Flyfim é uma isca mosquicida que possui um novo princípio ativo. O produto atua com eficácia mesmo em moscas resistentes à inseticidas organofosforados, carbamatos e piretróides.
As moscas são insetos que se reproduzem rapidamente, fazendo seis a oito posturas de 100 a 120 ovos durante seu curto período de vida, que compreende 25 a 45 dias. Após a postura, os ovos eclodem em menos de 24 horas e as larvas se desenvolvem em 4 a 6 dias. Depois de se transformam em pupas, com mais 5 ou 6 dias, nascem as moscas adultas. Cada larva da mosca doméstica necessita cerca de um grama de esterco para alimentar-se. Assim, pode-se avaliar o potencial de criação de moscas em um plantel de poedeiras, onde centenas delas são mantidas confinadas.
As medidas de controle têm por objetivo proteger as aves do principal problema ocasionado por essas pragas: a transmissão de doenças. Pesquisas demonstraram que as moscas transmitem agentes patogênicos como: Salmonella pullorum, Salmonella typhimurium, Pasteurella multocida, Erysipelothrix rhusiopathiae, Staphilococcus sp, cólera e outras bactérias entéricas, oocistos de protozoários, viroses. Transportam mecanicamente ovos de helmintos e servem de hospedeiro intermediário de tênias (Hymenolepis carioca, Raillietina cesticillus, Choanotaenia infundibulum).
As moscas produzem perdas significativas para os animais de produção, que vão desde o estresse constante em bovinos de leite, corte e suínos, até a transmissão de doenças de origem bacteriana e viral aos animais, como mastites. Na avicultura de postura e corte há uma preocupação constante no controle de moscas. A alta população de moscas em uma granja causa prejuízos devido a constante mão de obra no seu controle, pela necessidade de re-lavagens nos ovos para retirar as fezes das moscas, o que contribui para um afinamento da casca do ovo, diminuindo assim a sua qualidade além de elevar o número de quebras.
Além da transmissão de doenças aos animais, a mosca também é um vetor na transmissão de doenças aos seres humanos. Elas possuem uma afinidade grande por matéria orgânica em decomposição, como fezes e cadáveres. Um controle efetivo de moscas deve ser realizado através de um programa de tratamento, onde se consorcia medidas preventivas e terapêuticas. O tratamento correto do esterco com larvicidas e a manutenção da higiene do ambiente contribui para uma queda na sua reprodução em matéria orgânica em decomposição. Tais medidas devem ser aplicadas em conjunto com a utilização de mosquicidas sobre a forma de iscas e pós ou grânulos solúveis em água para pincelamento em instalações.
Flyfim: Controle efetivo
O Laboratório Clarion (Goiânia/GO) está lançando este ano uma completa linha de produtos que serão utilizados num programa integrado de controle de moscas. O produto Flyfim é uma isca mosquicida de alta eficácia contra a mosca doméstica, inclusive as resistentes a outras iscas mosquicidas. O fato de seu princípio ativo pertencer a um novo grupo químico resulta num excelente efeito sobre populações de moscas: o Imidacloprid possui DL50 dérmica em ratos maior que 5.000mg/kg e contém em sua formulação o Benzoato de Denatônio (BITREX), substância amargante que impede a ingestão do produto por crianças e animais domésticos, evitando intoxicações acidentais com o produto.
Flyfim pode ser utilizado em programas de controle de moscas domésticas em associação a IGRs (Inibidores de Crescimento) em granjas de aves e suínos, haras, matadouros, currais, estábulos, laticínios e outros locais infestados por esses insetos. Cada envelope de 25g trata, efetivamente, uma área de 12,5m2 e a embalagem de 1kg trata, efetivamente, uma área de 500m2. Flyfim é apresentado em display na cor laranja fluorescente, com 50 sachês de 25g e 50g, recipientes descartáveis acoplados no próprio display, e em frascos plásticos de 1kg.
Sobre o Clarion Biociências – www.clarionbio.com.br
O Clarion Biociências, localizada em Goiânia/GO, é uma empresa 100% brasileira e voltada para pesquisa, desenvolvimento e lançamento de produtos veterinários ampliados. A empresa busca incessantemente apresentar ao mercado produtos que tragam inovações e vantagens para criadores, comerciantes sem se esquecer de melhorar a qualidade de vida dos animais de produção, de trabalho e de companhia.
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Coordenação : Gualberto Vita
Atendimento: Bianca Proença / Iara Soriano
Assessoria de Imprensa CLARION BIOCIÊNCIAS
Tel.: (15) 9711-7966 / (15) 262-4142
Jornalista Responsável: O.P.Gessulli (Mtb 32.517)
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quinta-feira, abril 29, 2004
Guerra do Algodão: Bush arma contra-ataque à vitória do Brasil
Represente comercial afirma que os EUA vão "lutar até o fim" contra a condenação da OMC a subsídios
O representante comercial dos EUA, Robert Zoellick, disse ontem que o governo George W. Bush vai recorrer "até o fim" para tentar inverter a derrota sofrida para o Brasil na OMC (Organização Mundial do Comércio) na questão dos subsídios aos produtores de algodão.
A derrota fez com que os EUA lançassem ameaças contras outros países em desenvolvimento. Para Zoellick, se outros seguirem o exemplo brasileiro e abrirem processos contra os EUA, isso inviabilizaria as negociações comerciais e colocaria em risco a própria Rodada Doha da OMC de liberalização comercial.
Segundo o tribunal de arbitragem da OMC, os subsídios norte-americanos ao algodão distorcem os preços mundiais. O caso foi levantado pelo governo brasileiro e foi recebido com a primeira grande vitória de um país em desenvolvimento contra os subsídios agrícolas dos ricos.
O Brasil ganhou na maioria das queixas apresentadas, mas a vitória não deverá ter efeitos práticos imediatos. O governo americano vai recorrer, e o processo deve se estender por dois anos. A decisão ainda é provisória, mas, geralmente, o órgão mantém suas posições na decisão final, a ser proferida em junho. Os EUA deverão recorrer se isso acabar ocorrendo.
"Podem estar 100% certos de que iremos recorrer e pressionar até o fim", disse Zoellick, durante sessão do Comitê de Agricultura da Câmara dos EUA. "Vamos lutar pelos interesses agrícolas dos EUA, mesmo se for por meio de disputa judicial."
Durante a audiência na Câmara, representantes da bancada ruralista americana afirmaram que os EUA terão de desistir da Alca (Área de Livre Comércio das Américas) se o Brasil vencer, em instância final, a disputa.
"Se a decisão prevalecer, será uma perda de tempo trazer a Alca para votação no Congresso", disse o deputado democrata Robert Etheridge (Carolina do Sul) para Zoellick e a secretária Ann Veneman (Agricultura).
Em sua queixa contra os EUA na OMC, o Brasil alegou que os subsídios norte-americanos causam ao Brasil perdas comerciais de US$ 480 milhões.
A decisão da OMC poderá criar jurisprudência contra outros subsídios que os norte-americanos concedem a produtores agrícolas e que afetam as exportações brasileiras e as de outros países.
O deputado Charles Stenholm, democrata do Texas e influente membro da Comissão de Agricultura do Congresso, chegou a afirmar que o processo brasileiro do algodão "trouxe uma nova dimensão às negociações comerciais: o litígio".
Zoellick afirmou aos deputados que seria "um erro" tentar resolver as disputas na área agrícola por meio de litígios e defendeu uma maior negociação.
Derrota retira trunfo dos ricos, afirma Amorim
O ministro Celso Amorim (Relações Exteriores) acredita que a decisão da OMC (Organização Mundial do Comércio) a favor do Brasil e contra os subsídios americanos tire dos países ricos "um instrumento que eles queriam usar como barganha na negociação agrícola, o que talvez os faça andar mais rápido" nas concessões a países como o Brasil.
Traduzindo: se, cedo ou tarde, a OMC vai considerar ilegais os subsídios (internos ou à exportação), os países que os adotam talvez considerem melhor derrubá-los de uma vez, claro que em troca de concessões de seus parceiros na OMC.
O ministro lembra um antecedente remoto: durante a Rodada Uruguai, o ciclo de negociações liberalizantes que foi de 1986 a 1993, houve uma disputa similar à do algodão, mas em torno das oleaginosas e entre União Européia e EUA (o Brasil era parte interessada, mecanismo previsto nas regras da época e de agora).
A Europa perdeu e "viu que não podia continuar ficando na negativa absoluta nas negociações agrícolas", rememora o chanceler.
De fato, a Rodada Uruguai marca o momento em que a agricultura, pela primeira vez, entrou nas negociações agrícolas, embora o resultado final tenha sido pobre: um acordo posterior entre UE e EUA limitou muitíssimo a abertura.
Amorim diz que não é o caso de "triunfalismo" em torno da vitória no caso do algodão, mas ele próprio tem dificuldades para contê-lo, porque a decisão de entrar com o pedido de julgamento foi dele, pessoalmente, embora depois aprovada por outros ministros.
O chanceler tem a gentileza de reconhecer que o mérito deve ser estendido ao governo anterior, por conta de um episódio que ele conta agora: quem teve a primeira idéia foi Pedro de Camargo Netto, então secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, no governo Fernando Henrique Cardoso.
Camargo Netto, participante ativo das negociações agrícolas, seja como ruralista, seja como membro do governo, foi a Amorim, então embaixador em Genebra, quando este se recuperava de uma operação.
Pediu sugestões e Amorim recomendou a contratação de um advogado especializado em litígios. "Você pode ter toda a razão do mundo, mas é preciso ver se você tem também um caso", disse à época e rememora agora.
O advogado foi de fato contratado, o norte-americano Scott Andersen, sem falar no economista Daniel Summer, ex-funcionário do governo norte-americano e hoje professor da Universidade da Califórnia em Davis.
Há um segundo motivo para o entusiasmo do chanceler: ele acredita que o caso do algodão seja exemplar na luta do G20 para equiparar justiça social e comércio (G20 é o grupo de países em desenvolvimento, liderado por Brasil e Índia, que luta pela abertura agrícola dos países ricos).
De fato, a derrubada dos subsídios vai beneficiar o Brasil, mas principalmente países africanos como Mali, Chade, Benin e Burkina Faso. Neles, o algodão é responsável pelo emprego de 15 milhões de pessoas, que correm o risco de ficar sem o trabalho.
Fonte: Folha de S. Paulo
O representante comercial dos EUA, Robert Zoellick, disse ontem que o governo George W. Bush vai recorrer "até o fim" para tentar inverter a derrota sofrida para o Brasil na OMC (Organização Mundial do Comércio) na questão dos subsídios aos produtores de algodão.
A derrota fez com que os EUA lançassem ameaças contras outros países em desenvolvimento. Para Zoellick, se outros seguirem o exemplo brasileiro e abrirem processos contra os EUA, isso inviabilizaria as negociações comerciais e colocaria em risco a própria Rodada Doha da OMC de liberalização comercial.
Segundo o tribunal de arbitragem da OMC, os subsídios norte-americanos ao algodão distorcem os preços mundiais. O caso foi levantado pelo governo brasileiro e foi recebido com a primeira grande vitória de um país em desenvolvimento contra os subsídios agrícolas dos ricos.
O Brasil ganhou na maioria das queixas apresentadas, mas a vitória não deverá ter efeitos práticos imediatos. O governo americano vai recorrer, e o processo deve se estender por dois anos. A decisão ainda é provisória, mas, geralmente, o órgão mantém suas posições na decisão final, a ser proferida em junho. Os EUA deverão recorrer se isso acabar ocorrendo.
"Podem estar 100% certos de que iremos recorrer e pressionar até o fim", disse Zoellick, durante sessão do Comitê de Agricultura da Câmara dos EUA. "Vamos lutar pelos interesses agrícolas dos EUA, mesmo se for por meio de disputa judicial."
Durante a audiência na Câmara, representantes da bancada ruralista americana afirmaram que os EUA terão de desistir da Alca (Área de Livre Comércio das Américas) se o Brasil vencer, em instância final, a disputa.
"Se a decisão prevalecer, será uma perda de tempo trazer a Alca para votação no Congresso", disse o deputado democrata Robert Etheridge (Carolina do Sul) para Zoellick e a secretária Ann Veneman (Agricultura).
Em sua queixa contra os EUA na OMC, o Brasil alegou que os subsídios norte-americanos causam ao Brasil perdas comerciais de US$ 480 milhões.
A decisão da OMC poderá criar jurisprudência contra outros subsídios que os norte-americanos concedem a produtores agrícolas e que afetam as exportações brasileiras e as de outros países.
O deputado Charles Stenholm, democrata do Texas e influente membro da Comissão de Agricultura do Congresso, chegou a afirmar que o processo brasileiro do algodão "trouxe uma nova dimensão às negociações comerciais: o litígio".
Zoellick afirmou aos deputados que seria "um erro" tentar resolver as disputas na área agrícola por meio de litígios e defendeu uma maior negociação.
Derrota retira trunfo dos ricos, afirma Amorim
O ministro Celso Amorim (Relações Exteriores) acredita que a decisão da OMC (Organização Mundial do Comércio) a favor do Brasil e contra os subsídios americanos tire dos países ricos "um instrumento que eles queriam usar como barganha na negociação agrícola, o que talvez os faça andar mais rápido" nas concessões a países como o Brasil.
Traduzindo: se, cedo ou tarde, a OMC vai considerar ilegais os subsídios (internos ou à exportação), os países que os adotam talvez considerem melhor derrubá-los de uma vez, claro que em troca de concessões de seus parceiros na OMC.
O ministro lembra um antecedente remoto: durante a Rodada Uruguai, o ciclo de negociações liberalizantes que foi de 1986 a 1993, houve uma disputa similar à do algodão, mas em torno das oleaginosas e entre União Européia e EUA (o Brasil era parte interessada, mecanismo previsto nas regras da época e de agora).
A Europa perdeu e "viu que não podia continuar ficando na negativa absoluta nas negociações agrícolas", rememora o chanceler.
De fato, a Rodada Uruguai marca o momento em que a agricultura, pela primeira vez, entrou nas negociações agrícolas, embora o resultado final tenha sido pobre: um acordo posterior entre UE e EUA limitou muitíssimo a abertura.
Amorim diz que não é o caso de "triunfalismo" em torno da vitória no caso do algodão, mas ele próprio tem dificuldades para contê-lo, porque a decisão de entrar com o pedido de julgamento foi dele, pessoalmente, embora depois aprovada por outros ministros.
O chanceler tem a gentileza de reconhecer que o mérito deve ser estendido ao governo anterior, por conta de um episódio que ele conta agora: quem teve a primeira idéia foi Pedro de Camargo Netto, então secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, no governo Fernando Henrique Cardoso.
Camargo Netto, participante ativo das negociações agrícolas, seja como ruralista, seja como membro do governo, foi a Amorim, então embaixador em Genebra, quando este se recuperava de uma operação.
Pediu sugestões e Amorim recomendou a contratação de um advogado especializado em litígios. "Você pode ter toda a razão do mundo, mas é preciso ver se você tem também um caso", disse à época e rememora agora.
O advogado foi de fato contratado, o norte-americano Scott Andersen, sem falar no economista Daniel Summer, ex-funcionário do governo norte-americano e hoje professor da Universidade da Califórnia em Davis.
Há um segundo motivo para o entusiasmo do chanceler: ele acredita que o caso do algodão seja exemplar na luta do G20 para equiparar justiça social e comércio (G20 é o grupo de países em desenvolvimento, liderado por Brasil e Índia, que luta pela abertura agrícola dos países ricos).
De fato, a derrubada dos subsídios vai beneficiar o Brasil, mas principalmente países africanos como Mali, Chade, Benin e Burkina Faso. Neles, o algodão é responsável pelo emprego de 15 milhões de pessoas, que correm o risco de ficar sem o trabalho.
Fonte: Folha de S. Paulo
Rumor de cancelamento de compras no exterior ajuda a derrubar a soja
As perspectivas de que a China adote medidas para desacelerar seu crescimento econômico motivaram forte queda das cotações de algumas das principais commodities agrícolas negociadas no mercado internacional. A notícia soou mais preocupante no mercado de soja, já que a demanda chinesa, em forte elevação nos últimos anos, tem sido um dos principais sustentáculos dos preços externos. E gerou especial temor no Brasil, que tem no país asiático o principal destino das exportações do grão - que encabeça a pauta nacional de exportações.
No pregão de ontem na bolsa de Chicago, a notícia reverteu uma tendência de alta sustentada pela quebra da safra brasileira e as cotações fecharam em forte queda. Os contratos com vencimento em julho caíram 1,46% e encerraram a sessão a US$ 9,80 por bushel. Também influenciaram a queda rumores de que os chineses teriam cancelado navios de soja brasileiros.
Jack Scoville, vice-presidente da divisão de trading da Price Futures Group, de Chicago, disse que as notícias não foram confirmadas. Apesar disso, eventuais cancelamentos poderiam envolver também cargas de soja americanas. Um executivo de uma trading no Brasil disse que alguns clientes chineses já tentam adiar compras anteriormente acertadas para "empurrar" embarques.
Cauteloso, ele evitou relacionar o adiamento a uma tentativa da China de pagar menos pela soja. Mas observou que, "coincidentemente", no momento em que começa a receber cargas contratadas quando a soja estava mais cara do que hoje, a China passa a encontrar problemas sanitários no produto brasileiro. O executivo da trading se referia a dois navios provenientes do Brasil que estariam parados em portos chineses, impedidos de desembarcar. Inicialmente, autoridades locais disseram haver problemas com pesticidas, depois com fungicidas. Já Anderson Galvão, da Céleres, disse ter informações de que os navios estariam em quarentena como prevenção em relação à ferrugem asiática, doença provocada por um fungo.
Para os analistas, a queda nas margens de esmagamento de soja na China e a menor demanda por farelo devido à gripe das aves no país poderiam explicar a expectativa de que o país compre menos soja. Para Galvão, as margens estão sob pressão porque a China expandiu muito o setor de esmagamento, o que elevou a oferta. Ele não descartou que a indústria de soja da China esteja tentando "equacionar" seus problemas de margens derrubando preços da soja no exterior. "A China quer comprar facilidades", alfinetou.
Renato Sayeg, da Tetras Corretora, lembra que relatório da publicação especializada alemã Oil World já previa queda das importações chinesas no segundo trimestre. Até março, as compras totais chinesas somaram 9,44 milhões de toneladas, 24% mais que em igual intervalo de 2003, mas entre abril e junho, segundo a Oil World, as importações ficariam abaixo das 6,63 milhões de toneladas do ano passado.
O "efeito China" também derrubou os preços do açúcar e do algodão. Essas duas commodities são alvo de especulação no mercado nos últimos meses, uma vez que os chineses sinalizam forte interesse por esses produtos. No caso do açúcar, a tão esperada compra da China não ocorreu, mas os rumores de que isso vai acontecer foram suficientes para que os preços se sustentassem durante alguns pregões neste ano. No algodão, o governo chinês chegou a anunciar este ano aumento da cota de importação, provocando forte oscilação nos preços da commodity.
Ontem, os contratos do açúcar fecharam a 6,73 centavos de dólar por libra-peso na bolsa de Nova York, com recuo de 5,3%. Antônio Augusto Duva, da Henmcorp Commcor, lembra que "outros fundamentos de demanda ainda sustentam os preços do açúcar" no mercado.
Para Fernando Martins, da Fimat Futures, a China exerce pressão tanto nas oscilações de baixa como nas de alta. "Se a moeda chinesa se valorizar com essas medidas econômicas implantadas pelo governo, o poder de compra das indústrias da China será maior para as commodities agrícolas", observou Martins.
Freada da economia chinesa pode prejudicar contas externas do Brasil
Um estudo dos economistas Marco Antonio Franklin e Elisa Pessoa, da Plenus, gestora de recursos, alerta para o fato de que um desaquecimento mais brusco da economia chinesa teria forte impacto sobre as contas externas brasileiras.
O superávit comercial no primeiro trimestre foi de US$ 6,7 bilhões, permitindo projetar um saldo comercial de US$ 30 bilhões para 2004. No entanto, esta receita poderia encolher até US$ 10 bilhões caso os chineses reduzissem suas compras de insumos nacionais, acarretando um retorno dos preços desses produtos aos níveis de 2002.
"Apesar de a China ainda dispor de instrumentos para lidar com o superaquecimento de sua economia e com as pressões inflacionárias, uma desaceleração mais forte do que o esperado pode custar caro à economia brasileira em termos de superávit comercial, fazendo com que o país volte a condição de deficitário em transações correntes", alerta Franklin.
"Isto somado a uma piora na liquidez internacional por conta do aperto monetário americano pode gerar pressões sobre câmbio e juros no Brasil", avalia ele.
A participação da China no comércio exterior brasileiro vem crescendo continuamente nos últimos três anos e tem valorizado os preços das commodities e ampliado o quantum exportado pelo Brasil.
Em 2003, o mercado chinês foi o terceiro principal destino das exportações brasileiras com 6,2% do total, o que corresponde a US$ 4,5 bilhões, com expansão de 80% em relação a 2002. Os principais produtos nacionais exportados para a China são farelo de soja, minério de ferro, aço, óleo de soja e autopeças.
A China importa cerca de 30 milhões de toneladas de soja, ou 15% dos 200 milhões de toneladas negociados no mercado mundial. Deste total, 16 milhões de toneladas são compradas pelo gigante asiático do Brasil. A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) programa colocar 31 milhões de toneladas de minério de ferro no mercado chinês em 2004, equivalente a 19% de suas vendas desse minério.
Franklin e Elisa ressaltam em seu trabalho que a melhora das contas externas brasileiras se deu por conta dessa forte expansão do volume de exportações, que impactou também positivamente o preço das commodities, elevando o saldo da conta de comércio.
Em 2003, o preço dos insumos subiu 4,7% e, somente no primeiro trimestre deste ano, teve alta de 7,2%. Portanto, os economistas avaliam que uma redução no ritmo da demanda da China pode provocar um descasamento entre oferta e procura e consequentemente "um colapso" nos preços externos de produtos importantes na pauta de exportações do Brasil.
Setores serão afetados desigualmente
Os setores beneficiados pelas mudanças na Medida Provisória 164 foram divididos em três grandes grupos: o dos que terão alíquota zero da Cofins, mas não do PIS de 1,65%, tanto para os produtos importados, quanto para os nacionais; os que manterão o sistema cumulativo, em que a carga da Cofins é transferida para cada elo da cadeia produtiva; e os que arcarão com a nova Cofins mas receberão benefícios de outra natureza.
A manutenção do sistema cumulativo é vantajosa para os setores cuja cadeia produtiva é curta, já que neste caso a alíquota da Cofins é de 3%, ao passo que no sistema não-cumulativo é de 7,6%. Alguns setores, como a educação, já estavam beneficiados pelas mudanças feitas na medida provisória em sua tramitação na Câmara.
Mas outros ramos da economia em que a presença do setor de serviços é forte mantiveram o sistema cumulativo nesta rodada de negociações. A inclusão da construção civil entre os beneficiados só durará dois anos porque a equipe econômica entendeu que este setor precisa de incentivos imediatos. Foi o mal desempenho da construção civil no ano passado que fez com que a evolução do PIB caísse para abaixo de zero.
Outros setores beneficiados com a alíquota zero foram o de defensivos, fertilizantes, sementes e material genético para agropecuária; hortaliças , frutas e ovos; componentes para fármacos; material de exame clínico e algodão.
As indústrias instaladas na Zona Franca de Manaus serão beneficiadas com a zeragem da alíquota para os produtos que reexportarem, mas saíram parcialmente perdedoras nas negociações no Congresso. A versão inicial da medida provisória permitia que elas se creditassem do imposto pago, o que agora não será mais possível.
As indústrias que compram bens de capital, nacional ou importados, terão que arcar com a nova Cofins, mas ganharam uma das mais importantes concessões do governo. Poderão se creditar deste valor depois de quatro anos da importação ou compra. Atualmente, a aquisição de bens de capital só permite o crédito depois de dez anos.
Os representantes das cooperativas saíram das reuniões inseguros sobre o resultado final. Não conseguiram evitar a migração para a nova Cofins, mas receberam como contrapartida a isenção da Contribuição sobre o Lucro Líquido (CSLL) e a manutenção no texto da isenção do Imposto de Renda. O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), comprometeu-se que o governo enviará uma nova medida provisória, sobre as cooperativas, dentro de três meses, caso fique comprovado que as cooperativas terão perdas com o novo sistema.
O benefício para a indústria de aerossol é um exemplo de concessão pontual: elas receberão isenção da Cide sobre o gás butano, produto usado para o spray. Este gás butano era taxado como combustível, o que estava levando os industriais brasileiros a migrarem para a Argentina.
Fonte: Valor Econômico
No pregão de ontem na bolsa de Chicago, a notícia reverteu uma tendência de alta sustentada pela quebra da safra brasileira e as cotações fecharam em forte queda. Os contratos com vencimento em julho caíram 1,46% e encerraram a sessão a US$ 9,80 por bushel. Também influenciaram a queda rumores de que os chineses teriam cancelado navios de soja brasileiros.
Jack Scoville, vice-presidente da divisão de trading da Price Futures Group, de Chicago, disse que as notícias não foram confirmadas. Apesar disso, eventuais cancelamentos poderiam envolver também cargas de soja americanas. Um executivo de uma trading no Brasil disse que alguns clientes chineses já tentam adiar compras anteriormente acertadas para "empurrar" embarques.
Cauteloso, ele evitou relacionar o adiamento a uma tentativa da China de pagar menos pela soja. Mas observou que, "coincidentemente", no momento em que começa a receber cargas contratadas quando a soja estava mais cara do que hoje, a China passa a encontrar problemas sanitários no produto brasileiro. O executivo da trading se referia a dois navios provenientes do Brasil que estariam parados em portos chineses, impedidos de desembarcar. Inicialmente, autoridades locais disseram haver problemas com pesticidas, depois com fungicidas. Já Anderson Galvão, da Céleres, disse ter informações de que os navios estariam em quarentena como prevenção em relação à ferrugem asiática, doença provocada por um fungo.
Para os analistas, a queda nas margens de esmagamento de soja na China e a menor demanda por farelo devido à gripe das aves no país poderiam explicar a expectativa de que o país compre menos soja. Para Galvão, as margens estão sob pressão porque a China expandiu muito o setor de esmagamento, o que elevou a oferta. Ele não descartou que a indústria de soja da China esteja tentando "equacionar" seus problemas de margens derrubando preços da soja no exterior. "A China quer comprar facilidades", alfinetou.
Renato Sayeg, da Tetras Corretora, lembra que relatório da publicação especializada alemã Oil World já previa queda das importações chinesas no segundo trimestre. Até março, as compras totais chinesas somaram 9,44 milhões de toneladas, 24% mais que em igual intervalo de 2003, mas entre abril e junho, segundo a Oil World, as importações ficariam abaixo das 6,63 milhões de toneladas do ano passado.
O "efeito China" também derrubou os preços do açúcar e do algodão. Essas duas commodities são alvo de especulação no mercado nos últimos meses, uma vez que os chineses sinalizam forte interesse por esses produtos. No caso do açúcar, a tão esperada compra da China não ocorreu, mas os rumores de que isso vai acontecer foram suficientes para que os preços se sustentassem durante alguns pregões neste ano. No algodão, o governo chinês chegou a anunciar este ano aumento da cota de importação, provocando forte oscilação nos preços da commodity.
Ontem, os contratos do açúcar fecharam a 6,73 centavos de dólar por libra-peso na bolsa de Nova York, com recuo de 5,3%. Antônio Augusto Duva, da Henmcorp Commcor, lembra que "outros fundamentos de demanda ainda sustentam os preços do açúcar" no mercado.
Para Fernando Martins, da Fimat Futures, a China exerce pressão tanto nas oscilações de baixa como nas de alta. "Se a moeda chinesa se valorizar com essas medidas econômicas implantadas pelo governo, o poder de compra das indústrias da China será maior para as commodities agrícolas", observou Martins.
Freada da economia chinesa pode prejudicar contas externas do Brasil
Um estudo dos economistas Marco Antonio Franklin e Elisa Pessoa, da Plenus, gestora de recursos, alerta para o fato de que um desaquecimento mais brusco da economia chinesa teria forte impacto sobre as contas externas brasileiras.
O superávit comercial no primeiro trimestre foi de US$ 6,7 bilhões, permitindo projetar um saldo comercial de US$ 30 bilhões para 2004. No entanto, esta receita poderia encolher até US$ 10 bilhões caso os chineses reduzissem suas compras de insumos nacionais, acarretando um retorno dos preços desses produtos aos níveis de 2002.
"Apesar de a China ainda dispor de instrumentos para lidar com o superaquecimento de sua economia e com as pressões inflacionárias, uma desaceleração mais forte do que o esperado pode custar caro à economia brasileira em termos de superávit comercial, fazendo com que o país volte a condição de deficitário em transações correntes", alerta Franklin.
"Isto somado a uma piora na liquidez internacional por conta do aperto monetário americano pode gerar pressões sobre câmbio e juros no Brasil", avalia ele.
A participação da China no comércio exterior brasileiro vem crescendo continuamente nos últimos três anos e tem valorizado os preços das commodities e ampliado o quantum exportado pelo Brasil.
Em 2003, o mercado chinês foi o terceiro principal destino das exportações brasileiras com 6,2% do total, o que corresponde a US$ 4,5 bilhões, com expansão de 80% em relação a 2002. Os principais produtos nacionais exportados para a China são farelo de soja, minério de ferro, aço, óleo de soja e autopeças.
A China importa cerca de 30 milhões de toneladas de soja, ou 15% dos 200 milhões de toneladas negociados no mercado mundial. Deste total, 16 milhões de toneladas são compradas pelo gigante asiático do Brasil. A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) programa colocar 31 milhões de toneladas de minério de ferro no mercado chinês em 2004, equivalente a 19% de suas vendas desse minério.
Franklin e Elisa ressaltam em seu trabalho que a melhora das contas externas brasileiras se deu por conta dessa forte expansão do volume de exportações, que impactou também positivamente o preço das commodities, elevando o saldo da conta de comércio.
Em 2003, o preço dos insumos subiu 4,7% e, somente no primeiro trimestre deste ano, teve alta de 7,2%. Portanto, os economistas avaliam que uma redução no ritmo da demanda da China pode provocar um descasamento entre oferta e procura e consequentemente "um colapso" nos preços externos de produtos importantes na pauta de exportações do Brasil.
Setores serão afetados desigualmente
Os setores beneficiados pelas mudanças na Medida Provisória 164 foram divididos em três grandes grupos: o dos que terão alíquota zero da Cofins, mas não do PIS de 1,65%, tanto para os produtos importados, quanto para os nacionais; os que manterão o sistema cumulativo, em que a carga da Cofins é transferida para cada elo da cadeia produtiva; e os que arcarão com a nova Cofins mas receberão benefícios de outra natureza.
A manutenção do sistema cumulativo é vantajosa para os setores cuja cadeia produtiva é curta, já que neste caso a alíquota da Cofins é de 3%, ao passo que no sistema não-cumulativo é de 7,6%. Alguns setores, como a educação, já estavam beneficiados pelas mudanças feitas na medida provisória em sua tramitação na Câmara.
Mas outros ramos da economia em que a presença do setor de serviços é forte mantiveram o sistema cumulativo nesta rodada de negociações. A inclusão da construção civil entre os beneficiados só durará dois anos porque a equipe econômica entendeu que este setor precisa de incentivos imediatos. Foi o mal desempenho da construção civil no ano passado que fez com que a evolução do PIB caísse para abaixo de zero.
Outros setores beneficiados com a alíquota zero foram o de defensivos, fertilizantes, sementes e material genético para agropecuária; hortaliças , frutas e ovos; componentes para fármacos; material de exame clínico e algodão.
As indústrias instaladas na Zona Franca de Manaus serão beneficiadas com a zeragem da alíquota para os produtos que reexportarem, mas saíram parcialmente perdedoras nas negociações no Congresso. A versão inicial da medida provisória permitia que elas se creditassem do imposto pago, o que agora não será mais possível.
As indústrias que compram bens de capital, nacional ou importados, terão que arcar com a nova Cofins, mas ganharam uma das mais importantes concessões do governo. Poderão se creditar deste valor depois de quatro anos da importação ou compra. Atualmente, a aquisição de bens de capital só permite o crédito depois de dez anos.
Os representantes das cooperativas saíram das reuniões inseguros sobre o resultado final. Não conseguiram evitar a migração para a nova Cofins, mas receberam como contrapartida a isenção da Contribuição sobre o Lucro Líquido (CSLL) e a manutenção no texto da isenção do Imposto de Renda. O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), comprometeu-se que o governo enviará uma nova medida provisória, sobre as cooperativas, dentro de três meses, caso fique comprovado que as cooperativas terão perdas com o novo sistema.
O benefício para a indústria de aerossol é um exemplo de concessão pontual: elas receberão isenção da Cide sobre o gás butano, produto usado para o spray. Este gás butano era taxado como combustível, o que estava levando os industriais brasileiros a migrarem para a Argentina.
Fonte: Valor Econômico
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