foi uma invasão à Câmara de Vereadores do Rio, em agosto. Durante o período, iniciado na CPI dos Ônibus, Sininho postou vídeos em redes sociais denunciando ameaças que ela e o namorado vinham sofrendo.

— Ela tem uma condição social boa, que a permite ficar sem emprego fixo. Com tempo livre, acabou aparecendo mais — complementa a mesma advogada. 

O apelido Sininho surgiu durante a ocupação. Como todos os invasores tinham apelidos, coube a Elisa, cabelos curtos, aparência frágil, a alcunha de Sininho (ou Tinker Bell) – nome da travessa, irritadiça e solidária fadinha amiga de Peter Pan, na Terra do Nunca. Elisa gostou. 

— É bonito o carinho que tiveram comigo — diz aos amigos.

Mas repete:

— Só não vivo na Terra do Nunca. 

A ativista diz lutar por um “país livre”, garante que não é anarquista (mas prega o apartidarismo) e assegura que vai a protestos “de cara limpa” (verdade), e de “forma pacífica”. Embora não agrida ninguém, está sempre com mascarados que praticam táticas black bloc. 

Se o reconhecimento entre os militantes estava garantido, faltava visibilidade. E ela veio com uma confusão entre PMs e mascarados, apoiados por Sininho, após uma passeata pacífica de professores no Centro do Rio, em outubro. Ao todo, 64 adultos - Sininho entre eles - foram presos e 20 adolescentes apreendidos.

Nos quatro dias que esteve em um presídio, no complexo prisional de Bangu, a jovem, primeiro, dividiu uma cela com oito criminosas. Num segundo momento, permaneceu com outras duas militantes, que ela define como “presas políticas”. Apesar dos direitos democráticos assegurados, do funcionamento pleno da Justiça, da liberdade de expressão garantida e de quase 30 anos de manutenção da democracia no Brasil, a ativista chama os detidos, envolvidos em atos de vandalismo, de presos políticos. São 81 no Rio desde julho.

Ao sair da prisão, viajou para Porto Alegre e participou de assembleia do Bloco de Luta pelo Transporte Público. 

— A luta de Porto Alegre nos inspira. É uma cidade muito politizada. Até escolas particulares têm grêmio estudantil — costuma repetir.

A partir daqueles episódios, passou a brilhar em assembleias populares (eventos públicos que reúnem ativistas). 

— Quando você vê as classes se mobilizarem, já é uma vitória. Não vamos fazer uma revolução em seis meses, mas colocamos uma plantinha e, aos poucos, com luta...

Mas revolução para implantar o que no Brasil? Socialismo? Anarquismo? Sininho tem dificuldades em expressar o que defende. Não há em todo o planeta um só país que sirva de inspiração para ela.

— É complicado de falar nisso. Não sei definir bem. Só escrevendo.

Entre advogados voluntários, integrantes do movimento Habeas Corpus, a credibilidade de Sininho foi arranhada recentemente. Em janeiro, os profissionais, que se dispõem a defender manifestantes detidos pela polícia em protestos, foram mobilizados pela ativista detida por chamar um policial de “macaco”. O PM havia prendido um jovem, supostamente manifestante, que estava fumando maconha.

Agora, a mais nova enrascada na qual Sininho está metida é a suspeita de que esteja arrecadando dinheiro para financiar protestos violentos. Uma tabela, distribuída por Sininho pelo Facebook, foi divulgada pela revista Veja com o nome de doadores (entre eles, dois vereadores do PSOL, um magistrado e um delegado da Polícia Civil) e o respectivo valor pago por eles. Pelo Facebook, Sininho, que atualmente trabalha com o jornal alternativo Nova Democracia, confirmou as contribuições, mas diz que o dinheiro não foi usado nos protestos. Os recursos teriam sido empregados num evento social.

Para a psicóloga Rosoleta, mãe de Sininho, a filha está fazendo “história” e abusos são cometidos “pela polícia”. 

— Sempre teve na história brasileira, de todo o mundo, estudantes lutando por melhores condições de saúde, de educação. Sempre teve. Eu sei que a minha filha participa, como tantos outros jovens, de movimentos legítimos pela educação, pela saúde. Só posso dizer que, às vezes, a polícia vem para cima e muitas pessoas de bem, como professores, médicos e os próprios jornalistas, apanharam da polícia. A polícia parece despreparada para este tipo de movimentos. Ela não pertence a partidos políticos. Ela não quer. Como um grupo de jovens de classe média que não estão querendo mais os partidos políticos como se apresentam. Ela é uma pessoa de paz. Está sentindo imensamente esta morte do cinegrafista (Santiago Andrade). Eu sou solidária e estou triste com tudo o que aconteceu.





AMORES ROUBADOS: Sininho roubou o namorado de uma black bloc que, revoltada, ajudou a polícia revelando os planos da "baderneira/terrorista"


Sininho e Game Over



Em depoimento à polícia, jovem afirmou que Sininho "roubou" seu namorado e contou que black blocs impediram que ela consumasse seu plano de atear fogo ao prédio da Câmara dos Vereadores do Rio


Uma traição amorosa envolvendo Elisa Quadros Pinto Sanzi, a Sininho, ajudou a polícia do Rio de Janeiro a identificar os black blocs que organizaram atos violentos no Rio de Janeiro.Sininho e mais 22 ativistas que tiveram ordem de prisão preventiva decretada na última sexta-feira obtiveram o direito de responder em liberdade ao processo por associação criminosa armada. A líder dos black blocs e os ativistas Camila Jourdan e Igor D'Icarahy deixaram a prisão nesta quinta-feira – 18 estavam foragidos e outros dois continuam presos pela morte do cinegrafista Santiago Andrade.

Leia também:


Sininho é acusada em depoimento de ter "roubado" o companheiro da ativista Anne Josephine Louise Marie Rosencrantz. Em represália, a traída relatou à polícia as articulações e os atos praticados pelos vândalos mascarados, como a tentativa de incendiar a Câmara de Vereadores do Rio.

O depoimento da estudante Anne Josephine, de 21 anos, foi prestado à Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática no dia 11 de junho deste ano, na condição de testemunha. Ela contou manter relacionamento antigo com Luiz Carlos Rendeiro Júnior, o Game Over, de 25, com quem tem um filho de dois anos. Ele foi um dos 23 black blocs beneficiados pelo habeas corpus.

No ano passado, Game Over começou a namorar Sininho. Quando ela foi presa em flagrante, em outubro do ano passado, acusada de depredações, o rapaz foi fotografado abraçando-a. Sininho, chorosa, estava em um ônibus cheio de detidos. Colocou a cabeça e os braços para fora, agarrando-se ao então namorado. Ele, do lado de fora, parecia tentar consolá-la.

A divulgação da imagem incomodou Anne Josephine, que contou ter ouvido de Sininho a confirmação do romance com Game Over. "Sininho diz que ela e Game Over tinham um romance revolucionário", declarou a depoente.

O antagonismo entre Sininho e Anne Josephine acirrou-se no decorrer das manifestações. A estudante contou no depoimento que a rival costumava criticá-la. "Quando começou a frequentar os protestos, Sininho disse que a declarante deveria respeitar a hierarquia do movimento, que teria que conquistar seu espaço e não aproveitar de ser esposa de Game Over", informa a transcrição do depoimento anexado ao volume três do inquérito policial.

Anne Josephine contou à polícia que parte dos manifestantes, entre eles Game Over, impediu que Sininho consumasse o plano de atear fogo ao prédio da Câmara, na Cinelândia (centro do Rio), na noite de 7 de outubro passado.

"Na época em que começaram os atos violentos nos protestos, a declarante viu Sininho mandando manifestantes buscar três galões de gasolina. (...) Viu Sininho subindo a escada da Câmara e alguns manifestantes atrás dela carregando os três galões, de aproximadamente dez litros de gasolina. Alguns manifestantes comentaram que a atitude de Sininho poderia fazer com que eles fossem presos, que isso não havia sido combinado pelos manifestantes."

A depoente disse à polícia que "os galões de gasolina seriam utilizados para incendiar a Câmara" e que "Game Over e outros manifestantes ficaram contra Sininho e mandaram retirar os galões." Ao final do depoimento, Anne Josephine detalha as funções e o comportamento dos manifestantes apontados pela Polícia Civil como líderes da organização. Afirma ainda ter presenciado o consumo de drogas, como cocaína, por membros do grupo.

Fonte: Veja.com com Estadão Conteúdo

PETRALHAS: Advogado-Geral da União Luiz Adams e Lula pressionaram o TCU para isentar Dilma no caso Pasadena

MERVAL PEREIRA no O Globo em 25.7.2014


Houve uma articulação do governo, que envolveu o Advogado-Geral da União (AGU) Luiz Adams, e até mesmo o ex-presidente Lula, para tentar engavetar o processo do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. A decisão do Tribunal acabou isentando o Conselho de Administração, presidido na ocasião da compra pela hoje presidente Dilma Rousseff, de culpa pelo prejuízo causado à Petrobras, mas condenou os 11 diretores da estatal brasileira a ressarcirem os cofres públicos em quase U$ 1 bilhão.

O primeiro relato sobre essa manobra governamental, que se assemelha em tudo às pressões que o ex-presidente Lula fez sobre os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para que o processo do mensalão não fosse a julgamento, foi feito pelo jornalista Reinaldo Azevedo, ontem, em seu blog na Veja. Fui a campo para esmiuçar o caso e descobri que na terça-feira dia 22, véspera da análise do processo, às 17 horas o Advogado-Geral da União foi ao TCU para uma audiência com o relator, ministro José Jorge (ex-senador do DEM e ex-candidato a vice-presidente da República na chapa tucana em 2006) e pediu para tirá-lo de pauta.

Não é um procedimento incomum, e normalmente os pedidos são atendidos para dar mais tempo aos advogados de se prepararem. Mas, como esse é um caso muito complexo e com delicadezas políticas, o ministro José Jorge tomou a precaução de publicar seu voto na intranet do TCU na véspera. Adams alegava querer fazer uma defesa oral, e não tivera tempo suficiente de analisar o relatório, divulgado no dia anterior.

Mas como o relatório fazia parte do processo, que já era público há muito tempo, o ministro José Jorge não viu razão para adiar o julgamento. Nessa conversa, José Jorge perguntou a Adams: “Você vai fazer a defesa de quem? Nós estamos aqui defendendo a Petrobras, condenando as pessoas a devolverem o dinheiro à Petrobras”. Ao mesmo tempo, o ministro do TCU José Mucio, que foi ministro de Articulação Política de Lula, foi chamado pelo ex-presidente para uma conversa em São Paulo.

No relato que fez a seus pares, disse que encontrou o ex-presidente muito preocupado, relatou mesmo que nunca vira antes Lula de moral tão baixa. O ex-presidente criticou a campanha de reeleição de Dilma, a indefinição do ministro Gilberto Carvalho, que não sabe se fica no Planalto ou vai para a campanha. E mostrou-se especialmente preocupado com a repercussão do processo do TCU sobre a refinaria de Pasadena na campanha eleitoral.

A preocupação era tão grande que Adams não fez a defesa oral e articulou com alguns ministros para que um deles, Benjamim Zymler, pedisse vista do processo. Quando José Jorge terminou de ler seu voto, Zymler alegou que a estimativa dos prejuízos precisava ser revista e pediu vista. O relator esclareceu então que seu voto ficaria computado, o que significava que o pedido de vista seria na votação já começada.

Imediatamente o ministro Weder de Oliveira anunciou que votaria com o relator, alegando que aquela era uma etapa intermediária do processo, que a decisão definitiva só sairá mais adiante, quando fossem ouvidas as partes. Vários ministros, entre eles Ana Arraes, mãe do candidato do PSB Eduardo Campos, deram o voto a favor do relator, que já ficou com a maioria.

Foi então que o ministro José Mucio pediu que o assunto fosse logo à votação “já que a presidenta não está colocada”, e Zymler retirou o pedido de vista, tendo o relatório sido aprovado por unanimidade. Nos contatos mantidos por emissários do governo com ministros do TCU, houve um momento em que foi jogada na mesa a carta da nomeação para o Supremo Tribunal Federal (STF), cargo a que Adams aspira e também o ministro Benjamim Zymler.

Por isso a decisão de excluir os membros do Conselho Administrativo da Petrobras do rol dos culpados foi tão comemorada pelo Palácio do Planalto. Mas é preciso compreender que esse processo vai por etapas. Neste momento, o relator entendeu que seria mais útil concentrar a investigação e a responsabilização na diretoria executiva, que foi quem realmente operou o negócio. Se abrisse muito o leque, alega José Jorge, perderia o foco nas investigações.

Nada impede, porém que ao abrir a Tomada de Contas Especial (TCE) e ouvir os envolvidos no caso, membros do Conselho de Administração, inclusive a própria presidente da República, sejam convocados a depor e eventualmente incluídos no rol dos culpados.

REINALDO AZEVEDO FAZ UM ALERTA AO POVO BRASILEIRO: O PT está se organizando para se livrar do eleitor, do Congresso e do capital


O PT, o eleitor, o Congresso e o capital


Haverá eleição presidencial em outubro. É evidente que se trata de algo muito importante, e não serei eu a subestimá-la. Se atentarem, no entanto, para a inflexão dos meus textos neste espaço, ocupo-me menos das disputas entre A, D ou C do que de alguns choques que se estabelecem em camadas mais profundas, dos quais os embates eleitorais são só uma reverberação. Candidatos me interessam muito pouco; candidaturas me interessam muito mais.

As promessas se escrevem na água com o vento, como disse o poeta sobre o amor. Os valores duram no tempo e fazem história, boa ou má. É por isso que não dou bola, reparem, para o que diz ou pensa Dilma Rousseff. Ela é só carona de um modo de entender a sociedade cuja extensão talvez ignore. Dentro ou fora do governo, Gilberto Carvalho, por exemplo, o secretário-geral da Presidência, é personagem bem mais relevante. Ele andou se referindo a mim de modo nada lisonjeiro. Ingratidão! Poucos, como eu, reconhecem a sua real estatura. Desde os tempos em que ambos trabalhávamos em Santo André...

O PT está se organizando para se livrar do eleitor, do Congresso e do capital, e Carvalho lidera a batalha. Na quarta, ele voltou a defender o decreto presidencial 8.243, que disciplina a participação dos "movimentos sociais" na administração federal. Os deputados tendem a derrubá-lo. Afirmou o ministro: "Se a Câmara e o Senado tiverem bela inteligência política, não se colocarão na contracorrente de uma exigência da sociedade. Há uma disposição de enfrentar essa guerra. Não retiraremos o decreto, vamos até o fim. Se houver derrota, quem pagará o preço são aqueles que se colocam contra essa participação".

Quem, pretendendo negociar, fala em "guerra", luta "até o fim" e "preço a pagar"? Isso revela a importância que assumiu esse instrumento na estratégia petista. Observem que Carvalho ameaça os parlamentares com a cólera do povo. Povo??? O chefão do PT fez essa declaração durante a assembleia de eleição de representantes da sociedade civil no Conselho Nacional da Juventude. Você sabia da existência dessa eleição? Quem, exceto a militância, estava atento a esse calendário? Onde estão os fóruns de debates?

A suposta "democracia direta" dos conselhos e movimentos sociais é só uma forma de sobrepor os interesses de minorias organizadas aos da maioria, que se expressa por intermédio da democracia representativa. Pensem no MTST, de Guilherme Boulos: se todas as pessoas sem casa própria decidissem se submeter à sua liderança, não haveria vantagem competitiva em ser seu comandado. É a lógica elementar da exclusão, não a da inclusão, que torna operativos os ditos movimentos sociais.

Carvalho e o PT querem se livrar do povo e do Congresso, submetendo as decisões do governo federal, pouco importa quem esteja no poder, a milícias ideológicas, que são controladas, na maioria, pelo partido. O decreto da presidente Dilma –e boa parte dos colegas da imprensa insiste em ignorar seu conteúdo– chega a criar o embrião de uma Justiça paralela. É fato. Está lá. Basta ler o troço.

Os petistas também se cansaram de recorrer ao "capital" para financiar eleições. E nós, os jornalistas, somos os inocentes úteis de sua causa sempre que nos comportamos como o Tambor, do Bambi, a gritar "Fogo na floresta!" ao noticiar a doação legal de empreiteiras e bancos a campanhas eleitorais. Até parece que o busílis está nas contribuições declaradas!

O Supremo já formou uma maioria contra a doação de empresas, uma causa do advogado "progressista" Roberto Barroso, que o ministro do STF Roberto Barroso (!?) abraçou. O passo seguinte dessa "luta!" será o financiamento público de campanha, ponto de honra da reforma que o PT quer fazer. Ah, será um sonho! Se tudo sair conforme querem Carvalho e os seus, beleza! O povo, o Congresso, a Justiça e o capital estarão no seu devido lugar: subordinados à aristocracia petista.

Só dois partidos disputam o poder no Brasil, ignoradas as diferenças de superfície, que são irrelevantes: o que se subordina à ordem democrática e o que quer subordiná-la à sua ordem. Escolha.

Texto de Reinaldo Azevedo na Folha em 25/07/2014

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