AgroBrasil - @gricultura Brasileira Online

+ LIDAS NA SEMANA

quinta-feira, fevereiro 19, 2004

Algodão: Estudo do Bird conclui que Brasil subsidia agricultores

Apoio govenamental é um dos mais baixos

Um novo relatório do Banco Mundial (Bird) aponta que os principais produtores de algodão, entre eles os Estados Unidos, Europa, Turquia, China, Índia, México e até o Brasil, subsidiam seus agricultores. De acordo com o relatório, os preços internacionais do algodão poderiam ter um aumento de 12,7% até 2012 se toda essa ajuda governamental fosse retirada. O estudo ainda aponta que, desde 2000, os Governos destinaram pelo menos US$ 5,8 bilhões por ano ao setor. Sem os recursos estatais, o Banco Mundial aponta que a produção européia praticamente desapareceria.
Os dados do Banco Mundial indicam que os produtores que mais se beneficiam com os subsídios são os americanos, espanhóis e gregos. Nos Estados Unidos, por exemplo, o subsídio permite que um produtor receba uma renda 90% superior por sua produção se vendesse seu algodão no mercado praticando os preços internacionais. Na Espanha e Grécia, locais onde a produção do algodão é a mais cara do mundo, um produtor recebeu entre 144% e 184% acima do preço internacional.
O apoio também é amplo e inclui não apenas pagamentos diretos ao produtor. O Governo americano fornece seis programas diferentes de ajuda aos agricultores, que produzem 20% do algodão mundial. A ajuda inclui empréstimos, programas de promoção comercial, ajuda anti-cíclica, seguros e subsídios às exportações, tema que levou o Brasil a abrir uma queixa na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a Casa Branca.

Preços
Um dos resultados desses subsídios foi a manutenção dos preços internacionais em um nível baixo. Desde 1996, a estimativa é de que o valor de um quilo de algodão tenha sofrido queda de 50%. Diante desse cenário, a produção mundial gerou US$ 20 bilhões em 2001, US$ 15 bilhões a menos que em 1996. O Banco Mundial ainda acredita que o valor do algodão hoje é apenas um quinto do que era em 1950.
Segundo a entidade, os países emergentes, apesar de sofrerem com falta de recursos, não tiveram outra alternativa senão apoiar seus produtores para que não perdessem competitividade. De acordo com o estudo, Turquia, Brasil, Egito, México e Índia destinaram US$ 600 milhões em 2002 ao setor. O valor é bastante inferior aos US$ 3,6 bilhões dos Estados Unidos, mas mesmo assim aponta para um tendência perigosa no setor agrícola.
A China, que também representa 20% da produção mundial de algodão, já destina US$ 1,3 bilhão aos seus produtores. Os dados do Banco Mundial, porém, deixam claro que o subsídio brasileiro está longe de distorcer os preços internacionais.
Para cada quilo de algodão produzido no Brasil, o apoio governamental é equivalente a dois centavos de dólares, índice mais baixo entre os países que subsidiam. Em 1999, esse subsídio já atingiu a marca dos dez centavos, mas mesmo assim é inferior à ajuda dos Estados Unidos, onde cada quilo de algodão recebe US$ 0,5 em apoio governamental. A Espanha bate todos os recordes e, para cada quilo de algodão produzido, US$ 2,42 são destinados pelo Governo ao produtor.

Fonte: Jornal do Commercio

Nenhum comentário:

+ LIDAS NOS ÚLTIMOS 30 DIAS

Arquivo do blog