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sexta-feira, julho 29, 2016

CNC - Balanço Semanal de 25 a 29/07/2016




BALANÇO SEMANAL — 25 a 29/07/2016

Brasil planeja ações para ampliar sua fatia no mercado mundial do agronegócio; internamente, setor cafeeiro debate renovação do cinturão produtor

PROGRAMA ACESSO A MERCADOS — O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, vem debatendo com o setor agropecuário um projeto piloto de promoção do agronegócio brasileiro no exterior para atrair investidores. Denominado Programa Acesso a Mercados (PAM-AGRO), a iniciativa nasceu da parceria entre a Apex-Brasil e o Mapa e conta com a participação do Ministério das Relações Exteriores e da Câmara de Comércio Exterior (Camex). O objetivo é finalizar o debate junto ao setor privado e fazer o anúncio em outubro de 2016.

Visando à captação de novos negócios para o País e à promoção comercial dos produtos do agronegócio nacional, o Programa visa a unir o Governo e as entidades agrícolas brasileiras com foco em: (i) adentrar a novos mercados, (ii) melhorar a imagem do agronegócio nacional no exterior e (iii) promoção comercial. Atualmente, o Brasil participa com 7% do mercado mundial de grãos, fibras e commodities e a proposta do projeto é ampliar essa fatia para 10% nos próximos cinco anos.

O CNC enaltece a ação empreendedora do Governo junto ao setor privado e entende que ambos necessitam caminhar lado a lado na conquista de novos mercados a na consolidação dos atuais parceiros internacionais. Assim, colocamo-nos à disposição para contribuir no sentido de evidenciar ao mundo que o agronegócio brasileiro é extremamente sustentável, sendo conduzido sob as mais rígidas leis ambiental e trabalhista. Ao unirmos esforços, certamente conseguiremos transmitir essa realidade aos atuais e futuros parceiros internacionais, possibilitando que seja alcançado o objetivo de o País responder por 10% do mercado global de grãos, fibras e commodities até 2021.

RENOVAÇÃO DO PARQUE CAFEEIRO — Na terça-feira, 26, o CNC manifestou apoio à elaboração de proposta, por parte da Embrapa Café, para a criação de uma linha de financiamento voltada à renovação gradativa do cinturão cafeeiro nacional, com recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), conforme matéria discutida na 25ª reunião do Comitê Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento do Café (CDPD/Café).

Ao tempo em que o Conselho Nacional do Café recorda que essa é uma antiga reivindicação do setor produtivo, solicitada pelo próprio CNC junto ao Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC) em ocasiões anteriores, também defende que a medida seja adotada de maneira paulatina, em pequenas escalas a cada ano, para que não haja impacto no mercado de preços e fornecimento, bem como se evite uma virtual descapitalização do Funcafé, a qual possa comprometer as demais linhas de financiamento. Agora a matéria será debatida na próxima reunião do Comitê Diretor de Planejamento Estratégico do Agronegócio Café (CDPE/Café) para ter suas definições e seu encaminhamento para aprovação no CDPC.

GEORREFERENCIAMENTO — Há anos, o Brasil e o mundo cafeeiro se veem reféns das especulações mercadológicas, as quais emergem conforme o interesse de grandes players, normalmente com o intuito de pressionar as cotações para que adquiram o produto a preços aquém do que os fatores fundamentais sinalizam. Um dos motivos para isso, em solo brasileiro, é o descrédito que agentes internacionais possuem frente a nossos dados oficiais, por mais que a Conab seja o órgão com melhores condições para acompanhar, in loco, o desenvolvimento das safras brasileiras de café.

O CNC, ciente desse cenário e com o intuito de mitigar os impactos dessa especulação, ainda na década de 90, quando Alberto Duque Portugal presidia a Embrapa (1995 a 2002), solicitou a implantação do georreferenciamento no parque cafeeiro nacional, de maneira que tivéssemos ciência sobre quantos somos, onde estamos e o quanto produzimos de fato. Entretanto, deparamo-nos com muita divergência sobre como realizar esse mapeamento da cafeicultura nacional e os projetos não saíram do papel.

Diante da paralisia relacionada à matéria, o Conselho Nacional do Café iniciou negociações junto ao Governo Federal e aos demais elos da cadeia produtiva e os trabalhos vêm percorrendo um caminho promissor no sentido de que possamos, enfim, chegar ao processamento dos dados georreferenciados da cafeicultura brasileira.

O passo mais recente foi dado em São Paulo, ontem, em reunião para a definição de conteúdo para um termo de referência para a licitação de um projeto de mapeamento do parque cafeeiro nacional, a ser custeado com recursos do Funcafé. O encontro contou com especialistas da área de geoprocessamento e com representantes da cadeia produtiva do café, que possuem assento no Comitê Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento do CDPC.

Como representantes da produção, entendemos que essa é uma atitude necessária e que trará vantagens ao agronegócio café do País como um todo, haja vista que as especulações a respeito dos números relacionados às safras brasileiras tendem a desaparecer ou a enfraquecer muito. Dessa forma, o CNC crê que, após vários anos de trabalho, conseguiremos trazer mais transparência ao mercado, aproximando os agentes à realidade da nossa cafeicultura, realidade a qual sempre foi um fator adotado pelo Conselho em nossa conduta institucional.

MERCADO — O mercado internacional do café andou de lado esta semana, respeitando os níveis de resistência nas bolsas. Na ICE Futures US, o vencimento setembro do Contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,4215 por libra-peso, com leve alta de 25 pontos em relação ao fechamento da semana passada. O vencimento setembro do contrato futuro do robusta, negociado na ICE Futures Europe, encerrou o pregão de ontem a US$ 1.813 por tonelada, US$ 25 acima da cotação da última sexta-feira.

Em Nova York, as cotações tiveram pouca volatilidade devido ao pouco interesse de venda de origens e à pouca força técnica do mercado para trabalhar abaixo de US$ 1,40 ou acima de US$ 1,50. Segundo analistas, com a aproximação do verão no Hemisfério Norte, os compradores devem se retirar do mercado em agosto, assim, os desempenhos do dólar e do real passam a ser vistos como decisivos para dar uma sinalização a respeito do próximo movimento nas bolsas. Na semana, a divisa norte-americana registrou alta 1,18%, encerrando a quinta-feira a R$ 3,2965.

Outro ponto que vem sendo observado como provável orientador dos preços é o clima no Brasil. De acordo com a Somar Meteorologia, o tempo permanecerá seco no País, favorecendo o andamento da colheita. Uma frente fria avança pelo oceano, afastado da costa de São Paulo, mas não chega a mudar o tempo de forma significativa em áreas cafeeiras.

Por outro lado, a Somar informa que essa frente fria ocasionará ventos que trarão ar mais frio para a Região Sudeste, fato que volta a provocar noites mais frias. Na zona da Mata e no leste de Minas Gerais, na Zona da Mata do Espírito Santo e na Bahia há possibilidade de chuviscos em função de ventos mais úmidos vindos do mar. Mas, nos primeiros cinco dias de agosto, a tendência é que o tempo permaneça seco, com temperaturas baixas ao amanhecer, porém sem risco de geadas.

No mercado físico, os preços do café arábica subiram na semana, acompanhando a valorização externa e em função da oferta reduzida. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os cafeicultores seguem focados na entrega de lotes contratados anteriormente, aguardando maiores aumentos para negociar no spot. O indicador calculado pelo Cepea para a variedade foi cotado, ontem, a R$ 489,49/saca, com alta de 0,83% em relação ao fechamento da semana anterior.

Para o robusta, as negociações também seguiram limitadas e o cenário manteve-se positivo em função da restrição de oferta, que reflete o cenário de estiagem vivido pelos cafezais no Espírito Santo. O indicador do Cepea para a variedade conilon registrou avanço de 1,33% na comparação com a semana antecedente, cotado a R$ 420,46/saca, novo patamar recorde da série histórica.



Atenciosamente,
Silas Brasileiro
Presidente Executivo

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Brasil promoverá cafés especiais durante a Olimpíada do Rio de Janeiro





BSCA coordenará ações no Espaço Arte do Café, na Casa Brasil, através de parceria com a Apex-Brasil e o Sebrae, durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos
 
A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) coordenará trabalhos de promoção dos cafés especiais nacionais durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de Janeiro, no Espaço Arte do Café, dentro da Casa Brasil, no Píer Mauá, de 4 de agosto a 18 de setembro. A ação será viabilizada através de parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e o Sebrae Nacional.

No Espaço, serão feitas apresentações sobre os cafés especiais brasileiros, explorando história, origens produtoras, características e métodos mais interessantes de preparo. "Serão realizadas apresentações individuais dos métodos de preparo e o café selecionado para cada demonstração será oferecido ao público presente. Trata-se do mesmo modelo que utilizamos na Expo Milão, na Itália, também em parceria com a Apex-Brasil, que foi muito bem sucedido", explica a diretora da BSCA, Vanusia Nogueira.

Os cafés que serão apresentados são de associados da BSCA e dos pequenos produtores de cafés especiais apoiados pelo Sebrae, cultivados em diversas regiões produtoras do Brasil. "Considerando a diversidade dos grãos, realizaremos apresentações distintas, com explicações sobre as características próprias da bebida e os produtos referentes a cada uma das regiões de produção e que estão à disposição no mercado", completa.

NÚMEROS DO BRASIL
A BSCA estima que o Brasil produzirá até 8 milhões de sacas de 60 kg de cafés especiais em 2016, o que representa uma fatia de 35,5% da demanda mundial pelo produto, projetada pela Organização Internacional do Café (OIC) em 22,5 milhões de sacas. No ano passado, o País exportou 6,75 milhões de sacas (18% do total nacional de 37 milhões de sacas) e registrou o consumo interno de 1 milhão de sacas de cafés especiais, o que correspondeu a 5% do total de 20,5 milhões de sacas bebidas pelos brasileiros.

O principal mercado para os cafés especiais do Brasil são os Estados Unidos, mas os maiores valores pagos pelo produto são obtidos nas vendas para Japão, Coreia do Sul, Austrália e Taiwan. A China desponta como um mercado bastante promissor, apesar de sua pouca tradição no consumo da bebida. Entre 2012 e 2015, por exemplo, as importações totais de cafés especiais pelo país asiático, conforme a OIC, apresentaram crescimento de 29%, chegando a 1,8 milhão de sacas.

O Brasil é o líder do ranking global de produção e exportação de café e o segundo maior consumidor da bebida no mundo, atrás apenas dos EUA. O País cultiva o fruto em 23 regiões produtoras, o que permite que sejam produzidos cafés que atendam a todas as demandas e paladares do planeta, sob a bandeira nacional das sustentabilidades econômica, social e ambiental, gerando divisas a todos os segmentos da cadeia produtiva.

REGIÕES PRODUTORAS PARTICIPANTES
Para a ação promocional durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de Janeiro, a BSCA e o Sebrae selecionaram cafés especiais de 10 regiões produtoras, descritas na sequência.

Sul de Minas (MG): o clima e o relevo favoráveis, aliados a uma produção artesanal da bebida, são os segredos da premiada região. Os fatores para o sucesso são a dedicação em todas as etapas da produção, a infraestrutura sólida e os investimentos em pesquisa. No sudoeste dessa localidade, há cidades produtoras como Guaxupé, que tem a maior cooperativa do Brasil, a Cooxupé, e também se destacam Varginha e Três Pontas. O Sul de Minas possui temperatura amena (entre 18 e 20 graus), altitudes elevadas (até 1.400 metros) e tornou-se uma das principais produtoras de cafés especiais do Brasil. Outros municípios cafeeiros são Poços de Caldas e Muzambinho. Características do café: Sudoeste – corpo médio, acidez alta, adocicado, com notas florais e cítricas; Montanhas – corpo aveludado, acidez alta, adocicado, com notas de caramelo, chocolate, amêndoa, cítricas e frutadas.

* Indicação de Procedência Mantiqueira de Minas (MG): situada na face mineira da Serra da Mantiqueira, no Sul do Estado de Minas Gerais, a região tem tradição secular na produção de cafés de qualidade. A Mantiqueira é hoje uma das regiões mais premiadas do Brasil. Em 2011, a área foi reconhecida como Indicação Geográfica (IG), na modalidade Indicação de Procedência (IP), por sua tradição e reputação mundial em produzir cafés especiais com perfil sensorial altamente diferenciado. Esses são cafés raros e surpreendentes, que refletem a combinação de um terroir único e do saber fazer local que busca continuamente a excelência. Entre os municípios, destaca-se Carmo de Minas, uma pequena cidade que conquistou muitos prêmios. Outras cidades na região que se sobressaem em produção são Conceição das Pedras, Paraisópolis, Jesuânia, Lambari, Cristina, Dom Viçoso e Pedralva. Características do café: (i) Via úmida (cereja descascado/despolpado) – notas cítricas e florais, corpo cremoso e denso, acidez cítrica com intensidade média-alta, doçura alta, finalização longa; (ii) Via seca (café natural) – cítrico, floral, frutado, corpo cremoso e denso, acidez média-alta, doçura alta.

Matas de Minas (MG): a região surgiu para o mercado de cafés especiais após o início da produção dos grãos cerejas descascados. Atualmente, os produtores estão entre os finalistas dos concursos de cafés especiais e exportam para Japão, Europa e Estados Unidos. As principais cidades produtoras são Diamantina, Presidente Kubitschek, Manhuaçu, Ervália, Araponga e Viçosa. Características do café: corpo médio a encorpado, acidez média, doçura alta, com aroma achocolatado e sabor cítrico.

** Denominação de Origem Cerrado Mineiro (MG): o fruto começou a ser cultivado na região, na década de 1970, por agricultores paranaenses, que fugiam das geadas, e paulistas, que enfrentavam o problema de nematoide. O Cerrado Mineiro apresenta clima seco durante o período da colheita, o que faz com que o café sofra menos com a umidade depois de colhido. Abrangendo 55 municípios do Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas, conquistou a Denominação de Origem em 2013 e foi a primeira de café do País a receber este reconhecimento.

* Indicação de Procedência Alta Mogiana (SP): tradicional produtora de cafés, a região congrega 15 municípios paulistas – Altinópolis, Batatais, Buritizal, Cajuru, Cristais Paulista, Franca, ltirapuã, Jeriquara, Nuporanga, Patrocínio Paulista, Pedregulho, Restinga, Ribeirão Corrente, Santo Antônio da Alegria e São José da Bela Vista – e oito mineiros – Claraval, Capetinga, Cassia, Ibiraci, Itamogi, Sacramento, São Sebastião do Paraíso e São Tomas de Aquino – distribuídos em meio aos polos cafeeiros de Franca, Pedregulho (um dos municípios mais altos do Estado) e Altinópolis. Características do café: aroma marcante, frutado com notas de chocolate e nozes, corpo cremoso aveludado, acidez média e muito equilibrada e finalização prolongada, com uma doçura de caramelo e notas de chocolate amargo.

Média Mogiana (SP): nessa região, a maior concentração de café fica em São João da Boa Vista. É uma área climaticamente apta para o grão, montanhosa e com alguns municípios acima de 1.000 metros de altitude, produtividade alta e de muito boa qualidade. Tem como limitação a mecanização em áreas de topografia acentuada. A produção de café abrange cinco dos 16 municípios produtores, sendo alguns deles Espírito Santo do Pinhal, Santo Antônio do Jardim e São João da Boa Vista. Características do café: boa acidez, doçura média, corpo médio, notas de chocolate, castanha e nozes.

Planalto Baiano (BA): na região do Planalto, que envolve Chapada Diamantina, Planalto de Vitória da Conquista e Serrana de Itiruçu/Brejões, muitas propriedades realizam a colheita seletiva (apenas grãos maduros), o que favorece a produção do café cereja descascado. Além da colheita dos frutos maduros, a criação de cooperativas e associações foi fator importante para a obtenção de qualidade e para o sucesso da agricultura familiar, predominante no Estado. Com altitude média de 850 metros e temperatura amena, as características da região são ideais para o cultivo do café arábica. A colheita é feita durante o inverno chuvoso e exige maior atenção dos produtores na hora da secagem. Entre as regiões da Chapada Diamantina estão cidades premiadas como Piatã, Mucugê, Ibicoara, Vitória da Conquista, Barra do Choça e Poções. Características do café: encorpado e aveludado, adocicado, com acidez cítrica, notas de nozes, chocolate e final prolongado.

Montanhas do Espírito Santo (ES): o café produzido nessa região montanhosa, acima de 400 metros, é o arábica. A partir da década de 1980, foi iniciado um trabalho de melhoria da qualidade, com as técnicas tradicionais sendo substituídas por novas máquinas, o que possibilitou maior controle no processamento do grão. As principais cidades produtoras são Afonso Cláudio, Venda Nova do Imigrante, Alfredo Chaves e Castelo. Características do café: encorpado e com acidez de média a alta, doçura e boa complexidade de aromas.

* Indicação de Procedência Norte Pioneiro do Paraná (PR): a região dispõe de fortes cooperativas, institutos agronômicos e de pesquisa e ainda produtores empenhados para que o crescimento da cafeicultura seja forte e constante. A Associação de Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná (Acenpp) e a Cooperativa de Cafés Especiais e Certificados do Norte Pioneiro do Paraná (Cocenpp) abrangem 45 municípios e contam com a participação ativa de aproximadamente 300 produtores. As principais cidades são Jacarezinho, Ribeirão Claro, Carlópolis, Ibaiti, Abatiá, Joaquim Távora, Pinhalão e Santo Antônio da Platina. Características do café: corpo médio, doce, com acidez média e notas de chocolate e caramelo.

Rio de Janeiro (RJ): apesar de hoje não ser um grande produtor, o Estado tem papel histórico importante, pois deu início ao cultivo do café brasileiro em grande escala. A produção estadual gira em torno de 350 mil sacas por ano. Características do café: os grãos do Estado possuem características diversas e servem de base para blends de diversos produtos no Brasil.

* Indicação de Procedência (IP)
Valoriza a tradição produtiva e o reconhecimento público de que o produto de uma determinada região possui uma qualidade diferenciada. É caracterizada por ser área conhecida pela produção, extração ou fabricação de determinado produto. Ela protege a relação entre o produto e sua reputação, em razão de sua origem geográfica específica.

** Denominação de Origem (DO)
Especifica que as características do território agregam um diferencial ao produto. Define que uma determinada área tenha um produto cujas qualidades sofram influência exclusiva ou essencial por causa das características daquele lugar, incluindo fatores naturais e humanos. Em suma, as peculiaridades dessa região devem afetar o resultado final do produto, de forma identificável e mensurável.

SERVIÇO: Espaço Arte do Café na Casa Brasil
Local: Píer Mauá, Av. Rodrigues Alves, n° 10, Centro, Rio de Janeiro (RJ)
Quando:
- 06 a 21 de agosto: entre 10h e 20h
- 22 de agosto a 06 de setembro: entre 14h e 20h
- 07 a 18 de setembro: entre 10h e 20h
Mais informações: (35) 3212-4705 / 3212-6302 / exec@bsca.com.br

Mais informações para a imprensa
BSCA - Assessoria de Imprensa
Paulo André Colucci Kawasaki
(61) 98114-6632ascom@bsca.com.br

CMN autoriza prorrogação das dívidas dos produtores de soja


Na noite de ontem, 28, o Conselho Monetário Nacional (CMN) divulgou a Resolução 4.508, que autoriza a prorrogação dos pagamentos dos financiamentos dos produtores de soja que comprovarem perdas em suas lavouras, decorrentes do excesso de chuva durante a safra 2015/2016.

O reembolso dos custeios poderá ser feito em até cinco anos e dos investimentos para um ano após a previsão de encerramento do contrato, mesmos benefícios concedidos aos produtores de arroz que também contabilizaram prejuízos devido aos fatores climáticos.

O deputado federal Afonso Hamm, que articulou medidas com o ministro da agricultura, Blairo Maggi, com o secretário de políticas públicas do governo federal, Neri Gelller, com representantes do Ministério da Fazenda e de instituições financeiras, comemorou a decisão. “Assumimos com os sojicultores o compromisso de buscarmos alternativas para renegociação das dívidas de custeio e de investimentos. Entendemos que essa decisão traz fôlego aos nossos agricultores, especialmente aos da Metade Sul do Estado. Agora temos que seguir as orientações do CMN para garantir o alongamento dos contratos que estão vencendo”.

A ação do CMN, similar à realizada no mês passado para o setor do arroz, será válida para os municípios onde tenha sido decretada situação de emergência ou estado de calamidade pública a partir de primeiro setembro do ano passado, com reconhecimento pelo Ministério da Integração Nacional. O prazo para formalização do pedido é até 30 de dezembro deste ano e Resolução pode ser conferida na íntegra no portal do Banco Central do Brasil, através do endereço abaixo.






EMBRAPA: Produtores conhecem vantagens da Carne Carbono Neutro em dia de campo da Embrapa





A marca-conceito Carne Carbono Neutro (CCN), desenvolvida pela Embrapa, foi apresentada em um dia de campo, dentro da programação da etapa Campo Grande da Intercorte, na sexta-feira, 22, na Fazenda Boa Aguada (Grupo Mutum), em Ribas do Rio Pardo (cerca de 150 km de Campo Grande). Um dos donos da fazenda, Moacir Reis, conta que ao serem convidados pela Embrapa para conversar sobre a condução dos experimentos, a propriedade já estava de portas abertas para a Empresa e que foi muito bom aprender e falar sobre Carne Carbono Neutro.

Durante o dia de campo, os participantes souberam que o conceito CCN visa atestar a carne bovina produzida com alto grau de bem-estar animal, na presença do componente arbóreo, em sistemas de integração do tipo silvipastoril (pecuária-floresta, IPF) ou agrossilvipastoril (lavoura-pecuária-floresta, ILPF) e que, nessas condições, as árvores neutralizam o metano entérico exalado pelos animais, um dos principais gases responsáveis pelo efeito estufa que provoca o aquecimento global.

O pesquisador da Embrapa Florestas, Vanderley Porfírio, explica como a árvore faz a diferença dentro do sistema. "Para crescer, ela tira gás carbônico da atmosfera, então na madeira, dirigida a produtos de maior valor agregado como móveis, uso na construção civil, piso e assoalho, fica imobilizada aquela quantidade de carbono num período de tempo maior, que vai durar de dez a 15 anos, e assim podemos afetar a forma como o carbono entra e sai da atmosfera", esclarece.

Moacir Reis lembra que implantou o sistema silvipastoril na fazenda em 2006, sendo pioneiro em Mato Grosso do Sul e que a propriedade serviu de exemplo para outros produtores rurais, tendo hoje mais de dois mil hectares de floresta plantada. "Ficamos muito honrados por termos começado esse projeto, até muito criticado por outros setores, porque as pessoas sempre falam que não tem como produzir madeira na mesma área de manejo dos bovinos. Então saber que podemos produzir na mesma unidade de manejo, tanto a madeira quanto o gado, nos deixa muito satisfeitos", diz acrescentando que "é muito bom saber que Mato Grosso do Sul tem hoje 40 mil hectares de sistema silvipastoril e nossa fazenda foi uma das pioneiras no Brasil em divulgar esse sistema".

O pesquisador da Embrapa Gado de Corte, Roberto Giolo, conta que os estudos foram iniciados na fazenda há cerca de um ano e, depois do abate dos animais selecionados para a pesquisa, a análise da qualidade de carcaça e de carne mostrou que 100% deles atingiram os níveis desejáveis. "Isso indica que é facilmente possível obter animais com qualidade dentro do conceito da Carne Carbono Neutro", destaca.

Segundo o também pesquisador da Embrapa Gado de Corte, Rodrigo Gomes, os animais foram abatidos com 514 quilos de média de peso vivo, em torno de 18,3 arrobas de carcaça, com rendimento de carcaça em torno de 53%. "Em relação ao acabamento, cerca de 95% dos animais tinham acabamento de gordura 3, que é o desejável. Em geral, as carcaças estavam de acordo com o que a indústria quer, com bom acabamento e animal jovem, em média de 32 meses, considerado novilho precoce", informa.

Bem-estar animal

A árvore também é essencial ao conforto térmico e bem-estar animal, principalmente em sistemas extensivos de produção de bovinos em pastagens, assim como fatores como a boa nutrição, boa qualidade de água, bom manejo e adequado manejo sanitário. "Segunda a literatura, quando se tem a sombra pode haver até 30% a mais de produtividade de leite, mas claro que outros fatores têm que estar bem dimensionados, então quando o sistema está funcionando satisfatoriamente, a sombra vem a agregar. A mesma coisa acontece com animais para a produção de carne. Temos dados de 10 a 15% a mais de produtividade nessas condições", afirma a pesquisadora da Embrapa Gado de Corte, Fabiana Alves.

Sustentabilidade

A gerente de Sustentabilidade da JBS, Daniela Teston, que também participou do dia de campo, diz que o conceito CCN está totalmente aliado à estratégia de sustentabilidade da companhia. "A JBS aposta muito nessa parceria com a Embrapa para termos mais opções ao atender o portfólio de clientes cada vez mais exigentes, e que os produtores possam acessar esses mercados", conclui.

Evento

Realização: Embrapa, Grupo Mutum e Intercorte. Apoio: Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Sistema Famasul, Fundação MS, Bellman, Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), JBS, Banco do Brasil e Rede de Fomento ILPF (Cooperativa Agroindustrial Cocamar, Dow AgroSciences, John Deere, Parker e Syngenta).

Texto e fotosKadijah Suleiman, jornalista da Embrapa Gado de Corte (MTb RJ 22729)
Campo Grande/MS
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)
kadijah.suleiman@embrapa.br
Telefone: +55 (67) 3368-2203 



EMBRAPA: Horta doméstica reaproveita materiais e produz alimentos agroecológicos

Nicoli Dichoff - Aprenda a montar o sistema no quintal de casa



Aprenda a montar o sistema no quintal de casa



Alfaces verdinhas, macias e que não recebem agrotóxicos são produzidas na Embrapa Pantanal por meio de um sistema que aproveita materiais recicláveis, ocupa pouco espaço e exige baixa manutenção. Estamos falando da horta suspensa vertical semi-hidropônica, adaptada para produzir verduras na unidade de pesquisa pantaneira. As plantas crescem em uma estrutura com várias colunas formadas por garrafas pet encaixadas umas nas outras, preenchidas com terra. Usando o gotejamento como método de irrigação, o sistema retém umidade, usa menos água que as hortas convencionais e otimiza a produção.
"O custo é muito baixo. A pessoa tem uma horta o ano todo que ela mesma pode manejar de forma muito simples, muito fácil. É uma plantação pequena que se pode ter em casa de maneira sustentável, reaproveitando material de reciclagem e evitando que ele seja descartado no meio ambiente", afirma o supervisor do Setor de Campos Experimentais (SCE) da Embrapa Pantanal, Cleomar Berselli.
Confira os materiais necessários para montar uma horta vertical semelhante à que existe atualmente na Embrapa Pantanal:
  • 3 pedaços de madeira para apoiar as colunas de garrafas – podem ser postes usados ou caibros. O tamanho sugerido é que dois pedaços tenham 1,60m e um tenha 2m;
  • 80 garrafas pet de plástico resistente e com o bico afunilado para facilitar o encaixe;
  • De 50kg a 60kg de composto orgânico, terra com composto ou 40kg de composto + 10 litros de substrato próprio para horticultura;
  • Tinta branca;
  • De 15 a 18 metros de arame liso para manter as garrafas suspensas;
  • 10 metros de arame fino, fácil de moldar.
Essas quantidades variam de acordo com o tamanho da horta.

Passo a passo
Cleomar ensina como erguer a estrutura: primeiro, monta-se uma ´trave´ com os postes de madeira que deverá servir como base. Depois, as linhas de arame são fixadas na horizontal entre os postes verticais para apoiar as colunas de garrafas (a horta da Embrapa Pantanal tem 7 linhas de arame). "As colunas ficam encostadas nas linhas de arame e presas a elas por um arame mais fino, que contorna as garrafas e as fixa no arame mais grosso", diz Cleomar. Também é preciso pintar as garrafas com tinta branca antes de utilizá-las para assegurar que a temperatura da horta se mantenha estável.
Depois, é hora de começar a montar as colunas. A primeira garrafa, a que ficará no chão, deverá permanecer com tampa para reter a umidade no sistema, mas terá o fundo retirado para que a próxima se encaixe. As outras garrafas da coluna deverão ter o fundo retirado, assim como toda a estrutura da tampa – porém, o topo afunilado deve ser mantido para facilitar o encaixe entre elas, de acordo com o supervisor. Cada nova garrafa deverá ser acoplada à anterior já com um pouco de terra dentro. A cada duas ou três garrafas, Cleomar recomenda que se acrescente um pouco mais de terra.


Na Embrapa Pantanal, cada coluna tem nove garrafas, sendo que a última serve para irrigar o sistema. Ela deve ser mantida inteira, tampada e cheia de água. É preciso fazer alguns furos com uma agulha próximo à tampa o gotejamento e um ou dois furos na base para permitir a entrada de ar. O supervisor substituto do SCE, Marcelo Xavier, dá uma alternativa: levar a água produzida por aparelhos de ar condicionado até as plantas por meio de uma mangueira com furos sobre as colunas de garrafas. Dessa forma, enquanto o ar estiver ligado, não é necessário recolocar água no sistema. "Mesmo ficando três dias sem irrigação, as verduras sofrem, mas não perdemos a produção. O próprio sistema se mantém úmido", afirma.
Após a montagem da horta, é preciso fazer alguns cortes nas garrafas para que as plantas tenham espaço para crescer. Cleomar sugere abrir quadrados de 3x3cm ou 4x4cm, mantendo um dos lados do quadrado fixo na garrafa – dessa forma, as verduras terão em que se apoiar quando crescerem. Ele relembra que os dois lados do sistema podem receber plantios. "A gente sugere, ainda, que a horta seja montada no sentido norte-sul por causa do sol. Como estamos em uma região muito quente, não precisamos ter o dia inteiro de sol pleno. Dessa forma, as plantas serão iluminadas ou à tarde, ou pela manhã".

Vantagens
De acordo com o supervisor do SCE, a praticidade da horta vertical favorece vários benefícios. "Você não precisa se preocupar em fazer canteiros ou com a presença de animais, como cachorros ou gatos, que possam defecar no local e contaminar os alimentos. As plantas também não se sujam facilmente porque não têm contato com o solo. O sistema tem uma infinidade de vantagens", afirma. Marcelo diz que, além das hortaliças, é possível plantar flores da mesma forma. "Temos várias flores que não precisam ficar embaixo do sol o dia todo. Com a claridade de uma varanda, por exemplo, é possível produzir".







Outro aspecto importante é o fato de nenhum defensivo químico ser utilizado nas plantas da horta. De acordo com Marcelo, caso seja preciso combater pragas comuns – como pulgões ou lagartas – o recomendado é que se utilize caldas naturais para o controle, como o chá de boldo. "Ferva bastante a folha, misture com água limpa comum e borrife nas plantas para que o amargo do boldo sirva como repelente", diz. Ele também conta que é possível misturar água com pimenta macerada para colocar na base das colunas de garrafas, próximo ao chão, para evitar que os insetos subam. O ideal, de acordo com Cleomar, é adaptar o sistema às necessidades e possibilidades de cada um. "Qualquer pessoa que tiver um cantinho em um terreno que pegue sol pode fazer", finaliza.
Não deixe de conferir dicas de outros modelos para o cultivo de hortaliças em áreas reduzidas na publicação "Horta em pequenos espaços" da Embrapa. Saiba mais no link: http://bit.ly/1E55dYt




Texto:  Nicoli Dichoff
Núcleo de Comunicação Organizacional (NCO)
Embrapa Pantanal/ Corumbá - MS
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa

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