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terça-feira, março 10, 2015

EXÉRCITO DE LULA E STEDILE -Manifesto contra ato do MST



Lamentável o que integrantes do MST fizeram ao invadir um lugar e destruir as coisas que lá estavam. Uma coisa é ser contra o agronegócio, uma coisa é ser contra os transgênicos e outra coisa, completamente diferente, num Estado Democrático de Direito, é invadir e destruir. Nós achamos que estamos fazendo algo terrivelmente subversivo, mas estamos apenas nos movendo sem sair do lugar.

É um protesto tão ridículo quanto quebrar vidros dos bancos. Os vidros são colocados, as plantas são plantadas e o prejuízo fica para o Movimento Social que, caindo na antipatia, vai restar no futuro apenas o mimimi de que "os movimentos sociais estão sendo criminalizados".

A Constituição garante que terras improdutivas devam ser utilizadas para a Reforma Agrária, então estas terras, sim, que são milhares, o MST tem o meu total apoio pra invadir e exigir a desapropriação. Mas onde há produção, pesquisa? Se não agrada, galera, tenta convencer o povo a não consumir e tenta convencer o governo a não financiar.

E por falar em governo, uma coisa me chama a atenção: um dia o MST invade propriedade privada para destruir e, no outro, o Stédile "fecha" com o Lula para colocar o seu "exército" nas ruas. Isto é: o PT investe no agronegócio, fortalece a indústria de transgênicos, não faz a reforma agrária e prejudica o MST - aí o MST vai para as ruas defender o PT e vai dar prejuízo a quem o PT está ajudando.

O MST não sabe mais o que quer?! Ou quer assim da forma que está, pois ser um braço político do PT disfarçado de movimento social autônomo está bom?

Não dá mais pra viver numa sociedade onde a gente não gosta de algo, vai lá, invade, quebra o pau e se exploda o resto. A gente vive numa sociedade plural, com pessoas com interesses múltiplos e muitos completamente antagônicos aos nossos.

A finitude humana significa um estar obrigado ao exercício ou para a práxis da tolerância, que é também exercício de consulta e de escuta do outro; e hoje é preciso buscar, mais do que nunca, o equilíbrio entre o mundo que queremos, o mundo que outros querem e o mundo que é possível construir neste meio termo.

Estou ciente de uma coisa: o uso da violência é sempre sinal de que a coisa está sendo feita errada. E vamos pensar com o Slavoj Zizek:

Leiam a 11ª Tese sobre Feuerbach, aquela que diz que os filósofos se limitaram a interpretar o mundo, quando devemos transformá-lo. Mas leia ao contrário. Devemos parar de querer mudar o mundo às cegas, mas interpretá-lo, saber o que ele é.

O mundo não é como o MST quer e jamais será se as coisas continuarem a acontecer como o MST faz. Portanto, aceitem o repúdio de um camarada.


teólogo e acadêmico de Direito.


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