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segunda-feira, abril 26, 2004

Agricultores intensificam protestos em rodovias do Sul

Fetraf-Sul/CUT concentra ações em quatro pontes que ligam os Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Amanhã, comissões negociam em Brasília e nas capitais.

Agricultores familiares intensificam os protestos esta semana em quatro rodovias de ligação entre os estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul: entre Chapecó (SC) e Nonoai (RS), Concórdia (SC) e Marcelino Ramos (RS), Campos Novos (SC) e Barracão (RS) e entre os municípios de Palmitos (SC) e Irai (RS). A Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul (Fetraf-Sul/CUT) pretende reunir nessas quatro ações, durante esta semana, mais de 15 mil agricultores familiares, vítimas da seca na região. Amanhã (27/04), outros três mil agricultores familiares farão protestos em Marmeleiro, na região Sudoeste do Paraná. Eles não concordam com a proposta dos governos federal e estaduais para minimizar os prejuízos de mais de 300 mil famílias com a estiagem prolongada. Comissões de lideranças da Fetraf-Sul/CUT já se encontram em Brasília (DF) e nas capitais dos três estados do Sul para pressionar negociações sobre a pauta de reivindicações do movimento.
Da região serrana de Santa Catarina, que concentra os menores indicadores sociais do Estado, centenas de agricultores familiares partiram durante a madrugada dos municípios de Anita Garibaldi, Abdon Batista e Celso Ramos para engrossar as mobilizações na ponte que faz a ligação entre Campos Novos e Barracão. Juntamente com agricultores gaúchos da região Altos da Serra (RS), eles estarão acampados em vigília na rodovia e, durante esta segunda-feira, irão entregar panfletos e pedir o apoio da população. Os organizadores avisam que ações maiores não estão descartadas, uma vez que o objetivo é pressionar o avanço das negociações.

Pauta de reivindicações
Segundo a coordenadora de jovens da Fetraf-Sul/CUT, Severine Macedo, “as medidas apresentadas pelo governo, até agora, não dão conta da gravidade da situação da agricultura familiar atingida pela seca e o levantamento oficial dos órgãos governamentais exclui mais da metade das famílias atingidas. A agricultura familiar é um importante setor de produção de alimentos e geração de renda nos pequenos e médios municípios do interior. Se essas famílias não forem atendidas agora, elas estarão, certamente, agravando a problemática do êxodo rural e a economia desses municípios também sentirá o reflexo dessa desatenção”.
“Precisamos de políticas emergenciais, para que essas famílias possam se manter até a próxima safra, mas, também, de ações estruturantes, como a criação de um seguro-renda”, explica Severine. Os agricultores reivindicam dos governos um crédito de manutenção no valor de um salário mínimo, durante seis meses, mas o governo oferece apenas uma ajuda no valor de trezentos reais para cada família do levantamento oficial.
A Fetraf-Sul/CUT lembra que esta é a maior estiagem dos últimos 13 anos na região e calcula que os prejuízos só na cadeia de soja no Rio Grande do Sul já somem mais de 14 bilhões de reais. Entre as medidas mais emergenciais da pauta dos agricultores, estão o rebate fixo nos créditos de custeio de lavoura safra 2003/2004, no valor de mil reais por contrato, a prorrogação imediata das parcelas do crédito de investimento do Pronaf que vencem este ano, o crédito de manutenção para as famílias atingidas, recursos para contratos de investimento dos grupos-2 do Pronaf C e D, a liberação de recursos para plantio de lavouras de inverno e para pastagens.
Segundo a vice-Presidente do STR de Anita Garibaldi, Jussara de Jesus, “tanto as políticas emergenciais quanto as de cunho estrutural são importantes para manter essas famílias trabalhando no espaço rural, produzindo alimentos e gerando renda nos seus municípios. É mais vantajoso para o governo adotar essas medidas e dar condições para que os agricultores familiares possam permanecer no meio rural, que investir, depois, na geração de empregos na cidade para esse público excluído do campo”, afirma.

Jornalista: Thea Tavares (MTb 3207/PR)
Contato:- (49) 543-0277 – com Jussara de Jesus, no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Anita Garibaldi; - (49) 9978-6628, com Severine Macedo – Coordenadora de Jovens da Fetraf-Sul/CUT;- (54) 9959-8362, com Claudionor de Macedo – Presidente do STR de Anita Garibaldi.

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