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quinta-feira, março 04, 2004

Campos de Dom Pedrito estão servindo de experimentos para o combate ao Capim Anoni

O Sindicato Rural de Dom Pedrito preocupado com a incidência do Capim Annoni nos campos do município e do Rio Grande do Sul formalizou convênio com a Fundação de Apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (FAURGS), através do Departamento de Ecologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A parceria visa desenvolver pesquisas sobre a gramínea africana Capim Annoni-2, que estão se expandindo na região.
Os experimentos a serem desenvolvidos, nos próximos dois anos, serão coordenados e orientados pelo professor do Departamento de Plantas Forrageiras e Agrometeorologia da Faculdade de Agronomia da UFRGS, Renato Borges de Medeiros e executados pelo aluno de Doutorado da Universidade, Telmo Fotch. A atividade terá como colaboradores a engenheira agrônoma, Gabriela Hermann Pötter e o economista, Renato Caiaffo da Rocha, contando ainda com a contribuição da Associação dos Agricultores de Dom Pedrito. O experimento sobre prevenção e controle de expansão desta planta será realizado a partir de março em uma propriedade particular, na localidade Upacaraí, em Dom Pedrito. Conforme a agrônoma da Guatambu, Gabriela Hermann Pötter, a incidência do Capim Annoni é agressiva, toma conta dos campos e não deixa as forrageiras benéficas se desenvolverem.
De acordo com a pesquisa do doutorando, a planta invasora foi introduzida acidentalmente no Rio Grande do Sul, na década de 50. Posteriormente, foi multiplicada e indicada como uma planta forrageira para várias regiões do Estado. A espécie se dispersa, germina e se estabelece facilmente em margens de estradas e nos espaços abertos da vegetação campestre especialmente em campos mais perturbados. Em 1978, a área invadida era cerca de 20 mil hectares. Em 1979, Capim-Annoni-2 foi reconhecida como uma espécie invasora dominante e de difícil erradicação, o que levou o Governo Federal a editar a portaria MA nº 205/79, que proibiu a comercialização e transporte de suas sementes e mudas. Mesmo assim, a área invadida em 1993 aumentou para aproximadamente 450 mil hectares sendo, atualmente, estimada em mais de um milhão de hectares.
Medidas como o controle integrado, a regulamentação do transporte de animais entre as diferentes regiões do Estado, a desinfestação dos locais onde se realizam exposições e remates de animais e a eliminação de focos de Capim-Annoni-2 ao longo de corredores, margens de estradas e de rodovias municipais, estaduais e federais poderão auxiliar na redução do ritmo de expansão da espécie. Pode também contribuir para este objetivo, a retirada dos animais criados nos corredores e estradas municipais. Sem o controle da expansão do Capim-Annoni-2, ocorrerá a perda de um valioso recurso forrageiro natural renovável, o empobrecimento dos produtores e o comprometimento da rentabilidade da produção animal regional.

Estado deverá contribuir no combate
Segundo o economista Renato Rocha, os produtores estão cansados de conviverem com esta gramínea de origem africana que tem gerado mais custos a propriedade devido a sua proliferação. Rocha diz que os fazendeiros, organizados pelo Sindicato Rural do município, já estão estabelecendo critérios com intuito de controlar o avanço da planta.
A preocupação constante dos produtores pedritenses chegou ao conhecimento do governador do Estado, Germano Rigotto, no mês de janeiro, quando os Sindicatos Rurais de Dom Pedrito e de Santana do Livramento, representados por Renato Caiaffo Rocha e Adroaldo Pötter, respectivamente, solicitaram ao Governador intervenção do Estado para evitar a propagação do Capim Anonni nas estradas públicas, sejam elas municipais, estaduais e federais. Uma das sugestões apresentadas a Rigotto é que o Estado esteja envolvido no combate por intermédio das inspetorias veterinárias, fiscalizando e eliminando o trânsito de animais nos corredores, que é uma das principais causas de propagação do Capim Anonni.
Conforme Rocha, o município de Dom Pedrito firmou parceria com a UFRGS, em janeiro desse ano, objetivando a realização de experimentos em estradas públicas municipais e também a nível de propriedades particulares sobre a invasora, para identificar formas de controle e prevenção do Capim Annoni. Para o mês de março, o governador marcou uma audiência com os Sindicatos Rurais de Dom Pedrito, Santana do Livramento e da região com a participação do Secretário Estadual da Agricultura e Pecuária, Odacir Klein e FEPAGRO, para discutir o problema. O encontro será realizado em Santana do Livramento, quando o governo do estado irá entregar 70 viaturas aos municípios da Fronteira Oeste, visando combater a criminalidade e abigeato nas zonas fronteiriças.

Márcia Marinho - Assessora de Imprensa - (53) 99599914

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