A União de Academias de Ciência e Humanidades da Alemanha manifestou-se, recentemente, apresentando um relatório feito por uma comissão que trata da biotecnologia aplicada à agricultura (green biotechnology), em que foram analisados os riscos potenciais do consumo de alimentos geneticamente modificados (GM).
O relatório, conduzido sob ponto de vista estritamente científico e com base em estudos liderados por pesquisadores idôneos, apresentou evidências de que alimentos derivados de plantas transgênicas são equivalentes ou mesmo superiores a suas contrapartes convencionais, no que se refere a questões de saúde. Foram levados em conta o potencial carcinogênico, toxigênico e alergênico desses alimentos, bem como possíveis efeitos indesejáveis resultantes da ingestão de DNA transgênico.
Por exemplo, ao examinar se alimentos derivados de milhos GM poderiam oferecer maiores riscos à saúde do que os elaborados com material convencional, a comissão constatou a superioridade dos alimentos feitos com milho transgênico. Observou-se no milho comum uma excessiva contaminação por fumosina, uma toxina de fungos, sendo as maiores concentrações encontradas em alimentos identificados como “orgânicos”. Já no milho transgênico a toxina era muito reduzida, resultado da inserção de um gene de resistência a insetos que torna o grão menos suscetível ao ataque por fungos.
Segundo a comissão, os perigos relacionados a mutações e aparecimento de compostos carcinogênicos são muito menores na geração de plantas GM do que em processos convencionais em que se utilizam substâncias químicas mutagênicas ou irradiação gama. Além do mais, os alimentos transgênicos são submetidos a testes rigorosos antes de sua liberação, usando animais de laboratório, o que não ocorre com alimentos elaborados com plantas obtidas por métodos convencionais.
O receio de que o consumo de alimentos derivados de plantas GM resulte em grande risco de manifestações alérgicas é um dos argumentos bastante explorados por ativistas antibiotecnologia. Entretanto, como os alimentos transgênicos são obrigatoriamente testados para avaliar seu potencial alergênico, por meio de protocolos aprovados por organismos internacionais, sua segurança é muito maior do que os alimentos convencionais. Como ilustração, cita-se o caso do amendoim comum, com cerca de 12 proteínas alergênicas, cuja utilização na alimentação humana não sofre qualquer restrição legal.
Semelhantemente, a teoria de que o DNA transgênico poderia afetar a saúde humana, por aderir a células intestinais, também foi refutada. Todos os dias ingere-se entre 0,1 e 1 grama de DNA na alimentação. Se o alimento for derivado de planta GM, apenas uma partícula desse DNA será transgênico (entre 1/100.000 e 1/1.000.000). Pesquisadores mostram evidências de que sua digestão não difere do que ocorre com o DNA de qualquer alimento. Além do mais, os organismos são dotados de ‘barreiras’ que inibem as transferências de genes de plantas para o genoma animal, lembra a comissão.
Como os países europeus têm sido excepcionalmente cautelosos com relação aos alimentos geneticamente modificados, o relatório dessa comissão vem abalar as já desgastadas argumentações desprovidas de fundamentação científica ou, mesmo, circunstancial, usadas em campanhas de oponentes da biotecnologia, os quais se dedicam a difundir a idéia de que os alimentos transgênicos representam um perigo à saúde. O documento menciona um argumento irrefutável a favor da segurança dos alimentos transgênicos. Consiste no fato de que desde 1996 - especialmente nos Estados Unidos - centenas de milhões de pessoas vêm consumindo produtos feitos com plantas GM rotineiramente, sem que um caso sequer tenha sido comprovada a ocorrência de algum efeito adverso em razão desse consumo.
Ao concluir, a comissão considera “... extremamente improvável que o consumo de alimentos transgênicos ofereça riscos maiores do que o de alimentos convencionais... pelo contrário, os transformados por meio de biotecnologia são extensivamente testados e submetidos a uma legislação de controle particularmente rigorosa”.
Em acordo com esse parecer expressam-se as convicções de um grande número de profissionais que mantêm seu compromisso com a saúde, os quais se preocupam em ver protegidos os interesses do consumidor - para que não se prive a população brasileira dos imensos benefícios que a tecnologia genética tem a oferecer, em forma de mais e melhores alimentos.
Raquel Monteiro Cordeiro de Azeredo
Departamento de Nutrição e Saúde
Universidade Federal de Viçosa (MG)
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sexta-feira, outubro 22, 2004
Fungo atinge lavoura de bananas em Santa Catarina
Uma nova crise atinge a produção de bananas de Santa Catarina, maior produtor de banana do país e responsável por 61,8% de sua exportação. Depois da queda nas vendas da fruta para a Argentina e o fechamento dos mercados de Minas Gerais e São Paulo - que consomem a produção interna - agora é a vez do fungo sigatoka negra atingir os bananais catarinenses.
De acordo com a Companhia de Desenvolvimento Agrícola do Estado (Cidasc), 20 municípios estão com seus bananais contaminados pelo fungo. Essa confirmação foi anunciada oficialmente nesta quinta-feira (21), depois de uma reunião entre técnicos agrícolas do estado. Com a presença da praga, a produção exigirá maior utilização de fungicidas, fazendo com que a produção fique mais cara entre 15% a 30%.
A presença do sigatoka negra foi identificada nos municípios de Garuva, Massaranduba, Corupá, Jaraguá do Sul, Itapoá, Joinville, Araquari, Barra Velha, Guaramirim, Schröeder, Nova Trento, Canelinha, Tijucas, Biguaçu, São José, Siderópolis, Treviso, Praia Grande, Santa Rosa do Sul e Sombrio.
Fonte: JB Online
De acordo com a Companhia de Desenvolvimento Agrícola do Estado (Cidasc), 20 municípios estão com seus bananais contaminados pelo fungo. Essa confirmação foi anunciada oficialmente nesta quinta-feira (21), depois de uma reunião entre técnicos agrícolas do estado. Com a presença da praga, a produção exigirá maior utilização de fungicidas, fazendo com que a produção fique mais cara entre 15% a 30%.
A presença do sigatoka negra foi identificada nos municípios de Garuva, Massaranduba, Corupá, Jaraguá do Sul, Itapoá, Joinville, Araquari, Barra Velha, Guaramirim, Schröeder, Nova Trento, Canelinha, Tijucas, Biguaçu, São José, Siderópolis, Treviso, Praia Grande, Santa Rosa do Sul e Sombrio.
Fonte: JB Online
Marina Silva reitera defesa de substitutivo à Lei de Biossegurança
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, reiterou nesta quinta-feira (21) que defende o substitutivo do deputado Renildo Calheiros (PCdoB-PE) à Lei de Biossegurança. "A posição do Ministério é de conhecimento público em favor do substitutivo que está tramitando na Câmara dos Deputados e que já foi aprovado. O Ministério do Meio Ambiente não concorda com o substitutivo aprovado no Senado", afirmou.
O texto aprovado pelos senadores dá mais poderes à CTNBio - Comissão Técnica Nacional de Biossegurança nas deliberações sobre os transgênicos. Segundo Marina Silva, essa decisão contraria a posição do Ministério do Meio Ambiente, de dar mais poder a órgãos como o Ibama - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis para decidir sobre o uso de produtos geneticamente modificados.
O projeto da Lei de Biossegurança está na pauta de votação da Câmara, mas só deverá ir a plenário depois que os parlamentares apreciarem as 15 Medidas Provisórias editadas pelo governo.
Marina Silva participou do seminário sobre a repartição de competência de gestão ambiental e assinou portaria criando mais oito comissões tripartites estaduais. Agora são 23 comissões formadas pelo Ibama e órgãos estaduais e municipais de meio ambiente, com a missão de evitar os conflitos de sobreposição de responsabilidades.
Fonte: Agência Brasil
O texto aprovado pelos senadores dá mais poderes à CTNBio - Comissão Técnica Nacional de Biossegurança nas deliberações sobre os transgênicos. Segundo Marina Silva, essa decisão contraria a posição do Ministério do Meio Ambiente, de dar mais poder a órgãos como o Ibama - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis para decidir sobre o uso de produtos geneticamente modificados.
O projeto da Lei de Biossegurança está na pauta de votação da Câmara, mas só deverá ir a plenário depois que os parlamentares apreciarem as 15 Medidas Provisórias editadas pelo governo.
Marina Silva participou do seminário sobre a repartição de competência de gestão ambiental e assinou portaria criando mais oito comissões tripartites estaduais. Agora são 23 comissões formadas pelo Ibama e órgãos estaduais e municipais de meio ambiente, com a missão de evitar os conflitos de sobreposição de responsabilidades.
Fonte: Agência Brasil
Definidas ações para fiscalizar soja no Paraná
O Defis - Departamento de Defesa, Fiscalização e Sanidade Agropecuária da Secretaria da Agricultura do Paraná vai reforçar o trabalho de divulgação e de conscientização junto aos agricultores e consumidores sobre os riscos de se plantar ou consumir produto geneticamente modificado. Esta é uma das diretrizes definidas durante reunião com técnicos dos 20 Núcleos Regionais da Secretaria da Agricultura. Eles estiveram reunidos em Curitiba (PR) para traçar plano de ação para a fiscalização da soja transgênica durante a safra 2004/05.
Algumas das medidas que serão colocadas em prática já foram adotadas na safra passada. De acordo como diretor da Divisão de Sanidade Vegetal, Carlos Alberto Salvador, cerca de 100 engenheiros agrônomos vão fiscalizar as lavouras e o comércio. E as ações educativas serão desenvolvidas através de palestras e atividades junto às comunidades rurais, em sindicatos e escolas.
Transgênicos
O Paraná tem 380 mil propriedades rurais e, segundo o Ministério da Agricultura, 574 agricultores assinaram o Termo de Responsabilidade e Ajustamento de Conduta para plantar soja transgênica. De acordo com o governador, o número de propriedades que supostamente plantam soja transgênica é 0,1%. Além disso, quem não assinou o Termo não pode plantar, sob pena de ter a safra apreendida. O transporte da soja transgênica continua liberado desde que ela esteja lacrada, segregada, identificada e o destino não seja o Paraná.
Fonte: Radiobrás
Algumas das medidas que serão colocadas em prática já foram adotadas na safra passada. De acordo como diretor da Divisão de Sanidade Vegetal, Carlos Alberto Salvador, cerca de 100 engenheiros agrônomos vão fiscalizar as lavouras e o comércio. E as ações educativas serão desenvolvidas através de palestras e atividades junto às comunidades rurais, em sindicatos e escolas.
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