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terça-feira, maio 05, 2015

Merval Pereira: É preciso investigar os acordos internacionais patrocinados por Lula






O fato de a procuradora que investiga Lula ter dito que não há provas contra ele não quer dizer muita coisa porque é investigando que se chega a elas. E houve um motivo para abrir a investigação. O que se acusa o presidente é de fazer lobby para empreiteiras, para a Odebrecht principalmente, para ajudá-las a fazer obras no exterior. 

A questão é que o BNDES tem uma série de contratos com governos estrangeiros que são protegidos por sigilo e ninguém conhece as normas: por que foram feitos os empréstimos, se há garantias, quais os interesses brasileiros em determinadas obras. 

A Odebrecht é muito próxima a Lula, leva o ex-presidente para palestras internacionais, mas sempre com interesses específicos, sempre para países onde tem obras a serem realizadas.Se o empréstimo do BNDES for justificável, se a obra for do interesse do Brasil, a investigação acaba não dando em nada. Mas é preciso investigar o que há por trás desses acordos internacionais patrocinados pelo Lula, se há algum interesse direto do Lula, ou do PT. 

O Brasil não teve nenhum ganho com o porto de Mariel, em Cuba. Quem vai operá-lo é uma empresa de Cingapura; só quem ganhou foi a Odebrecht. O resto não tem nenhum interesse para o Brasil. Por que o governo brasileiro vai financiar uma empreiteira para fazer obras no exterior, quando aqui tem tanta obra para fazer. O sigilo desses contratos é estranho.

CNC: Boletim Conjuntural do Mercado de Café - abr/2015


cnc
Boletim Conjuntural do Mercado de Café— Abril de 2015 —
- Diante da proximidade da colheita brasileira, futuros do café reagem timidamente ante a desvalorização do dólar.

O mercado futuro do café arábica acumulou discreta valorização em abril, motivada principalmente pela tendência de queda do dólar. A proximidade da colheita nacional e o aumento das especulações devido à divulgação de estimativas internacionais sem embasamento de campo para a temporada 2015/16 do Brasil impediram maior reação dos preços futuros diante da recuperação do real ante a divisa norte-americana.
As sucessivas divulgações de indicadores negativos relativos ao desempenho da economia dos Estados Unidos levaram o dólar a perder força no mercado externo, tendência internalizada no Brasil. A fraca criação de empregos, a queda na produção industrial norte-americana, registradas em março, e a decepcionante expansão de apenas 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2015 reforçaram a percepção de que o início da subida dos juros dos EUA não será iminente, acentuando a desvalorização do dólar em abril.
Outro fato que merece atenção, pois influencia o mercado cambial, é o movimento de recuperação no preço do petróleo. Nos últimos 30 dias, o petróleo WTI apresentou valorização de aproximadamente 17%, sendo a commodity com maiores ganhos na Bolsa de Nova York. Essa tendência, em um cenário de baixa probabilidade de elevação dos juros da economia norte-americana, cria um ambiente favorável ao fortalecimento das moedas dos países exportadores de commodities, a exemplo do real brasileiro.
Os fatores externos, mais o fluxo positivo de divisas no Brasil em abril e a melhora da confiança dos investidores na economia nacional, frente às articulações para a consecução do ajuste fiscal, resultaram na recuperação do real frente à moeda norte-americana. Assim, o dólar comercial encerrou abril a R$ 3,0131, com queda de 5,6% no mês.
Em relação ao comportamento dos fundos que operam no mercado futuro e de opções de café arábica da ICE Futures US, o saldo líquido de posições vendidas apresentou certa redução, mas ainda se encontra elevado na comparação com o histórico dos últimos doze meses, dificultando uma maior reação dos preços futuros do arábica.
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O vencimento julho do Contrato C da Bolsa de Nova York acumulou discreta alta de 135 pontos, sendo cotado a US$ 1,3745 por libra-peso no último dia de abril. A cotação média mensal, de US$ 1,4, foi 29,6% inferior à do mesmo período de 2014. Os estoques certificados de café arábica da ICE Futures US apresentaram redução de 48.513 sacas, encerrando o mês em 2,26 milhões de sacas. O volume estocado encontra-se em patamar 12% inferior ao observado no mesmo período do ano anterior, de 2,57 milhões de sacas.
O mercado futuro da variedade robusta também encerrou o mês com pequena variação positiva. O vencimento julho/2015 negociado na ICE Futures Europe acumulou alta de US$ 34, sendo cotado a US$ 1.792 por tonelada no último dia de abril. A cotação média mensal, de US$ 1.812/t, foi 14,5% inferior à de abril de 2014. Os estoques certificados de conilon monitorados pela Bolsa mantiveram a tendência de alta e atingiram aproximadamente 2,33 milhões de sacas em abril, volume aproximadamente dez vezes superior ao contabilizado no mesmo período do ano passado.

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No mercado físico brasileiro, os preços do café encerraram abril acumulando queda. Os indicadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon foram cotados, no final do mês, a R$ 435,70/saca e a R$ 294,19/saca, com perdas de, respectivamente, 1,9% e 2,8% no mês. Segundo o Cepea, a queda mais acentuada nos preços do café conilon se deveu à entrada no mercado de lotes da safra 2015/16. Levantamento realizado pela instituição indicou que, em meados de abril, ainda restavam cerca de 20% dos grãos da safra 2014/15 capixaba para serem negociados. Esse café apresenta qualidade superior à dos primeiros lotes da nova safra, que foi prejudicada pela estiagem. Em Rondônia, praticamente todo o volume colhido no ano anterior já foi comercializado e a nova safra (2015/16) tem sido prejudicada por chuvas e elevado número de grãos verdes nos pés.
Em relação à variedade arábica, as pesquisas realizadas em abril pelo Cepea indicaram ritmo lento nas negociações para entrega futura da safra 2015/16, com valores variando entre R$ 460,00 e R$ 550,00 por saca nos contratos firmados para realização em setembro e outubro de 2015. Em meados de abril, apenas no Cerrado Mineiro, na Zona da Mata de Minas e na Mogiana Paulista o porcentual comercializado do volume a ser colhido em 2015 superava os 10%. No mesmo período do ano anterior, a comercialização ultrapassava os 30% em muitas praças, devido à forte valorização dos preços observada no primeiro trimestre de 2014.
* Material elaborado pela assessoria técnica do CNC.

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EMBRAPA: TRISTEZA PARASITÁRIA EM BOVINOS NO PANTANAL DE MATO GROSSO DO SUL



Raquel Soares Juliano
Alda Izabel de Souza
Flábio Ribeiro de Araújo
Rosângela Zacarias Machado
Karla Moraes Rocha Guedes

O complexo Tristeza Parasitária Bovina (TPB) é uma infecção parasitária sanguínea que ocorre quando o “carrapato do boi” (Rhipicephalus microplus), infectado por Babesia spp. e Anaplasma marginale, suga o sangue e infecta bovinos suscetíveis a essa doença. Os sinais clínicos da TPB são febre, apatia, falta de apetite, emagrecimento, mucosas pálidas e/ou amareladas, podendo evoluir para morte do animal nos casos graves. Os bezerros recém-nascidos recebem anticorpos do colostro, que os protegem durante os primeiros meses de vida. A exposição gradativa desses animais ao vetor e, consequentemente, ao agente da TPB, é responsável pelo desenvolvimento da imunidade ativa, que resulta em menor ocorrência de casos clínicos dessa doença. A princípio, os casos mais graves da TPB ocorrem nas seguintes situações: 


Em regiões onde a ocorrência do carrapato é menor, devido a questões climáticas ou ao uso excessivo de substâncias carrapaticidas no controle das infestações do rebanho. 


Rebanhos com animais suscetíveis devido a fatores relacionados à idade, estresse, baixa imunidade específica ou raças com maior sensibilidade aos agentes infecciosos. 

A maior suscetibilidade de um rebanho, fazenda ou região à ocorrência de casos ou surtos dessa enfermidade pode ser determinada pela ocorrência do fenômeno de instabilidade enzoótica. Nessas condições, os bovinos jovens não entram em contato com carrapatos infectados e, por isso, não desenvolvem imunidade ativa contra Babesia spp. e Anaplasma marginale. Consequentemente, quando esses animais forem infectados pela primeira vez, vão apresentar sinais graves da doença, caracterizando a ocorrência de surtos com altas taxas de mortalidade. A instabilidade enzoótica pode ser determinada pela realização de testes de diagnóstico sorológico de TPB nos animais. Se o número de soropositivos for menor que 75%, essa situação de risco está presente e aumentam as chances da ocorrência de surtos.

Os estudos realizados no início dos anos 2000 concluíram que o Pantanal não apresentava condições favoráveis à proliferação do "carrapato do boi". As alternâncias extremas de seca e cheia, a baixa densidade de bovinos e os campos com gramíneas nativas de baixa altura mantinham os bovinos pouco infestados. Entretanto, era o suficiente para que os rebanhos mantivessem a estabilidade enzoótica para TPB.

A partir de 2009, algumas publicações científicas sinalizaram que a introdução de raças bovinas mais suscetíveis, deflorestação e/ou substituição de pastagens nativas, com a finalidade de melhorar a produtividade dos rebanhos pantaneiros, poderiam promover um aumento na população do carrapato e na infecção de bovinos e cervídeos pelos agentes da TPB. Além disso, as práticas de manejo e controle dos carrapatos deveriam obedecer a critérios técnicos que observassem o risco de ocorrência de doenças transmitidas por carrapatos nessas populações suscetíveis, já que havia pouco conhecimento sobre a dinâmica populacional e a epidemiologia dessas enfermidades no Pantanal. Diante dos surtos de TPB ocorridos e avaliados até o presente momento, é possível formular hipóteses sobre uma causa multifatorial, relacionada ao não desenvolvimento de imunidade ativa e à exposição dos animais a diferentes condições de estresse. 

A mortalidade de bezerros de corte na região do Pantanal sul-mato-grossense pode ocorrer de forma aguda, atingindo principalmente animais após a desmama, com idade variável entre 9 e 13 meses, ocorrendo principalmente durante o manejo de rotina na fazenda (rodeio, vacinação, vermifugação), com aumento do número de casos após períodos de transporte. O histórico da ocorrência de casos e a inspeção dos animais, preferencialmente nos locais onde acontece a mortalidade, é importante para descartar outras enfermidades capazes de se confundir com a TPB.

Nas ocorrências observadas no Pantanal, os animais infectados apresentam escore corporal baixo ou atraso no crescimento. Os sinais clínicos mais evidentes são: mucosas pálidas e amareladas, além da presença de indivíduos com sinais clínicos compatíveis com dermatofilose, uma doença de pele conhecida popularmente como “mela” ou “chorona”.

Os métodos diagnósticos de TPB incluem microscopia para detecção dos parasitas em esfregaço sanguíneo (exame parasitológico) e análises sorológicas e moleculares para Babesia spp. e Anaplasma marginale. A realização de necropsia pode ser muito útil no diagnóstico diferencial e o aumento do tamanho do baço e fígado são compatíveis com TPB. 

As recomendações para minimizar as chances de ocorrência de surtos baseiam-se no uso criterioso de substâncias carrapaticidas, com a finalidade de manter níveis de anticorpos capazes de proteger os indivíduos mais suscetíveis, além do emprego de métodos de manejo de desmama, manejo nutricional e de transporte para reduzir condições de estresse nessa população. O tratamento profilático e curativo de animais em condições de risco ou populações nas quais ocorreram surtos é possível, mas pode ter um custo operacional e financeiro importante, além de não impedir a morte de animais em condições graves e avançadas da enfermidade.

É fundamental que os produtores pantaneiros estejam atentos à TPB e comuniquem a sua ocorrência ao seu médico-veterinário e pesquisadores da Embrapa para que seja possível monitorar onde ela tem sido encontrada e qual o seu impacto para a atividade pecuária da região.

Para maiores informações, procure o SAC da Embrapa (www.embrapa.br/sac).


Raquel Soares Juliano (raquel.juliano@embrapa.br), pesquisadora da Embrapa Pantanal; Alda Izabel de Souza (aldaizabel@hotmail.com), professora da FAMEZ/UFMS; Flábio Ribeiro de Araújo (flabio.araujo@embrapa.br), pesquisador da Embrapa Gado de Corte; Rosângela Zacarias Machado (zacarias@fcav.unesp.br), professora da FCAV/Unesp; Karla Moraes Rocha Guedes (karla.guedes@embrapa.br), analista da Embrapa Pantanal.

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