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sexta-feira, setembro 01, 2017

EMBRAPA: Estudos revelam ganhos no uso de medicamentos convencionais no controle de parasitas em bovinos


  
Após dois anos de experimentos conduzidos em Campo Grande (MS), pesquisadores da Embrapa concluíram a avaliação do uso da medicina homeopática, fitoterápica e alopática (convencional) no controle de parasitas em bovinos de corte. Carrapatos (Rhipicephalus (Boophilus) microplus), moscas-dos-chifres (Haematobia irritans), nematódeos e bernes eram os alvos dos especialistas. O ganho de peso dos animais também foi aferido pelos médicos-veterinários João Batista Catto e Ivo Bianchin.

As 180 novilhas da raça Brangus, com idade entre sete e nove meses de idade, foram distribuídas em lotes tratados e não tratados com três repetições espaciais de 12 animais, em uma área total de 60 hectares. O uso dos produtos respeitou as recomendações dos fabricantes e, em dois ciclos experimentais de, aproximadamente, dez meses, os pesquisadores fizeram, a cada 28 dias, pesagem, coleta de fezes, contagem de carrapatos, bernes e moscas.

Parasitologista, Catto explica que para os nematódeos, o número de ovos por grama de fezes (OPG), diminuiu com a idade dos animais em todos os lotes, resultado da aquisição de imunidade. Nos dois anos de estudo, as novilhas tratadas com antihelmíntico convencional apresentaram OPG significativamente mais baixo que as não tratadas ou que receberam os demais tratamentos. Entretanto, não houve diferença entre as médias de OPG dos animais não tratados com os em homeopatia ou fitoterapia.

Para os carrapatos, no primeiro ciclo, os bovinos em controle alopático estavam, consideravelmente, menos parasitados que os outros. No segundo ano, permaneceram assim. Os pesquisadores contam que em dezembro, no primeiro ano, houve um pico de infestação por larvas de carrapato que provocou miíases (infecção de pele) em 25% das novilhas sem tratamentos e com protocolos homeopáticos, 19,4% naquelas com protocolo à base de plantas e 2,8% nas com alopatia.

Em relação à mosca-dos-chifres, não houve diferença relevante na infestação entre os lotes não tratados e tratados. Os resultados indicam que após o tratamento pour on com óleo da planta nim o efeito repelente não durou mais que 16 horas. Já a duração ficou entre sete e dez dias com acaricida convencional. Nos dois períodos testados as infestações médias foram baixas, com picos em novembro e dezembro no primeiro ciclo, e no mês de novembro no segundo.

Ganho de peso - Os estudos também evidenciaram que as novilhas tratadas com os medicamentos alternativos distintos não tiveram diferença no ganho de peso com as não tratadas. A diferença apresentou-se entre os animais tratados estrategicamente com alopatia (antihelmíntico e acaricidas) e os demais protocolos. Na média dos dois anos, o grupo com os antiparasitários convencionais teve ganho de peso vivo de 22 a 30 kg a mais que os não tratados ou tratados fitoterapica ou homeopaticamente.

Resistência - A procura pela medicina alternativa surge pela resistência aos antiparasitários convencionais utilizados erroneamente e a sazonalidade das parasitoses. Os pesquisadores João Catto e Ivo Bianchin esclarecem que o uso equivocado das estratégias de controle alopáticas leva o tratamento a ineficácia. “O mau uso tem resultado na falência dos produtos e a principal causa está em se usar o produto em épocas e categorias animais inapropriadas. Por exemplo, no controle dos helmintos de bovinos, se os animais estão bem nutridos não há necessidade de tratamento acima dos 20 meses de idade. Além disso, deve-se concentrar o tratamento no período seco do ano”, ressalta o parasitologista Ivo Bianchin.

A comercialização sem prescrição de um médico-veterinário é outro fator que reforça a tese. “Estudos mostram que a tomada de decisão dos produtores sobre quando e qual produto antiparasitário a ser utilizado decorre da opinião do vizinho, indicação dos atendentes das casas de comércio e, claro, preço do produto”, complementa Catto.

Produtor rural por 35 anos, Arno Seemann ratifica o hábito e afirma que a falta de conhecimento é outra responsável pelo erro. “O produtor tem que entender que não somos mais criadores de gado, somos produtores de carne e a carne precisa ter qualidade e isso passa pela sanidade animal e pelo conhecimento”. Seemann disponibilizou as novilhas para as pesquisas da Embrapa por acreditar que os resultados beneficiariam o segmento. 
  
Redação: Dalízia Aguiar (MTb 28/03/14/MS), jornalistas Embrapa

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CNC - Balanço Semanal de 28/08 a 1º/09/2017



BALANÇO SEMANAL — 28/08 a 1º/09/2017

CNC e Andef debatem pesquisas agroquímicas voltadas ao combate da broca


 
QUESTÕES FITOSSANITÁRIAS — Na quarta-feira, 30 de agosto, o presidente executivo e a assessora técnica do CNC, deputado Silas Brasileiro e Silvia Pizzol, receberam, na sede da entidade, os gerentes de Regulamentação Federal, Andreia Ferraz, de Inovação e Sustentabilidade, Roberto Sant'Anna, e de Comunicação da Agência Nacional de Defesa Vegetal (Andef), Milca Di Martino, para debater, entre outras matérias, pesquisas agroquímicas voltadas à questão da broca do café.

A audiência foi solicitada pelo CNC como encaminhamento da reunião de seu Conselho Diretor de 11 de agosto, quando se deliberou por um processo de aproximação com entidades que atuem nos setores de pesquisa e geração de conhecimento científico relacionado à fitossanidade, principalmente no que diz respeito aos atuais problemas referentes às dificuldades regulatórias e ao controle da broca do café, conforme relatos recebidos de nossos associados.

Os representantes da Andef explicaram que há espaço para a realização de trabalhos de agregação de conhecimento sobre tecnologia de aplicação das moléculas disponíveis para o combate a essa praga do cafeeiro e também das que entrarão no mercado futuramente. Frente a essa informação, o CNC dará encaminhamento às seguintes atividades:
  1. realizar um levantamento junto aos associados visando ao detalhamento das dificuldades enfrentadas com cada molécula disponível: em que situações não funcionam (período, ponto de controle, equipamentos de aplicação, etc.) e os casos de sucesso. Essas informações serão repassadas à Andef, que encaminhará a suas empresas associadas com o objetivo de solicitar esclarecimentos e geração de conhecimento a ser repassado ao campo para solucionar esses problemas.
  2. diante das dificuldades regulatórias que travam a aprovação de novas moléculas e que podem levar ao banimento de 55 ingredientes ativos atualmente em uso na agropecuária, o CNC e a Andef construirão o "case Endosulfan" com o objetivo de demonstrar aos órgãos governamentais os amplos e imprevisíveis impactos que o banimento de uma molécula pode causar no setor produtivo. O objetivo não é solicitar o retorno do Endosulfan, mas reforçar a necessidade da inclusão da análise de risco na metodologia de registro de agroquímicos e a realização de profundo estudo de impacto regulatório antes de qualquer decisão de banimento de moléculas em uso na agropecuária.
CRÉDITO PARA COOPERATIVAS — Na segunda-feira, 28 de agosto, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou a Resolução nº 4.597, que, atendendo aos pleitos do setor cooperativo, liderados pelo Sistema OCB e com suporte do CNC no tocante às cooperativas cafeeiras, ajustou as normas do crédito rural, elevando o limite de recursos ao segmento de R$ 600 milhões para R$ 800 milhões e ampliando o prazo para a comprovação de compra de insumos de 60 para 120 dias, entre outras ações (acesse a íntegra em http://www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/normativo.asp?numero=4597&tipo=Resolu%C3%A7%C3%A3o&data=28/8/2017).

Visto o potencial das cooperativas em possibilitar que seus produtores cooperados possam adquirir insumos e maquinários a preços mais acessíveis e com melhores condições de compra, o Conselho Nacional do Café elogia a postura sensata do Governo Federal ao atender à demanda do segmento cooperativista e enaltece os trabalhos realizados pelo Sistema OCB, sob a presidência do amigo Márcio Lopes de Freitas, e seus parceiros.

FUNCAFÉ — Segundo informações atualizadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) até a manhã de hoje, o volume de recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) liberado aos agentes financeiros, com data de referência de 24 de agosto, é de R$ 1,855 bilhão (clique na tabela abaixo), respondendo por 37,9% do total de R$ 4,890 bilhões aprovados para a temporada cafeeira atual.


 
Do montante recebido pelas instituições, R$ 890 milhões foram destinados para a linha de Estocagem; R$ 436,3 milhões ao Financiamento para Aquisição de Café (FAC); R$ 234,2 milhões para Custeio; e R$ 294,3 milhões para as linhas de Capital de Giro, sendo R$ 147,5 milhões para Cooperativas de Produção, R$ 92,2 milhões para Indústrias de Torrefação e R$ 54,6 milhões para o setor de Solúvel.

MERCADO — As cotações internacionais do café voltaram a recuar nesta semana no mercado internacional. Em Nova York, o vencimento dezembro do contrato C foi cotado a US$ 1,2935 por libra-peso, aferindo perdas de 205 pontos em relação à semana antecedente. Na ICE Futures Europe, o vencimento novembro do contrato futuro do robusta recuou US$ 43, para US$ 2.069 por tonelada.

Os preços continuam pressionados sobre especulações de uma safra volumosa no Brasil em 2018, mas traders acreditam que fazer prognósticos a respeito de uma colheita muito distante pode ser bem arriscado para os que apostam nisso.

Esses participantes recomendam cautela em meio ao cenário atual, onde players internacionais creem que a recuperação das exportações do Brasil em agosto pode sinalizar que a oferta não deve ser tão apertada e, do outro lado, há os que citam que a demanda continua baixa, com os principais importadores possuindo níveis elevados de estoques. Esse panorama faz com que somente quem tem necessidade urgente de compra ou venda de café entre no mercado.

Analistas disseram que a tendência permanece negativa no curto prazo, com a possibilidade de uma reação maior das cotações podendo ocorrer mais para o fim do ano. O que se observa é que o mercado tem focado sua atenção no clima e seus efeitos na safra 2018, o que é precoce nesse período do ano, e "esquecido" de verificar a quebra de safra consolidada em 2017, o que pressiona o mercado.

Nesta semana, o recuo do dólar comercial frente ao real brasileiro foi um fator que ajudou a mitigar a desvalorização nos preços do café. A divisa norte-americana encerrou o pregão de ontem a R$ 3,1475, com perda de 0,2% na comparação com a semana passada.

Em relação à meteorologia, a Climatempo informa que uma frente avança pelo mar desde ontem, com os ventos mudando de direção na costa da Região Sudeste. No entanto, apesar do aumento das nuvens, há possibilidade de chuviscos apenas no leste de São Paulo e no sul do Rio de Janeiro.

Já de acordo com a Somar Meteorologia, a passagem de uma frente fria nesta sexta-feira pode trazer precipitações com mais frequência para o Espírito Santo. Mas o serviço também aponta que, no geral, as previsões seguem indicando tempo seco para a maior parte do cinturão produtor de café do Brasil até o fim da semana que vem.

No Brasil, as cotações percorreram o mesmo caminho dos preços externos e recuaram nas praças de comercialização. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os agentes continuam retraídos e o mercado segue com baixa liquidez. Os indicadores calculados pela instituição para as variedades arábica e conilon foram cotados, ontem, a R$ 445,72/saca e a R$ 406,93/saca, ambos com variações negativas de 0,7% na comparação com o fechamento da semana anterior.


 
Atenciosamente,
Deputado Silas Brasileiro
Presidente Executivo
CNC - Sede Brasília (DF)
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Fone / Fax: (61) 3226-2269 / 3342-2610
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