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terça-feira, outubro 05, 2004

Silagem de sorgo inoculada corretamente garante lucro do produtor durante a estiagem

Por Leandro Abdelhadi*

Em países como o Brasil, onde áreas importantes para a pecuária, como o Centro-Oeste, sofrem com a escassez de pastagem durante boa parte do ano, o sucesso de um projeto pecuário depende de alternativas alimentares de qualidade e de baixo custo. Nesse contexto, a produção de silagem na própria fazenda aparece como uma solução barata e eficiente, que funciona como um bom substituto da pastagem.
Capaz de garantir a continuidade da engorda de bovinos de corte e manter o nível da produção de leite, a silagem é um alimento rico em amido e fibras, preparado a partir da fermentação de uma mistura de gramíneas com milho, sorgo, bagaço de cana ou caroço de algodão. Pode ser usada como alimento único do rebanho ou como complemento alimentar em sistemas de confinamento.
Quando feita com milho, a silagem apresenta uma série de vantagens. Este alimento produz maior quantidade de matéria seca por hectare e contém em um único alimento fibra e amido. Além disso, possui carboidratos hidrosolúveis (CHS) e capacidade de retenção de água, que tornam a ensilagem mais fácil.
No entanto, em regiões de solos desfavoráveis ao milho, ou de baixo índice pluviométrico – o que também torna a opção pela cultura arriscada –, o emprego do sorgo tem se mostrado uma alternativa viável para a produção de silagem. Embora os valores nutritivos deste alimento não sejam iguais aos do milho, o sorgo apresenta vantagens, como tolerância à seca e alto índice de produção de forragem.
Além disso, se tomados os devidos cuidados no processo de produção de silagem de sorgo, observando o uso correto de inoculantes biológicos, o resultado final no rebanho é praticamente o mesmo do alcançado com a silagem de milho. O inoculante proporciona maior índice de recuperação de matéria seca, aumentando a participação da silagem na alimentação do rebanho e, conseqüentemente, os lucros para o produtor.
Outra função do inoculante é reduzir a quantidade de ácido láctico, responsável pela diminuição do tempo de conservação da silagem e pela diminuição de determinados valores nutritivos. Além disso, pesquisas conduzidas na Argentina em 2002 demonstram que os inoculantes mantém o pHe as concentrações de NH3 da mistura estáveis por mais tempo.
No entanto, só inocular corretamente não é suficiente para produzir silagem de boa qualidade. A moagem dos ingredientes alimentares (milho, bagaço de cana, sorgo ou caroço de algodão) com cerca de 8 mm de comprimento, junto com o rápido enchimento e a compactação correta do silo, contribuem para diminuir a proliferação de bactérias dependentes de oxigênio, que são responsáveis pela diminuição de determinadas qualidades nutritivas.
O resultado final para o produtor compensa. Com alimento alternativo à disposição, ele valoriza o seu produto durante a seca e preserva as pastagens para quando as chuvas voltarem. Além disso, cada dólar investido em um programa de inoculação para produção de silagem reverte em até US$ 6,2 para bovinos de corte e em até US$ 8,8 para bovinos destinados à produção de leite.

Leandro Abdelhadi é Mestre pela Universidad Nacional de La Plat, na Argentina, e autor de vários livros e periódicos sobre utilização de suplementos em forragens. No mês de setembro, esteve no Brasil como convidado do Simpósio Brasileiro da Indústria de Alimentação Animal, promovido pela Alltech, líder mundial em soluções naturais para alimentação e saúde animal, na cidade de Curitiba (PR).

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