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terça-feira, outubro 05, 2004

Agricultor do RS começa plantio de soja transgênica, mesmo sem lei

Produtores de soja dos municípios gaúchos de Cruz Alta e Tupanciretã desistiram de esperar que o governo legalize o uso de sementes transgênicas e já começaram a plantá-las. A previsão é que a maior parte do plantio se inicie daqui a duas semanas.
O presidente do Clube Amigos da Terra, Almir Rebelo, um antigo defensor do plantio de transgênicos, acredita que haja cerca de 3% plantados na região de Tupanciretã. Um grupo de 20 agricultores resolveu plantar, segundo ele.
O presidente da Sociedade de Engenheiros Agrônomos de Cruz Alta, Nédio Giordani, concorda que cerca de 3% dos 120 mil hectares destinados ao plantio da soja nos municípios da sua região estejam sendo cultivados com transgênicos.
Um dos produtores que começaram o plantio afirmou confiar nas declarações do ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, que tem dito haver interesse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em resolver a situação.
O produtor, que não quis se identificar, disse que até agora só plantou uma pequena amostra, para estudar o comportamento da planta, mas que em meados deste mês vai começar o plantio "para valer" -as entidades agrícolas recomendam aos produtores que o plantio se inicie após 20 deste mês, devido ao clima. Antes disso, a planta não se desenvolve suficientemente.
As entidades rurais também emitiram nota criticando a União pela ausência de legislação sobre o tema. "Esse tipo de governo não nos serve", disse o presidente da Farsul (Federação da Agricultura do RS), Carlos Sperotto.
Na nota, as entidades pedem que Lula recorra a uma medida provisória para resolver a situação. "Entendemos que não haverá tempo hábil para uma solução a cargo do Congresso, considerando que o calendário agrícola não está subordinado às regras da burocracia."
"Neste início de primavera, as entidades representativas do agronegócio confiam em que o presidente da República, dada a relevância e urgência da matéria, saberá adotar medidas que garantam o "tempo de semear" sem o que não haverá o "tempo de colher'", diz a nota assinada por entidades como Farsul e Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil.
A Lei de Biossegurança, que pode definir a situação dos transgênicos no país, aguarda votação no Senado. Ela deve ser a primeira matéria a ser analisada pela Casa, mas terá de voltar à Câmara depois, por ter sido alterada pelos senadores, o que deve inviabilizar sua aprovação antes do início da época de plantar.


Fonte: Folha de SP

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