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segunda-feira, abril 05, 2004

Agricultores familiares amargam prejuízos com seca na região serrana de SC

Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Anita Garibaldi realiza assembléia na quarta-feira para contar prejuízos em quatro municípios da região mais pobre do Estado.

Calcula-se que mais de 300 mil famílias, em 400 municípios no Sul do País, amargam prejuízos em decorrência de uma estiagem prolongada de janeiro a março desse ano. De acordo com a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul (Fetraf-Sul/CUT), somente em Santa Catarina, 261 municípios já decretaram situação de emergência por causa da seca. A Fetraf-Sul/CUT vem negociando com o governo federal e os governos estaduais alternativas para minimizar o drama vivido por milhares de famílias nos dois estados mais atingidos.
Em Anita Garibaldi, região serrana de Santa Catarina, que abriga as localidades mais pobres do Estado, com os mais baixos índices de desenvolvimento social - IDS, cerca de 1.500 famílias sofreram perdas acima de 50% nas lavouras de feijão e de mais de 70% na produção de milho. O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Anita Garibaldi (STR) realizará, na próxima quarta-feira, dia 07 de abril, a partir das 9h30, no salão paroquial da igreja matriz da cidade, uma assembléia com agricultores familiares de quatro municípios (Anita Garibaldi, Cerro Negro, Abdon Batista e Celso Ramos) para contar o prejuízo médio na região e pressionar o andamento das negociações com os governos. A expectativa do Sindicato é a de reunir aproximadamente mil pessoas nessa assembléia.

Negociações
Durante a semana, a direção da Fetraf-Sul/CUT participou de audiência com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto, em Brasília-DF, e já conseguiu negociar alguns avanços. Entre estes, a liberação de recursos para custeio e crédito das culturas de inverno, a prorrogação da parcela do investimento que vence em 2004 (que fica adiada para um ano após o vencimento da última parcela), o custeio subsidiado para compra de farelo de milho pela Conab, prioritariamente para a produção de leite, recursos subsidiados para o plantio de pastagens e compromisso do governo federal para a realização de levantamento de demandas nos municípios, visando fornecimento de água e construção de poços artesianos.
Ainda encontram-se em negociação o rebate nos contratos de custeio de lavoura, o pleito dos agricultores de anistia total do custeio da safra 2003/2004 para as famílias atingidas e a realização de uma audiência com o ministro do Desenvolvimento Social para decidir sobre a proposta de um crédito de manutenção dessas famílias. Também, as propostas referentes ao seguro-renda e ao Proagro, bem como sobre um programa de irrigação com juros subsidiados pelo governo.
Segundo a vice-presidente do STR de Anita Garibaldi, Jussara de Jesus, “a situação é caótica”. “Uma de nossas reivindicações é a de que os governos garantam um salário mínimo a cada família atingida pela seca, durante seis meses. Com isso, é possível diminuir o drama de quem não conseguirá colher nem mesmo para o sustento da família e, com certeza, agravará o êxodo rural na região”, conclui a vice-presidente do Sindicato.

Jornalista: Thea Tavares (MTb 3207/PR) - (49) 543-0277
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Anita Garibaldi.

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