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sexta-feira, julho 29, 2016

CNC - Balanço Semanal de 25 a 29/07/2016




BALANÇO SEMANAL — 25 a 29/07/2016

Brasil planeja ações para ampliar sua fatia no mercado mundial do agronegócio; internamente, setor cafeeiro debate renovação do cinturão produtor

PROGRAMA ACESSO A MERCADOS — O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, vem debatendo com o setor agropecuário um projeto piloto de promoção do agronegócio brasileiro no exterior para atrair investidores. Denominado Programa Acesso a Mercados (PAM-AGRO), a iniciativa nasceu da parceria entre a Apex-Brasil e o Mapa e conta com a participação do Ministério das Relações Exteriores e da Câmara de Comércio Exterior (Camex). O objetivo é finalizar o debate junto ao setor privado e fazer o anúncio em outubro de 2016.

Visando à captação de novos negócios para o País e à promoção comercial dos produtos do agronegócio nacional, o Programa visa a unir o Governo e as entidades agrícolas brasileiras com foco em: (i) adentrar a novos mercados, (ii) melhorar a imagem do agronegócio nacional no exterior e (iii) promoção comercial. Atualmente, o Brasil participa com 7% do mercado mundial de grãos, fibras e commodities e a proposta do projeto é ampliar essa fatia para 10% nos próximos cinco anos.

O CNC enaltece a ação empreendedora do Governo junto ao setor privado e entende que ambos necessitam caminhar lado a lado na conquista de novos mercados a na consolidação dos atuais parceiros internacionais. Assim, colocamo-nos à disposição para contribuir no sentido de evidenciar ao mundo que o agronegócio brasileiro é extremamente sustentável, sendo conduzido sob as mais rígidas leis ambiental e trabalhista. Ao unirmos esforços, certamente conseguiremos transmitir essa realidade aos atuais e futuros parceiros internacionais, possibilitando que seja alcançado o objetivo de o País responder por 10% do mercado global de grãos, fibras e commodities até 2021.

RENOVAÇÃO DO PARQUE CAFEEIRO — Na terça-feira, 26, o CNC manifestou apoio à elaboração de proposta, por parte da Embrapa Café, para a criação de uma linha de financiamento voltada à renovação gradativa do cinturão cafeeiro nacional, com recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), conforme matéria discutida na 25ª reunião do Comitê Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento do Café (CDPD/Café).

Ao tempo em que o Conselho Nacional do Café recorda que essa é uma antiga reivindicação do setor produtivo, solicitada pelo próprio CNC junto ao Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC) em ocasiões anteriores, também defende que a medida seja adotada de maneira paulatina, em pequenas escalas a cada ano, para que não haja impacto no mercado de preços e fornecimento, bem como se evite uma virtual descapitalização do Funcafé, a qual possa comprometer as demais linhas de financiamento. Agora a matéria será debatida na próxima reunião do Comitê Diretor de Planejamento Estratégico do Agronegócio Café (CDPE/Café) para ter suas definições e seu encaminhamento para aprovação no CDPC.

GEORREFERENCIAMENTO — Há anos, o Brasil e o mundo cafeeiro se veem reféns das especulações mercadológicas, as quais emergem conforme o interesse de grandes players, normalmente com o intuito de pressionar as cotações para que adquiram o produto a preços aquém do que os fatores fundamentais sinalizam. Um dos motivos para isso, em solo brasileiro, é o descrédito que agentes internacionais possuem frente a nossos dados oficiais, por mais que a Conab seja o órgão com melhores condições para acompanhar, in loco, o desenvolvimento das safras brasileiras de café.

O CNC, ciente desse cenário e com o intuito de mitigar os impactos dessa especulação, ainda na década de 90, quando Alberto Duque Portugal presidia a Embrapa (1995 a 2002), solicitou a implantação do georreferenciamento no parque cafeeiro nacional, de maneira que tivéssemos ciência sobre quantos somos, onde estamos e o quanto produzimos de fato. Entretanto, deparamo-nos com muita divergência sobre como realizar esse mapeamento da cafeicultura nacional e os projetos não saíram do papel.

Diante da paralisia relacionada à matéria, o Conselho Nacional do Café iniciou negociações junto ao Governo Federal e aos demais elos da cadeia produtiva e os trabalhos vêm percorrendo um caminho promissor no sentido de que possamos, enfim, chegar ao processamento dos dados georreferenciados da cafeicultura brasileira.

O passo mais recente foi dado em São Paulo, ontem, em reunião para a definição de conteúdo para um termo de referência para a licitação de um projeto de mapeamento do parque cafeeiro nacional, a ser custeado com recursos do Funcafé. O encontro contou com especialistas da área de geoprocessamento e com representantes da cadeia produtiva do café, que possuem assento no Comitê Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento do CDPC.

Como representantes da produção, entendemos que essa é uma atitude necessária e que trará vantagens ao agronegócio café do País como um todo, haja vista que as especulações a respeito dos números relacionados às safras brasileiras tendem a desaparecer ou a enfraquecer muito. Dessa forma, o CNC crê que, após vários anos de trabalho, conseguiremos trazer mais transparência ao mercado, aproximando os agentes à realidade da nossa cafeicultura, realidade a qual sempre foi um fator adotado pelo Conselho em nossa conduta institucional.

MERCADO — O mercado internacional do café andou de lado esta semana, respeitando os níveis de resistência nas bolsas. Na ICE Futures US, o vencimento setembro do Contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,4215 por libra-peso, com leve alta de 25 pontos em relação ao fechamento da semana passada. O vencimento setembro do contrato futuro do robusta, negociado na ICE Futures Europe, encerrou o pregão de ontem a US$ 1.813 por tonelada, US$ 25 acima da cotação da última sexta-feira.

Em Nova York, as cotações tiveram pouca volatilidade devido ao pouco interesse de venda de origens e à pouca força técnica do mercado para trabalhar abaixo de US$ 1,40 ou acima de US$ 1,50. Segundo analistas, com a aproximação do verão no Hemisfério Norte, os compradores devem se retirar do mercado em agosto, assim, os desempenhos do dólar e do real passam a ser vistos como decisivos para dar uma sinalização a respeito do próximo movimento nas bolsas. Na semana, a divisa norte-americana registrou alta 1,18%, encerrando a quinta-feira a R$ 3,2965.

Outro ponto que vem sendo observado como provável orientador dos preços é o clima no Brasil. De acordo com a Somar Meteorologia, o tempo permanecerá seco no País, favorecendo o andamento da colheita. Uma frente fria avança pelo oceano, afastado da costa de São Paulo, mas não chega a mudar o tempo de forma significativa em áreas cafeeiras.

Por outro lado, a Somar informa que essa frente fria ocasionará ventos que trarão ar mais frio para a Região Sudeste, fato que volta a provocar noites mais frias. Na zona da Mata e no leste de Minas Gerais, na Zona da Mata do Espírito Santo e na Bahia há possibilidade de chuviscos em função de ventos mais úmidos vindos do mar. Mas, nos primeiros cinco dias de agosto, a tendência é que o tempo permaneça seco, com temperaturas baixas ao amanhecer, porém sem risco de geadas.

No mercado físico, os preços do café arábica subiram na semana, acompanhando a valorização externa e em função da oferta reduzida. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os cafeicultores seguem focados na entrega de lotes contratados anteriormente, aguardando maiores aumentos para negociar no spot. O indicador calculado pelo Cepea para a variedade foi cotado, ontem, a R$ 489,49/saca, com alta de 0,83% em relação ao fechamento da semana anterior.

Para o robusta, as negociações também seguiram limitadas e o cenário manteve-se positivo em função da restrição de oferta, que reflete o cenário de estiagem vivido pelos cafezais no Espírito Santo. O indicador do Cepea para a variedade conilon registrou avanço de 1,33% na comparação com a semana antecedente, cotado a R$ 420,46/saca, novo patamar recorde da série histórica.



Atenciosamente,
Silas Brasileiro
Presidente Executivo

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Brasil promoverá cafés especiais durante a Olimpíada do Rio de Janeiro





BSCA coordenará ações no Espaço Arte do Café, na Casa Brasil, através de parceria com a Apex-Brasil e o Sebrae, durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos
 
A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) coordenará trabalhos de promoção dos cafés especiais nacionais durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de Janeiro, no Espaço Arte do Café, dentro da Casa Brasil, no Píer Mauá, de 4 de agosto a 18 de setembro. A ação será viabilizada através de parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e o Sebrae Nacional.

No Espaço, serão feitas apresentações sobre os cafés especiais brasileiros, explorando história, origens produtoras, características e métodos mais interessantes de preparo. "Serão realizadas apresentações individuais dos métodos de preparo e o café selecionado para cada demonstração será oferecido ao público presente. Trata-se do mesmo modelo que utilizamos na Expo Milão, na Itália, também em parceria com a Apex-Brasil, que foi muito bem sucedido", explica a diretora da BSCA, Vanusia Nogueira.

Os cafés que serão apresentados são de associados da BSCA e dos pequenos produtores de cafés especiais apoiados pelo Sebrae, cultivados em diversas regiões produtoras do Brasil. "Considerando a diversidade dos grãos, realizaremos apresentações distintas, com explicações sobre as características próprias da bebida e os produtos referentes a cada uma das regiões de produção e que estão à disposição no mercado", completa.

NÚMEROS DO BRASIL
A BSCA estima que o Brasil produzirá até 8 milhões de sacas de 60 kg de cafés especiais em 2016, o que representa uma fatia de 35,5% da demanda mundial pelo produto, projetada pela Organização Internacional do Café (OIC) em 22,5 milhões de sacas. No ano passado, o País exportou 6,75 milhões de sacas (18% do total nacional de 37 milhões de sacas) e registrou o consumo interno de 1 milhão de sacas de cafés especiais, o que correspondeu a 5% do total de 20,5 milhões de sacas bebidas pelos brasileiros.

O principal mercado para os cafés especiais do Brasil são os Estados Unidos, mas os maiores valores pagos pelo produto são obtidos nas vendas para Japão, Coreia do Sul, Austrália e Taiwan. A China desponta como um mercado bastante promissor, apesar de sua pouca tradição no consumo da bebida. Entre 2012 e 2015, por exemplo, as importações totais de cafés especiais pelo país asiático, conforme a OIC, apresentaram crescimento de 29%, chegando a 1,8 milhão de sacas.

O Brasil é o líder do ranking global de produção e exportação de café e o segundo maior consumidor da bebida no mundo, atrás apenas dos EUA. O País cultiva o fruto em 23 regiões produtoras, o que permite que sejam produzidos cafés que atendam a todas as demandas e paladares do planeta, sob a bandeira nacional das sustentabilidades econômica, social e ambiental, gerando divisas a todos os segmentos da cadeia produtiva.

REGIÕES PRODUTORAS PARTICIPANTES
Para a ação promocional durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de Janeiro, a BSCA e o Sebrae selecionaram cafés especiais de 10 regiões produtoras, descritas na sequência.

Sul de Minas (MG): o clima e o relevo favoráveis, aliados a uma produção artesanal da bebida, são os segredos da premiada região. Os fatores para o sucesso são a dedicação em todas as etapas da produção, a infraestrutura sólida e os investimentos em pesquisa. No sudoeste dessa localidade, há cidades produtoras como Guaxupé, que tem a maior cooperativa do Brasil, a Cooxupé, e também se destacam Varginha e Três Pontas. O Sul de Minas possui temperatura amena (entre 18 e 20 graus), altitudes elevadas (até 1.400 metros) e tornou-se uma das principais produtoras de cafés especiais do Brasil. Outros municípios cafeeiros são Poços de Caldas e Muzambinho. Características do café: Sudoeste – corpo médio, acidez alta, adocicado, com notas florais e cítricas; Montanhas – corpo aveludado, acidez alta, adocicado, com notas de caramelo, chocolate, amêndoa, cítricas e frutadas.

* Indicação de Procedência Mantiqueira de Minas (MG): situada na face mineira da Serra da Mantiqueira, no Sul do Estado de Minas Gerais, a região tem tradição secular na produção de cafés de qualidade. A Mantiqueira é hoje uma das regiões mais premiadas do Brasil. Em 2011, a área foi reconhecida como Indicação Geográfica (IG), na modalidade Indicação de Procedência (IP), por sua tradição e reputação mundial em produzir cafés especiais com perfil sensorial altamente diferenciado. Esses são cafés raros e surpreendentes, que refletem a combinação de um terroir único e do saber fazer local que busca continuamente a excelência. Entre os municípios, destaca-se Carmo de Minas, uma pequena cidade que conquistou muitos prêmios. Outras cidades na região que se sobressaem em produção são Conceição das Pedras, Paraisópolis, Jesuânia, Lambari, Cristina, Dom Viçoso e Pedralva. Características do café: (i) Via úmida (cereja descascado/despolpado) – notas cítricas e florais, corpo cremoso e denso, acidez cítrica com intensidade média-alta, doçura alta, finalização longa; (ii) Via seca (café natural) – cítrico, floral, frutado, corpo cremoso e denso, acidez média-alta, doçura alta.

Matas de Minas (MG): a região surgiu para o mercado de cafés especiais após o início da produção dos grãos cerejas descascados. Atualmente, os produtores estão entre os finalistas dos concursos de cafés especiais e exportam para Japão, Europa e Estados Unidos. As principais cidades produtoras são Diamantina, Presidente Kubitschek, Manhuaçu, Ervália, Araponga e Viçosa. Características do café: corpo médio a encorpado, acidez média, doçura alta, com aroma achocolatado e sabor cítrico.

** Denominação de Origem Cerrado Mineiro (MG): o fruto começou a ser cultivado na região, na década de 1970, por agricultores paranaenses, que fugiam das geadas, e paulistas, que enfrentavam o problema de nematoide. O Cerrado Mineiro apresenta clima seco durante o período da colheita, o que faz com que o café sofra menos com a umidade depois de colhido. Abrangendo 55 municípios do Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas, conquistou a Denominação de Origem em 2013 e foi a primeira de café do País a receber este reconhecimento.

* Indicação de Procedência Alta Mogiana (SP): tradicional produtora de cafés, a região congrega 15 municípios paulistas – Altinópolis, Batatais, Buritizal, Cajuru, Cristais Paulista, Franca, ltirapuã, Jeriquara, Nuporanga, Patrocínio Paulista, Pedregulho, Restinga, Ribeirão Corrente, Santo Antônio da Alegria e São José da Bela Vista – e oito mineiros – Claraval, Capetinga, Cassia, Ibiraci, Itamogi, Sacramento, São Sebastião do Paraíso e São Tomas de Aquino – distribuídos em meio aos polos cafeeiros de Franca, Pedregulho (um dos municípios mais altos do Estado) e Altinópolis. Características do café: aroma marcante, frutado com notas de chocolate e nozes, corpo cremoso aveludado, acidez média e muito equilibrada e finalização prolongada, com uma doçura de caramelo e notas de chocolate amargo.

Média Mogiana (SP): nessa região, a maior concentração de café fica em São João da Boa Vista. É uma área climaticamente apta para o grão, montanhosa e com alguns municípios acima de 1.000 metros de altitude, produtividade alta e de muito boa qualidade. Tem como limitação a mecanização em áreas de topografia acentuada. A produção de café abrange cinco dos 16 municípios produtores, sendo alguns deles Espírito Santo do Pinhal, Santo Antônio do Jardim e São João da Boa Vista. Características do café: boa acidez, doçura média, corpo médio, notas de chocolate, castanha e nozes.

Planalto Baiano (BA): na região do Planalto, que envolve Chapada Diamantina, Planalto de Vitória da Conquista e Serrana de Itiruçu/Brejões, muitas propriedades realizam a colheita seletiva (apenas grãos maduros), o que favorece a produção do café cereja descascado. Além da colheita dos frutos maduros, a criação de cooperativas e associações foi fator importante para a obtenção de qualidade e para o sucesso da agricultura familiar, predominante no Estado. Com altitude média de 850 metros e temperatura amena, as características da região são ideais para o cultivo do café arábica. A colheita é feita durante o inverno chuvoso e exige maior atenção dos produtores na hora da secagem. Entre as regiões da Chapada Diamantina estão cidades premiadas como Piatã, Mucugê, Ibicoara, Vitória da Conquista, Barra do Choça e Poções. Características do café: encorpado e aveludado, adocicado, com acidez cítrica, notas de nozes, chocolate e final prolongado.

Montanhas do Espírito Santo (ES): o café produzido nessa região montanhosa, acima de 400 metros, é o arábica. A partir da década de 1980, foi iniciado um trabalho de melhoria da qualidade, com as técnicas tradicionais sendo substituídas por novas máquinas, o que possibilitou maior controle no processamento do grão. As principais cidades produtoras são Afonso Cláudio, Venda Nova do Imigrante, Alfredo Chaves e Castelo. Características do café: encorpado e com acidez de média a alta, doçura e boa complexidade de aromas.

* Indicação de Procedência Norte Pioneiro do Paraná (PR): a região dispõe de fortes cooperativas, institutos agronômicos e de pesquisa e ainda produtores empenhados para que o crescimento da cafeicultura seja forte e constante. A Associação de Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná (Acenpp) e a Cooperativa de Cafés Especiais e Certificados do Norte Pioneiro do Paraná (Cocenpp) abrangem 45 municípios e contam com a participação ativa de aproximadamente 300 produtores. As principais cidades são Jacarezinho, Ribeirão Claro, Carlópolis, Ibaiti, Abatiá, Joaquim Távora, Pinhalão e Santo Antônio da Platina. Características do café: corpo médio, doce, com acidez média e notas de chocolate e caramelo.

Rio de Janeiro (RJ): apesar de hoje não ser um grande produtor, o Estado tem papel histórico importante, pois deu início ao cultivo do café brasileiro em grande escala. A produção estadual gira em torno de 350 mil sacas por ano. Características do café: os grãos do Estado possuem características diversas e servem de base para blends de diversos produtos no Brasil.

* Indicação de Procedência (IP)
Valoriza a tradição produtiva e o reconhecimento público de que o produto de uma determinada região possui uma qualidade diferenciada. É caracterizada por ser área conhecida pela produção, extração ou fabricação de determinado produto. Ela protege a relação entre o produto e sua reputação, em razão de sua origem geográfica específica.

** Denominação de Origem (DO)
Especifica que as características do território agregam um diferencial ao produto. Define que uma determinada área tenha um produto cujas qualidades sofram influência exclusiva ou essencial por causa das características daquele lugar, incluindo fatores naturais e humanos. Em suma, as peculiaridades dessa região devem afetar o resultado final do produto, de forma identificável e mensurável.

SERVIÇO: Espaço Arte do Café na Casa Brasil
Local: Píer Mauá, Av. Rodrigues Alves, n° 10, Centro, Rio de Janeiro (RJ)
Quando:
- 06 a 21 de agosto: entre 10h e 20h
- 22 de agosto a 06 de setembro: entre 14h e 20h
- 07 a 18 de setembro: entre 10h e 20h
Mais informações: (35) 3212-4705 / 3212-6302 / exec@bsca.com.br

Mais informações para a imprensa
BSCA - Assessoria de Imprensa
Paulo André Colucci Kawasaki
(61) 98114-6632ascom@bsca.com.br

CMN autoriza prorrogação das dívidas dos produtores de soja


Na noite de ontem, 28, o Conselho Monetário Nacional (CMN) divulgou a Resolução 4.508, que autoriza a prorrogação dos pagamentos dos financiamentos dos produtores de soja que comprovarem perdas em suas lavouras, decorrentes do excesso de chuva durante a safra 2015/2016.

O reembolso dos custeios poderá ser feito em até cinco anos e dos investimentos para um ano após a previsão de encerramento do contrato, mesmos benefícios concedidos aos produtores de arroz que também contabilizaram prejuízos devido aos fatores climáticos.

O deputado federal Afonso Hamm, que articulou medidas com o ministro da agricultura, Blairo Maggi, com o secretário de políticas públicas do governo federal, Neri Gelller, com representantes do Ministério da Fazenda e de instituições financeiras, comemorou a decisão. “Assumimos com os sojicultores o compromisso de buscarmos alternativas para renegociação das dívidas de custeio e de investimentos. Entendemos que essa decisão traz fôlego aos nossos agricultores, especialmente aos da Metade Sul do Estado. Agora temos que seguir as orientações do CMN para garantir o alongamento dos contratos que estão vencendo”.

A ação do CMN, similar à realizada no mês passado para o setor do arroz, será válida para os municípios onde tenha sido decretada situação de emergência ou estado de calamidade pública a partir de primeiro setembro do ano passado, com reconhecimento pelo Ministério da Integração Nacional. O prazo para formalização do pedido é até 30 de dezembro deste ano e Resolução pode ser conferida na íntegra no portal do Banco Central do Brasil, através do endereço abaixo.






EMBRAPA: Produtores conhecem vantagens da Carne Carbono Neutro em dia de campo da Embrapa





A marca-conceito Carne Carbono Neutro (CCN), desenvolvida pela Embrapa, foi apresentada em um dia de campo, dentro da programação da etapa Campo Grande da Intercorte, na sexta-feira, 22, na Fazenda Boa Aguada (Grupo Mutum), em Ribas do Rio Pardo (cerca de 150 km de Campo Grande). Um dos donos da fazenda, Moacir Reis, conta que ao serem convidados pela Embrapa para conversar sobre a condução dos experimentos, a propriedade já estava de portas abertas para a Empresa e que foi muito bom aprender e falar sobre Carne Carbono Neutro.

Durante o dia de campo, os participantes souberam que o conceito CCN visa atestar a carne bovina produzida com alto grau de bem-estar animal, na presença do componente arbóreo, em sistemas de integração do tipo silvipastoril (pecuária-floresta, IPF) ou agrossilvipastoril (lavoura-pecuária-floresta, ILPF) e que, nessas condições, as árvores neutralizam o metano entérico exalado pelos animais, um dos principais gases responsáveis pelo efeito estufa que provoca o aquecimento global.

O pesquisador da Embrapa Florestas, Vanderley Porfírio, explica como a árvore faz a diferença dentro do sistema. "Para crescer, ela tira gás carbônico da atmosfera, então na madeira, dirigida a produtos de maior valor agregado como móveis, uso na construção civil, piso e assoalho, fica imobilizada aquela quantidade de carbono num período de tempo maior, que vai durar de dez a 15 anos, e assim podemos afetar a forma como o carbono entra e sai da atmosfera", esclarece.

Moacir Reis lembra que implantou o sistema silvipastoril na fazenda em 2006, sendo pioneiro em Mato Grosso do Sul e que a propriedade serviu de exemplo para outros produtores rurais, tendo hoje mais de dois mil hectares de floresta plantada. "Ficamos muito honrados por termos começado esse projeto, até muito criticado por outros setores, porque as pessoas sempre falam que não tem como produzir madeira na mesma área de manejo dos bovinos. Então saber que podemos produzir na mesma unidade de manejo, tanto a madeira quanto o gado, nos deixa muito satisfeitos", diz acrescentando que "é muito bom saber que Mato Grosso do Sul tem hoje 40 mil hectares de sistema silvipastoril e nossa fazenda foi uma das pioneiras no Brasil em divulgar esse sistema".

O pesquisador da Embrapa Gado de Corte, Roberto Giolo, conta que os estudos foram iniciados na fazenda há cerca de um ano e, depois do abate dos animais selecionados para a pesquisa, a análise da qualidade de carcaça e de carne mostrou que 100% deles atingiram os níveis desejáveis. "Isso indica que é facilmente possível obter animais com qualidade dentro do conceito da Carne Carbono Neutro", destaca.

Segundo o também pesquisador da Embrapa Gado de Corte, Rodrigo Gomes, os animais foram abatidos com 514 quilos de média de peso vivo, em torno de 18,3 arrobas de carcaça, com rendimento de carcaça em torno de 53%. "Em relação ao acabamento, cerca de 95% dos animais tinham acabamento de gordura 3, que é o desejável. Em geral, as carcaças estavam de acordo com o que a indústria quer, com bom acabamento e animal jovem, em média de 32 meses, considerado novilho precoce", informa.

Bem-estar animal

A árvore também é essencial ao conforto térmico e bem-estar animal, principalmente em sistemas extensivos de produção de bovinos em pastagens, assim como fatores como a boa nutrição, boa qualidade de água, bom manejo e adequado manejo sanitário. "Segunda a literatura, quando se tem a sombra pode haver até 30% a mais de produtividade de leite, mas claro que outros fatores têm que estar bem dimensionados, então quando o sistema está funcionando satisfatoriamente, a sombra vem a agregar. A mesma coisa acontece com animais para a produção de carne. Temos dados de 10 a 15% a mais de produtividade nessas condições", afirma a pesquisadora da Embrapa Gado de Corte, Fabiana Alves.

Sustentabilidade

A gerente de Sustentabilidade da JBS, Daniela Teston, que também participou do dia de campo, diz que o conceito CCN está totalmente aliado à estratégia de sustentabilidade da companhia. "A JBS aposta muito nessa parceria com a Embrapa para termos mais opções ao atender o portfólio de clientes cada vez mais exigentes, e que os produtores possam acessar esses mercados", conclui.

Evento

Realização: Embrapa, Grupo Mutum e Intercorte. Apoio: Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Sistema Famasul, Fundação MS, Bellman, Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), JBS, Banco do Brasil e Rede de Fomento ILPF (Cooperativa Agroindustrial Cocamar, Dow AgroSciences, John Deere, Parker e Syngenta).

Texto e fotosKadijah Suleiman, jornalista da Embrapa Gado de Corte (MTb RJ 22729)
Campo Grande/MS
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)
kadijah.suleiman@embrapa.br
Telefone: +55 (67) 3368-2203 



EMBRAPA: Horta doméstica reaproveita materiais e produz alimentos agroecológicos

Nicoli Dichoff - Aprenda a montar o sistema no quintal de casa



Aprenda a montar o sistema no quintal de casa



Alfaces verdinhas, macias e que não recebem agrotóxicos são produzidas na Embrapa Pantanal por meio de um sistema que aproveita materiais recicláveis, ocupa pouco espaço e exige baixa manutenção. Estamos falando da horta suspensa vertical semi-hidropônica, adaptada para produzir verduras na unidade de pesquisa pantaneira. As plantas crescem em uma estrutura com várias colunas formadas por garrafas pet encaixadas umas nas outras, preenchidas com terra. Usando o gotejamento como método de irrigação, o sistema retém umidade, usa menos água que as hortas convencionais e otimiza a produção.
"O custo é muito baixo. A pessoa tem uma horta o ano todo que ela mesma pode manejar de forma muito simples, muito fácil. É uma plantação pequena que se pode ter em casa de maneira sustentável, reaproveitando material de reciclagem e evitando que ele seja descartado no meio ambiente", afirma o supervisor do Setor de Campos Experimentais (SCE) da Embrapa Pantanal, Cleomar Berselli.
Confira os materiais necessários para montar uma horta vertical semelhante à que existe atualmente na Embrapa Pantanal:
  • 3 pedaços de madeira para apoiar as colunas de garrafas – podem ser postes usados ou caibros. O tamanho sugerido é que dois pedaços tenham 1,60m e um tenha 2m;
  • 80 garrafas pet de plástico resistente e com o bico afunilado para facilitar o encaixe;
  • De 50kg a 60kg de composto orgânico, terra com composto ou 40kg de composto + 10 litros de substrato próprio para horticultura;
  • Tinta branca;
  • De 15 a 18 metros de arame liso para manter as garrafas suspensas;
  • 10 metros de arame fino, fácil de moldar.
Essas quantidades variam de acordo com o tamanho da horta.

Passo a passo
Cleomar ensina como erguer a estrutura: primeiro, monta-se uma ´trave´ com os postes de madeira que deverá servir como base. Depois, as linhas de arame são fixadas na horizontal entre os postes verticais para apoiar as colunas de garrafas (a horta da Embrapa Pantanal tem 7 linhas de arame). "As colunas ficam encostadas nas linhas de arame e presas a elas por um arame mais fino, que contorna as garrafas e as fixa no arame mais grosso", diz Cleomar. Também é preciso pintar as garrafas com tinta branca antes de utilizá-las para assegurar que a temperatura da horta se mantenha estável.
Depois, é hora de começar a montar as colunas. A primeira garrafa, a que ficará no chão, deverá permanecer com tampa para reter a umidade no sistema, mas terá o fundo retirado para que a próxima se encaixe. As outras garrafas da coluna deverão ter o fundo retirado, assim como toda a estrutura da tampa – porém, o topo afunilado deve ser mantido para facilitar o encaixe entre elas, de acordo com o supervisor. Cada nova garrafa deverá ser acoplada à anterior já com um pouco de terra dentro. A cada duas ou três garrafas, Cleomar recomenda que se acrescente um pouco mais de terra.


Na Embrapa Pantanal, cada coluna tem nove garrafas, sendo que a última serve para irrigar o sistema. Ela deve ser mantida inteira, tampada e cheia de água. É preciso fazer alguns furos com uma agulha próximo à tampa o gotejamento e um ou dois furos na base para permitir a entrada de ar. O supervisor substituto do SCE, Marcelo Xavier, dá uma alternativa: levar a água produzida por aparelhos de ar condicionado até as plantas por meio de uma mangueira com furos sobre as colunas de garrafas. Dessa forma, enquanto o ar estiver ligado, não é necessário recolocar água no sistema. "Mesmo ficando três dias sem irrigação, as verduras sofrem, mas não perdemos a produção. O próprio sistema se mantém úmido", afirma.
Após a montagem da horta, é preciso fazer alguns cortes nas garrafas para que as plantas tenham espaço para crescer. Cleomar sugere abrir quadrados de 3x3cm ou 4x4cm, mantendo um dos lados do quadrado fixo na garrafa – dessa forma, as verduras terão em que se apoiar quando crescerem. Ele relembra que os dois lados do sistema podem receber plantios. "A gente sugere, ainda, que a horta seja montada no sentido norte-sul por causa do sol. Como estamos em uma região muito quente, não precisamos ter o dia inteiro de sol pleno. Dessa forma, as plantas serão iluminadas ou à tarde, ou pela manhã".

Vantagens
De acordo com o supervisor do SCE, a praticidade da horta vertical favorece vários benefícios. "Você não precisa se preocupar em fazer canteiros ou com a presença de animais, como cachorros ou gatos, que possam defecar no local e contaminar os alimentos. As plantas também não se sujam facilmente porque não têm contato com o solo. O sistema tem uma infinidade de vantagens", afirma. Marcelo diz que, além das hortaliças, é possível plantar flores da mesma forma. "Temos várias flores que não precisam ficar embaixo do sol o dia todo. Com a claridade de uma varanda, por exemplo, é possível produzir".







Outro aspecto importante é o fato de nenhum defensivo químico ser utilizado nas plantas da horta. De acordo com Marcelo, caso seja preciso combater pragas comuns – como pulgões ou lagartas – o recomendado é que se utilize caldas naturais para o controle, como o chá de boldo. "Ferva bastante a folha, misture com água limpa comum e borrife nas plantas para que o amargo do boldo sirva como repelente", diz. Ele também conta que é possível misturar água com pimenta macerada para colocar na base das colunas de garrafas, próximo ao chão, para evitar que os insetos subam. O ideal, de acordo com Cleomar, é adaptar o sistema às necessidades e possibilidades de cada um. "Qualquer pessoa que tiver um cantinho em um terreno que pegue sol pode fazer", finaliza.
Não deixe de conferir dicas de outros modelos para o cultivo de hortaliças em áreas reduzidas na publicação "Horta em pequenos espaços" da Embrapa. Saiba mais no link: http://bit.ly/1E55dYt




Texto:  Nicoli Dichoff
Núcleo de Comunicação Organizacional (NCO)
Embrapa Pantanal/ Corumbá - MS
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sexta-feira, julho 22, 2016

Janaína Paschoal: A verdadeira conquista



21 de julho de 2016



Janaína Paschoal, autora do pedido de impeachment, manda recado aos admiradores antes das últimas batalhas no Senado e nas redes sociais.

O processo de impeachment continua em curso, em procedimento muito mais minucioso e garantista que aquele previsto pela lei e aplicado ao ex-presidente Fernando Collor.

De fato, muito embora a defesa insista na infundada tese do golpe, não há como deixar de reconhecer que nenhum outro mortal teve assegurada a benesse de ouvir quarenta testemunhas de defesa e enviar carta para ser lida no momento do interrogatório.

Regalias a parte, o importante é que a produção probatória deixou evidente que os crimes de responsabilidade atribuídos à Presidente afastada foram mesmo praticados, valendo destacar que até as testemunhas de defesa confirmaram os delitos. Isso sem contar a perícia, pela qual a defesa tanto brigou.

Conforme aduzimos em audiência, fosse verdade que a perícia exculpara a denunciada, não haveria razões para a defesa questionar e confrontar tanto os peritos, seja oralmente, seja por escrito.

A esse respeito, importante lembrar que enquanto a acusação não apresentou nenhuma objeção ao laudo pericial, a defesa deduziu mais de setenta impugnações; e ao passo que a assistente técnica da acusação corroborou as conclusões do laudo, o assistente técnico da defesa (que é advogado de Dilma Rousseff junto ao TCU), redigiu 90 páginas, criticando o laudo pericial.

Não obstante, o PT continua alardeando que o processo teria demonstrado a inocência da denúncia. Nota-se que tal grupo continua acreditando que uma mentira repetida muitas vezes se transforma em verdade. Infelizmente, por muitos anos, essa terrível estratégia deu certo; porém, não mais!

Impossível antecipar como será o julgamento político; entretanto, sob o ponto de vista jurídico, a única decisão possível será mesmo a condenação.

Mas o que me estimula a escrever este pequeno texto, hoje, aproveitando o precioso espaço no Senso Incomum, é uma preocupação, que desejo dividir com os leitores.

Como todos sabem, eu não tenho Facebook e também não tenho Twitter, situação que, muitas vezes, me deixa um pouco alienada relativamente ao que ocorre no mundo virtual. Sempre que aparece um Twitter fake em meu nome, eu digo para mim mesma que vou criar um oficial, mas as obrigações se sucedem e eu nunca tomo uma providência a respeito.

No entanto, os muitos amigos que fiz, desde que apresentei a denúncia em face da Presidente, têm escrito, denunciando que os apoiadores do PT estão recrudescendo o discurso, fazendo crer que ações pouco ortodoxas poderão ser adotadas.

Eu preferi não assistir os tais vídeos, mas os relatos coincidem com correspondências que tenho recebido e mesmo com o ataque que sofri no aeroporto de Brasília, curiosamente compartilhado e elogiado, na página oficial do PT.

Pois bem, àqueles que comungam das minhas convicções, eu peço: calma!

Estamos em um gigantesco processo de depuração, estamos armados com a Constituição Federal e a lei. Há um ano, ninguém acreditava que conseguiríamos o que estamos conseguindo.

Como eu já disse e reitero, estamos operando uma revolução sem armas e sem sangue. Mais do que a própria perda do poder, esse fato incomoda. Daí o acirramento dos discursos. É desesperador perder o poder para pessoas que não querem nada além de fazer valer o que é certo.

Sujeitos que estavam acostumados a negociar, a lidar com a ambição, a vaidade e o medo; repentinamente, são convidados a enfrentar a palavra e o ordenamento jurídico. Eles estão sendo obrigados a lidar com a verdade.

Caros leitores, quando forem provocados, instigados, ofendidos e até ameaçados, respirem. Lembrem que nós somos 90 (noventa) por cento da população. A imensa maioria que trabalha, gera emprego, paga impostos e não quer nada além de um país mais justo, inclusive, para os filhos dos 10 (dez) por cento que nos atacam.

Essa revolução só surtirá efeitos se for operada pelos métodos corretos. Em oposição aos discursos de ódio, nós fazemos um discurso de amor, primeiro, às pessoas, em segundo lugar, à Pátria.

Em resposta à doutrina da cisão, nós pregamos a união. Para mostrar que não é verdade que as mudanças só ocorrem pela violência; precisamos, aos poucos, convencer os mais jovens que são os livros que fazem toda a diferença.

Já perdi a conta do número de e-mails, cartas e mensagens que recebi, desde que o processo de impeachment se iniciou. Grande parte dessas correspondências vem de jovens. Até uma criança de 8 (oito) anos me escreveu.

Esses jovens têm dividido comigo suas aspirações e, invariavelmente, escrito que voltaram a confiar no Brasil. Muitos decidiram estudar Direito, outros tantos se sentem estimulados a entrar na política, pois passaram a acreditar que pessoas honestas também (e principalmente) devem trilhar esse caminho.

Fazer nascer esse sentimento já me torna uma vitoriosa. Por anos, a fio, vi nossa juventude beber e se drogar, sem perspectiva e sem rumo. Os partidários do materialismo, que tem imperado nas últimas décadas, construíram teses jurídicas para referendar essa alienação, tão interessante para grupos oportunistas e ditatoriais, que querem se manter no poder a todo custo.

Para libertar nosso país desses grupos, temos que manter a mente limpa, temos que incentivar a leitura dos clássicos, o estudo, para que nossos jovens, no futuro próximo, estejam preparados para ocupar os cargos importantes e reconstruir a nação.

Tudo o que nossos algozes querem é que nos percamos em brigas, em disputas, em confrontos estéreis.

Olhem para a Venezuela. Lá, para justificar a prisão de líderes pacíficos, desordeiros foram infiltrados, visando estabelecer a luta.

Seja por força do que é ético, seja por inteligência, peço àqueles que estão comigo que não entrem no jogo de quem quer nos desestabilizar. Se assim procedem é porque estão perdendo.

Se for difícil deixar de revidar, saiam da rede; desconectem. Deixem que falem sozinhos.

É hora de focar no positivo! E o positivo é um país de almas e mentes livres.

Que esbravejem no mundo virtual! Nós estamos mudando o mundo real!

Janaina Conceição Paschoal, com muito amor ao Brasil.

quarta-feira, julho 20, 2016

I ENCONTRO DO FORO DE BRASÍLIA


Objetivo: Reunir os movimentos conservadores, liberais, e libertários em Brasília para unir, coordenar, e fortalecer uma ampla frente de direita. Nesse encontro também será apresentada a estrutura do Foro de Brasília, que pretende ser um fórum permanente de discussão e interação entre os movimentos que combatem o comunismo. Todos estão convidados para participar e para ajudar na divulgação do evento.

DATA: 08 e 09 de outubro de 2016 (sábado e domingo).

Local: Brasília

Programação:

Dia 08/10 (sábado)

09:30 horas: credenciamento e inscrições
10:30 horas: Palestra de Abertura “O Foro de Brasília”
11:20 horas: Debate público sobre o Foro de Brasília

12:20 as 13:30 horas: Almoço

13:30 horas: Mesas Redondas

Sala 1: Escola Sem Partido e Ideologia de Gênero nas Escolas
Sala 2: Como Lidar com o Viés da Mídia Tradicional?
Sala 3: Terrorismo e Geopolítica na América Latina

15:00 horas: Coffee Break

15:30 horas: Mesa Redonda: Movimentos da Sociedade Civil e a Pauta para o Futuro
17:00 horas: Debate público

17:30 horas: Encerramento do primeiro dia

Dia 09/10 (Domingo):

9:30 horas: Mesas Redondas
Sala 1: A Religião e o Combate a Doutrinas Totalitárias
Sala 2: Como Mostrar as Vantagens da Direita para as Minorias?

10:30 as 11:00 horas: Coffee Break

11:00 horas: Mesa Redonda “A Direita no Cenário Político Atual: Metas e Desafios”
12:00 horas: Debate Público
12:30 horas: Encaminhamentos de propostas e Encerramento.

* informações: sachsida@hotmail.com

RODRIGO CONSTANTINO: VEJAM AS IMAGENS CHOCANTES DO FRACASSO SOCIALISTA DA VENEZUELA

Escrevemos muitos artigos para explicar o fracasso socialista, e eles são fundamentais. Apresentamos argumentos, fatos, dados históricos, tudo para explicar em detalhes porque o socialismo sempre fracassará, seja no século XX, seja no século XXI.

Ele é incompatível com a natureza humana, destrói o funcionamento do mercado, responsável pela geração de riqueza, e concentrar poder demais numa turma que se julga representante do povo, mas age em causa própria. Foi assim na União Soviética e em todos os experimentos similares: prateleiras vazias, mercado negro florescente, escravidão e miséria.

A Venezuela foi a mais nova tentativa de impor essa visão de mundo e, no começo, gozou da estima de muitos “intelectuais”. Enquanto nós liberais e conservadores sabíamos que ia dar tudo muito errado e tentávamos alertar, essa horda de “pensadores” fumavam seu novo ópio: o bolivarianismo de Hugo Chávez.

“Professores” enalteceram o modelo, o PT se disse seu grande apoiador, vários artigos foram escritos para celebrar a “justiça social” que se aproximava do país vizinho. Tudo balela, conforme nós já sabíamos. E aí está o resultado, que só surpreende os idiotas: uma vez mais a total miséria e escravidão.

Vejam as cenas chocantes da multidão que invadiu a Colômbia em busca do básico, de alimentos, de remédios, artigos de luxo escassos na Venezuela socialista:


Quem vive em país capitalista e toma como garantido encontrar no mercado os produtos que deseja, precisa pensar duas vezes: essa realidade, que julgamos básica, dura até o socialismo mostrar suas garras. É o “milagre” do capitalismo, do mercado, da “mão invisível” voltada para o lucro. Basta abolir isso para ter o mesmo resultado da Venezuela.

O capitalismo de mercado precisa ser defendido sempre, enaltecido, assim como o empreendedorismo, o lucro, a livre iniciativa. O avanço do intervencionismo estatal gera apenas miséria e injustiças. E a maior vítima é sempre o mais pobre.

O socialismo é uma máquina de destruição. Que tantos jovens que nunca viveram no inferno socialista, como os americanos, possam cair nessa ladainha é algo realmente assustador, e só reforça nossa necessidade de lutar sempre pela liberdade, tentar esclarecer os leigos sobre seu valor.

Rodrigo Constantino

sexta-feira, julho 15, 2016

Miinistro da agricultura tranquiliza produtores de soja


                                                                                                          

Ministro da agricultura tranquiliza produtores de soja



Após a confirmação de que o Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou a prorrogação das dívidas dos produtores de arroz, que tiveram prejuízos com as excessivas chuvas na safra deste ano, o deputado Afonso Hamm está articulando a negociação para os sojicultores.

O pedido será oficialmente encaminhado ao ministro da agricultura, Blairo Maggi, nos próximos dias, o qual já garantiu que as mesmas condições de pagamento serão estendidas aos produtores de soja que comprovarem, através de laudo técnico, a necessidade de mais prazo para quitar as parcelas de custeio e investimento. Nesta semana o ministro informou ao deputado Hamm que a decisão deverá ocorrer na próxima reunião do CNM, prevista para o próximo dia 28.

De acordo com o deputado, as instituições financeiras serão orientadas a atenderem os produtores de soja, oferecendo condições de negociação compatíveis com as possibilidades dos agricultores de cumprirem os compromissos sem comprometerem sua renda e a continuidade das atividades.

Uma das mais atingidas pelos problemas climáticos, a região da Metade Sul do Estado registrou prejuízos de produtores que ficaram com mais de 50% da safra comprometida. Segundo Afonso Hamm, como mais de 90% dos contratos efetuados com o Banco do Brasil começam a vencer em julho, essa decisão precisa ser revista com urgência, antes que banco passe a cobrar os débitos e execute os bens desses agricultores.

"Estávamos confiantes que o CMN seria sensível às reivindicações dos nossos sojicultores. Como não houve esse entendimento, procuramos o ministro da agricultura, que se comprometeu em dar agilidade ao processo, tranquilizando nossos produtores de soja e, também, os orozicultores que eventualmente ainda não tenham negociado com os bancos", destacou.



Jornalistas responsáveis – Márcia Godinho Marinho – MTB 10.868 – (61) 3215-5604 / Gilkiane Cargnelutti MTB 15.929 - (51) 3392-4609


quinta-feira, julho 14, 2016

Senador Ronaldo Caiado insinua que o PeTralha Lindbergh faz uso de drogas no Senado: "Está salivando muito, com pupilas dilatadas"; seria cocaina?







Do Blog Toma Mais Uma


TomaMaisUma


Quem é Lindberg Farias

O que eu já sabia sobre as overdoses (álcool também é droga e, quanto às outras, eu não posso afirmar) de Lindinho quando foi prefeito de Nova Iguaçu, no Estado do Rio de Janeiro, e nunca ousei revelar para não comprometer as fontes, muito chegadas a mim, caiu no meu colo hoje, ao dar uma olhada no Facebook e me deparar com a foto abaixo, com uma matéria da Isto É e com o que está em http://www.quidnovi.com.br/home/.

Porrado em uma festa
Aliás, faz tempo que ele é chegado a umas porrancas brabas, já que no começo dos anos 90 eu mesmo vi o então garoto absolutamente porrado, dormindo e babando em um canto do Hippopotamus, casa noturna do jet-set carioca na época. A foto dele, no estado, até saiu na coluna social do Zózimo Barrozo do Amaral. Lembro que comentei com amigos que já não se fazia UNEs como antigamente e depois perguntei ao Zé Walter, uma espécie de selecionador de clientes, se isso era habitual, o que ele confirmou.

Além disso, eu sempre tive sérias suspeitas sobre a honestidade desse cara desde cedo, mas, a quase certeza me veio depois que ele se elegeu prefeito de Nova Iguaçu, dadas às inúmeras notícias relatando um sem número de falcatruas, investigações e processos contra ele.

Apesar de tudo, o calhorda foi eleito Senador em 2010 e agora é candidato a governador do Rio. Acho que ninguém precisa ler esse catatau de calhordice a seguir para ter motivos de sobra para não votar nesse traste,mas, em todo caso, como tem sempre um renitente, aí vai:

Ah, sim, ele é do PT. Precisa mais?

Altos e baixos do cara-pintada Lindberg Farias a caminho do Senado

Por Mino Pedrosa

O marqueteiro Duda Mendonça tem pela frente uma dura missão. O candidato petista ao Senado pelo Rio de Janeiro, Lindberg Farias, seu cliente, não lhe contou sobre os processos que responde na Justiça do Rio de Janeiro e na Federal, bem como o seu comportamento recente, lembrando os tempos de cara-pintada. Também omitiu que existem fitas de vídeos comprometedoras, da época de Prefeitura de Nova Iguaçu e fotos colocando seu cliente na sarjeta. Esses documentos integram um processo rumoroso que tramita na Justiça do Rio. Um dos vídeos mostra o presidente da Comissão de Licitação e secretário de Lindberg, Jaime Orlando, contando dinheiro na casa de um empresário e fazendo críticas ao chefe, mostrando sua irresponsabilidade administrativa e até uso de esquema com dinheiro público. No vídeo são citados os nomes do procurador-geral do Ministério Público, Marfan Vieira, e do desembargador José Carlos Paes, ambos do Rio de Janeiro.

Duda correu atrás de alguns candidatos petistas com a intenção de se reaproximar de um eventual governo de Dilma Rousseff. Se dependesse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o marqueteiro Duda Mendonça teria que mudar de profissão. Mas o petista José Dirceu, que ainda tem o controle do partido apesar de ter sido cassado, está em sintonia com Dilma e ainda dá as cartas. Por isso, Dirceu indicou Duda Mendonça para algumas campanhas. Dentre as quais a do ex-prefeito de Nova Iguaçu-RJ, Lindberg Farias.

Lindberg, hoje, está tentando entrar no Senado Federal. Em terceiro nas pesquisas de intenção de voto, com remotas chances de entrar; já negocia com o governador Sérgio Cabral (PMDB) e o ex-parlamentar petista, cassado, José Dirceu, apoio para concorrer à Prefeitura do Rio de Janeiro. O que Lindberg pretende agora é firmar seu nome para alcançar a Prefeitura em 2012.

O ex-cara-pintada responde na Justiça a mais de 400 processos da época em que era prefeito de Nova Iguaçu. E vem conseguindo, com manobras na Justiça, protelar condenações buscando a imunidade parlamentar.

Cabral promete apoio a Lindberg porque não quer embate político, no momento, mas todos sabem que o peemedebista Eduardo Paes chegou ao poder pelas mãos de Cabral. Fica difícil descartar a reeleição de Paes.

Lindberg tem freqüentes recaídas das farras que fazia no tempo em que era parlamentar. Foi encontrado na cobertura de um empresário carioca caído, inconsciente, com várias escoriações no rosto e no cotovelo. O empresário levou Lindberg a uma clínica onde passou o resto do dia e a noite inteira, sendo liberado somente no dia seguinte. Adversários de Lindberg, na corrida pela Prefeitura do Rio em 2012, abrem o jogo e divulgam fotos e vídeos comprometendo sua eleição.

Luís Lindberg Farias Filho, paraibano, nascido em 8 de dezembro de 1969, ex-líder “cara-pintada” colecionou centenas de denúncias de má-gestão na sua vida pública. “Lindinho”, como é conhecido na praia de Ipanema, no posto 9, trocou o seu currículo de “cara-pintada” por uma ficha corrida de processo na Justiça.

Lindberg, um estudante de média classificação, ganhou fama e a admiração do público quando esteve à frente da União Nacional dos Estudantes (UNE). Lindberg liderou os estudantes em 92 à frente do Movimento Fora Collor a favor do impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello. Chegou a reunir, com outros líderes, 400 mil estudantes no Vale do Anhangabaú, em São Paulo em agosto de 92, ao som do hino escolhido pela “galera” O Tempo Não Pára, de Cazuza, num revival do movimento estudantil de 68, que estava em pauta na minisérie Anos Dourados, da TV Globo, em 92. Lind chegou a colocar uma faixa na passeata, aproveitando-se do marketing da TV, “Anos Dourados – próximo capítulo”.

Entretanto o Movimento Estudantil de 92 ficou longe de ser o que foi o de 68. O de 68 tinha um forte engajamento político, o liderado por Lindberg era imediatista, sinais do tempo. O objetivo era tirar o Presidente Collor do poder e pronto! Pronto nada! Lindberg queria seguir carreira política e a fama instantânea exemplo da dos BBBs que seguiriam logo adiante, era o número exato para sua candidatura. Por outro lado, esta mesma fama o prejudicou. A exemplo das celebridades instantâneas um poder ilusório foi colocado em suas mãos, levando-o de encontro aos padrões salutares da sociedade. Lindberg no seu primeiro mandato de deputado na Câmara Federal era “lido” pelos colegas como um jovem deslumbrado pelo poder, que mergulhou no caminho dos vícios químicos. Lindberg não tinha limites e sua ausência era notada no parlamento.

Tudo isso fez o rapaz refletir e mudar de vida. Candidatou-se à Prefeitura de Nova Iguaçu, cidade carente, da Baixada Fluminense, com vários problemas de saneamento e uma população de 500 mil eleitores. Lindberg traçou um projeto elaborado pelo PT de São Paulo, onde dava oportunidade para estudantes ocupar o tempo integral, inclusive com alimentos doados pela Prefeitura. O jovem líder “cara pintada” colocou em prática projetos na área ambiental trazendo benefícios para a cidade. Só que acontecia nos bastidores a praga da corrupção. Essa Lindberg não só não impediu que acontecesse como também entrou no esquema de um grupo que desviava recursos dos cofres públicos.

Hoje, Lindberg disputa uma vaga no Senado Federal com um currículo bastante questionável na Justiça. São centenas de processos tramitando no Rio de Janeiro e alguns deles no âmbito Federal, tais como improbidade administrativa e apropriação indevida que lesaram os cofres municipais.

Lindberg tem boas intenções, mas normalmente é cercado por pessoas que tiram proveito de cargos em benefício próprio. Um dos processos que corre na Justiça tem em seu conteúdo uma fita de vídeo que mostra o secretário responsável pelas licitações da Prefeitura de Nova Iguaçu, fazendo queixas de Lindberg e comentando de suas irresponsabilidades na gestão de prefeito. O secretário na época era Jaime Orlando, ex-presidente da Comissão de Licitação.

A revista IstoÉ denunciou em matéria “Os esquemas do ex-líder estudantil”, da edição 2010, de 14 de maio de 2008, de minha autoria, que Lindberg usou seus contatos no judiciário, gerou um processo de mais de mil páginas com gravações e depoimentos que poderiam levá-lo à cadeia. Os processos de Lindberg tramitam lentamente. Um deles mostra uma fita de vídeo com acusações da má-gestão de Lindberg junto à Prefeitura de Nova Iguaçu com empréstimos de dinheiro a fornecedores.

O vídeo foi feito na casa de um empresário que bancou Lindberg na campanha que o conduziu à Prefeitura de Nova Iguaçu. A gravação faz parte de um dos processos com mais de duas mil páginas, onde Lindberg responde por várias modalidades de corrupção, desvio de dinheiro, má-gestão de verba municipal e outros crimes financeiros.

Lindberg volta e meia tem recaídas do tempo em que era líder dos “caras-pintadas”. Fotografias mostram Lindberg na cobertura de um empresário carioca, após uma “bad trip” (viagem ruim). Observa-se que Lindberg machucou rosto e cotovelo. Foi encontrado exatamente como aparece na foto pela empregada do empresário carioca e amigo numa tarde de terça-feira, quando deveria estar despachando na Prefeitura de Nova Iguaçu. Assista ao vídeo e veja as fotografias do então Prefeito Lindberg Farias. Como denunciou a revista IstoÉ, vídeos e documentos no processo movido pelo procurador do Rio de Janeiro, Marfan Vieira, comprovam a catastrófica gestão de Lindberg. Leia também na íntegra a matéria publicada na revista IstoÉ em 2008.

Fitas de vídeo e gravações com ex-assessores revelam como o ex-presidente da UNE Lindberg Farias se envolveu com uma série de fraudes e casos de propina depois que virou prefeito

           
Renato Velasco/Agência ISTOÉ

Nascido em 8 de dezembro de 1969, quase um ano depois que o AI-5 mergulhou o País nas trevas da repressão política, o paraibano Luís Lindberg Farias Filho se tornaria nacionalmente conhecido como um dos mais importantes líderes estudantis da geração surgida com a redemocratização. Em 1992, como presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Lindberg liderou o renascimento do movimento estudantil ao colocar nas ruas os chamados “caras-pintadas”, que pediam o impeachment, por corrupção, do então presidente Fernando Collor de Mello - ele acabaria renunciando em dezembro daquele ano. Enrolado na bandeira da ética na política, Lindberg elegeu-se deputado federal pelo PCdoB em 1994. Recebeu nota dez do Diap e bandeou-se para a extrema-esquerda, no PSTU - o que lhe custou a reeleição em 1998. Entrou para o PT e voltou à Câmara em 2002, na esteira da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva. Dois anos depois, elegeu-se prefeito de Nova Iguaçu (RJ) - cidade que tem o quarto orçamento do Estado do Rio de Janeiro - com o apoio entusiasmado do presidente Lula e da cúpula do PT. Agora, em plena campanha pela reeleição, Lindberg Farias está enfrentando graves denúncias de corrupção feitas pela ex-secretária de recursos humanos Lídia Cristina Esteves, que o acusa de montar um esquema na prefeitura para se manter no poder. Além disso, várias ações suspeitas de seu governo estão sendo investigadas pelo Ministério Público Estadual (MPE) do Rio de Janeiro, pelo Ministério Público Federal e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). ISTOÉ obteve com exclusividade fitas gravadas em que assessores e ex-assessores acusam o prefeito de montar um esquema que beneficia empresas que financiaram sua campanha política, paga propinas a funcionários, dá cargos e dinheiro a vereadores em troca de apoio político e conduz licitações viciadas. Um deles, Jaime Orlando, ex-presidente da Comissão de Licitação, diz que Lindberg “trata as coisas e depois eu é que tenho que me virar para atender”.

Um dos casos mais graves ocorreu na área de educação. Há alguns meses, a Secretaria de Educação de Nova Iguaçu foi denunciada pelo Ministério Público Estadual por causa de uma licitação superfaturada para compra de merenda escolar em 2006. Esta denúncia provocou o afastamento da secretária de Educação, a vereadora Marli de Freitas, e do presidente da Comissão de Licitação da prefeitura, Jaime Orlando. Por conta disso, o MPE determinou o bloqueio das contas e a indisponibilidade dos bens de Marli e de Orlando. Também na área de educação ocorreu outro caso polêmico, a contratação do Instituto Paulo Freire para elaborar o arcabouço pedagógico do Programa Bairro-Escola, carro-chefe do prefeito na área de educação. A responsável pelo programa era a mulher do prefeito, Maria Antônia Goulart. A ex-secretária de recursos humanos da prefeitura Lídia Cristina Esteves diz que havia desvio de dinheiro do programa para o prefeito e sua mulher. O convênio da ONG com a prefeitura custa aos cofres municipais R$ 800 mil por ano.

O MP também investiga irregularidades na Secretaria de Saúde do município. Na campanha de 2004, o empresário João Moroni, proprietário da Gráfica Lastro, situada no bairro de São Cristóvão, apresentou-se a dois dos principais assessores de Lindberg, Antonio Neiva Moreira, coordenador da campanha, e Francisco José de Souza, o “Chico Paraíba”, que depois ocuparia o cargo de secretário da Fazenda do município, oferecendo-se para ajudar na campanha em troca de serviços futuros no governo. Moroni já havia colaborado em outras campanhas do PT. Em 2005, no primeiro ano de governo, a Gráfica Lastro ganhou a licitação para fornecer material para a Secretaria de Saúde, um contrato no valor de R$ 1,8 milhão. No início de 2006, Chico Paraíba - já secretário da Fazenda - e Neiva Moreira solicitaram a Moroni ajuda para a campanha de Vladimir Palmeira, candidato petista ao governo do Estado. Em contrapartida, segundo a denúncia, houve um aditamento de 100% no valor do contrato da Lastro. O material da Secretaria de Saúde, contudo, nunca foi entregue. Uma CPI foi aberta na Câmara dos Vereadores, mas não deu em nada - Lindberg controla 16 dos 20 vereadores de Nova Iguaçu.

Ainda na Secretaria de Saúde, três cooperativas que contratam pessoal nessa área financiaram a campanha de Lindberg: a Total, a Captar-Cooper e a Multiprof. A Total Saúde pertence aos irmãos Walter e Wagner Pellegrino, que começaram a atuar na administração do governador Marcelo Alencar (1995-1999). Há pouco tempo, ela ganhou a licitação para administrar o Hospital de Acari, da Prefeitura do Rio de Janeiro, e tem em suas mãos todos os postos de saúde do Rio e o Hospital de Posse. A Total está sendo investigada pelo MPT por suspeita de colaborar em campanhas eleitorais e posteriormente prestar serviços a prefeituras. Já a cooperativa Captar-Cooper, que também ajudou na campanha eleitoral de 2004, entrou em janeiro último com um termo aditivo ao contrato no valor de R$ 43.415.281,20, contrariando parecer do MPT. Na segunda-feira 5, o MPT requereu a intervenção em Nova Iguaçu por causa de nãocumprimento de decisão judicial que impede a contratação de trabalhadores por meio de cooperativas. Documentos do MPT mostram que a Captar-Cooper fornece cerca de mil trabalhadores “cooperados”. “A contratação de trabalhadores por intermédio de cooperativas, além de prejudicar os contratados, que têm vários de seus direitos sonegados, constitui fraude ao princípio do concurso público”, diz o procurador do Trabalho Carlos Augusto Sampaio Solar. A Multiprof apenas colaborou com a campanha.

O círculo de poder em torno de Lindberg está sob suspeita de montar um esquema gigantesco de corrupção. O primeiro nome desse círculo é o de Chico Paraíba, médico radicado no Rio de Janeiro, amigo e sócio do prefeito em vários empreendimentos empresariais. Ele foi tesoureiro da campanha e virou secretário da Fazenda do município. Todas as contas e liberações de verbas da prefeitura passavam por Chico Paraíba. Ele acumulou o cargo de secretário da Fazenda com a presidência do Instituto de Previdência de Nova Iguaçu (Previni). Outro assessor muito próximo do prefeito é Jaime Orlando, velho amigo de Lindberg dos tempos do movimento estudantil da PUC-RJ. Na época, ele chegou a dividir o apartamento com o prefeito. Como presidente da Comissão de Licitação de Nova Iguaçu, centralizou todas as compras do município, mesmo em áreas que desfrutavam de autonomia, como a Secretaria da Saúde. Um processo no MP que identificou um desvio de R$ 600 mil para a empresa de comunicação Supernova Mídia obrigou-o a se afastar do cargo. Outro colaborador de Lindberg é Fausto Severo Trindade. Ex-assessor do ministro Guido Mantega, quando este ocupava a Pasta do Planejamento, ele virou uma espécie de curinga da administração de Nova Iguaçu. Na assessoria especial, com status de secretário, ele teria sido o responsável pela montagem de um “mensalinho” na Câmara Municipal de Nova Iguaçu, segundo denúncia de Lídia Cristina Esteves. Através desse esquema, por meio de cargos e favores, ficou garantido o apoio político à administração. Evitou-se que várias CPIs fossem adiante. Depois, como secretário de Administração, Trindade ficou responsável pela movimentação da folha de pagamento da prefeitura, subordinado à Comissão de Licitações. Trindade deixou a prefeitura com a expectativa de ganhar a Secretaria Executiva do Ministério de Minas e Energia. Completava o grupo a paulista Estela Aranha, ex-secretária de Controle, ligada a Trindade.

A ex-secretária de recursos humanos da prefeitura Lídia Cristina Esteves foi contratada para montar toda a estrutura de pessoal camuflando os cargos oferecidos aos vereadores - centenas, segundo ela. Cada vereador envolvido tinha cerca de 100 cargos à disposição - muitos deles são fantasmas, mas todos os nomes listados retiravam pagamentos mensalmente no banco.

Segundo Lídia, a folha de pagamento da prefeitura era rodada em João Pessoa, capital da Paraíba, por uma empresa ligada a Chico Paraíba e ao irmão do prefeito, Frederico Farias. Essa empresa foi contratada por R$ 1,2 milhão através de uma fundação, a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade Federal de Pernambuco (Fade). Seria uma alternativa para burlar o processo licitatório convencional.

O prefeito Lindberg Farias responde a duas ações civis por improbidade administrativa na Justiça fluminense proposta pelo MP do Rio de Janeiro. Uma delas refere-se à contratação de uma militante do PT de Belém, Valéria da Cunha Santos, para um cargo inexistente na estrutura da prefeitura. A outra refere-se à contratação da Muripi Comunicação Integrada, cujo nome anterior era Supernova Mídia Comunicação, com sede em São Paulo. Esta empresa fez o projeto de marketing da campanha de Lindberg à prefeitura e foi contratada, em 2005, para prestação de serviços por seis meses, por R$ 598.460. Para o MP, houve irregularidade na licitação. Outra empresa havia proposto fazer o mesmo trabalho por menor preço. Nesta ação, a Justiça determinou o seqüestro dos bens de Lindberg e da empresa. Existem ainda oito investigações, civis e criminais, no âmbito da Procuradoria Geral da Justiça do Rio. Algumas foram iniciadas há quase três anos.

O procurador-geral da Justiça do Rio, Marfan Martins Vieira, não quis falar à ISTOÉ sobre a possibilidade de que a lentidão das investigações resulte numa espécie de proteção a Lindberg. Ele disse, através de sua assessoria de comunicação, que estava muito ocupado.

Lídia Cristina Esteves revela o que sabia sobre o esquema do governo Lindberg

Lídia Cristina Esteves ocupou o cargo de secretária de recursos humanos no início do governo Lindberg, montando toda a estrutura de cargos e salários. Ela foi obrigada a permitir que toda a folha de pessoal da prefeitura fosse rodada na Paraíba, sob o comando de Frederico Farias, irmão de Lindberg. Lídia diz que, ao perceber a facilidade com que nomes eram colocados na folha de pagamentos da prefeitura, resolveu colocar três de sua escolha. Flagrada por um colega, foi exonerada pelo secretário de Governo, Fausto Severo Trindade, que prometeu continuar honrando seu salário, mas não o fez. Em uma gravação obtida por ISTOÉ, ela faz revelações sobre o funcionamento desse esquema.

- Toda essa alteração tem a minha assinatura e a do Fausto... Limpar isso é impossível, sabe por quê? Sabe qual é o grande erro de lá? É o excesso de cargos, uns 400 cargos. Isso é impossível de limpar de um dia para o outro. Não tem como limpar porque é retroativo, de agosto do ano passado. Agosto do ano passado é um tempão! Tem a parte toda de estagiário que está totalmente ilegal.

- Eu devo tipo 800 pratas. Porque, com minha mãe doente, eu tenho muito custo e eu tive que fazer empréstimos. Tenho três empréstimos.

- O Fausto chega na minha sala e diz: “O que você está fazendo?” Aí eu falei: Porra, eu tô cruzando cooperativas (verificando o número de funcionários das cooperativas. Muitos são fantasmas). “Pára com isso! Pára com isso agora. Porque isso não interessa! Aqui quem te dá as prioridades sou eu”. Tem gente com três, quatro empregos. Tem uma médica que ganha de três lugares. Eu não sei o nome, não. Mas tenho nome pra

- Dois mil e porrada (funcionários municipais). Quando a gente entrou lá, tinha mil. São pessoas dos vereadores.

- Ele (Fausto) pegou o dinheiro para a Maria Antônia (mulher de Lindberg). Eu falei: Olha, Fausto, cuidado. Tem três processos que são de arrepiar. O primeiro, o da Fundação...aquela fundação de São Paulo, o Instituto Paulo Freire. R$ 440 mil para fazer a estrutura da educação e quem fez tudo fui eu.

- Que nada, eu não roubei, eu botei três pessoas nomeadas na minha conta e acho que eu tenho esse direito, tem gente com 60. Tem a Neide, tem mais de 20 num gabinete.

- Foi muito estranho, foi o seguinte: eu tenho o Banco do Brasil, eu tenho a Caixa Econômica. A palhaça aqui paga a Caixa, manda o arquivo inteiro para a Caixa, faz os testes todos da Caixa e a folha de pagamento minha sabe onde é que é paga? Na Paraíba. A Caixa é aqui. E aqui, não é João Pessoa. A folha é da Fundação de Amparo à Pesquisa da Cidade de João Pessoa. Um contrato de R$ 1,2 milhão. Você compra uma folha aí, qualquer titica por 40 pratas, não compra? E a folha fica em João Pessoa, olha, a lista fica em João Pessoa. O destino dela é João Pessoa. Na conta do Chico, quando eu cheguei lá estavam 600 (cargos).

- A aposentadoria do pai do vereador Marcos Fernandes é 50 0 paus e ele está levando seis mil. Eu tirei de todo mundo. Na hora de tirar do pai do Marcos Fernandes não deixaram. Aí nomearam o pai dele, ele, a mulher, a filha, todo mundo. Passou de seis mil, passou para 60 mil.

 - Acho o Jaime (Orlando) uma pessoa legal, mas ele está no bolo, né. Tô preocupada com ele, não vai durar muito.

- Bandidagem, eles chamam. Sabe como Neiva (secretário de Articulação Política) trata aquilo: é quadrilha. Trata-se de quadrilha. Na cooperativa eu sei que o Chico passa o dinheiro para o Fausto.

- Eu tenho medo, muito medo, desde o ano passado. Eu falei: cara, eu tô sem dormir. Eu durmo, eu durmo com os seus mapas (de cargos) embaixo do meu travesseiro.

Os principais personagens do caso Lindberg foram filmados contando dinheiro e revelando tramas comprometedoras

Numa tarde no final do mês de março, Jaime Orlando, assessor do prefeito Lindberg Farias, se encontra com um personagem não identificado. Ele carrega uma mochila preta às costas, traja calça jeans, camiseta com uma estampa no peito na qual se lê Life Guard (salva-vidas, em inglês) e porta R$ 150 mil guardados na mochila. Em seguida, Jaime usa uma máquina de contar cédulas e faz comentários sobre a administração e o comportamento de Lindberg.

- O Lindberg tem essa mania. Trata as coisas e depois eu é que tenho de me virar para atender. Tive que conseguir em uma empresa esse dinheiro porque fui o avalista desta história.

- Estou chateado com essa história do Renato (Colocci, secretário particular do Lindberg), me fez correr atrás, desesperado, de R$ 60 mil, no mesmo dia, dizendo que era para o Marfan ( procurador-chefe do MP do Rio de Janeiro). Eu me preocupo porque o meu processo está lá. Se eu deixar, o Lindberg não acompanha. Ele me disse que está tudo sob controle.

- Quando os caras (donos de empresas que prestam serviços ao município de Nova Iguaçu) estão com suas faturas em atraso, eles vêm em cima de mim, porque eles cumprem todo mês a parte deles.

- O Lindberg trata as coisas e as pessoas ficam o tempo todo me cobrando.

Elza Helena Barbosa era secretária de Francisco José de Souza, o Chico Paraíba, secretário de Fazenda e tesoureiro da campanha. Ela procurou um amigo que gravou a conversa em que ela revela o desvio de verbas da prefeitura para um esquema pessoal do seu chefe com o irmão de Lindberg.

- Daquela última fatura de R$ 4 milhões, 30% ficou com o Chicão (empresário e prestador de serviço da prefeitura, do setor de saneamento).

- Chico (Paraíba) mandava fazer os depósitos para o Fred (Frederico Farias, irmão de Lindberg), usando uma construtora, uma tal de construtora Flamboyant, lá na Paraíba. Foram vários depósitos, inclusive tenho guardados comigo todos os documentos.

- É um absurdo o Hospital da Posse daquele jeito e eles metendo a mão no dinheiro que é para a saúde, para a merenda. Se a polícia me chamar, eu conto tudo, tenho tudo documentado.

- Eu tenho comprovante de depósito, tenho quais foram as contas que eu mandei. Ele (Chico) agora está namorando a minha irmã. Pega um avião aqui e vai com minha irmã só para passar uma noite em São Paulo. O Chico está investindo em imóveis lá em São Paulo, comprou um flat tudo com dinheiro daqui. Se eu quisesse me beneficiar desse esquema sujo, para mim era fácil, mas acho uma sacanagem. Dinheiro da saúde, da educação é sacanagem.

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