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sexta-feira, junho 07, 2019

Embrapa - A intensificação agropecuária passa pelos sistemas integrados




A intensificação agropecuária passa pelos sistemas integrados
Assunto foi destaque em Simpósio de Solos Arenosos em MS

A produção agropecuária intensificada permitiu que as regiões de solos arenosos no País se transformassem social, econômico e ambientalmente, quebrou paradigmas. Os desafios de se produzir em "areia", foram superados a partir da adoção de tecnologias, por parte dos produtores rurais, e o avanço das pesquisas. 

Um exemplo que reúne adoção e pesquisa são os sistemas integrados de produção, capazes de recuperar áreas degradadas, trazendo produtividade a locais improváveis. A tecnologia não escolhe solo, clima e nem tamanho de propriedade, podendo ser aplicada em qualquer região do Brasil, dada as devidas peculiaridades. Com potencial para atingir 15 milhões de hectares no País, com algum modelo de integração, os sistemas, atualmente, ocupam 11,47 milhões de hectares.

Alguns desses hectares estão em Ipameri (Goiás), na Fazenda Santa Brígida. Em 2006, a propriedade tinha prejuízos de R$ 200 reais/hectare. Hoje o lucro líquido é de R$ 2.700 reais/hectares, gerando R$ 16 milhões/ano. "São sistemas que permitem aumentar a produção, alimentar a população, mitigar os gases de efeito estufa, reduzir desperdícios e atenuar prejuízos", enumera William Marchió, diretor-executivo da Associação Rede Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (Rede ILPF). A Santa Brígida tornou-se uma vitrine de sustentabilidade ao produzir durante os 12 meses do ano.

A meta da Rede ILPF é chegar a 35 milhões de hectares, até 2030, revela Marchió. Para isso, a Rede conta com os parceiros, entre eles, a Cocamar Cooperativa Agroindustrial (PR), que ao levar a cultura da soja às regiões arenosas promoveu uma transformação no campo ao avançar sob pastos degradados, é o que afirma o presidente da instituição, Luiz Lourenço.  

Presidente da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja/MS), Juliano Schmaedecke, também é outro aliado. Ele conta que o Estado de Mato Grosso do Sul nos últimos três anos apresenta índices de produtividade da soja em alta. Nesta safra 2018/2019, o aumento foi de 10% e ele credita, dentre outros fatores, a produção em áreas, antes degradadas, recuperadas com o uso de sistemas integrados. "Ao redor de 30% do negócio de muitos produtores em MS é em solos arenosos. A expansão passa pela busca e adoção de tecnologias como essas", destaca. 

A Rede ILPF é uma parceria público-privada, formada pela Embrapa, Cocamar, Bradesco, Ceptis, John Deere, Premix, Soesp e Syngenta. O seu objetivo, segundo Marchió, é ampliar a adoção desses sistemas integrados por produtores rurais e, assim, intensificar agricultura brasileira, de forma sustentável. 

Entretanto, a intensificação passa pela formulação de políticas públicas, o que esbarra em dois desafios – infraestrutura e logística, afirma Rogério Beretta, superintendente de Produção e Agricultura Familiar do Governo do Estado de MS. "São dois pontos que muitas vezes não acompanham a velocidade da iniciativa privada", frisa. O Estado, em 2010, criou o Fundems (Fundo para o Desenvolvimento das Culturas de Soja e Milho de Mato Grosso do Sul), com o intuito de oferecer suporte tecnológico e infraestrutura ao setor, além de desenvolver pesquisas apoiando fundações estaduais, como Fundação Chapadão e MS. 


Beretta, Schmaedecke, Lourenço e Marchió participaram do painel de abertura do III Simpósio Brasileiro de Solos Arenosos, que começou hoje (7), na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), em Campo Grande, e segue até sexta-feira. Os especialistas Érico Paredes (Biosul) e  Dito  Mário (Reflore MS) também se  apresentaram  no  painel. Os solos arenosos são de texturas mais leves, frágeis e representam menos de 10% dos solos brasileiros. Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, entre 15 e 20%, e o equivalente no Bioma Cerrado.  

Redação: Dalízia Aguiar (MTb 28/03/14/MS), jornalista Embrapa

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CNC debate crise de preços na Comissão Europeia

Agropecuária: sistema melhora renda e sustentabilidade ambiental


Seminário Nordeste - Inovações na Integração Lavoura-Pecuária-Floresta acontece nos dias 13 e 14 de junho, durante o Pec Nordeste

O sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) ajuda os produtores rurais a aumentar a renda, preservar a biodiversidade, reduzir as emissões de gases de efeito estufa, dentre outros benefícios. Produtores, técnicos e demais interessados poderão conhecer as vantagens e as inovações do sistema ILPF para a região Nordeste nos próximos dias 13 e 14 de junho durante o Seminário Nordeste - Inovações na Integração Lavoura-Pecuária-Floresta. 
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no site https://www.sympla.com.br/seminario-nordeste-inovacoes-na-integracao-lavoura-pecuaria-floresta__527539. O evento integra a programação técnico-científica do PEC Nordeste e é realizado pela Embrapa e a Rede ILPF, em parceria com a Federação da Agropecuária do Estado do Ceará.
A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) é uma estratégia de produção que integra diferentes sistemas produtivos, agrícolas, pecuários e florestais dentro de uma mesma área. Pode ser feita em cultivo consorciado, em sucessão ou em rotação, de forma que haja benefício mútuo para todas as atividades. O sistema busca otimizar o uso da terra e tem como resultados a elevação dos patamares de produtividade, diversificação da produção, produtos de melhor qualidade e aumento na renda do campo.
A estratégia tem sido adotada em todo o Brasil, principalmente nas regiões Centro-Oeste e Sul. Hoje, no Brasil, aproximadamente 1,6 a 2 milhões de hectares utilizam os diferentes formatos de ILPF e a estimativa é de que, para os próximos 20 anos, possa ser adotada em mais de 20 milhões de hectares.  O Nordeste conta com 1,3 milhão de hectares implantados. No Ceará, são pouco mais de 40 mil hectares.
O pesquisador da Embrapa João Pratagil Pereira de Araújo, coordenador do Seminário Nordeste - Inovações na Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, explica que o sistema melhora a renda no campo porque promove uma maior eficiência no uso de fertilizantes, menor demanda por agroquímicos, quebra no ciclo de pragas e doenças e de plantas daninhas. Segundo ele, além de efeitos positivos sobre a renda do produtor rural, somam-se benefícios mais amplos à sociedade, pelo aumento da oferta de alimentos, fibras e energia e favorecimento para a consolidação de um ambiente macroeconômico mais estável. 
Programação: Nos dias 13 e 14, pesquisadores e especialistas apresentarão os resultados concretos obtidos pelas Unidades de Referência Tecnológica (URTs) de ILPF a um público de técnicos, extensionistas, produtores rurais, empresas, associações, ONGs e órgãos governamentais. No dia 15 (sábado) será realizada uma visita técnica à fazenda Grangeiro, em Paracuru (CE), onde os participantes do seminário conhecerão uma experiência de integração lavoura-pecuária (ILP) que une a produção de coco à criação de bovinos leiteiros. A participação no seminário é gratuita, mas o acesso à visita é limitado aos primeiros 40 inscritos.


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Embrapa - Qual a decisão que você tomou para sua recria este ano?



Qual a decisão que você tomou para sua recria este ano?*

Rodrigo da Costa Gomes
Zootecnista, Pesquisador da Embrapa (Campo Grande-MS)

Recentemente fui convidado para falar sobre como fazer uma recria lucrativa, no contexto de recria e engorda de gado de corte. Particularmente, em numa das reflexões sobre o assunto, me assustei ao lembrar como falta atenção dos produtores à fase de recria e como tal comportamento é determinante para os resultados da propriedade. 

Em "andanças" por aí, frequentemente encontramos situações ilustrativas do que estou falando. Pasto bom e ração para a boiada que está "saindo", pasto ruim e o "sal mais barato que tem" para a bezerrada que está "chegando".  Bezerrada de compra chegando pesada na fazenda em maio e a mesma bezerrada mais leve depois de passar a seca. É acreditar que na seca pouco precisa ser feito, pois quando vier a chuva, tudo vai se resolver.

As pesquisas realizadas há anos pela Embrapa já mostravam o perigo destas crenças e comportamentos. Idades de abate elevadas por uma recria longa, baixa produção de arrobas por hectare pela categoria que poderia ser a mais eficiente da fazenda, susceptibilidade às flutuações do custo da reposição e a seu ágio. Somados a outros não mencionados, estes fatores resultam em margens econômicas baixas ou negativas e um distanciamento dos modelos de abate mais precoce (exemplos: Embrapa +Precoce e Boi 7-7-7), que consideramos ser o caminho para melhor competitividade e sustentabilidade.

É até verdade que no período das águas muito se melhora. Há pouco, a Embrapa lançou a cultivar BRS Zuri para sistemas mais intensivos de pastejo, com entregas potenciais de até 17 arrobas por hectare nas águas. Em pesquisas para a suplementação mineral, encontramos aumentos de até 80 g por cabeça por dia com o uso de determinado aditivo e uma economia de aproximadamente 15% na suplementação mineral com o uso de tecnologia que diminui desperdícios. Tudo isso mostra que não é difícil alcançarmos alguns dos maiores benefícios da recria benfeita, a produção de arrobas baratas e a melhor preparação do animal para a fase final de engorda. 

Neste último ponto está algo que poucos se atentam: a importância de se elevar o peso do animal ao início da engorda final.  Obviamente há sempre exceções, porém a engorda no modelo precoce (abate perto de dois anos de idade) tem elevado o teor energético da dieta, muitas vezes pelo uso de semiconfinamento e confinamento. Isso certamente ajuda a aumentar o desempenho da engorda e o acabamento da boiada, porém aumenta os desembolsos e a necessidade de ser eficiente no processo. 

Este é outro contexto em que se fazer uma recria bem feita ajuda a melhorar os números. Os benefícios de se realizar uma recria melhorada na conta de engorda têm sido demonstrados recentemente pelas pesquisas (APTA-Colina e Embrapa) e estão sustentados, principalmente, no abate de um animal mais pesado e no maior ganho de carcaça no processo final de engorda. Os dois modelos ajudam a diminuir os riscos de uma nutrição mais intensiva e também diluem os custos do ágio da reposição, principalmente em períodos de relação de troca baixa. 

Porém, há outra parte da história que também merece atenção. Apesar do protagonismo das águas, é a primeira seca após a desmama que muitas vezes define se um boi vai ser abatido precoce ou não. E ferramentas para melhorar o desempenho deste período não faltam. Há tempos mostrou-se o benefício da reserva de pastagem (diferimento ou vedação) somada à suplementação proteica de baixo consumo para ganhos pequenos (entre 200 e 300 g por dia), porém baratos.

Atualmente, temos demonstrado os benefícios da técnica de condicionamento de desmama ou transição, que pode adicionar 50 ou até 100 g por cabeça por dia no período seco. Sem mencionar, ainda, o uso de pastos safrinha em sistemas de integração lavoura-pecuária ou até mesmo o chamado "sequestro" em confinamento.

Em última instância, o exercício de analisar a recria e o que a faz mais lucrativa nos induz a uma mudança de mentalidade. Passamos a pensar que ela é, na verdade, a sustentação do processo de engorda e o divisor de águas entre uma pecuária de ciclo curto (modelo precoce) ou tardio. Talvez ela seja a imagem da escolha já feita pelo produtor: evoluir e se sustentar na atividade ou ficar no século passado e deixar que outros tomem o seu lugar. E você, qual a decisão que tomou para sua recria este ano?

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Embrapa e parceiros promovem seminário sobre ILPF no Nordeste em junho


Apresentar as inovações desenvolvidas pela Embrapa e parceiros para os sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) que possam ser replicadas no bioma Caatinga. Este é o principal objetivo do "Seminário Nordeste – Inovações na Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF)", evento promovido pela Embrapa e a Associação Rede ILPF, entre 13 a 15 de junho, em Fortaleza (CE). A Federação da Agropecuária do Estado do Ceará (FAEC) e o XXIII PECNORDESTE são parceiros.

Nos dias 13 e 14, pesquisadores e especialistas apresentarão os resultados concretos obtidos pelas Unidades de Referência Tecnológica (URTs) de ILPF a um público de técnicos, extensionistas, produtores rurais, empresas, associações, ONGs e órgãos governamentais. No dia 15 (sábado) será realizada uma visita técnica à fazenda Grangeiro, em Paracuru (CE), onde os participantes do seminário conhecerão uma experiência de integração lavoura-pecuária (ILP) que une a produção de coco à criação de bovinos leiteiros. Embora a participação no seminário seja gratuita, o acesso à visita é limitado. Informações e inscrições podem ser feitas no link https://www.sympla.com.br/seminario-integracao-lavoura-pecuaria-floresta__527539

Segundo Renato Rodrigues, presidente do Conselho Gestor da Rede ILPF e pesquisador da Embrapa Solos, a disseminação da ILPF no Nordeste ainda é um pouco tímida, embora haja um potencial muito grande. A Bahia é o estado que mais se vale esse sistema de produção em números absolutos, enquanto o Rio Grande do Norte já utiliza a tecnologia em 10% de sua área produtiva.

Rodrigues afirma haver uma expectativa elevada em relação ao seminário. Para ele, a ILPF é uma ferramenta de desenvolvimento para a região: "Queremos fazer um trabalho de políticas públicas e de estímulo ao governo federal para que tenhamos uma ampliação do uso dessa tecnologia no Nordeste. Não vamos chegar com nenhuma receita pronta. Cada região vai precisar se adaptar para que o produtor possa extrair os benefícios que a tecnologia pode oferecer, como a adaptação à mudança do clima, o aumento de renda e da qualidade de vida, bem como a possibilidade de fixação do homem no campo a partir da formação de uma mão de obra mais especializada e capacitada", argumenta.
Para William Marchió, diretor-executivo da Associação Rede ILPF, a Embrapa dispõe de arranjos produtivos com aptidão para serem empregados no Semiárido e na Caatinga, com excelentes resultados técnicos e econômicos também nestes ambientes mais desafiadores. "A integração é uma tecnologia de produção sustentável, auxiliando na mitigação da emissão de gases de efeito estufa e na adaptação às mudanças climáticas", afirma.

Agregação de valor à biodiversidade

Pesquisador da Embrapa Agroindústria Tropical e coordenador do seminário, João Pratagil afirma que a região pode se beneficiar de dois eixos de ação da ILPF: a agregação de valor a produtos como espécies nativas da Caatinga e óleos essenciais, bem como a utilização dos resultados da avaliação de espécies florestais da Embrapa para o polo moveleiro de Marco, município que sedia as principais empresas madeireiras e moveleiras do Ceará.
Pratagil ressalta ainda o modelo de transferência de tecnologia empregado. A Associação Rede ILPF é uma parceria público-privada formada pela Embrapa, Cocamar, Bradesco, Syngenta, John Deere, Soesp, Cepits e Premix. "Com o fomento à transferência de tecnologia e ao desenvolvimento tecnológico da ILPF para os biomas brasileiros, essas empresas e cooperativas se beneficiam com o crescimento e o dinamismo da economia: o aumento da produção repercute no aumento da demanda de maquinário, implementos agrícolas, insumos, como os fertilizantes e defensivos, e até mesmo na concessão de crédito aos agricultores e pecuaristas".


PECNORDESTE

A realização do seminário sobre ILPF ocorre em paralelo ao XXIII Seminário Nordestino de Pecuária (XXIII PECNORDESTE), que traz como tema este ano "Tecnologia e inovação para uma pecuária competitiva". Historicamente, o evento reúne um público de 30 mil visitantes, dentre pecuaristas, agricultores, técnicos, pesquisadores, estudantes e empreendedores das cadeias produtivas do agronegócio e da agropecuária familiar.
O que é a ILPF?
A integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) é uma estratégia de produção que integra diferentes sistemas produtivos, agrícolas, pecuários e florestais dentro de uma mesma área, podendo ser feita em cultivo consorciado, em sucessão ou em rotação, de forma que haja benefício mútuo para todas as atividades. Essa forma de sistema integrado busca otimizar o uso da terra, elevando os patamares de produtividade, diversificando a produção e gerando produtos de qualidade.
Ricardo Moura (DRT 1681 jpce)
Embrapa Agroindústria Tropical


Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/


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Embrapa - Estado da Bahia recebe URT Carne Carbono Neutro



Estado da Bahia recebe  URT Carne Carbono Neutro

O Recôncavo Baiano é o mais novo local de instalação de Unidades de Referência Tecnológica (URT) da Embrapa. O objetivo é avaliar a produção de bovinos de corte em sistema silvipastoril para a produção de Carne Carbono Neutro (cria, recria e terminação), em solos do tipo Massapé, até 2021. Os pesquisadores da Embrapa Gado de Corte (Campo Grande-MS) e Florestas (Colombo-PR) contam com suporte da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura do Estado da Bahia para conduzir os experimentos.

"A URT é uma das formas que a Embrapa encontra de transferir as tecnologias usadas dentro dos nossos centros para o meio rural. A implantação do ILPF é o meio utilizado para efetivar essa troca. Para os animais, há um aumento de produtividade, pois, com a existência das árvores, conseguimos oferecer um conforto térmico, por exemplo, e isso impacta na qualidade da carne produzida nessa fazenda", explica a pesquisadora da Embrapa e um das responsáveis pela proposta Fabiana Villa.

Para o pecuarista, Emílio Azevedo, proprietário de uma fazendas onde uma das URTs será instalada, "a Embrapa nos apresentou os resultados que já foram obtidos em outros estados e, por já ter uma vivência com outras ações de preservação ambiental, decidimos implementar aqui. A expectativa é que, ao fim do ciclo do eucalipto, possamos ter uma renda adicional com a colheita do eucalipto", acredita Azevedo.

A área da URT tem ao redor de 15 hectares e nela os pesquisadores monitorarão os componentes solo, forrageiro, microclimático, animal e socioeconômico do sistema para ao fim "sistematizar informações referentes ao microclima, produção forrageira, carbono no solo, desempenho animal e socioeconomia, visando o cálculo da neutralização de gases de efeito estufa, no Recôncavo Baiano", detalha Roberto Giolo, pesquisador da Embrapa. O engenheiro agrônomo ainda comenta que a espécie forrageira empregada será braquiária; a arbórea, eucalipto; e os animais, raça Nelore.

Villa e Giolo ressaltam que o trabalho focará nas possibilidades dos sistemas integrados para a região Nordeste do País, onde é possível além do uso de gado de corte e eucalipto integrar bovinos de leite e ovinos com espécies frutíferas ou nativas, por exemplo, como componente florestal. Com iniciativas ainda incipientes na região, eles apostam no potencial de crescimento da tecnologia.

Carne carbono neutro
A carne carbono neutro (CCN) é produzida em sistemas integrados com a presença de árvores plantadas, que são responsáveis pelo sequestro de carbono e possibilitam a neutralização da emissão de metano dos animais em pastejo, além de proporcionar conforto térmico ao gado. O foco do sistema é o componente florestal.

Os pesquisadores avaliam que há elevado potencial de gerar produtos direcionados para o segmento premium, seja para mercados de nicho no Brasil ou para exportação atendendo às exigências por práticas sustentáveis do mercado europeu, por exemplo. Estima-se que, no Brasil, o conceito CCN pode atingir 1,5 milhão de hectares ou 1% do rebanho brasileiro, o que equivale a aproximadamente 2,2 milhões de cabeças de gado.

Redação: Dalízia Montenário de Aguiar (MTb 28/03/14/MS), jornalista Embrapa
Jairo Gonçalves, jornalista Secom Bahia

Fotos (Secom Bahia): Áreas para instalação de URTs na Bahia

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Exportação de café solúvel do Brasil sobe 1,1% até abril de 2019


Exportação de café solúvel do Brasil sobe 1,1% até abril de 2019

Desempenho é tímido frente à previsão de crescimento de 5% no acumulado do ano. Indústrias acreditam que performance melhorará no segundo semestre
As exportações brasileiras de café solúvel apresentam crescimento de 1,15% no acumulado do primeiro quadrimestre deste ano na comparação com o mesmo intervalo de 2018, totalizando o equivalente 1,159 milhão de sacas de 60 kg, conforme levantamento realizado pela Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics). A receita cambial acumulada no período é de US$ 169,4 milhões.

O diretor de Relações Institucionais da entidade, Aguinaldo Lima, aponta que o desempenho até o momento, frente a uma previsão de crescimento de 5% em todo o ano, mostra-se um tanto tímido, mas que as indústrias mantêm a expectativa de melhora nos embarques a partir do segundo semestre.

"Conforme os associados da Abics, essa pequena estagnação nos volumes se dá, em parte, pelos baixos preços do café nos mercados nacional e internacional, que afetam produtores e a própria indústria de solúvel, que, com reduzidas margens de lucratividade, ressaltam os problemas de competitividade do produto brasileiro", explica.

Segundo ele, outro fator que diminuiu a competitividade do setor é a cumulatividade do ICMS recolhido sobre o café em grão comprado fora do Estado sede da indústria. A maioria das fábricas de solúvel tem base em São Paulo e Paraná e, por exportarem 85% do que produzem, não conseguem utilizar os créditos do imposto originados da aquisição da matéria-prima, predominantemente cafés conilon/robusta, adquiridos em Rondônia, Espirito Santo e Bahia.

"Trata-se de uma séria distorção tributária, que é agravada pela situação financeira dos Estados que têm que emitir os créditos desses tributos, uma vez que as exportações são desoneradas por lei, e pelo impasse não resolvido da Lei Kandir. Essa situação somente será solucionada com uma ampla reforma tributária", analisa Lima.

A Abics estima que, atualmente, o montante de valores que envolvem o ICMS em créditos a receber e créditos a serem reconhecidos ultrapassam a soma dos R$ 400 milhões. "Indiretamente, o setor está exportando impostos, por isso a Abics revela que ganhos de competitividade e aumentos significativos de exportações poderiam acontecer caso não existissem os impactos danosos desse Imposto", argumenta.

PRINCIPAIS DESTINOS
O posto de principal cliente do café solúvel no primeiro quadrimestre de 2019 foi ocupado pelos Estados Unidos, que adquiriram 187.837 sacas, volume 3,38% inferior às 194.413 sacas importadas de janeiro a abril de 2018. Na sequência, vêm Rússia, com a importação de 135.118 sacas (+10,38%); Myanmar, com substancial crescimento de 115% ante 2018 e a importação de 82.392 sacas; Japão, com a aquisição de 74.952 sacas (-23,61%); e Indonésia, que comprou 73.665 sacas (-1,48%) no primeiro quadrimestre de 2019.

Confira o desempenho das exportações de café solúvel e dos demais segmentos da cadeia no site da Abics: https://www.abics.com.br/noticia.php?noticia=143&desempenho_das_exportacoes_de_cafe_do_brasil_abr_2019.

Mais informações
Miner Mendes
Secretária Executiva da Abics
(11) 3251-2883 / secretaria@abics.com.br
Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel - Abics
Av. Paulista, 1.313, 9º andar - Conjunto 904, São Paulo (SP) - CEP 01311-923
Fone: (11) 3251-2883 / e-mail: secretaria@abics.com.br

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