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segunda-feira, maio 07, 2007

5º Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil comemora 10 anos do CBP&D/Café

Num mundo onde tecnologia, conhecimento e integração estão cada vez mais presentes nas organizações, o agronegócio café comemora 10 anos de inovação em ciência e tecnologia. Já se passa uma década desde que a ideologia de se reunir instituições em prol da organização e fortalecimento da pesquisa cafeeira foi oficializada com a criação do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café (CBP&D/Café), coordenado pela Embrapa e sob administração da Embrapa Café, criada para execução do Programa Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento do Café (PNP&D/Café). Toda esta estrutura vigora sob a égide do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
A realização do 5º Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil, de 07 a 11 de maio, em Águas de Lindóia (SP), principal evento do CBP&D/Café, comemora e propõe um resgate de suas conquistas em 10 anos de fundação. Na oportunidade, será lançado o vídeo institucional “Café? Só se for agora.”, com destaque para os avanços da pesquisa cafeeira e as ações do CBP&D/Café para garantir mais competitividade ao agronegócio. Com linguagem simples e didática, objetiva-se com o vídeo o esclarecimento e a democratização das informações sobre a moderna cafeicultura praticada no país. Nele, comemora-se a percepção de que para se manter na liderança de um mercado exigente e em expansão, como o de café, é necessário um forte modelo de gestão de P&D.
O sucesso desta iniciativa abrange a integração entre os agentes da cadeia, cooperação entre as mais de 45 instituições consorciadas, investimentos contínuos e direcionados e o empenho criativo de mais de 1500 pesquisadores científicos, professores, extensionistas, estudantes de graduação e pós-graduação, bolsistas e estagiários.

Resgate Histórico
Relembrar a trajetória do Consórcio ajuda a compreender a importância da integração de instituições de pesquisa, ensino e extensão em um modelo exemplar, pluralista e democraticamente participativo. Após a extinção do IBC, em 1990, houve um período de transformações, estratégias e evolução do setor. Mas também de estagnação, desinformação e um forte sentimento de orfandade. No período de 1990 a 1997, principalmente os setores de pesquisa e de transferência de tecnologia ficaram sem direcionamento.
No início dos anos 90, o café enfrenta os desafios de uma nova era de livre mercado, com a extinção das cláusulas do Acordo Internacional do Café (AIC) e a liberação do preço do café torrado e moído no mercado interno. Tem início uma união de forças para formular um novo modelo de gestão da pesquisa cafeeira. Era preciso ousar em uma proposta diferenciada, orientada pelo preceito sugerido por Mário Ramos Vilela, então presidente da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais – EPAMIG e do Conselho das Empresas Estaduais de Pesquisa Agropecuária - CONSEPA, que propunha um novo modelo de execução das atividades de pesquisa. A idéia de criação de um consórcio fundamentava-se no somatório de recursos humanos, laboratoriais, físicos e financeiros das instituições, com vista à concepção e execução de atividades de P&D em todas as áreas da cadeia produtiva do café e na abrangência dos principais estados produtores. Embora o projeto de criação do Consórcio ganha força e cooperação entre as instituições, faltava força política para estruturá-lo.
Em 1996, é criado no âmbito do governo o Programa Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento do Café (PNP/Café), que seria coordenado pela Embrapa. Articulações políticas ligadas às principais vertentes do setor cafeeiro: produção, exportação, indústria de torrado e moído e o segmento de café solúvel incentivam a criação do Conselho Deliberativo da Política Cafeeira (CDPC), unindo as representações dos quatro segmentos às deliberações do governo, com o propósito de fortalecer o setor. A criação do CDPC, vinculado desde 1999 ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), remete a idéia de reconstituição de um aparato institucional, que entre outras competências, tinha o desafio de gerir os recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) e organizar a pesquisa cafeeira no âmbito do PNP/Café.
Era a força que faltava para tornar realidade a proposta de criação de um consórcio de instituições que já se articulava em suas bases para dar sustentação tecnológica e econômica ao agronegócio café brasileiro. Nascia uma proposta inovadora e ousada de integração entre 10 instituições fundadoras (EBDA, Embrapa, Epamig, IAC, Iapar, Incaper, MAPA, Pesagro-Rio, Ufla e UFV) para elaborar, gerir e executar o PNP/Café. Para administrar o Consórcio foi necessário a criação da Embrapa Café, unidade descentralizada da Embrapa responsável pela integração e administração dos recursos entre as instituições participantes.

Evolução e conquistas
Gerente geral da Embrapa Café no período de (1997 a 2004), Antônio de Pádua Nacif relembra que o Consórcio conseguiu mobilizar, sem nenhum custo direto para o Programa, 1.500 pesquisadores e extencionistas, com experiência em café e alto grau de especialização, inicialmente em 10, atualmente em 45 instituições de pesquisa e extensão rural, com todas as suas infra-estruturas administrativas e laboratoriais. Outro ponto relevante está na integração com os diferentes agentes do agronegócio café, proporcionando condições para que pesquisadores e usuários da pesquisa discutam os problemas prioritários apontados pelos diferentes elos da cadeia produtiva.
Para o atual gerente da Embrapa Café, Gabriel Ferreira Bartholo, resgatar a história e evolução dessa proposta de trabalho reveste-se de maior importância, dado o caráter inédito e abrangente da concepção do PNP&D/Café e da intervenção do CBP&D/Café. “São dez anos de ação conjunta de centenas de técnicos, pesquisadores e gestores públicos e privados, envolvidos num programa de grande magnitude. Integrados, elaboram e executam programas de pesquisa para responder ao desafio de gerar soluções tecnológicas que proporcionem trabalho, renda e bem estar para a sociedade brasileira”.

Cafeicultura diferenciada
O café brasileiro apresenta-se com nova imagem tanto no mercado interno quanto nos principais países consumidores. A base dessa transformação está no modelo tecnológico focado na sustentabilidade econômica, social e ambiental, gerado e incentivado no âmbito de cada instituição participante. A retomada da produção não está focada apenas em termos quantitativos como no passado, mas dentro de um novo patamar qualitativo, com a adoção de variedades resistentes; manejo integrado de pragas e doenças; uso racional do solo, busca contínua pela melhoria da qualidade do café e novas formas de colheita e processamento.
O consumidor de café é cada vez mais valorizado dentro do processo produtivo. Programas para o aumento de consumo, liderados pela ABIC, recebem o apoio do CBP&D/Café em pesquisas que desmistificam a imagem do café como vilão da saúde. O Consórcio, atento às exigências do mercado, também apresenta uma nova forma de gerir a produção cafeeira, a partir de um conjunto de diretrizes técnicas que compõem a Produção Integrada de Café (PIC). A norma, em processo de elaboração, favorece a rastreabilidade de toda a cadeia e o desenvolvimento de uma certificação nacional, com princípios que atendam às exigências internacionais e de fácil acesso a pequenos e médios produtores organizados.

Incentivo à formação
O CBP&D/Café possui atualmente uma equipe de 171 bolsistas, que recebem incentivo para elaboração de pesquisas cafeeiras. Esta categoria é muito importante tanto para a formação de novos profissionais, como para o aproveitamento de especialistas que continuam a prestar serviços em prol da cafeicultura. Muitos profissionais recém-formados tiveram neste apoio o aporte para sua formação, especialização e conquista de novos postos de trabalho no ramo da ciência e tecnologia. Nestes 10 anos, o Consórcio foi uma escola para especialistas em cafeicultura, promoveu a formação de líderes e incentivou a criação de acervo invejável de pesquisas sobre o café.

Desvendando a planta
Com a iniciativa do CBP&D/Café e o apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia, desde 2004 o país detém o maior banco de dados sobre o genoma do cafeeiro. O projeto Genoma Café comemora a formação de um banco de dados com mais de 200 mil seqüências de DNA, com a identificação de cerca de 30 mil genes. Pesquisadores envolvidos no projeto estão na fase de analisar cada gene e verificar características capazes de promover resistência ou tolerância a fatores externos, como à seca e aumento da temperatura. Um foco de estudo importante está na influência destes genes no florescimento e maturação dos frutos, que poderão beneficiar a melhoria da qualidade da bebida. A idéia é direcionar o melhoramento genético para o desenvolvimento de cultivares mais produtivos e com múltiplas resistências, diminuindo o custo de produção e o uso de defensivos.

Conexão com a modernidade
Num mundo digitalizado e altamente competitivo, o CBP&D/Café reage direcionando seus esforços de comunicação e integração via Internet, no espaço virtual Peabirus, uma rede de colaboração, conhecimento e negócios dos Cafés do Brasil. Ao mesmo tempo em que mantém o apoio às ações de difusão tecnológica tradicionais, como dias-de-campo, também se mostra antenado às exigências de modernos usuários de tecnologia cafeeira. Nesta iniciativa, o Consórcio é parceiro do Conselho Nacional do Café (CNC) no desafio de integrar seus usuários em comunidades de interesses específicos. Em ambiente de rede, cada um dos Núcleos de Referência do CBP&D/Café estão representados. Entre elas, a Comunidade de Manejo da Lavoura Cafeeira é modelo de que a WEB pode ser uma importante ferramenta colaborativa, com rica troca de experiências e conteúdos.
Transparência, responsabilidade social, sustentabilidade e inovação tecnológica nunca foram tão importantes no mundo das informações e conhecimento científico. A palavra de ordem é compartilhar e, neste contexto, o CBP&D/café serve de exemplos a outras cadeias produtivas, tendo inaugurado um modelo único de gestão que prima pela integração entre seus membros. Hoje a inovação e o intercâmbio de idéias fazem parte do cotidiano das instituições que compõem o CBP&D/Café, possibilitando que os benefícios advindos da pesquisa cafeeira sejam ampliados e democratizados a todos os agentes da cadeia produtiva.

Desafios à frente
Mas o resgate desta trajetória também aponta desafios a vencer. A descontinuidade dos investimentos em pesquisa, a desarticulação institucional e mesmo a paralisação total de programas acarretam em retrocesso ao desenvolvimento almejado. Soma-se a estas dificuldades, o fato de que o café engloba uma complexa cadeia produtiva, levando-se em consideração as diferenças regionais de caráter social, econômico, cultural e edafoclimático, dos principais estados produtores.
Permanece então o desafio de substituir o esporádico pelo sistematizado, evitando-se que programas elaborados com a integração de instituições tradicionais e de renome não sejam secundários às demandas de minorias. A idéia é fortalecer vínculos e parcerias entre todos os setores, de modo democrático e participativo, como princípios norteadores para manutenção do sucesso e da liderança brasileira neste importante agronegócio. Nestes 10 anos, comemora-se a década do conteúdo, da colaboração e do conhecimento. Elementos que fortaleceram os alicerces construídos por seus idealizadores e que darão sustentação para uma nova década de conquistas.

Depoimentos

“A excelência mundial do Brasil em pesquisas cafeeiras foi conquistada por diversas instituições, ao longo de várias décadas. E, nesses últimos 10 anos, com a criação do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café, houve uma melhoria substancial na geração de conhecimentos e tecnologias para essa importante cadeia produtiva do agronegócio nacional. A partir do Consórcio, houve aproximação e integração das equipes de pesquisadores das várias instituições e dos diversos segmentos da cadeia agroindustrial do café. Com efeito, otimizamos a aplicação de recursos, ganhamos mais representatividade, imprimimos velocidade e, fundamentalmente, avançamos sobremaneira na qualidade de nossos resultados. Como uma das organizações fundadoras do Consórcio, o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) parabeniza todos os atuais consorciados por essa trajetória de 10 anos de sucesso”.
Enio Bergoli da Costa
Presidente do Incaper

“O Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café é, sem dúvida nenhuma, uma das experiências mais bem sucedidas da administração pública brasileira, modelo para outros segmentos. Isto porque se trata de um Consórcio que tem sustentabilidade financeira, gestão participativa, continuidade administrativa e técnica; qualidades que, com certeza, são o suporte do sucesso do CBP&D Café nesses dez anos e o será, também, para os próximos.”
Baldonedo Arthur Napoleão
Presidente da Epamig e do Consepa

“O CBP&D-Café deu nova dimensão às questões ligadas à geração e transferência de tecnologia cafeeira em nosso País, graças ao trabalho integrado de nossas Instituições de ensino e pesquisa, hoje em número superior a 40. Há anos a pesquisa cafeeira no Brasil não contava com tão expressivo aporte de recursos financeiros destinados à indução e ao fomento da ciência, tecnologia e inovação em cafeicultura, graças ao apoio recebido do Governo Federal, via recursos do FUNCAFÉ. Importantes Programas foram dinamizados ou tiveram início desde 1997, possibilitando nossa efetiva participação. A UFLA orgulha-se de ter sido parceira em muitas ações ao longo dos primeiros 10 anos do CBP&D-Café e reitera o seu compromisso de continuar junto nessa caminhada, numa nova etapa, contribuindo para a busca constante da excelência nos resultados obtidos e com o objetivo de assegurar o permanente desenvolvimento sustentável do Agronegócio Café do Brasil”.
Antônio Nazareno Guimarães MendesReitor da Universidade Federal de Lavras – UFLA

“O Consórcio de Pesquisa do Café, alem do financiamento da programação de pesquisa do café, não só de projetos em andamento, mas principalmente de novos projetos demandados pelo setor, serviu também para organizar a pesquisa cafeeira, agregando as diversas instituições de pesquisa de modo que o acesso a informação gerada pudesse ser compartilhada por todos, evitando a duplicidade de ações.”
Orlando Melo de CastroDiretor Geral – Instituto Agronômico (IAC)

“A Universidade Federal de Viçosa (UFV) participa do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café desde a sua criação em 1997. Nesse período, a Universidade vem desenvolvendo pesquisa em praticamente todos os núcleos que compõem o Consórcio, proporcionando a geração de conhecimentos estratégicos, geração de informações e tecnologias e a comunicação técnico-científica de resultados. A participação no Consórcio tem sido importante na consolidação dos diversos grupos de pesquisa da UFV na área do café, garantindo recursos financeiros para execução de projetos de pesquisa e concedendo bolsas para a graduação e a pós-graduação. Além disso, os recursos aplicados têm permitido maior integração dos pesquisadores da UFV com grupos de outras instituições. Essa atuação tem contribuído para a formação de recursos humanos especializados para a cafeicultura nacional, preparando profissionais mais capacitados tanto na graduação quanto na pós-graduação. A UFV espera que as atividades do Consórcio tenham continuidade e que sejam incrementadas as ações de captação de recursos para a pesquisa e a difusão de tecnologia. O Brasil só se manterá competitivo no agronegócio do café se investir pesadamente na geração de tecnologia e na formação de profissionais competentes para o setor”.
Carlos Sigueyuki Sediyama
Reitor da Universidade Federal de Viçosa (UFV)

“O Consórcio é uma experiência brasileira de êxito e fundamental para o agronegócio do café, porque reúne e apóia experiência e capacidade de inovação na cadeia de produção cafeeira, de maneira objetiva e regionalmente focada. Os seus dez anos de existência se iniciaram de um embrião, em 1992, quando as Organizações Estaduais de Pesquisas (OEPAs) e algumas Universidades que realizavam suas pesquisas de forma isoladas se sentiram motivadas a proporem este arranjo institucional, na forma de Consórcio, que acabou se consolidado em 1997. A grande contribuição do Consórcio foi a recuperação da infra-estrutura de pesquisa e a integração das instituições e dos pesquisadores para executar o plano nacional de pesquisa cafeeira. Os resultados se refletem no aumento da produtividade e qualidade do café, e no desenvolvimento de novas e intensas relações entre a cadeia produtiva e os consumidores”.
Arnaldo Colozzi Filho
Diretor Técnico-Científico do IAPAR

“O Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café é um instrumento moderno que viabiliza o aproveitamento das competências existentes e realização de projetos de pesquisas multidisciplinares e multiinstitucionais. Este modelo tem demonstrado sua competência através da geração de um volume considerável de tecnologias e de atividades de transferência dessas tecnologias de forma integrada com os vários segmentos da cadeia café. Para o Estado do Paraná, o CBP&D-Café instrumentou o programa café do IAPAR e alavancou a geração de tecnologias que aumentaram significativamente a produtividade e a qualidade do café do Paraná. O apoio do CBP&D-Café na difusão de tecnologia, com o projeto “Treino-Visita”, foi fundamental para que tecnologias gerada pelo IAPAR e outras entidades participantes do Consórcio pudessem ser adotadas pelos nossos cafeicultores. Atualmente, graças aos resultados já alcançados pelo CBP&D-Café, podemos afirmar que além de maior produtor e exportador de café, o Brasil está na vanguarda da produção de tecnologias para uma produção sustentável de café. Nós que acompanhamos o processo de criação e evolução do CBP&D-Café, temos convicção da necessidade da continuidade do Consórcio, com a liderança competente da EMBRAPA, porém com a importante participação e integração das entidades estaduais de pesquisas. Entendemos, também, que é fundamental que os diversos segmentos que compõem a cadeia café envidem esforços visando tornar os recursos previstos no orçamento anual imunes de cortes e contingenciamentos.
Francisco Barbosa Lima
Coordenador do DCAF-MAPA/PR e Membro da CTP/Café

“O Consórcio tem produzido grandes feitos, como a elaboração do Genoma Café, a retomada do melhoramento, com mais de 15 novas variedades entregues aos cafeicultores, a biblioteca virtual do café, e os importantíssimos ganhos tecnológicos em cafeicultura irrigada, que estão redesenhando o mapa da cafeicultura brasileira. Em suma, os frutos são decorrência dessa bem estruturada relação dos setores. Contudo, causa-me grande frustração ver que, passados 10 anos de instituição do CDPC, a despeito dos esforços do Consórcio, mas não a seu encargo, ainda não temos o cadastro completo da cafeicultura brasileira, importante não somente para a previsão de safras, mas também para as medições sócio-econômicas do setor, subsidiando, não só as pesquisas e ações de transferência de tecnologia, mas e, principalmente, as decisões dos gestores da política cafeeira para uma bem embasada e correta tomada de decisão”.
Antônio de Pádua Nacif
Primeiro diretor da Embrapa Café e um dos fundadores do CBP&D/Café

“Ao longo de uma década, o objetivo que move esse singular arranjo institucional é ampliar o alcance das estruturas e das inteligências disponíveis do setor, proporcionando altos retornos para aplicação de recursos escasso disponíveis em ações de geração e transferência de tecnologia. Nesse sentido, foram inúmeras as conquistas desta nova filosofia de P&D, hoje um modelo tão copiado. Neste momento, é preciso comemorar as realizações para marcar os dez anos de trabalho frutífero, mas, sobretudo, impõe-se uma reflexão sobre como corrigir rumos para mais uma década de grandes conquistas para a sociedade brasileira”.
José Luís dos Santos Rufino
Pesquisador Embrapa Café – autor do livro “Programa Nacional de pesquisa e Desenvolvimento do Café – Antecedentes, criação e evolução”.

"As pesquisas realizadas nos últimos anos na atividade de produção cafeeira tiveram um grande avanço e impulsionaram indiscutivelmente o desenvolvimento e a eficiência do parque produtor brasileiro, imprimindo-lhe maior produtividade e competitividade frente aos concorrentes. O notável desempenho nessas áreas tem muito a ver com o modelo concebido e exercitado, refletido na criação do Consórcio, que proporcionou uma competente integração das unidades de pesquisas, entre si, dentro de uma coordenação central, pela EMBRAPA, com as representações do conjunto da cadeia do café, gerando uma maior otimização dos recursos financeiros disponíveis e a incorporação das demandas práticas das áreas fins".
Guilherme Braga Abreu Pires Neto
Diretor do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) e presidente do centro de Comércio de Café do Rio de Janeiro

“A Embrapa é uma empresa de excelência na área de pesquisa e tecnologia e, nesses dez anos, coordenando o CBP&D/Café, turbinou o desenvolvimento tecnológico da cafeicultura brasileira, maximizando resultados. Falhas houveram e precisam ser reavaliadas, mas a experiência do CBP&D/Café representa um enorme avanço”.
Maurício Miarelli
Presidente do Conselho Nacional do Café (CNC) e da Cocapec

“O Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café (CBP&D/Café), instituído em 1997, tem sido neste período de 10 anos fundamental para o desenvolvimento das pesquisas com o cafeeiro e para o agronegócio café do Brasil. Ele atendeu eficazmente as necessidades de demandas de pesquisas de cada estado brasileiro, gerou tecnologias e tem contribuído para que a nossa cafeicultura seja pujante e sustentável. É um modelo de gerenciamento de pesquisas que deve servir de exemplo para outras culturas”.
Luiz Carlos Fazuoli
Diretor do Centro de Café ‘Alcides Carvalho’ IAC e membro da CTP/Café

“É um inédito e inovador arranjo institucional no setor público de pesquisa agrícola brasileira, com o qual nosso país dá um bom exemplo ao mundo, de que é possível juntar capacidades de diversos níveis e trabalhar em conjunto dentro de um programa nacional, concebido de forma participativa e integrando todos os agentes da cadeia do café, o que nunca havia existido no país. Como modelo organizacional, o Consórcio revela-se um sucesso absoluto, pelos grandes resultados que vem alcançando: o café praticamente dobrou a sua produtividade nos últimos 10 anos e o fator qualidade está definitivamente incorporado ao longo de toda a cadeia produtiva, em especial na lavoura. É uma construção inédita, porque pela primeira vez no Brasil significou a inserção formal do conceito de política tecnológica como componente da política global de desenvolvimento do café no país. Hoje podemos tranqüilamente afirmar que a pesquisa de café no Brasil, graças ao Consórcio viabilizado pela coordenação da Embrapa Café, encontra-se plenamente integrada entre si e devidamente articulada com todos os demais segmentos da cadeia. o Consórcio é um modelo que deveria ser imitado em outras cadeias no agronegócio brasileiro, pois é assim que se chega ao futuro”.
Florindo Dalberto
Eng. Agrônomo – ex-presidente do IAPAR

“A Embrapa Café, gestora dos recursos governamentais, coordena as pesquisas, evitando duplicidade. O CBP&D/Café centraliza e divulga os resultados das pesquisas para órgãos de fomento, contribuindo para a difusão da tecnologia mais rapidamente. Assim, é realizada a democratização dos recursos governamentais, não privilegiando alguns órgãos, mas distribuindo de acordo com a representatividade e competência dos mesmos”.
Carlos Alberto Paulino da Costa
Presidente da Cooxupé

“O Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café proporciona o planejamento tanto das ações regionais como das mais abrangentes, após a definição das prioridades que são estabelecidas em análises participativas, que envolvem todos os segmentos interessados. Permite a execução de trabalhos de forma complementar nas diversas regiões produtoras, maximizando as respostas aos recursos investidos. Tem proporcionado a racionalização dos trabalhos com a distribuição e direcionamento das responsabilidades em função das competências já estabelecidas, a congregação de esforços para a solução de questões comuns e a disponibilização dos resultados de forma democrática em prol dos interesses de todas as regiões em particular. Entre tantos, um bom exemplo das interações proporcionadas pelo Consórcio é a realização do projeto Genoma Café, alcançado pelo esforço conjunto de várias instituições para a utilização compartilhada entre as consorciadas. A existência do Consórcio faz do Brasil o país com a maior força científica estudando café no mundo e, naturalmente, proporciona a condição de detentores de enorme capacidade competitiva e capazes de ajustar nossos sistemas produtivos e de processos às exigências contemporâneas de nossos clientes”.
Aymbiré Fonseca
Pesquisador da EMBRAPA, lotado no INCAPER - coordenador do Núcleo de Referência "Genética e Melhoramento do Cafeeiro" do CBP&D/Café.

“O CBP&D/Café é uma iniciativa que nestes dez anos, cumpriu efetivamente seu papel dentro do sistema agroindustrial do café no Brasil. Acredito que parte desse sucesso deve-se ao fato de ter tido como embrião a articulação e dedicação de pesquisadores das várias instituições de pesquisa. No meu ponto de vista, tem como uma de suas grandes virtudes a formação e capacitação de profissionais em café por meio da concessão de bolsas. Através do CBP&D/Café recebi o devido treinamento em ciência e tecnologia voltada à cafeicultura, assim como vários outros pesquisadores que hoje fazem parte do quadro de funcionários destas instituições. Pode-se dizer que muitos pesquisadores da nova geração são “crias” dessa inovadora iniciativa. Pela grandeza da cafeicultura brasileira, vida longa ao Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café!”
Sérgio Parreiras Pereira
Pesquisador Científico do Instituto Agronômico – IAC – coordenador do Núcleo de Manejo da Lavoura Cafeeira do CBP&D/Café

Cibele Aguiar
Embrapa Café
www.embrapa.br/cafe
cibele@sapc.embrapa.br

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