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quarta-feira, abril 30, 2014

Fim das Polícias e Forças Armadas nacionais?



 Polícia moçambicana, a mais violenta da África, fará segurança na Copa do Mundo.
Quem estará seguro em suas mãos?


Conforme venho denunciando há anos, o primeiro passo para a invasão castro-comunista num país é o envio de “médicos”. Depois virão outros “profissionais” e quando abrirmos os olhos, eles já terão ocupado todos os espaços do território nacional, inclusive as Forças Armadas.

Artigo de Graça Salgueiro no Mídia Sem Máscara


Há anos, desde o governo FHC, que a esquerda trabalha para desmoralizar, achincalhar e punir os militares até destruir completamente as Polícias e Forças Armadas nacionais. Entrou o senhor Luiz Inácio e, enquanto por um lado acelerava o processo da revisão da Lei de Anistia para retirar dela os agentes da ordem, pelo outro fazia mil e uma promessas para apaziguar os ânimos dos militares. De melhoria nos soldos à construção de submarino ouviu-se de tudo, mas sempre empurrando com a barriga, numa ilusão semelhante à do burro com a cenoura.

Nomes de ruas, praças e edificações foram trocados, agora sendo homenageados notórios terroristas, como a mais recente afronta feita pelo governador da Bahia, Jacques Wagner (PT) que trocou o nome do Colégio Estadual Presidente Emílio Garrastazu Médici para “Colégio Estadual Stiep Carlos Marighella”. Na inauguração, ele teria dito que “com essa mudança, estamos fazendo justiça à memória de Carlos Marighella, um homem que lutou pela democracia, que lutou pela liberdade do povo brasileiro”. E os comandantes militares não disseram nada.

Com a proximidade da Copa do Mundo e os persistentes confrontos entre narco-traficantes nos morros cariocas, o governo resolveu mandar soldados do Exército e Fuzileiros Navais para a favela da Maré, fazendo papel de Polícia porém entregues à própria sorte. Em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, o deputado Jair Bolsonaro interpelou o ministro da Defesa sobre a garantia jurídica desses militares e o mesmo gaguejou não sabendo responder, demonstrando sua total incompetência para assumir a pasta. E os comandantes enviam seus soldados deixando-os à mercê de raposas sedentas de sangue para jogar mais uma pá de cal na reputação dos militares.

Veio o dia 31 de março, ano em que se comemorava o cinqüentenário da Contra-Revolução Cívico-Militar, e os quartéis foram proibidos de comemorar, porque a Comandante-em-Chefe não permitiu. Entretanto, “eles” promoveram vários eventos nos plenários das casas legislativas, tecendo loas aos terroristas que naquele longínquo 1964 queriam nos transformar numa Cuba continental. E os comandantes abaixaram as cabeças e disseram “sim senhora”. 
No princípio de abril, os deputados do PT, Renato Simões e Erika Kokai, apresentaram um projeto de lei que propõe nomear a Base Aérea de Brasília “Base Aérea presidente João Goulart”. Dizem eles, dentre outras aberrações:

“É fundamental, no mais, que a memória deste período da história do Brasil seja reavivada em tantos quantos monumentos, lugares e personagens quantos forem possíveis. O resgate e registro desses acontecimentos históricos é um direito das novas gerações e é nossa responsabilidade efetivá-lo”.

E nenhum comandante disse nada até agora.

E então, no dia 23 de abril o Plenário da Câmara aprovou, por 270 votos a 1, o Projeto de Lei Complementar 276/02 que permite à presidente da República delegar ao ministro da Defesa a concessão e permissão para o trânsito e permanência temporária de forças estrangeiras no Brasil, sem autorização do Congresso Nacional. E para tal, já foi firmado um acordo com o governo de Moçambique, que trará para a Copa os policiais mais violentos da África, senão do mundo, conforme a Anistia Internacional. Diante disso, algumas questões se impõem: para que foi criada a Força Nacional de Segurança, uma Polícia “de elite”, se para apaziguar os morros do Rio envia-se militares do Exército e da Marinha, e agora precisa-se importar policiais para “complementar” o serviço? Sabendo que os policiais moçambicanos são extremamente violentos, o que acontecerá caso eles matem alguém? O caso será abafado para não empanar o brilho dos festejos?

Além disso, segundo a Constituição Federal vigente, em seu Art. 144, a segurança pública deve ser exercida pela polícia federal, rodoviária e ferroviária federal, polícias civis, polícias militares e corpo de bombeiros, e no na LC 587/2013, Art. 2º “são requisitos para o ingresso nas carreiras das instituições militares”, I, “ter nacionalidade brasileira”, caracterizando a ilegalidade do PLC 276/02 quanto à vinda dos policiais moçambicanos para exercerem a função dos nacionais brasileiros.

Não é demais lembrar, também, que não há nada que garanta, de fato, que esse contingente será mesmo africano e não cubano, uma vez que o atual governo já ingressou no país 13 mil supostos médicos da ilha dos Castro, que dentre eles há muitos negros e que muitos deles lutaram em Angola, portanto, falam português e podem passar perfeitamente por africanos. 

Conforme venho denunciando há anos, o primeiro passo para a invasão castro-comunista num país é o envio de “médicos”. Depois virão outros “profissionais” e quando abrirmos os olhos, eles já terão ocupado todos os espaços do território nacional, inclusive as Forças Armadas.

Pedem a desmilitarização das Polícias Militares, perseguem e sucateiam as Forças Armadas, militares estão sendo assassinados, perseguidos e julgados, e os comandantes não fazem nada! Quando abrirem os olhos, já estaremos como a Venezuela. Mas não terá sido por falta de aviso.


ELIO GASPARI: O deslizamento de Dilma

Artigo de Elio Gaspari na Folha em

A campanha pela reeleição da doutora Dilma está numa enrascada. Carrega uma cruz do passado (as malfeitorias petistas, do mensalão às traficâncias da Petrobras) e puseram-lhe nas costas outra, do futuro (o "Volta, Lula"). Está presa à necessidade de justificar o que não fez e a uma ideia segundo a qual talvez não seja a melhor escolha, nem mesmo para os petistas e seus aliados.

Lula diz que não é candidato, mas comporta-se como tal e faz isso da pior maneira possível, como corretivo aos erros cometidos por seu poste. Na essência do "Volta, Lula" há um implícito "Sai, Dilma". À primeira vista, esse movimento oferece um Salvador da Pátria, mas está embutido na proposta também um Salvador do PT.

O desgaste de Dilma decorre da exposição de um desgaste do aparelhamento imposto ao Estado. Em menos de um mês abalaram-se duas candidaturas nas quais a nação petista fazia enorme fé. Um só doleiro, veterano de duas delações premiadas, arrastou a campanha de Alexandre Padilha em São Paulo e a de Gleisi Hoffmann no Paraná. Sabendo-se que o partido está sem pai nem mãe no Rio de Janeiro, à malversação de recursos públicos somou-se outra, de votos.

O comissariado afastou-se do deputado André Vargas, mas essa conversão repentina pode ter sido escassa e tardia. Afinal, o PT ainda não conseguiu se desvencilhar do mensalão, hoje transformado na bancada da Papuda.

Ninguém pode prever no final de abril o resultado de uma eleição que ocorrerá em outubro, mas alguns indicadores de hoje são claros:

1) A candidatura de Dilma Rousseff está sendo corroída e mesmo uma pessoa que não gosta do seu governo deve admitir que boa parte desse desgaste vem mais da repulsa ao aparelhamento do que a ela.

2) Se a proposição anterior é verdadeira, o "Volta Lula" pode ser tanto um remédio como um veneno.

3) Aécio Neves e Eduardo Campos ficaram na confortável situação de jogar parados. Pouco dizem a respeito do que pretendem fazer, beneficiados pela exposição dos malfeitos do governo. Oh, que saudades da faxina prometida por Dilma.

Não se sabe quem será o Lula que se quer de volta. Sendo uma "metamorfose ambulante", talvez nem ele saiba. Prova disso está na entrevista que deu em Portugal. Nela disse a coisa, seu oposto e concluiu com uma dúvida.

A coisa, referindo-se à banca da Papuda: "Não se trata de gente da minha confiança". Deixe-se pra lá que José Dirceu, "capitão" da sua equipe, não lhe tivesse a confiança.

O seu contrário: o julgamento do Supremo Tribunal Federal foi "80% político e 20% jurídico".
A dúvida: "Essa história vai ser recontada".

Ganha uma viagem a Cuba quem souber qual das três afirmações deve ser levada a sério.

Enquanto esteve na oposição, a nação petista cultivou uma sociologia de botequim. Supunha que o tucanato espalhara conexões e interesses capazes de garantir-lhe o controle do Estado. Se os adversários podiam fazer isso, os companheiros também podiam. Daí surgiram Marcos Valério, Alberto Youssef, as empresas "campeãs nacionais", empreiteiras amigas e a turma das petrotraficâncias.

Lula foi eleito em 2002 porque a invulnerabilidade sociológica do tucanato era uma fantasia. Mesmo que ele saia do banco de reservas e vá para a quadra, as urnas poderão mostrar que a dele também é.

terça-feira, abril 29, 2014

Senador Rodrigo Rollemberg celebra 41 anos da Embrapa e critica governo PeTista do Distrito Federal que pretende desapropriar área da Embrapa Cerrados

Rollemberg celebra 41 anos da Embrapa e critica governo do Distrito Federal


Governador Agnelo Queiroz pretende desapropriar a área da Embrapa Cerrados para construir ali um conjunto habitacional


O senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) parabenizou nesta segunda-feira (28) a Embrapa, que completou 41 anos de criação na semana passada. Como parte das festividades, a Embrapa inaugurou na quinta-feira (24) o terceiro maior banco genético do mundo. Com esse novo banco, o Brasil pula da sétima para a terceira posição mundial no quanto a recursos genéticos, perdendo apenas para os Estados Unidos e para a China. Segundo o senador, a unidade está abrigada em um moderno prédio de mais de 2 mil m², com um banco de germoplasma e com botijões de nitrogênio.

Rollemberg disse que o novo banco genético será importante para garantir a segurança alimentar da população, permitindo novas pesquisas em variedades de milho, arroz, feijão e soja. O senador lembrou que foi o responsável, quando ainda era deputado federal, pela articulação que conseguiu os recursos para essa nova unidade e contou que participou da cerimônia de inauguração do novo banco genético, na quinta passada.

- Foi uma cerimônia bonita, uma cerimônia que coloca a Embrapa no seu devido lugar: no patamar mais alto da pesquisa científica e tecnológica, como uma instituição que tem uma contribuição inestimável a dar à humanidade, como vem dando, desenvolvendo valores como inovação tecnológica e sustentabilidade.

Embrapa Cerrado
Ele também criticou o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), que pretende desapropriar a área da Embrapa para construir ali um conjunto habitacional do programa Minha Casa, Minha Vida.

- Enquanto estamos celebrando a ampliação do banco de germoplasma da Embrapa, essa instituição de credibilidade internacional sofre ameaças do próprio Governo do Distrito Federal. Neste momento, 38 anos de pesquisa correm risco de serem jogados por água abaixo porque o Governo do Distrito Federal está desalojando a Embrapa Cerrado dessa área onde desenvolve pesquisas de solo para implantar ali um núcleo habitacional - disse o senador, lembrando que as pesquisas da Embrapa Cerrado foram fundamentais para a agricultura no Centro-Oeste.

Pré-campanha
O senador ainda comentou a caravana de Eduardo Campos e Marina Silva, pré-candidatos a presidente e vice-presidente da República pelo PSB. No último sábado, a caravana esteve em Manaus, capital do Amazonas. Segundo Rollemberg, a caravana tem o objetivo de discutir as diretrizes do programa de governo do PSB e da Rede Sustentabilidade. O senador criticou a condução econômica do governo e afirmou que o pacto político que sustenta o governo Dilma Rousseff está "mofado" e ultrapassado.

Fonte:  Agência Senado

Agronegócio não é o vilão: Produtor rural preocupa-se com o meio ambiente


Rodrigo Contantino: "O presidente da Sociedade Nacional de Agricultura, Antonio Alvarenga, publicou um artigo no GLOBO defendendo a postura do agronegócio brasileiro em relação às questões climáticas. Primeiro, acusou os ecoterroristas que aproveitam toda catástrofe natural – que sempre existiu – para associá-la automaticamente às mudanças climáticas e culparem o agronegócio por elas. Em seguida, após discorrer sobre dados que mostram a produtividade nossa no campo, conclui explicando o principal motivo pelo qual os proprietários rurais levam em conta as ameaças verdadeiras."

 Artigo de Antonio Alvarenga no O Globo

Muito se fala sobre meio ambiente, emissões de gases na atmosfera e aquecimento global. São assuntos que mobilizam a atenção de grande parte da população. O interesse é justificável, uma vez que estamos todos preocupados com o futuro, a sobrevivência das espécies e a qualidade de vida.

No entanto, determinados “profetas do apocalipse” fazem previsões catastróficas sem qualquer base científica. Alguns desses terroristas ambientais mais precipitados têm atribuído os problemas climáticos do Brasil ao aquecimento global, ao desmatamento de nossas florestas e à agropecuária praticada no país. A realidade é que eventos climáticos semelhantes sempre existiram, com maior ou menor intensidade.

É bom ressaltar que, ao desmitificar informações equivocadas, não pretendemos invalidar a importância de atentar para o meio ambiente e acompanhar sua evolução, procurando incentivar medidas que reduzam os impactos nocivos ao ecossistema global.

O agronegócio brasileiro tem feito grandes progressos nos últimos anos. Somos um país campeão em produtividade e sustentabilidade. Nossa agropecuária ocupa apenas 28% do território nacional e gera, nesse espaço, 40% das exportações totais do país, 25% do PIB e um terço dos empregos brasileiros.

Temos um importante programa de agricultura de baixo carbono — o ABC — responsável por incentivar práticas que reduzem as emissões de gases do efeito estufa.

O Brasil também possui um programa de substituição de energia fóssil, poluente, por energia verde, que contribui para que tenhamos uma das matrizes energéticas mais equilibradas e limpas do planeta.

Nossa legislação ambiental é uma das mais avançadas e rigorosas do mundo. O novo Código Florestal foi aprovado após exaustivas discussões e negociações na Câmara e no Senado, com a participação de todos os segmentos da sociedade envolvidos no tema.

O Cadastro Ambiental Rural é um indiscutível avanço para o conhecimento de nossa realidade territorial. A utilização das imagens obtidas por meio de satélites irá permitir o mapeamento e o controle de todas as propriedades rurais do país, das áreas de reserva legal e de preservação permanente.

É sabido que a agricultura deve ser o setor da economia mais afetado pelas mudanças climáticas ao longo do século 21. Por essa razão, práticas sustentáveis são cada vez mais adotadas em toda cadeia produtiva de nossa agropecuária. Há resultados efetivos, principalmente no que concerne à mudança no uso da terra e das florestas — um dos principais indicadores acompanhados pelo Plano Nacional sobre Mudança do Clima.

Nosso produtor rural preocupa-se com o meio ambiente e vê os recursos naturais como seu principal parceiro. Aliás, uma preocupação justificável. É cultivando a terra que os agricultores garantem sua sobrevivência. Este é seu patrimônio, de onde tiram seu sustento, onde investem e guardam suas esperanças de progresso econômico e social.


Fonte: O Globo

VIOLÊNCIA NO CAMPO: Dois agricultores são mortos em suposto confronto com indígenas no Norte do RS


Corpos dos agricultores foram encontrados em um matagal na Linha Coxilhão Foto: José Bertoldi / Especial
O conflito agrário que assola o norte do Estado teve um capítulo violento nesta segunda-feira. Dois agricultores foram mortos em um suposto confronto com indígenas em Faxinalzinho, na região de Erechim.

 Vítimas teriam tentando liberar uma estrada bloqueada por índios em um protesto

Conforme o Comandante da Brigada Militar (BM) do município, sargento Valdecir Golfetto, um grupo de cerca de 50 índios bloqueou a estrada que dá acesso às Linhas Faxinal Grande e Coxilhão, no interior da cidade, em um protesto para reivindicar a demarcação de terras indígenas na região. O grupo reside em um acampamento chamado Candoia e, segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai), aguarda há 12 anos pela publicação da portaria que declara a área como indígena. 

Por volta das 17h, segundo a BM, um grupo de agricultores tentou liberar a estrada para a passagem de um caminhão carregado com ração, o que teria iniciado um confronto. Segundo Golfetto, dois agricultores teriam sido mortos a tiros durante o conflito.

— Houve vários bloqueios de estradas no interior do município desde a manhã, e estávamos monitorando os protestos. O conflito nessa estrada aconteceu quando não estávamos mais no local — explica o sargento.

De acordo com a Polícia Civil de São Valentim, as vítimas foram identificadas como os irmãos Anderson e Alcemar Souza. Até o momento, a polícia não confirmou as idades das vítimas.

Devido ao clima tenso no município, a BM teve de pedir auxílio para três cidades da região. Policiais militares de Nonoai, Erechim e Passo Fundo se deslocaram a Faxinalzinho para reforçar a segurança. A Polícia Civil de São Valentim e a Polícia Federal de Passo Fundo também foram acionadas para atender a ocorrência.

Os corpos dos agricultores foram encontrados em um matagal na Linha Coxilhão, às margens da estrada onde o conflito aconteceu. A área foi isolada pela BM até a chegada dos peritos do Instituto-Geral de Perícias (IGP) de Passo Fundo.
Veja no mapa onde ocorreu o conflito:


Funai deve enviar especialista para mediar o conflito em Faxinalzinho

Após a notícia de que dois agricultores foram mortos em um suposto confronto com indígenas em Faxinalzinho, no norte do Estado, o coordenador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Passo Fundo, Roberto Perin, solicitou ajuda à direção do órgão para mediar o conflito. Ele afirma que solicitou à sede da Funai em Brasília o auxílio de um especialista em conflitos com violência.

 Segundo Perin, o órgão não tinha conhecimento do protesto realizado pelos índios no município.

— Foi uma mobilização que nos pegou de surpresa, e ainda não temos notícias do que realmente aconteceu. Soube que teria havido uma troca de tiros no local — relata.

Conforme o coordenador, este seria o primeiro conflito com morte naquela região:
— Lamentamos muito o que aconteceu. Somos a favor das manifestações, mas contra a violência.

Conflito teria ocorrido durante o bloqueio de uma estrada

Conforme o Comandante da Brigada Militar (BM) do município, sargento Valdecir Golfetto, um grupo de cerca de 50 índios bloqueou a estrada que dá acesso às Linhas Faxinal Grande e Coxilhão, no interior da cidade, em um protesto para reivindicar a demarcação de terras indígenas na região. O grupo reside em um acampamento chamado Candoia e, segundo a Funai, aguarda há 12 anos pela publicação da portaria que declara a área como indígena.

Por volta das 17h, segundo a BM, um grupo de agricultores tentou liberar a estrada para a passagem de um caminhão carregado com ração, o que teria iniciado um confronto. Segundo Golfetto, dois agricultores teriam sido mortos a tiros durante o conflito.
De acordo com a Polícia Civil de São Valentim, as vítimas foram identificadas como os irmãos Anderson e Alcemar Souza. Até o momento, as idades deles não foram confirmadas pela polícia.

"Alertamos os governos que isso poderia acontecer", diz representante da Fetraf sobre morte de agricultores no Norte

O representante da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul do Brasil (Fetraf-Sul) na região Norte do Estado, Sidimar Luiz Lavandoski, afirmou que a entidade vem alertando os governos Federal e do Estado há anos para o risco de mortes envolvendo a disputa agrária:

— Queríamos estar errados, mas alertamos os governos há anos que isso poderia acontecer. O risco de conflitos cada vez mais violentos devido à disputa agrária é muito grande — lamenta o agricultor.

Segundo ele, agricultores familiares residem na área reivindicada pelos índios em Faxinalzinho: — Sempre trabalhamos com uma estratégia de diálogo, mas os governos não conseguiram resolver o impasse — lamenta Lavandoski.

A Brigada Militar de Faxinalzinho informou houve diversos protestos envolvendo o conflito agrário no município, mas nenhum havia terminado em confronto como o desta segunda-feira.

Morte de agricultores acirra disputa entre índios e colonos em Faxinalzinho

Caingangues isolaram as estradas de acesso à cidade do norte do Estado

A cidade agrícola de Faxinalzinho, no norte do Estado, está com as estradas isoladas do resto do país. Índios caingangues bloquearam os principais acessos à município com toras de madeira. Comércio e escolas estão funcionando parcialmente.



No final da manhã, a comunidade ergueu na praça uma faixa com os dizeres "Faxinalzinho está em luto". O prefeito da cidade, Selso Pelin, recomendou que as pessoas ficassem em casa.

A tensão na cidade cresceu na segunda-feira à noite quando dois irmãos, os agricultores Alcemar Batista de Souza, 41 anos, e Anderson de Souza, 26 anos, foram mortos a tiros e a pauladas ao tentarem furar o bloqueio.

Três agentes da Polícia Federal (PF) estão na cidade fazendo um levantamento da situação.
— Estamos levantando informações para termos um quadro claro do que está acontecendo — disse o agente Paulo Ricardo Xavier, um dos policiais federais mais experientes em assuntos indígenas no RS.

Eles conversaram com o sargento da Brigada Militar (BM) Valdecir Golsetto que disse que, conforme a situação situação evoluísse, tropas da Brigada que estão acantonadas em cidade vizinhas podem rumar para Faxinalzinho.

Ido Antonio Marcon, presidente da associação dos moradores de Faxinalzinho, disse que os índios estão criando tensão ao pressionarem o governo federal para que desaproprie 2.734 hectares para assentar 198 famílias indígenas. Atualmente, nesta gleba, vivem 140 famílias de agricultores.
— Os índios não tem direito a esta terra — disse Marcon.

Zero Hora esteve na comunidade indígena acampada à beira de uma estrada de chão batido, que liga Faxinalzinho a Erval Grande. Os índios estão armados com lanças, facões e pedaços de pau.

O cacique Deoclides de Paula, 42 anos, disse que a morte dos agricultores ontem foi um fato isolado.
— Não há intenção da comunidade de defender seus interesses pela violência, já que o seus direitos são líquidos e certos. Ali existia a comunidade do Votoro, que foi desalojada pelo governo nos anos 40 e vendida aos agricultores brancos.

O cacique justificou o bloqueio das estradas, alegando possuir um compromisso assinado pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, de vir a Porto Alegre no último dia 25 para tratar das reivindicações dos índios. Como o ministro não veio, o cacique disse que a comunidade ficou revoltada e, por isso, trancou a cidade.
— Se existe alguém responsável pela morte dos agricultores, é o ministro. No momento em que ele não veio, gerou um momento de incerteza entre a comunidade — disse o cacique. — Sou da comissão nacional de política indigenista, ligado ao Ministério da Justiça. Imagine como é que eu fiquei quando o próprio ministro desonrou a sua palavra.

A família das vítimas
A comunidade de agricultores está revoltada e reunida na cidade. Muitos estão prometendo vingança. Os corpos dos irmãos que morreram ontem estão sendo necropsiados em Erechim e não podem voltar para a cidade porque os acessos seguem bloqueados.

Zero Hora falou com a irmã, Sandra Mara de Souza, e a mãe, Lebrantina Batista de Souza, dos agricultores mortos. As duas mulheres, sentadas em um sofá, estavam muito abatidas e choravam bastante. A Sandra disse que os irmãos só sabiam trabalhar e que tentavam levar ração para os porcos:
— Eu não sei o que aconteceu. Só sei que os meus manos estão mortos.

A mãe disse que sua maior preocupação no momento era conseguir trazer os corpos dos filhos para o cemitério que fica em Coxilhão Aparecida, interior de Faxinalzinho.
— Não sei se nós vamos conseguir velar os piás lá, porque os índios estão bloqueando tudo. Estou rezando para conseguir trazê-los.

Índios retiram bloqueio das estradas de Faxinalzinho

Decisão foi tomada para retirada dos corpos. Cacique diz que morte dos irmãos foi uma fatalidade

Para permitir que as famílias dos agricultores enterrem os irmãos mortos no conflito que aconteceu na noite dessa segunda-feira em Faxinalzinho, no norte do Estado, o cacique caingangues Deoclides de Paula, 42 anos, mandou retirar o bloqueio de toras que isolava a cidade do resto do país:

— Eu fiz isso porque no meu entendimento a morte dos agricultores foi uma fatalidade.

No final da tarde de segunda, Alcemar Batista de Souza, 41 anos, e Anderson de Souza, 26, foram mortos a tiros e pauladas pelos indígenas por tentar furar um bloqueio na estrada. O grupo fechou as rodovias reivindicando a demarcação de terras indígenas na região.



Fonte: ZERO HORA

segunda-feira, abril 28, 2014

AÉCIO NEVES: Etanol, uma experiência de mais de 40 anos que está sendo jogada no lixo pelo PT

Etanol: até quando?

Pare para pensar: quantas vezes, nos últimos tempos, você passou num posto de combustíveis e abasteceu seu carro flex com etanol? Se você considera apenas o bolso, e é natural que seja assim, é provável que pouquíssimas vezes não tenha enchido o tanque com gasolina. Não é um contrassenso num país como o Brasil?

A mais verde e amarela das tecnologias alternativas, muito menos poluente e danosa ao ambiente e à saúde das pessoas, e uma das mais eficazes opções à queima do combustível fóssil, vive crise sem precedentes no país.

Tenho andado muito pelo interior do Brasil e visto de perto o vigor da nossa agropecuária e a dedicação dos nossos produtores. Por tudo isso, é contraditória a gravidade da crise por que passa a nossa produção de álcool.

Nos últimos anos, mais de 40 usinas fecharam. Outras estão em processo de recuperação judicial ou enfrentam graves dificuldades. Milhares de pessoas já perderam o emprego.

Trata-se de situação completamente distinta da que se projetava poucos anos atrás. Até então o Brasil estava fadado a ser a maior potência mundial de energia renovável.

Caminhávamos para ser a vanguarda da sustentabilidade, exemplo em um mundo em busca de fontes não fósseis, limpas e mitigadoras do aquecimento global pela redução das emissões de CO2.

Descarrilamos, contudo.

Não foi obra do acaso. Não foi barbeiragem de produtores, nem irresponsabilidade de investidores. Não foi mera consequência da mudança de ventos na economia global.

Foi, isso sim, produto de equívocos cometidos por uma gestão que está matando o etanol brasileiro. É um estrago de grandes proporções, que se espalha por longa cadeia de produção que envolve 2,5 milhões de trabalhadores e centenas de municípios do país.

Sem perspectivas de melhora, as usinas não investem, o mercado não reage e o Brasil chega ao ponto de importar etanol dos EUA -e com desoneração tributária concedida pelo governo federal. Como pode?

Os produtores não precisam de muito, mas tem nos faltado o básico. Basta que o governo não atrapalhe, como tem feito, defina uma política de longo prazo para o setor energético e reestabeleça condições mínimas de competitividade: equilíbrio na formação de preços, tributos adequados e algum amparo na forma de linhas de crédito que realmente funcionem.

Não é algo tão complicado, mas é tudo o que o governo petista não faz.

Há uma crise de confiança instalada no país. As vítimas vão caindo pelo caminho e são cada vez mais numerosas.

É o futuro do Brasil que está sendo sabotado. No caso do etanol, é toda uma experiência de mais de 40 anos que está sendo jogada no lixo pela vanguarda do atraso.
 
AÉCIO NEVES escreve às segundas-feiras na Folha.

sexta-feira, abril 25, 2014

Café: BSCA apresenta novo mapa das origens produtoras do Brasil na maior feira do mundo

Nova geografia, contendo 20 áreas de produção, será apresentada na 26ª Exposição Anual da SCAA, nos EUA

A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) apresentará aos profissionais da cafeicultura de todo o mundo, nesta sexta-feira, 25 de abril, em Seattle, nos Estados Unidos, o novo mapa das origens produtoras do grão no Brasil. A divulgação será realizada durante a 26ª Exposição Anual da Specialty Coffee Association of America (SCAA), o maior evento mundial do setor, que começou no dia 24 e se estende até o dia 27 deste mês.

O mapa foi elaborado pela BSCA após consulta a órgãos estaduais e federais e possui 20 origens produtoras, com a delimitação por município. "Sempre pensamos em avançar no que diz respeito à promoção internacional dos cafés brasileiros. Como o País não possuía uma atualização da discrição de suas áreas de produção, desenvolvemos essa geografia para que todo o mundo conheça a diversidade do nosso parque cafeeiro", explica Vanusia Nogueira, diretora-executiva da BSCA.

De acordo com ela, a estruturação do mapa será fundamental para que o Brasil apresente ao mundo que tem capacidade para produzir uma grande diversidade de cafés, aliando quantidade à qualidade. "A intenção da BSCA é promover os cafés nacionais e suas origens, destacando que cada uma possui características únicas e é capaz de colher um produto que proporcione excelentes bebidas na xícara", comenta.

Vanusia recorda que o Brasil é um país continental, com ampla diversidade de topografia e clima entre suas regiões produtoras. "Esse ambiente faz com que os cafés de cada uma dessas origens tenham características diferenciadas e únicas, fato que não ocorre em nenhuma outra nação que produz o grão no mundo", finaliza.

O MAPA
Com a denominação "Brazilian Coffee Origins", o mapa apresenta as 20 áreas de produção de café no País, sendo seis em Minas Gerais, quatro em São Paulo, uma entre MG e SP, três na Bahia, duas no Espírito Santo, duas no Paraná, uma em Rondônia e uma no Rio de Janeiro. Entre elas, estão incluídas a Denominação de Origem do Cerrado Mineiro e as Indicações Geográficas da Alta Mogiana e do Norte Pioneiro do Paraná. O mapa e as especificações de cada uma das áreas de produção podem ser conferidos no site da BSCA (www.bsca.com.br).



UCHO.INFO: Conexão Vargas-Padilha-Gleisi-Youssef pode derrubar duas das principais candidaturas do PT

Do Ucho.info

Efeito cascata
Podem ter desmoronado as esperanças do PT de, finalmente, conquistar os governos de São Paulo e do Paraná. Isso porque são consideradas explosivas as mais recentes revelações sobre o escândalo envolvendo o doleiro Alberto Youssef, seu dileto amigo André Vargas, o ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e a e ex-ministra da Casa Civil, a senadora petista Gleisi Hoffmann.

Grampos divulgados pela Polícia Federal mostram que Alberto Youssef e André Vargas se comportavam como sócios em um empreendimento – o Labogen – laboratório farmacêutico criado para lesar os cofres públicos com a fabricação de medicamentos superfaturados para o Ministério da Saúde. Alexandre Padilha aparece nos grampos da PF como envolvido, caso não seja um dos chefes do esquema criminoso milionário, que transformaria um laboratório montado com sucatas em cornucópia incansável.

André Vargas ainda permanece como coordenador da campanha de Gleisi Hoffmann ao Palácio Iguaçu, sede do Executivo paranaense, e nessa condição estava encarregado de levantar fundos para a campanha da senadora que desde que deixou a Casa Civil vem atuando no Congresso Nacional como “buldogue” palaciano. Parte desses recursos, de acordo com suspeita da Polícia Federal, poderia vir de uma encomenda de 35 milhões de comprimidos de Citrato de Sildenafila (o princípio ativo do Viagra) que renderia R$ 90 milhões para o esquema do Labogen. Parte desse dinheiro poderia ser destinada a outras campanhas do PT.

As ligações de Gleisi e Padilha são fraternas. Ambos participavam juntos e com frequência de eventos políticos, além de terem se associado, quando estavam ministros, na tentativa de faturar politicamente com o bisonho programa “Mais Médicos”, baseado na “importação” de médicos, principalmente cubanos.

Como ministra, Gleisi participou da recepção de médicos cubanos em Curitiba, enquanto seu então assessor especial, o pedófilo Eduardo Gaievski (preso por estupro de 28 meninas menores de idade em agosto do ano passado), além de comandar as políticas do governo federal para menores, era coordenador do programa “Mais Médicos”.

Enquanto André Vargas resiste à pressão do PT para renunciar ao mandato de deputado federal, como forma de poupar o partido e algumas candidaturas, a Polícia Federal avança nas investigações da Operação Lava-Jato. Mensagens interceptadas pela PF apontam para o envolvimento de Alexandre Padilha com o doleiro Alberto Youssef, preso desde 17 de março em Curitiba, André Vargas e o também deputado federal Cândido Vaccarezza (PT-SP).

Resumindo, o PT continuará sangrando na esteira dos vazamentos da Operação Lava-Jato, que como tem afirmado o ucho.info na série especial de reportagens sobre o tema, está no começo e descobriu apenas a ponta de um iceberg de lama.

EMBRAPA: Imunocastração - mais uma importante ferramenta para o pecuarista


Animais imunocastrados - foto Rodrigo Gomes


Artigo de Rodrigo da Costa Gomes
Zootecnista, pesquisador de Nutrição Animal na Embrapa Gado de Corte

A castração dos machos é uma prática tradicional na pecuária de corte.  O intuito da castração é eliminar os efeitos dos hormônios produzidos nos testículos, deixando o animal mais dócil e facilitando o manejo. Mais um benefício da castração é que o animal castrado possui maior facilidade de depositar o que chamamos de gordura de acabamento de carcaça, que recobre e protege os cortes comerciais de carne como contra-filé, coxão mole e picanha, preservando a sua qualidade. Não fosse isso, se o animal não é castrado ele sofre mais estresse no período que antecede o abate (durante o transporte até o frigorífico, por exemplo), o que muitas vezes resulta em uma carne dura e escura, fato que acontece menos com animais castrados.

Recentemente, uma nova tecnologia revolucionou a prática da castração. Chamada de imunocastração, ela consiste na aplicação de uma vacina, de forma semelhante ao que é feito com a vacina de febre aftosa, por exemplo, substituindo a castração cirúrgica tradicional. Ao eliminar a necessidade de cirurgia, a imunocastração é muito favorável do ponto de vista de bem estar animal, pois evita o sofrimento do animal. Do ponto de vista econômico também pode ser vantajosa, pois no período logo após a castração cirúrgica, o animal perde peso, enquanto que na imunocastração isso não acontece. Além disso, existe o risco de perdas por morte na castração cirúrgica e também gastos com medicamentos, como cicatrizantes e anti-inflamatórios. Já na imunocastração, o único custo é o da própria vacina.

A vacina para imunocastração é facilmente encontrada em casas veterinárias, mas o pecuarista deve estar muito atento ao seu modo de utilização. Existem dois protocolos de uso da vacina, sendo um para animais que serão terminados em confinamento e outro para animais que serão terminados a pasto. Nos dois protocolos existe a necessidade de se aplicar duas doses da vacina, sendo que apenas após a segunda dose (reforço) o animal estará realmente castrado. No protocolo para confinamento, o período entre a primeira e a segunda dose é de 28 dias e após a segunda dose, o animal permanecerá castrado por 90 dias. No protocolo para animais a pasto, o período entre a primeira e a segunda dose é de 90 dias e o animal permanecerá castrado por 150 dias. Caso o animal não seja abatido dentro do período de ação da vacina (90 dias para confinamento e 150 dias para pasto), há necessidade de se aplicar uma nova dose, pois como visto, a ação é temporária, ou seja, não se garante a imunocastração após os períodos indicados.

Importante destacar que os protocolos devem ser seguidos à risca e que, para isso, o produtor deve ter planejamento, prevendo a época de abate do lote de animais e adotando o cronograma correto de aplicação da vacina. Importante também chamar a atenção do produtor de que a vacina “não faz mágica” e por isso ele não pode esperar que ela faça com que o seu boi fique adequadamente “acabado” (com cobertura de gordura de acabamento de carcaça desejado) de um dia para o outro. Neste ponto a imunocastração é semelhante à castração tradicional, havendo a necessidade de o boi ser submetido a uma boa nutrição por um tempo considerável, para que ele então consiga depositar a gordura de acabamento de carcaça desejada. Isto é especialmente importante para animais terminados a pasto e, portanto, recomendamos que junto com a imunocastração, o produtor disponibilize pastagens de ótima qualidade e realize uma suplementação adequada, de acordo com a época do ano.
 
 
Kadijah Suleiman
Jornalista, MTb RJ 22729JP
Núcleo de Comunicação Organizacional (NCO)
Embrapa Gado de Corte
Campo Grande/MS
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)

EMBRAPA: Brucelose bovina - desafios e perspectivas


Artigo de Grácia Maria Soares Rosinha, Pesquisadora da Embrapa Gado de Corte



A brucelose é uma zoonose presente no mundo todo, especialmente nas regiões de clima tropical e subtropical, com exceção de alguns poucos países desenvolvidos que conseguiram erradicá-la ou reduzir as taxas de prevalência. Nos países em desenvolvimento ainda trabalha-se para alcançar esta meta. É uma doença infecciosa crônica causada por bactérias do gênero Brucella que infectam várias espécies de animais domésticos e silvestres, além de humanos.

A bactéria Brucella abortus infecta, principalmente, bovinos de corte e leite, determinando elevados prejuízos. As perdas econômicas estão relacionadas a abortos, baixos índices reprodutivos, ao aumento no intervalo entre partos, à diminuição na produção de leite e morte de bezerros, queda da produtividade, além de gerar barreiras internacionais ao comércio de produtos de origem animal e perdas na indústria, com a condenação da carne e do leite e desvalorização desses produtos.

Estudos realizados em 2013 demonstraram que o prejuízo total da brucelose no Brasil foi estimado em U$ 448 milhões que equivale, hoje, a cerca de R$ 1,005 bilhão. A cada 1% de variação na prevalência, estima-se o incremento no prejuízo de U$ 77,85 milhões ou R$ 174,70 milhões no custo da brucelose bovina no Brasil. As perdas por fêmea infectada, com idade superior a 24 meses, foram estimadas em R$ 473,50 e R$ 255,20 em rebanhos de leite e de corte, respectivamente.

A brucelose bovina, por tratar-se de uma zoonose, acomete o homem determinando na maioria dos casos uma enfermidade crônica e de difícil diagnóstico. Mais de 500 mil casos humanos de brucelose são relatados no mundo a cada ano, embora este número possa estar subestimado. Essa situação alarmante pode ser atribuída ao quadro clínico não específico da brucelose humana, poucas informações sobre a doença em países não endêmicos e deficiências em laboratórios de diagnóstico. O número de casos em humanos está diretamente relacionado com o número de animais infectados, principalmente bovinos, dentro de uma definida região. Como exemplo, em um estudo conduzido em humanos de uma comunidade urbana pobre no Nordeste do Brasil, 13% dos indivíduos estavam positivos para Brucella abortus (que infecta preferencialmente bovinos) contra 4,6% positivos para Brucella canis (que infecta preferencialmente cães).

A exposição máxima da doença em humanos é observada entre médicos veterinários, técnicos de inseminação, zootecnistas, produtores rurais e funcionários de empresas de processamento de carne. As vias mais frequentes de infeção são mucosas, vias aéreas, a pele lesionada das mãos durante o contato com placenta infectada, fetos abortados ou líquido amniótico, a execução de procedimentos ginecológicos em bovinos, além do consumo de leite e derivados não pasteurizados contaminados.

A prevalência de focos da brucelose bovina em propriedades pecuárias no Brasil varia de 0,32% a 41,5%. Embora aparentemente pequenos, esses índices por si só são muito expressivos e muito impactam nos diferentes elos e segmentos das cadeias produtivas das pecuárias de corte e de leite, da porteira à mesa. Mesmo porque nossos números nestas cadeias são de grande monta. Com o rebanho bovino de aproximadamente 212 milhões de cabeças, só para a produção de carne foram abatidos 34,4 milhões no ano de 2013.

Reconhecendo a brucelose como um importante problema de saúde animal e saúde pública, em 2001, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) instituiu o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal (PNCEBT), definindo estratégias para o controle da doença no País. O programa tem o intuito de reduzir a prevalência e a incidência de novos focos dessas doenças e criar um número significativo de propriedades certificadas como livres ou monitoradas para a brucelose e a tuberculose, e desta forma reduzir o impacto destas zoonoses na saúde animal e humana.

Um aspecto importante do PNCEBT é o estímulo às pesquisas para o aprimoramento de técnicas de diagnóstico da brucelose, no estudo epidemiológico de cepas de campo e em pesquisas relacionadas às características de virulência, da patologia do agente, além de estudos que possam desenvolver vacinas de maior eficácia e que não provoquem interferências nos exames sorológicos.

Atualmente, as vacinas utilizadas para prevenção das infecções causadas por Brucella abortus em bovinos no Brasil, são a B19 e a RB51. Ambas podem ser patogênicas aos humanos, se cuidados especiais não forem tomados.

A vacina B19 é a mais utilizada em programas de controle da brucelose bovina, podendo ser utilizada em fêmeas de três a oito meses de idade. Protege cerca de 70% dos animais quando expostos ao tipo virulento da bactéria. É uma cepa lisa que pode causar aborto em animais prenhes e, principalmente, induzir a produção de anticorpos contra um dos seus componentes estruturais, a cadeia O do lipopolissacarídeo (LPS), o que pode interferir em testes sorológicos na diferenciação de animais vacinados daqueles naturalmente infectados.

A vacina RB51, é uma cepa rugosa, utilizada amplamente em países como Estados Unidos, Uruguai e Chile. No Brasil ela pode ser ministrada em fêmeas entre nove e 12 meses de idade que não tenham sido vacinadas com a B19. Esta vacina apesar de não interferir nos testes sorológicos, tem a desvantagem de ser resistente à rifampicina, um dos antibióticos usados no tratamento contra a brucelose humana.

Uma vacina ideal contra a brucelose deve apresentar as seguintes características: i) não provocar a doença em animais vacinados; ii) prevenir a infecção pela bactéria em animais de ambos os sexos; iii) prevenir aborto e esterilidade; iv) promover proteção contra a infecção por longo tempo com uma simples dose; v) não induzir a produção de anticorpos persistentes os quais interferem no diagnóstico de infecções a campo; vi) ser biologicamente estável; vii) não apresentar risco de reversão da virulência in vitro e in vivo; viii) não ser patogênica para humanos; e ix) ser facilmente produzida em grande escala e baixo custo.

Dentre as perspectivas em vacinologia para a brucelose, as pesquisas estão sendo direcionadas para vacinas de DNA, vacinas vivas atenuadas geneticamente e vacinas de subunidades. Esta última composta de proteínas naturais ou recombinantes da bactéria.

Grandes estão sendo os esforços das instituições de ciência e tecnologia do mundo todo na busca de uma nova vacina contra a brucelose em bovinos. O Brasil vem fazendo sua parte nesta corrida.
 Foco de Brucella em bovino abatido em frigorífico sob inspeção federal em Campo Grande - Mato Grosso do Sul, foto Renata Madureira

Lesão de brucelose bovina no ligamento cervical de animal abatido em frigorífico sob inspeção federal em Campo Grande - Mato Grosso do Sul, foto Renata Madureira


Kadijah Suleiman
Jornalista, MTb RJ 22729JP
Núcleo de Comunicação Organizacional (NCO)
Embrapa Gado de Corte
Campo Grande/MS
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)

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