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segunda-feira, setembro 20, 2004

90% da soja plantada no RS deve ser transgênica

O Rio Grande do Sul deve plantar 4,1 milhões de hectares de soja na safra 2004/2005, com uma produção estimada em torno de 8 milhões de toneladas. Desse total, 90% da safra seria plantada com sementes geneticamente modificadas.
Segundo o engenheiro agrônomo Vicente Marques, assessor da bancada do PT na Assembléia Legislativa gaúcha, os 10% restantes, plantados com semente convencional, estão baseados em estatísticas que levam em conta a disponibilidade de semente certificada das safras anteriores - em torno de 56 mil toneladas para plantar 860 mil hectares. Os dados não consideram, porém, a produção caseira dos agricultores, as chamadas sementes crioulas, que podem estar guardadas nas propriedades.
Algumas consultorias já prevêem o aumento de 2,8% no plantio deste ano, o equivalente a 105 mil hectares. Ainda não há estatísticas oficiais para o rendimento da safra, pois o levantamento é feito a partir do plantio. Segundo a Emater/RS, na safra 2003/2004, a área plantada foi de 3.896.307 hectares, que produziram mais de 5 milhões de toneladas. A queda de 43% na produtividade em relação à safra anterior se deve ao período extra de estiagem, que atingiu o estado em 2003. Pelo calendário oficial da Emater/RS, o plantio da soja vai de 15 de outubro a 15 de dezembro.
Vicente Marques acredita que se o governo não reeditar a medida provisória (MP) regulamentando o plantio de soja transgênica, os agricultores gaúchos vão manter a estratégia do ano passado: plantar metade da safra com semente convencional e a outra metade com semente transgênica.
O agrônomo acha que o governo deverá manter na MP o Termo de Responsabilidade e Ajustamento de Conduta, previstos na medida editada em 2003, "por ser instrumento importante no controle e rastreamento das sementes transgênicas". Na safra deste ano, 81 mil produtores declararam na delegacia do Ministério da Agricultura que utilizaram semente modificada.

Fetag
Já o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag), Ezídio Pinheiro, afirma que a medida provisória (MP) que libera o plantio de soja transgênica "possui grande importância para tranqüilizar os mais de 100 mil pequenos produtores do Rio Grande do Sul, que não têm alternativa senão plantar sementes modificadas".
Pinheiro calcula que mais de 90% dos agricultores gaúchos não possuem mais sementes convencionais. "É difícil separar uma da outra e, além disso, ninguém esperava que o impasse da questão biotecnológica não estivesse resolvido até o início da safra deste ano".
Para o presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto, a reedição da MP "é o único caminho que restou". Segundo ele, os agricultores vão iniciar o plantio da soja transgênica, mesmo com o adiamento da votação do projeto de lei de Biossegurança para 5 de outubro, que regulamenta o plantio e a comercialização dos organismos geneticamente modificados (OGMs).

Fonte: Agência Brasil

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