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sexta-feira, julho 16, 2004

Paraná negocia com China trocar soja por fertilizantes

As cooperativas paranaenses estão negociando um acordo com um grupo de indústrias esmagadoras da província chinesa de Henan, na região central daquele país, para trocar soja por fertilizantes sem a intermediação de tradings. O negócio pode envolver, ainda, a construção conjunta de armazéns no porto de Paranaguá (PR) para atender às operações, disse ontem o superintendente-adjunto da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), Nelson Costa, que em setembro irá à China para tentar finalizar o intercâmbio.
O executivo reuniu-se com uma comitiva composta por 15 presidentes e executivos de indústrias chinesas e pelo presidente da Câmara de Comércio Brasil-China, Charles Tang. Ontem ele também acompanhou o grupo em audiência com o governador do Paraná, Roberto Requião, no Palácio Iguaçu. Conforme o superintendente-adjunto da Ocepar, as próprias cooperativas se propuseram a operar os armazéns que poderão ser construídos em Paranaguá.
A primeira missão chinesa ao país após a controvérsia que resultou, nos meses de maio e junho, na rejeição de 359 mil toneladas de soja brasileira misturada com sementes tratadas com fungicida, incluiu uma visita a Paranaguá e aos terminais das cooperativas Cotriguaçu e Coamo. Segundo Costa, os chineses consideraram "rígida" a decisão do Ministério da Agricultura brasileiro que permite a presença de apenas um grão tratado a cada amostra de um quilo de soja.
Henan tem 96 milhões de habitantes e, conforme Costa, processa 3 milhões de toneladas de soja por ano, mas produz apenas 1 milhão. O restante é importado dos EUA, Argentina e Brasil. Costa disse que as duas partes não conversaram sobre potenciais volumes de comércio, mas adiantou que as cooperativas paranaenses adquirem 1,8 milhão de toneladas de fertilizantes por ano no mercado interno, e a importação direta poderá reduzir os custos com o insumo. "Estamos em fase de prospecção".
Em nota distribuída pela internet, o governador paranaense afirmou, após o encontro com a comitiva, que "os chineses querem, e o Estado do Paraná também, quebrar o monopólio do comércio internacional de grãos", numa referência à negociação direta entre cooperativas e esmagadoras, sem a participação das tradings. "Gostaria de ver nossos produtores e cooperativas liberados da subordinação absoluta às multinacionais", afirma Requião no comunicado.
Segundo o governo estadual, a província chinesa importa 500 mil toneladas de soja do Paraná e pode chegar a 2 milhões de toneladas nos próximos anos. No total, o Brasil exportou 6,1 milhões de toneladas de soja para a China em 2003, e 2 milhões de toneladas de janeiro a maio deste ano, conforme o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Fonte: Valor Econômico

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