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quinta-feira, fevereiro 05, 2004

3º Guzerá da Barra abre temporada de leilões da raça

A 3ª edição do Leilão Guzerá da Barra acontece nos dias 12 e 13 de março, no Hotel Estância Barra Bonita. Os organizadores do remate definiram a programação do evento. No dia 12 de março, a partir das 18 horas, haverá um coquetel de apresentação dos animais. Às 21 horas, o pecuarista Roberto Neszlinger recebe amigos e convidados para um jantar. No dia 13, a partir das 10 horas, está programado um novo coquetel de apresentação dos animais, sendo que a partir das 12 horas, acontece o almoço e o início do leilão, que dita as regras dos negócios com os animais para este ano.
Com transmissão ao vivo pelo Canal do Boi, o remate ofertará 40 lotes selecionados entre fêmeas, machos e prenhezes sexadas de fêmeas do plantel do Guzerá da Barra e de mais 12 convidados. "Para este leilão, selecionamos lotes sensacionais que vão surpreender o público presente", comenta Beto Neszlinger, organizador do pregão.
Alguns dos destaques para o 3º Leilão Guzerá da Barra são Guz da Barra Copa TE, Guz da Barra Delas, Guz da Barra Déa TE e Guz da Barra Danla. A matriz Copa TE é a grande estrela do plantel. Filha da Matriarca Gelatina Taboquinha ­ uma das mais importantes doadoras do plantel da Barra -, Copa leva ao pé uma linda bezerra, filha de Havaí EB. Seu currículo apresenta grandes premiações pelo Brasil, o que justifica a beleza rara, extrema feminilidade e elegância, aliadas a uma composição de carcaça muito bem feita.
Novidades nunca faltaram ao Leilão Guzerá da Barra. Na sua primeira edição, em 2002, a programação foi dividida em duas etapas: workshop em um dia, leilão em outro. Em 2003, o "Guzerá 10, Fome Zero", arrecadou cerca de R$ 9 mil com doações feitas por convidados e a venda de doses de sêmen, comercializadas durante o evento, para o programa do Governo Federal, que visa o combate à fome no Brasil.
Barra Bonita, no interior paulista, que abriga as eclusas do Tietê, um dos principais pontos turísticos do município que está em funcionamento desde 1973 e é o único em atividade na América do Sul. Fundada em 1883, Barra Bonita tem o cognome de "Cidade Simpatia". Com mais de 35 mil habitantes, suas principais atividades econômicas são a agroindústria canavieira, agropecuária e turismo.

O Guzerá da Barra
Forte e moderno. Carcaça pesada e grande habilidade materna. São estas as características que definem o Guzerá da Barra. Há seis anos, a AgroBarra dedica-se à criação do Guzerá, a raça melhoradora das demais raças.
O primeiro contato da família Neszlinger com o Guzerá se deu nos campos, na produção de novilhos precoces em um ambicioso projeto no Estado do Tocantins, na lida de campo, ambiente tão familiar a essa raça forte e produtiva.
A AgroBarra começou a usar a raça em grande escala para o seu rebanho comercial, acasalando todas as suas F1 Limousin com sêmen de touros Guzerá. Desde 1998, a família Neszlinger intensificou as pesquisas de campo atrás das linhagens que estavam dentro desse perfil. Com esse objetivo bem definido, a base do Guzerá da Barra foi montada de animais provenientes de plantéis de Goiás, Bahia, Rio Grande do Norte, São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Assim, o grupo segue cumprindo sua meta que é criar um Guzerá pesado, precoce, altamente produtor de carne, preservando a habilidade materna que é intrínseca na raça.
Técnicas modernas são utilizadas para aumentar a produção de indivíduos melhoradores. A AgroBarra trabalha com transferência de embriões, fecundação in vitro (FIV), sexagem e congelamento de embriões. Nos dois núcleos, Tocantins (Fazenda Barra Bonita ­ Araguaína) e São Paulo (Fazenda São João do Araquá), o manejo é totalmente a pasto em sistema rotacionado, com planejamento nutricional e sanitário otimizado, sem o uso de hormônios e outras substâncias proibidas.

Aptidões comprovadas
O Guzerá é definido como melhorador das demais raças e de extrema habilidade para a produção de gado para corte e leite. Sua carcaça tem mais carne, porque ele é grande e pesado, com ossos finos e achatados. Seu rendimento de carcaça é avaliado em 54%.
Sua resistência aos carrapatos é 10 vezes maior em relação ao gado europeu, o que evita o uso de carrapaticidas e permite uma produção de carne e leite de melhor qualidade. As principais virtudes zootécnicas estão reunidas no Guzerá: beleza racial, quantidade e qualidade na produção, precocidade e fertilidade.
Fonte de DNA puro, a raça é uma opção segura de resultados para a pecuária de corte, mostrando-se altamente prolífica em programas de coleta de embriões, viabilizando a formação de grandes plantéis puros, como o do Guzerá da Barra.
Essa raça foi a que mais gerou outras raças. São exemplos de resultados de cruzamentos no Brasil: bovinos indubrasil, tabapuã, pitangueiras, lavínia, simbrasil e especialmente a guzolando. No exterior, as raças são santa gertrudis (shorthorn x guzerá), santa cruz e brahman. O Guzerá também é ideal para cruzamento com raças leiteiras pois aumenta a rusticidade.
Depois da Índia, o Brasil é o principal criatório de gado Guzerá. Dados da Associação dos Criadores de Guzerá do Brasil (ACGB), mostram que o país contabiliza 150 mil animais, espalhados por todas as regiões do território nacional.

Tradição Milenar
A existência milenar do Guzerá foi detectada a partir de vestígios de imagens do animal em selos impressos encontrados em cerâmicas e terracotas de sítios arqueológicos na Índia e no Paquistão. O mesmo registro foi aplicado a peças de diversas regiões antigas como Assíria e Mesopatâmia. O Museu de Bagdá, capital do Iraque, guarda peças e artefatos com desenhos do animal, parecido com o "design" atual. Em 1500 a.C., ano em que as últimas tribos de arianos invadiram a Índia, animais Guzerá estavam presentes no Vale do Indo.
No Brasil, a raça chegou em 1870, pelas mãos do Barão de Duas Barras. Aptos ao forte calor brasileiro, os animais dominaram a pecuária nos cafezais fluminenses, sendo a solução para arrastar os pesados vagões de transporte de café.
Em 1888, ano em que a Princesa Isabel libertou os escravos por intermédio da Lei Áurea, os cafezais fluminenses entraram em decadência e os fazendeiros se viram necessitados a tirar melhor proveito da raça como produtora de carne e leite.


Informações adicionais:
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Jornalista responsável: Miro Negrini (MTb 19890/SP)
Pabx: 55 [15] 224-1000 / www.contatocom.com.br

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