A liberação de R$ 200 milhões em Empréstimo do Governo Federal (EGF) para o setor leiteiro é um dos temas que o presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR), deputado Leonardo Vilela (PP-GO) pretende discutir no Exporta Brasil, debate que ocorre em Campo Grande (Mato Grosso do Sul) neste final de semana. O parlamentar pretende enfatizar a necessidade de EGF para o período de safra, tendo como garantia o produto em estoque.
Leonardo Vilela - um dos responsáveis pela mudança no cenário leiteiro de Goiás, estado que atualmente está entre os maiores produtores de leite do Brasil - diz que a exigência da estocagem permitirá retirar do mercado o excedente da oferta, que provoca o aviltamento dos preços. Com isso haverá chance de os pequenos e médios laticínios e cooperativas terem estoques suficientes para assegurar o fechamento de contratos de exportação ou comercialização no mercado doméstico, fazendo negócios com melhores preços.
O Exporta Brasil faz parte da programação do 4º Congresso Internacional do Leite e 4º Workshop sobre políticas públicas para o agronegócio do leite e será realizado neste sábado (6), às 19 horas, no Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo. O evento é promovido pela Embrapa Gado de Leite (Juiz de Fora-MG), Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticínios (CBCL), governo do estado de Mato Grosso do Sul e Leite Brasil.
Deva Rodrigues
MTB/RS 5297
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sexta-feira, novembro 05, 2004
Greenpeace confirma contaminação das variedades do milho mexicano
As primeiras evidências surgiram em 2001, mas até hoje as autoridades dos EUA e as empresas de biotecnologia esforçam-se para escondê-las. A última manobra foi tentar desautorizar uma equipe de especialistas da Universidade da Califórnia, Universidade Nacional Autônoma do México e Universidade Estadual de Ohio contratados para investigar e sugerir medidas para conter a contaminação, por transgênicos, das variedades tradicionais de milho mexicano. Ao invés de publicar os estudos, autoridades norte-americanas têm procurado ocultá-lo do público. As conclusões dos cientistas foram reveladas pelo Geeenpeace.
A produção do estudo esteve a cargo do conselho da Comissão para a Cooperação Ambiental (CEC, na sigla em inglês), uma organização que reúne os países-membros do NAFTA, o acordo de livre comércio que envolve firmado por Canadá, Estados Unidos e México. A demanda veio de grupos ambientalistas e comunidades indígenas mexicanas, preocupadas com o impacto causado pela introdução de variedades transgênicas de milho sobre as variedades locais. O México é a principal fonte de biodiversidade de variedades de milho e seu cultivo faz parte da história e da memória cultural dos indígenas. Para a realização do estudo, a CEC contratou uma equipe independente de pesquisadores que submeteram os resultados ao parecer de outros cientistas.
O relatório da CEC é incisivo no quesito meio ambiente e pede mais investigações sobre os efeitos no sistema rural e na biodiversidade mexicana. "É urgente examinar e avaliar os efeitos diretos e indiretos do cultivo de milho geneticamente modificado na flora e na fauna - muitas muito úteis - que se formam em torno do milho das milpas [sistema de agricultura familiar intensiva do México], de outros sistemas agrícolas mexicanos e na biodiversidade das comunidades naturais vizinhas", afirmam os pesquisadores no item 5 das recomendações com relação à biodiversidade. O documento contesta, portanto, a idéia de que os testes ambientais já realizados nos EUA são suficientes para justificar a liberação imediata do produto.
O milho no México é muito mais do que uma mera atividade econômica. Além de essenciais para o grande número de famílias que ainda praticam a agricultura de subsistência, seu cultivo e sua variedade são importantes culturalmente para o país.
O que mais incomoda as corporações cadadenses e norte-americanas é a sugestão para que todo o milho vendido ao México seja rotulado. A comercialização de sementes de milho transgênico no país é proibida. Entretanto, não há controle algum sobre os grãos que são exportados como alimento. Boa parte acaba, inadvertidamente, sendo plantada em conjunto com as variedades tradicionais. O relatório aponta que até mesmo os grãos oferecidos pela autarquia mexicana encarregada da distribuição de alimentos à população pobre seria alvo de contaminação. Os pesquisadores contratados pelo CEC pedem que todo o milho não-testado que chegue ao México seja rotulado como geneticamente modificado e moído, o que impediria seu uso como semente.
O governo canadense refutou o estudo por meio de seu equivalente ao Ministério do Meio Ambiente, a Enviroment Canada. As críticas são pontuais e não afetam o cerne do documento. São assinadas por Norine Smith, assessora do ministro. "Em geral, consideramos os achados chave do relatório balanceados e consistentes com o nosso entendimento científico, nosso marco regulatório e de acordo com os padrões internacionais", afirma. As autoridades canadenses questionam as recomendações contidas no documento.
O Greenpeace antevê problemas para os EUA na Organização Mundial do Comércio (OMC). "O reconhecimento de riscos ambientais reais trazidos pelo milho transgênico e a conseqüente recomendação para que todo milho vindo dos EUA seja moído significam um claro dano na posição estadunidense contra a Europa na OMC. Não é nenhuma surpresa a tentativa de evitar a publicação do relatório", afirma Doreen Stabinsky, do Greenpeace Internacional. Os EUA (junto com o Canadá e a Argentina) questionam, na OMC, o embargo aos produtos trangênicos imposto pelos países europeus. Para os Washington, esse embargo teria razões mercadológicas enquanto os Europeus afirmam não haver evidências de que as variedades transgênicas não afetem o meio ambiente.
O relatório produzido a pedido da CEC está pronto desde 31 de agosto. Pelo seu conteúdo, Canadá e Estados Unidos estariam tentando retardar sua publicação. De acordo com a CEC, ele foi enviado, em uma versão atualizada - ou seja, depois dos comentários do Canadá e dos Estados Unidos - a autoridades do meio ambiente de México, Estados Unidos e Canadá em 13 de setembro. Normalmente, a publicação do documento deve acontecer 60 dias após o envio. Mas as autoridades dos três países podem decidir livremente sobre se e quando o irão publicar.
Leia mais no site do Greenpeace
A produção do estudo esteve a cargo do conselho da Comissão para a Cooperação Ambiental (CEC, na sigla em inglês), uma organização que reúne os países-membros do NAFTA, o acordo de livre comércio que envolve firmado por Canadá, Estados Unidos e México. A demanda veio de grupos ambientalistas e comunidades indígenas mexicanas, preocupadas com o impacto causado pela introdução de variedades transgênicas de milho sobre as variedades locais. O México é a principal fonte de biodiversidade de variedades de milho e seu cultivo faz parte da história e da memória cultural dos indígenas. Para a realização do estudo, a CEC contratou uma equipe independente de pesquisadores que submeteram os resultados ao parecer de outros cientistas.
O relatório da CEC é incisivo no quesito meio ambiente e pede mais investigações sobre os efeitos no sistema rural e na biodiversidade mexicana. "É urgente examinar e avaliar os efeitos diretos e indiretos do cultivo de milho geneticamente modificado na flora e na fauna - muitas muito úteis - que se formam em torno do milho das milpas [sistema de agricultura familiar intensiva do México], de outros sistemas agrícolas mexicanos e na biodiversidade das comunidades naturais vizinhas", afirmam os pesquisadores no item 5 das recomendações com relação à biodiversidade. O documento contesta, portanto, a idéia de que os testes ambientais já realizados nos EUA são suficientes para justificar a liberação imediata do produto.
O milho no México é muito mais do que uma mera atividade econômica. Além de essenciais para o grande número de famílias que ainda praticam a agricultura de subsistência, seu cultivo e sua variedade são importantes culturalmente para o país.
O que mais incomoda as corporações cadadenses e norte-americanas é a sugestão para que todo o milho vendido ao México seja rotulado. A comercialização de sementes de milho transgênico no país é proibida. Entretanto, não há controle algum sobre os grãos que são exportados como alimento. Boa parte acaba, inadvertidamente, sendo plantada em conjunto com as variedades tradicionais. O relatório aponta que até mesmo os grãos oferecidos pela autarquia mexicana encarregada da distribuição de alimentos à população pobre seria alvo de contaminação. Os pesquisadores contratados pelo CEC pedem que todo o milho não-testado que chegue ao México seja rotulado como geneticamente modificado e moído, o que impediria seu uso como semente.
O governo canadense refutou o estudo por meio de seu equivalente ao Ministério do Meio Ambiente, a Enviroment Canada. As críticas são pontuais e não afetam o cerne do documento. São assinadas por Norine Smith, assessora do ministro. "Em geral, consideramos os achados chave do relatório balanceados e consistentes com o nosso entendimento científico, nosso marco regulatório e de acordo com os padrões internacionais", afirma. As autoridades canadenses questionam as recomendações contidas no documento.
O Greenpeace antevê problemas para os EUA na Organização Mundial do Comércio (OMC). "O reconhecimento de riscos ambientais reais trazidos pelo milho transgênico e a conseqüente recomendação para que todo milho vindo dos EUA seja moído significam um claro dano na posição estadunidense contra a Europa na OMC. Não é nenhuma surpresa a tentativa de evitar a publicação do relatório", afirma Doreen Stabinsky, do Greenpeace Internacional. Os EUA (junto com o Canadá e a Argentina) questionam, na OMC, o embargo aos produtos trangênicos imposto pelos países europeus. Para os Washington, esse embargo teria razões mercadológicas enquanto os Europeus afirmam não haver evidências de que as variedades transgênicas não afetem o meio ambiente.
O relatório produzido a pedido da CEC está pronto desde 31 de agosto. Pelo seu conteúdo, Canadá e Estados Unidos estariam tentando retardar sua publicação. De acordo com a CEC, ele foi enviado, em uma versão atualizada - ou seja, depois dos comentários do Canadá e dos Estados Unidos - a autoridades do meio ambiente de México, Estados Unidos e Canadá em 13 de setembro. Normalmente, a publicação do documento deve acontecer 60 dias após o envio. Mas as autoridades dos três países podem decidir livremente sobre se e quando o irão publicar.
Leia mais no site do Greenpeace
EMBRAPA TERÁ MAIS RECURSOS PARA PESQUISAS NO BRASIL
A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o Instituto Agronômico de Ultramar (IAO) do Ministério das Relações Exteriores da Itália, e a Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (Facepe) aprovaram novos projetos apresentados pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, para garantir mais recursos para as atividades de pesquisa e desenvolvimento no Brasil.
Dois dos projetos aprovados pela Finep estão voltados à sanidade animal, especificamente à prevenção da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), o “mal da vaca louca”, e da influenza aviária. Mesmo sem haver registro no Brasil, as doenças preocupam o mundo e podem ameaçar o agronegócio. “Estamos nos antecipando para evitar esses problemas aqui”, diz o diretor-presidente Clayton Campanhola. Serão destinados R$ 3 milhões aos projetos - R$ 1,5 milhão para cada um.
Os projetos terão a duração de três anos e serão conduzidos em um arranjo de parcerias multidisciplinares e interinstitucionais, envolvendo as unidades da Embrapa Gado de Corte, Gado de Leite, Suínos e Aves, Caprinos, Pecuária Sul, Pecuária Sudeste, Recursos Genéticos e Biotecnologia, além da Universidade Federal de Santa Maria (RS) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
A idéia é formar uma rede de pesquisadores capaz de subsidiar planos para evitar perdas no setor de exportação de carne bovina. O setor deu ao Brasil, em 2003, a primeira colocação no ranking mundial. A diretora Mariza Luz Barbosa, coordenadora do processo de articulação das equipes e parcerias, afirma que “as diferentes unidades da Embrapa podem fazer muito para evitar ou antecipar as ameaças e aproveitar as oportunidades oferecidas ao agronegócio brasileiro”.
Ferrugem da soja
A Finep também aprovou um terceiro projeto orçado em R$ 1,5 milhão destinado ao combate à ferrugem da soja no Brasil. A ferrugem da soja provocou perdas de cerca de 4,5 milhões de toneladas na safra 2003/2004, segundo dados da Embrapa Soja. Associados a essas perdas, o que deixou de ser colhido e os gastos com controle químico somaram US$ 2 bilhões. Antes da safra, foi detectado o surgimento de uma nova raça do fungo P.pachyrhizi, causador da ferrugem, o que provocou quebra de fontes de resistência. Isso inviabilizou o desenvolvimento de cultivares resistentes à ferrugem. Outro problema foi a presença contínua desse fungo na entressafra em lavouras de inverno nos Cerrados.
Lavoura-Pecuária
O quarto projeto aprovado pela Finep, também com um orçamento de R$ 1,5 milhão, auxiliará as ações de transferência de tecnologia voltadas à integração entre lavouras e pecuária na região de Cerrado. A exploração conjunta de ambas as atividades é encarada como uma das melhores formas para aumentar a competitividade do setor, além de diminuir impactos negativos ao meio ambiente. No Brasil, as atividades são normalmente executadas separadamente, com pouca sincronia. Diante dessa realidade, a integração entre lavoura e pecuária tem sido uma alternativa promissora, já que traz vantagens econômicas, sociais e ambientais, possibilitando a oferta de forragem para o período seco do ano e de palhada para o sistema de plantio direto.
Fonte: MAPA
Dois dos projetos aprovados pela Finep estão voltados à sanidade animal, especificamente à prevenção da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), o “mal da vaca louca”, e da influenza aviária. Mesmo sem haver registro no Brasil, as doenças preocupam o mundo e podem ameaçar o agronegócio. “Estamos nos antecipando para evitar esses problemas aqui”, diz o diretor-presidente Clayton Campanhola. Serão destinados R$ 3 milhões aos projetos - R$ 1,5 milhão para cada um.
Os projetos terão a duração de três anos e serão conduzidos em um arranjo de parcerias multidisciplinares e interinstitucionais, envolvendo as unidades da Embrapa Gado de Corte, Gado de Leite, Suínos e Aves, Caprinos, Pecuária Sul, Pecuária Sudeste, Recursos Genéticos e Biotecnologia, além da Universidade Federal de Santa Maria (RS) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
A idéia é formar uma rede de pesquisadores capaz de subsidiar planos para evitar perdas no setor de exportação de carne bovina. O setor deu ao Brasil, em 2003, a primeira colocação no ranking mundial. A diretora Mariza Luz Barbosa, coordenadora do processo de articulação das equipes e parcerias, afirma que “as diferentes unidades da Embrapa podem fazer muito para evitar ou antecipar as ameaças e aproveitar as oportunidades oferecidas ao agronegócio brasileiro”.
Ferrugem da soja
A Finep também aprovou um terceiro projeto orçado em R$ 1,5 milhão destinado ao combate à ferrugem da soja no Brasil. A ferrugem da soja provocou perdas de cerca de 4,5 milhões de toneladas na safra 2003/2004, segundo dados da Embrapa Soja. Associados a essas perdas, o que deixou de ser colhido e os gastos com controle químico somaram US$ 2 bilhões. Antes da safra, foi detectado o surgimento de uma nova raça do fungo P.pachyrhizi, causador da ferrugem, o que provocou quebra de fontes de resistência. Isso inviabilizou o desenvolvimento de cultivares resistentes à ferrugem. Outro problema foi a presença contínua desse fungo na entressafra em lavouras de inverno nos Cerrados.
Lavoura-Pecuária
O quarto projeto aprovado pela Finep, também com um orçamento de R$ 1,5 milhão, auxiliará as ações de transferência de tecnologia voltadas à integração entre lavouras e pecuária na região de Cerrado. A exploração conjunta de ambas as atividades é encarada como uma das melhores formas para aumentar a competitividade do setor, além de diminuir impactos negativos ao meio ambiente. No Brasil, as atividades são normalmente executadas separadamente, com pouca sincronia. Diante dessa realidade, a integração entre lavoura e pecuária tem sido uma alternativa promissora, já que traz vantagens econômicas, sociais e ambientais, possibilitando a oferta de forragem para o período seco do ano e de palhada para o sistema de plantio direto.
Fonte: MAPA
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