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quinta-feira, março 06, 2014

PT - USO ESCANCARADO DA MÁQUINA PÚBLICA

Direto do Blog Saber é Vencer



Os jornais divulgam imagens do "barba" instruindo seu poste como proceder com os partidos de sua base ajoelhada que estão rebelados, aparentemente descontentes com o tratamento que vêm recebendo do desgoverno petista.
Informam as matérias que Lula está orientando Dilma para negociar. Já sabemos muito bem o que isso quer dizer, ou seja, a velha política que vem sendo usada como estratégia para fazer o Congresso de gato e sapato, forçando deputados e senadores a votarem de acordo com as vontades da presidência da República, e, por outro lado, aproveitando a situação para desmoralizar esses partidos, o que vem facilitando a hegemonia do PT que avança em seu projeto de poder absoluto.

O descaramento é tão grande que não há lei que seja respeitada. Vejam o que informa o blog do Coturno:

reuniao lula dilma

O Palácio do Planalto publicou, às 17h30min, uma alteração da agenda da Presidente. O último compromisso havia sido duas horas antes. Não assumiram que Dilma já estava, no momento da publicação, em reunião política com Lula, discutindo, em pleno dia útil, eleições, acordos e reforma ministerial. 
É o uso escancarado da máquina pública nas agendas paralelas da presidência de um país em crise. É hora de mudar.
*

 
Mercadante, indicado pela seta, é escondido pelo fotógrafo, para que a reunião não possa ser caracterizada como agenda oficial.

Não há o mínimo decoro. Não há ética. Não há vergonha na cara. 
Ontem, dia de expediente, a Presidente da República usa instalações públicas para receber o staff da sua campanha para a reeleição. Depois de dois compromissos oficiais, não cita a reunião política na agenda oficial. Em vez do Palácio do Planalto, usa a residência, o Palácio da Alvorada. 
O registro do encontro é feito de forma extra-oficial, pelo fotógrafo do Instituto Lula. A foto do encontro mostra o ex-presidente da República de braços dados com a atual presidente. Todos os cuidados são tomados para que não sejam deixadas provas do crime
Aloísio Mercadante, ministro da Casa Civil, é escondido no flagrante do encontro, para que, se a sua presença tiver que ser negada a algum juiz mais rígido, não haja prova material. Ele trocou de lugar com Lula, para ficar escondido na cena. Basta ver o seu casaco na cadeira onde está o ex-presidente. Dilma, por sua vez, saiu da ponta da mesa para compor o quadro. 
Detalhes! Há um batalhão de gestores públicos, pagos com dinheiro público, cuidando destes detalhes! A equipe de campanha, composta por um ex-presidente da República, um ex-ministro das Comunicações, o presidente do PT, o escolhido pelo PT para a coordenação financeira, o marqueteiro, o chefe de gabinete e o ministro escondido está toda ali, registrada para a posteridade. 
O crime, ao que tudo indica, pelos cuidados tomados, se repetirá na campanha petista à exaustão. Um crime cada vez mais perfeito, dada a vasta experiência adquirida deste os tempos de José Dirceu, hoje preso na Papuda.



CIÊNCIA SEM RENOVAÇÃO - 10 ANOS NA GESTÃO DA CAPES E JORGE GUIMARÃES QUER MAIS

!!! CARGO VITALÍCIO !!!

Especialistas destacam avanços da Capes na gestão de 10 anos de Jorge Guimarães






Atuação é marcada por crescimento da produção científica, crescimento de financiamento e avanço de títulos de mestres e doutores



Em uma década no comando da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Jorge Guimarães, 75 anos, é visto como um técnico que conseguiu revolucionar a avaliação dos cursos de pós-graduação, servindo de modelo para algumas instituições internacionais.

Os 10 anos de Guimarães à frente da Capes, comemorados no dia 14 deste mês, são marcados pelo crescimento da produção científica, aumento do número de revistas brasileiras indexadas em bancos de literatura internacional e avanço do financiamento. Vale destacar que esse é o maior tempo de um titular já exercido na Capes, atrás apenas de Anísio Teixeira, fundador da instituição vinculada ao Ministério da Educação (MEC). Apesar da rotatividade dos líderes de cargos públicos em Brasília, Guimarães deve passar, agora, pelo quarto ministro da Educação. Passou por Tarso Genro, em 2004, passou por Fernando Haddad, Aloizio Mercadante, e agora José Henrique Paim.

Conforme a memória de especialistas, Jorge Guimarães é "aguerrido" em todas as frentes em que atua. Assim como na Capes, destacou-se como membro e diretor da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), membro titular da Academia Brasileira de Ciências e como diretor do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

No caso da produção científica, houve crescimento significativo a partir de 2003, segundo Jair Mari, coordenador da Pós-Graduação do Departamento da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que trabalhou como consultor da Capes durante seis anos na gestão de Guimarães.

Segundo lembra Mari, em 2003 o Brasil figurava entre a 25ª ou 26ª posição no ranking mundial de produção científica, correspondente a 2 mil artigos, e em 2011 passou a ocupar o 13º lugar, com 16 mil artigos científicos. "O Brasil subiu oito vezes, uma velocidade maior do que a média mundial, se aproximando de países desenvolvidos", analisou Mari.

Mari atribuiu esse desempenho a algumas características de Guimarães na liderança da pasta. "Preparo acadêmico, visão e conhecimento profundo sobre o sistema de pós-graduação do país."

Com opinião semelhante, a presidente da SBPC, Helena Nader, ressalta a importância da atuação "de técnicos em cargos que podem mudar" políticas de um país. "O Jorge Guimarães é a alma da reestruturação de avaliação da Capes", disse Helena. "Estão de parabéns os governos que enxergaram nisso uma grande importância e não um cargo político para ser leiloado nas instituições."

Aumento de financiamento - Outro marco da gestão de Jorge Guimarães nesta década é o aumento substancial do financiamento da Capes, embora tal avanço seja embalado pelo crescimento econômico. Segundo dados de Mari, o financiamento da Capes cresceu seis vezes, praticamente, em uma década, de R$ 500 milhões, em 2004, para R$ 3 bilhões em 2011. Hoje, segundo informações da Capes, o montante supera R$ 5 bilhões.

"Lógico que isso bate com o aumento do financiamento em geral do Governo federal, uma vez que o PT (Partido dos Trabalhadores) pegou uma economia mais estável, proporcionando aumento substancial do financiamento", analisa Mari.

A evolução do financiamento da Capes, segundo avaliam especialistas, refletiu no aumento de bolsistas. Dados da Capes informam que o número de bolsas no Brasil e no exterior evoluíram de 31 mil em 2004 para 275 mil em 2013.

Houve também aumento no número de alunos matriculados nos cursos de doutorado, segundo o especialista da Unifesp. O contingente saltou de 40 mil em 2003 para 64 mil em 2010. Hoje, Mari acrescenta, o Brasil possui 1,4 doutor por mil habitantes, ainda distante de países como Alemanha, com 15; e Suíça, com 23. "Mas o Brasil lidera de longe a América Latina." Na Argentina, por exemplo, existem 0,2 doutor para um universo de mil habitantes.

Sem citar dados comparativos, Mari acrescentou que o Brasil titula hoje 12 mil doutores por ano; 40 mil mestrados e 350 mil mestrados profissionais anualmente.

Avanço da produção científica - Diante de tal cenário, o especialista da Unifesp assegura, com base em dados internacionais, que o Brasil produz hoje 34 mil artigos, o equivalente a 2,7% no ranking mundial, enquanto há dez anos, início de Jorge Guimarães no comando da Capes, esse percentual se aproximava de 1%.

"Isso é reflexo do aprimoramento da avaliação dos cursos de pós-graduação, que passou a ser comparada com parâmetros internacionais, melhorando muito a visibilidade da produção brasileira e a qualidade também."

Na esteira do crescimento da produção científica, cresceu também o número de revistas brasileiras indexadas às bases internacionais, chamadas de "Journal Citation Reports" (JCR). Ou seja, aumentou a quantidade de revistas brasileiras internacionalizadas, com publicação de artigos científicos em inglês. "Há 10 anos, tínhamos, aproximadamente, 19 publicações científicas indexadas, enquanto hoje esse número se aproxima de 120", observa Mari.

Outro avanço é o Brasil assinar hoje 36 mil títulos de revistas científicas internacionais, disponibilizadas para os programas de pós-graduação nacionais. "Essa é uma ideia incrível, de criar uma biblioteca virtual, moderna, permitindo o acesso dos estudantes de Norte ao Sul do país."

Ao buscar resumir a atuação de Jorge Guimarães à frente da Capes nesta década, Mari enfatiza: "A pós-graduação está em boas mãos. A Capes lida com a academia e a academia é a Capes, hoje um sistema de avaliação dos cursos de pós-graduação totalmente transparente, de boa qualidade e de baixo custo, frente ao trabalho que ela faz."

Identidade própria - Em outra frente, a presidente da SBPC lembrou que, além do padrão de qualidade de avaliação dos cursos de pós-graduação, a Capes assumiu o desafio de criar outros programas para a educação básica, em uma tentativa de melhorar a formação de professores do ensino médio. Cita como exemplo, o chamado Capes do Ensino Base, conhecido como Capes do B. A instituição também criou o programa "Iniciação à Docência" que, segundo Helena, está mudando o perfil do estudante formado hoje em licenciatura, fator que surtirá impacto positivo futuramente.

Os especialistas lamentam o fato de os cursos de graduação não passarem pela avaliação da Capes. "Pena que não temos esse sistema de avaliação na graduação. As faculdades de medicina, por exemplo, não são avaliadas", lamentou Mari.

Helena Nader concorda com essa avaliação. "Eu adoraria ter também uma Capes avaliando a graduação do Brasil."

(Viviane Monteiro/Jornal da Ciência)
Este texto foi publicado na página 6 do Jornal da Ciência impresso que traz esse e outros assuntos. O acesso está disponível em http://www.jornaldaciencia.org.br/impresso/JC753.pdf

CIÊNCIA SEM PLANEJAMENTO: Na metade da vida, Ciência sem Fronteiras é criticado por má gestão

Adiamento de viagens, flexibilização de proficiência em língua estrangeira e financiamento falho colocam em xeque sucesso do programa do governo federal. Especialista defende mudança de perfil do estudante beneficiado. 

 

O técnico em manutenção de aeronaves H.G. já deveria estar no Canadá para um intercâmbio de um ano no Canadore College, na província de Ontário. Mas as sucessivas alterações no edital na chamada 147/2013 do programa Ciência sem Fronteiras, do governo federal, deixaram incerto o futuro dele e dos outros estudantes aprovados. Atrasos e mudanças repentinas no cronograma geraram frustração e desconfiança.

"A intenção era viajar ainda em 2013 para poder possivelmente concluir o programa no ano seguinte e continuar o curso no Brasil. Mas vimos novas chamadas serem lançadas e outros alunos embarcarem", conta o aluno do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, que preferiu não se identificar.

O edital foi aberto em 23 de maio de 2013 e deveria comunicar os resultados aos candidatos até 14 de novembro passado. Mas as cartas de aceite necessárias para fazer o pedido de visto e outros documentos que o programa precisa emitir aos aprovados só começaram a chegar aos alunos na segunda semana de janeiro de 2014.

"Perdi bolsas de auxílio moradia e alimentação que recebia da minha instituição e quase perdi o semestre escolar por faltar às aulas para correr atrás de toda a documentação da viagem. Já estávamos com tudo pronto para embarcar. E agora não sei o que vou fazer", conta.

A carta de aceite diz que o estudante deve estar na universidade canadense até o dia 2 de maio, mas um comunicado da Fundação Capes, uma das agências do governo que gere o programa, informa que os candidatos que possuem proficiência em inglês, como H.G., devem iniciar as atividades acadêmicas apenas no mês de setembro.

"É um descaso. O edital simplesmente não foi cumprido. Nenhuma data do cronograma é respeitada desde o ano passado", lamenta o estudante.
 
Dois anos de estrada
Lançado em 2011 para financiar 101 mil bolsas de estudo a alunos de graduação e pós-graduação, técnicos e professores, o programa Ciência sem Fronteiras passa por episódios crescentes de falhas na gestão.
Atrasos no depósito das bolsas, baixo conhecimento de idiomas por parte dos candidatos selecionados, falta de acordo com o setor industrial – um dos principais financiadores privados do projeto –, viagens remarcadas em cima da hora. Todos esses problemas podem comprometer o sucesso do programa que tem o objetivo de quadruplicar, até 2015, o número de brasileiros que estudam no exterior.

Autor do artigo Cem mil bolsistas no exterior, o sociólogo Simon Schwartzman, membro da Academia Brasileira de Ciências, já previa, em 2012, os grandes desafios que a Capes e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) teriam pela frente ao gerenciar o projeto ambicioso. Foi naquele ano que os primeiros estudantes começaram a ser enviados.

"O programa não foi bem pensado. Foi lançado às pressas. O governo obrigou as agências a implementá-lo, mas não houve uma análise cuidadosa sobre como isso seria feito", avalia. "Quando, de repente, se cria um programa com metas quantitativas muito altas e se muda de maneira drástica o perfil do aluno beneficiado, surgem os problemas que estão se evidenciando agora."

Dos 45,6 mil bolsistas beneficiados até o momento, 80% são alunos da graduação. De acordo com as exigências feitas pelo programa, os estudantes de graduação devem prestar contas e apresentar um relatório técnico-científico final para ser aprovado pelo CNPq. Para o especialista, falta integração entre o aprendizado adquirido no exterior e o retorno dos bolsistas às universidades no Brasil.

"Quando se manda alguém para fora com financiamento público, se espera que ele vá se integrar em um projeto como pesquisador, por exemplo. O programa aparentemente não tem esse lado. Não se sabe o que as pessoas fazem depois que voltam", critica Schwartzman.
 
Problemas de financiamento
Com a elevação das taxas de câmbio e o pagamento de cursos de idioma no exterior a estudantes que não possuem fluência no idioma estrangeiro exigido, o governo federal retirou 1 bilhão de reais do Fundo Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico para custear bolsas de estudo.

"Esse fundo não foi desenhado para isso e já é considerada uma fonte pequena de financiamento para a ciência. Foi garantido para a comunidade científica que o Ciência sem Fronteiras teria dotação própria", argumenta Helena Nader, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). "Os recursos para a ciência são insuficientes e estão aquém do que é investido em países desenvolvidos. Esse dinheiro não deveria ser utilizado para o programa."

O custo estimado do Ciência sem Fronteiras é de 3,2 bilhões de reais. O governo se comprometeu a bancar 75 mil bolsas; as outras 26 mil são custeadas pela iniciativa privada. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), duas das principais entidades industriais do país, deveriam financiar 11 mil bolsas. No entanto, elas ainda não contribuíram com o envio de estudantes para o exterior por não concordar com o atual modelo.

A CNI argumenta que as bolsas deveriam ter caráter profissionalizante e outro tempo de duração. Já a Abdib, que reúne construtoras como Camargo Corrêa e Odebrecht, alega falta de recursos. Outras seis empresas e entidades, como a Petrobras e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), têm cumprido as metas até o momento, de acordo com levantamento feito pela DW Brasil.

Apesar de o Ciência sem Fronteiras consumir boa parte do financiamento existente para o setor, a SBPC acredita que o programa irá gerar um impacto positivo para o país. "É um incentivo ao intercâmbio e à troca de novos conhecimentos. Em alguns anos, acredito que iremos ver bons resultados", diz Nader.
 
Barreira do idioma
Os primeiros bolsistas do Ciência sem Fronteiras começaram a embarcar em 2012 para intercâmbios de um ano, no caso da graduação. No decorrer do programa, ficou evidente que muitos estudantes não tinham condições de assistir às aulas e participar de atividades de estágio ou laboratório por não ter o nível mínimo de idioma estrangeiro exigido.

Como manobra para contornar o problema, bolsistas foram realocados para Portugal. Isso gerou um excesso da demanda e o Ministério da Educação resolveu tirar, em abril do ano passado, as universidades portuguesas da lista de instituições de graduação do programa com o objetivo de estimular o aprendizado de outras línguas.

"Aprendi inglês, mas a graduação ficou parada. Eu tenho amigos que foram obrigados e refazer a prova de proficiência. Eles nem sabem se vão poder continuar aqui depois de abril", relata um estudante de ciências da computação realocado de Portugal para o Canadá.

Devido ao grande número de estudantes que não conseguiram a proficiência em inglês, a nota mínima no exame Toefl, exigido nos Estados Unidos, passou de 72 para 42 pontos, numa escala que vai de 0 a 120. A nota do IELTS, que testa o nível de inglês britânico, caiu de 5,5 para 4,5. Os alunos que não conseguem atingir esse patamar mínimo ganham cursos de idiomas de três ou seis meses de duração. Apenas depois de serem aprovados no exame podem iniciar o curso acadêmico.

Um estudante da Universidade de Brasília (UnB) teve de voltar para o Brasil por não ter conseguido atingir o nível de proficiência em inglês, mesmo após ter realizado o curso de idiomas no exterior. "São casos isolados. A grande maioria dos alunos tem obtido êxito", diz Marcelo José de Mello Rezende, coordenador institucional do programa Ciência sem Fronteiras na UnB. "A maioria volta e cria a expectativa de fazer pós-graduação no país onde estudou."

Para o sociólogo Simon Schwartzman, estudantes mal preparados acabam não se encaixando na rotina da universidade. "Se o aluno não domina a língua, não domina os conteúdos. O que se faz com ele? Do ponto de vista do estudante, ter um subsídio para passar um ano no exterior é sempre muito agradável e útil, mas do ponto de vista de uma política de formação científica e técnica para o país eu acho que não faz muito sentido", avalia.

O especialista defende que o Brasil envie mais pesquisadores para realizar programas de doutorado no exterior. De acordo com ele, o governo poderia aumentar os recursos para intercâmbio dos bons departamentos de pesquisa de pós-graduação do país que tenham condições de fazer parcerias internacionais. "A área de pós-graduação sabe como fazer isso. Se o governo estivesse interessado, poderia dar mais recursos."

Questionada a respeito das críticas à gestão do Ciência sem Fronteiras, a Capes não se manifestou.

Fonte:  Deutsche Welle

ALERTA TOTAL: A Crescente maré vermelha que ameaça cobrir o Brasil

Do Blog Alerta Total


Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Sérgio Tasso Vaz de Aquino
Diante da anestesia quase bovina das massas, de propósito mantidas ignorantes, desinformadas e com baixos índices de educação e saúde pelos desígnios dos péssimos governos federais que se vêm sucedendo desde 1990, e deslumbradas pelo “pão e circo” alienante por eles servido; da pervertida e diuturna desinformação despejada pela maioria da mídia e da cátedra, orientada por malévolos propósitos ideológicos de “revolução”ou por ignóbeis interesses subalternos por pecúnia; da miopia oportunista e suicida de amplos setores da elite civil, mormente os empresariais, que fecham os olhos aos avisos da tempestade que se aproxima e se curvam às facilidades e vantagens fornecidas pela irrestrita adesão aos desgovernos de turno; da inexistente oposição, basicamente do PSDB, que, à testa seu Kerensky (FHC), repete a atuação dos menchevistas que propiciaram o acesso dos bolchevistas ao poder, na transição da Rússia tsarista para a União Soviética; dos inéditos conformismo e passividade, em face da nossa altiva História, dos comandos militares que se sucedem, vai o querido, portentoso e maravilhoso Brasil, objeto da nossa paixão e da nossa devoção mais profundas, sendo inapelavelmente empurrado para o trágico, cruel, inaceitável destino de transformar-se em gigantesca Cuba. Que o Senhor Deus da Misericórdia nos salve da concretização de tal demoníaco projeto, tão diligentemente operacionalizado pelos servos do mal que, no governo, tomaram conta da direção dos destinos da Pátria e manipulam o Poder Nacional a seu favor.
 
Para combater eficazmente os comunistas, é preciso conhecer sua maneira destorcida de pensar. O PT é um partido revolucionário marxista-leninista-maoista-castrista-trotzkysta-anarquista, de acordo com as diversas facções que o constituem. O fracasso que tem demonstrado no governo, no sentido de desenvolver e fortalecer o Brasil, nos períodos Lula e Dilma, é justamente seu sucesso, pois a ideologia vermelha orienta-se pelo princípio de “quanto pior, melhor”. A miséria, a ignorância, a injustiça generalizadas, os conflitos de classe e por motivo” racial” e todos os tipos de divisão e fragmentação da sociedade, a descrença e a desesperança a dominar a população são o caldo de cultura da destruição em marcha, as sempre buscadas “condições objetivas” favoráveis à implantação do jugo comunista.

O sucateamento das escolas de todos os níveis, dos hospitais, centros e unidades de saúde, da infraestrutura de transporte marítimo, fluvial, lacustre, aéreo, ferroviário e rodoviário, de energia e de comunicações; o pouco caso devotado a ciência, tecnologia, cultura e saber; a insegurança pública fomentada e estimulada nas cidades e no campo; o incentivo às divisões e aos conflitos de classe, étnicos, regionais, de toda forma, enfim; a destruição da base ética e moral da população, pelo uso intensivo dos meios de comunicação social para difusão ampla de perversões, taras, conflitos de gerações, liberação sexual e do uso de drogas e demais substâncias prejudiciais à saúde; a dilapidação e o desvio dos recursos públicos em ambiente de inaceitáveis corrupção e impunidade são notáveis e comemorados e cultuados “avanços” no caminho da destruição de tudo de bom que logramos construir e da submissão e da escravização do País à não tão “nova ordem ” vermelha, de dolorosa e triste memória para os sofridos povos que dela conseguiram, a duras penas e com muito sangue derramado, finalmente libertar-se.

As sucessivas e continuadas manifestações públicas de servis afagos a Fidel Castro por Lula da Silva e Dilma Rousseff, enquanto presidentes do Brasil; as repetidas visitas de beija-mão e de busca de orientação de conspícuos petistas e assemelhados de credo aos tiranos do Caribe, Raul e Fidel; a entrega sem qualquer reação, de Lula a Evo Morales, da bilionária refinaria da Petrobrás construída com dinheiro do Brasil em solo boliviano, depois de invadida por tropas armadas daquele país; os sucessivos perdões de dívidas milionárias, contraídas por tiranetes africanos com nosso país, por usurpada, indevida e surpreendentemente não contestada “magnanimidade” lulodílmica; os bilionários empréstimos de pai-para-filho, com recursos do BNDES, brasileiro, para construção do porto de Mariel e do aeroporto de Havana, Cuba e do metrô de Caracas, Venezuela, países governados por “companheiros e camaradas” de inclinação e projetos políticos afins, quando portos, aeroportos e sistemas de transporte de massa estão em frangalhos e impondo grandes sofrimentos ao povo, por sua desfunção, má conservação e obsolescência, em nossa terra; a importação de milhares de médicos cubanos, tratados pelo próprio governo como escravos modernos, em operação triplicemente favorável aos desígnios vermelhos (financiar com bilhões de dólares o combalido sistema cubano, dar uma resposta demagógica aos clamores do nosso povo por melhor assistência médica e, eventualmente, infiltrar agentes subversivos no País, para ajudar a fomentar a “revolução”, já que distribuídos por todos os quadrantes e, majoritariamente, no interior do Brasil); a amistosa recepção no Palácio do Planalto, pela presidente, aos baderneiros desocupados do MST, que querem incendiar os campos e, pouco antes, haviam tentado invadir a sede do governo, com violência que provocou ferimentos nos policiais que o guardavam, bem mostram onde estão os corações e o afeto mais íntimo dessa gente que, infelizmente, tomou conta das rédeas no Brasil e cujo projeto dourado é realizar o seu sonho – para os bons brasileiros, pesadelo - de fazer de nosso bendito País mais um morto-vivo “paraíso socialista”!

Quando se pensava que todas as consciências estavam adormecidas e dominadas, eis que surgiu um fato novo, impactante, na realidade brasileira: a parcela boa e esclarecida do povo despertou do letargo e, de forma espontânea, invadiu e tomou as ruas e praças das cidades, cansada de ser explorada, desconsiderada em seus anseios mais elementares de cidadania, envolvida pela propaganda governamental mentirosa que diuturnamente alardeava, e alardeia, pelos custosos e amplíssimos meios de comunicação ao seu dispor, uma realidade nacional virtual completamente oposta à tristemente real, e de ver bilhões e bilhões de reais irem para a sarjeta, em suntuosas e faraônicas construções de estádios e obras complementares, sob as exigências impertinentes da FIFA, uma máfia internacional que domina o mais popular e difundido esporte do mundo.

Enquanto isso, não havia e não há recursos para reconstruir dos escombros escolas, hospitais, estradas, ferrovias, portos, aeroportos... Em marchas pacíficas, das quais participavam famílias completas, idosos, adultos, jovens, crianças, homens e mulheres, exigiam-se mudanças drásticas na administração do Brasil, com menos demagogia, mentiras, desperdícios e corrupção e o enfrentamento firme das degradantes e degradadas situações vividas pelos cidadãos, na busca diária de atendimento aos anseios mais comezinhos de viver com dignidade. Tornaram-se palavras de ordem das multidões e motivos dos cartazes que portavam: “Queremos escolas (hospitais, trens ônibus, metrô, estradas...) padrão FIFA”, “Fora com os corruptos”,”Mensaleiros na cadeia”,etc.

Eis que, nada mais que de repente, surgem em cena os arremedos brasileiros de “black- blocs”, vândalos arruaceiros treinados em técnicas e táticas de guerrilha urbana, de ampla expressão geográfica, nunca antes vista no Brasil, já que passaram a agir em todas as cidades em que ocorriam manifestações, de forma idêntica, uníssona, certamente porque obedientes a comando comum, único.

Normalmente fantasiados de preto e mascarados, para dificultar a identificação, infiltraram-se nas passeatas até então ordeiras, e passaram a destruir com fúria selvagem o patrimônio público e privado, utilizando-se de tudo o que houvesse à mão e servisse para romper, quebrar, e mais os temidos, perigosos e eficazes coquetéis “molotov”, provocadores de incêndios em edifícios e veículos, entre eles, os tão necessários ônibus, como se tornou macabra rotina em nossa terra...

Os alvos principais de sua ação foram as forças policiais, os prédios públicos e agências bancárias, lojas variadas do comércio e revendedoras de automóveis, símbolos capitalistas, por isso escolhidos para a torpe sanha destruidora daqueles que, também assim, revelavam claramente sua orientação e seu fanatismo vermelho. 

No primeiro momento, as forças policiais, como era de sua função e do seu dever, tentaram duramente reprimir a baderna. Logo em seguida, provavelmente por ordem dos governos “populares”, temerosos dos ataques em defesa dos marginais, que pululavam na mídia engajada e, possivelmente, em obediência a maquinações urdidas nas sombras, recuaram e se deixaram ficar, inativas e inertes, assistindo à livre ação predatória dos bandidos fantasiados. As cenas dantescas repetiam-se diante da Nação, que se perguntava, atônita, por que permitir tanta barbaridade, com milhões e milhões de reais em patrimônio sendo reduzidos a cinzas/escombros, vivendo na pele o aumento vertiginoso das sensações de insegurança e da inexorabilidade do primado da impunidade.

As consequências imediatas da brutalidade desenfreada dos tresloucados vilões urbanos foram o esvaziamento das passeatas, porque as famílias passaram a temer os resultados de tal participação na integridade dos seus membros, a paulatina queda do apoio popular a qualquer manifestação de massa, pela certeza de que seriam desvirtuadas pela violência, a volta generalizada à apatia popular anterior ao levante de consciência de junho/julho de 2013. Quem foi o grande beneficiado? O governo federal e seus aliados, que já se sentiam acuados e obrigados a mudar de rumos: o gigante adormecido parecia ter despertado do sono profundo...mas, depois de um urro assustador, voltou ao berço esplêndido!

As averiguações e investigações policiais e do Ministério Público prosseguem. Já se tem a convicção de que os chamados “black-blocs” foram recrutados e receberam pagamento para agir. Há indícios fortes de participação externa no treinamento e no comando da mazorca: FARC-Fuerzas Armadas Revolucionárias de Colombia? DGI – Dirección General de Inteligencia, de Cuba?

Gilberto Carvalho, membro destacado do PT e funcionário de primeiro escalão do Palácio do Planalto desde o primeiro período Lula, havia claramente declarado: “Em 2013, o bicho vai pegar!” A maré vermelha está subindo firme e continuamente, e ameaça cobrir o Brasil e afogar nossas esperanças mais caras!

O bicho pegou, e continua pegando. É assustador ver o quão naturalmente o governo federal assume e realiza seu projeto político de radical guinada do Brasil à esquerda, auxiliado por uma estrutura de Estado e empresas públicas tomada por dezenas de milhares de petistas, um congresso aliado a qualquer preço e a qualquer custo e corrupto em sua maioria e por um judiciário cada vez mais aparelhado por membros, correligionários e amigos do PT...

Despertai, filhos diletos do Brasil, tementes a Deus e amantes da Pátria livre, de livres irmãos!

O momento que vivemos é sumamente grave e exige a dedicação, a bravura, a coragem e o decidido empenho de todos os corações que refletem e guardam com amor nossa bela Bandeira verde-amarela-azul-e-branca! Somos a guarda altaneira do Brasil Soberano, Democrático, Senhor dos Seus Destinos e com Justiça para Todos, dentro do Primado do Direito. Não podemos fraquejar!
Sérgio Tasso Vaz de Aquino é Almirante, reformado.

DILMA: Evento de campanha eleitoral no Palácio da Alvorada

!!!VERGONHA!!!

Direto do Blog do Reinaldo Azevedo


06/03/2014 às 4:24

Encontro de Dilma com petistas, já transformado em material de campanha, é, obviamente, ilegal!

Vejam esta foto, de Ricardo Stuckert, do Instituto Lula.




Tudo nela é ilegal.


Em pé, veem-se Lula e Dilma no gesto clássico de união de forças, com as mãos dadas, cada um agarrado ao punho do outro, para demonstrar a aliança inquebrantável. À esquerda da mesa, o deputado estadual Edinho Silva, presidente do PT de São Paulo; o marqueteiro João Santana e, escondido atrás de Lula, Aloizio Mercadante, ministro da Casa Civil. À direita, Giles Azevedo, ainda chefe de Gabinete da Presidência; o deputado estadual Rui Falcão, presidente nacional do PT, e Franklin Martins, que será chefe da área de comunicação da campanha de Dilma à reeleição.

Eles estão no Palácio da Alvorada, que é a residência oficial de Dilma, mas que, nem por isso, deixa de ser um prédio público. É aceitável que Dilma receba políticos em sua, vá lá, casa, mas não que transforme o lugar num comitê de campanha. O objetivo da reunião era tratar da campanha eleitoral de 2014 — principalmente a de Dilma, mas também debater o panorama nacional, as alianças do PT etc.

Se querem a evidência de que se trata de uma ilegalidade, recorramos a uma espécie de legislação comparada. Se Dilma decidisse montar desde já um comitê de campanha, a Justiça Eleitoral mandaria fechá-lo porque isso ainda é proibido. Como pode, então, usar uma edificação pública com essa finalidade, ainda que parte do lugar lhe sirva de residência? E aqui cumpre notar: ali, sim, a residência da presidente Dilma Rousseff, mas quem comandou a reunião foi a candidata Dilma Rousseff.

A reunião foi realizada na biblioteca do palácio, que é uma das áreas não íntimas do prédio. Já estive no local. Há livros lá de altíssima qualidade, diga-se, que estão acumulando poeira nos últimos 11 anos. Muitos deles poderiam contar à presidente Dilma, entre outras coisas, que Manaus é a capital do Amazonas, não da Amazônia, como ela anunciou recentemente ao mundo. Certamente não foi devorando aqueles muitos volumes que Lula chegou à conclusão de que o planeta Terra teria muito a ganhar se, em vez de redondo, fosse quadrado, como ele conjecturou certa feita.

Vejam a foto. É o dinheiro público que paga a luz elétrica, o papel, a água, a faxina que foi feita, a segurança e, tenho certeza, o transporte que conduziu a turma até ali — ou Mercadante e Giles Azevedo, que exercem cargos no ato escalão do governo, chegaram dirigindo os respectivos carros? Acho que não!
Reitero: Dilma receba quem quiser na residência oficial. Ocorre que o encontro, com imagem divulgava pelo Instituto Lula, já se transformou num evento de campanha eleitoral. E é evidente que prédio e dinheiro públicos não podem ser destinados a este fim. Alguém poderá dizer que estou sendo rigoroso demais. É… Sou assim mesmo. De uma presidente da República, o mínimo que espero é que cumpra a lei.
 
Por Reinaldo Azevedo



MST - O fracasso dos assentamentos


Símbolo da luta pela reforma agrária no início da década de 1980, a Fazenda Primavera, em Andradina, 630 quilômetros a noroeste de São Paulo, está se transformando em símbolo do fracasso do programa de assentamentos conduzido pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Há cerca de 30 anos, a mobilização de trabalhadores rurais, sindicatos e membros da Igreja Católica levou o governo federal, então chefiado pelo general João Batista Figueiredo, a desapropriar a fazenda de 3.676 hectares e dividir a terra entre as 346 famílias que ali viviam. Hoje, muito poucas dessas famílias ali continuam. A grande maioria preferiu vender suas terras ou arrendá-las às três usinas de cana que operam na região, como mostrou reportagem do O Estado de São Paulo (23/2).

Esse fato retrata uma das maiores dificuldades que o programa de assentamentos de trabalhadores rurais vem enfrentando: a fixação dessas pessoas nas terras que receberam. Sem apoio técnico adequado para seu trabalho, sem acesso a financiamentos, sem infraestrutura, sem dispor de mecanismos eficientes de comercialização da produção, quando há excedente comercializável, essas famílias não têm conseguido obter renda suficiente para lhes assegurar o bem-estar que as estimule a continuar seu trabalho. Havendo alternativa, elas a escolhem.

A disputa entre as usinas por áreas para a expansão do plantio da cana-de-açúcar resultou na rápida valorização das terras. Estima-se que, em dez anos, o preço do alqueire (24,2 mil m²) passou de R$ 8 mil para R$ 50 mil. Poucos assentados resistiram às propostas de venda ou arrendamento. Segundo algumas estimativas, 70% dos lotes não estão mais com os assentados originais.

O Incra tem enfrentado muitos problemas com a venda irregular de terras em assentamento para reforma agrária. O trabalhador rural assentado recebe uma concessão para usar e explorar a terra a ele destinada, isto é, não pode vendê-la. Somente depois de dez anos, e se tiver cumprido diversas exigências legais, alcançará o direito de vendê-la ou de realizar outras operações, como arrendamento, repasse ou aluguel.

O Incra tem retomado na Justiça muitas terras comercializadas irregularmente pelos antigos assentados. Em seguida, repassa-as para outras famílias. Mas nada pode fazer em casos como os dos antigos assentados da Fazenda Primavera.

Esses assentados passaram muitos anos enfrentando dificuldades para assegurar sua sobrevivência com o fruto de seu trabalho na terra, antes de se firmarem como produtores rurais e alcançarem a condição de emancipados, isto é, com o direito de negociar as áreas que receberam do Incra.

Muitos dos que venderam ou arrendaram suas terras reclamam da falta de assistência do Incra, da falta de apoio para o financiamento da produção, da insuficiência da cobertura de seguro, das dificuldades para o pagamento dos empréstimos bancários, entre outros problemas.

São problemas comuns a outros assentamentos, onde as dificuldades podem ser ainda mais agudas do que as relatadas pelos antigos assentados da Fazenda Primavera e podem, quando chegar a época da emancipação dos assentados, resultar na venda das terras em prazo menor do que o observado no caso paulista.

Cada vez mais carente de base de apoio para suas ações de natureza nitidamente política, o Movimento dos Sem-Terra (MST) vê nessa nova realidade um risco para sua sobrevivência. Quanto mais antigos assentados deixarem a terra em troca de melhor alternativa de obtenção de renda, menor será sua massa de manobra. Para tentar evitar seu enfraquecimento, que a melhora das condições de vida dos trabalhadores rurais tornará inevitável, o MST quer obrigar os assentados a continuar na situação em que estão, como meros concessionários de terras públicas, impedindo-os de alcançar a condição de emancipados, como propôs à presidente Dilma Rousseff. A proposta violenta o direito de, decorrido determinado período e cumpridas determinas condições, o assentado escolher outra forma de vida.

O Estado de S.Paulo
 

Assentados vendem terra ao agronegócio

Posse definitiva da terra e valorização dos lotes estimulam comercialização de áreas rurais, segundo estudo de pesquisador da Unesp

23 de fevereiro de 2014


Roldão Arruda e José Maria Tomazela - O Estado de S.Paulo
 
ANDRADINA - Após assentar 1,2 milhão de famílias em sucessivos programas de reforma agrária, o Brasil agora enfrenta o desafio cada vez maior de segurá-las na terra. A nova realidade agrária do País, com a crescente valorização do preço da terra, ao lado das persistentes dificuldades dos assentados para elevar o seu nível de renda, torna cada vez mais atraente a venda do lote obtido com a reforma.

A Fazenda Primavera, em Andradina, na região noroeste de São Paulo, a 630 quilômetros da capital, é um exemplo do que está ocorrendo. No início da década de 1980, aquela propriedade tornou-se um símbolo da luta pela reforma agrária, com intensa mobilização de famílias de trabalhadores rurais, sindicatos e setores da Igreja Católica.

Pertencente ao grupo J.J. Abdalla, ela acabou sendo desapropriada pelo presidente João Baptista Figueiredo. Seus 3.676 hectares foram divididos entre as 346 famílias que viviam na área. Elas também receberam na mesma época o título de propriedade.

Passados 34 anos, resta pouca coisa do assentamento e da proposta original de desconcentrar a terra. Segundo estimativa feita pelo pesquisador Rafael de Oliveira Coelho dos Santos, que está concluindo uma dissertação de mestrado na Unesp sobre aquele projeto, 70% dos lotes originais já foram vendidos às três usinas de cana-de-açúcar que operam na região e disputam palmo a palmo novas áreas de plantio.

Em decorrência dessa pressão, o preço da terra não para de subir. Em dez anos, o valor do alqueire (24,2 mil m²) saltou de R$ 8 mil para R$ 50 mil.

Com esses preços, a pressão é cada vez maior. "Até a esposa, os filhos, os genros caem em cima do dono e ele não resiste à pressão do dinheiro", diz o assentado Valdeci Rodrigues Oliveira, de 67 anos, do grupo dos que ainda não venderam o lote em Andradina.

Na semana passada, ao rodar pelas estradas de terra vermelha que cortam a área, a reportagem do Estado só viu canaviais. Entre os que ainda não negociaram a terra, é comum a prática de arrendá-la, integral ou parcialmente, para as usinas.

O caso de Andradina chama a atenção de estudiosos da reforma agrária, movimentos sociais e órgãos do governo. Teme-se que o ocorrido ali se repita em outros assentamentos, numa escala capaz de comprometer toda a reforma.

O temor é inflado por causa do envelhecimento das áreas de reforma e do aumento da concessão de títulos de propriedade. De acordo com normas legais, quando chega ao lote, o beneficiário da reforma agrária tem apenas uma concessão de uso. Após um período de dez anos, porém, passa a ter direito ao título de propriedade, podendo então negociar a terra.

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) diz não ter números sobre esse tipo de negócio. Sabe-se, no entanto, que 640 assentamentos já estão emancipados ou em fase de emancipação. A área emancipada é aquela em que mais da metade dos ocupantes do lote já tem o título de propriedade.

O número não é alto, considerando a existência de quase 9 mil assentamentos. O que preocupa é que deve aumentar rapidamente a partir de agora, uma vez que grande parte dos assentamentos do País nasceu nos últimos 15 anos. Outro fator preocupante é que a renda dos assentados continua baixa. Na avaliação de Santos, o pesquisador da Unesp, esse fator é decisivo.

Legislação
Foi por causa disso que líderes do Movimento dos Sem Terra (MST) foram pedir à presidente Dilma Rousseff a mudança da lei. No encontro que mantiveram com ela, dias atrás, no Planalto, sugeriram que o assentado tenha apenas a cessão de uso da terra. Pode repassá-la para os filhos, mas nunca vender. "Sem isso haverá certamente uma reconcentração da propriedade", diz Alexandre Conceição, da direção do MST.

Dilma mostrou interesse, mas não há movimento no governo para mudar a lei.

A fórmula sugerida pelo MST já é usada em São Paulo, em assentamentos em áreas de terras devolutas, nos quais os assentados recebem apenas a permissão de uso. A pressão para a mudança dessa lei, porém, aumenta. No ano passado, durante um seminário sobre o tema, promovido pelo Instituto de Terras de São Paulo (Itesp), parte dos participantes defendeu a concessão do título de propriedade.
O presidente do Itesp, Marco Pilla, é contrário à mudança. "É preciso dar garantia jurídica às famílias, mas sem repetir o erro da Fazenda Primavera."

Segundo o MST, um dos principais focos de pressão para a venda de terras está na Amazônia, que concentra metade das famílias da reforma. Isso ocorre, na avaliação de Conceição, por causa da questão ambiental. Sem espaço para desmatar, empresas voltam a atenção para assentamentos emancipados.







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