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sexta-feira, fevereiro 20, 2004

Uvas Viníferas

Quaraí estima colher 200 toneladas de uvas viníferas A primeira colheita oficial de uvas viníferas em Quaraí já demonstra resultados positivos. Na Quinta-feira, dia 19 de fevereiro, os vitivinicultores da região estiveram reunidos naquele município para comemorar a abertura oficial da colheita da safra de uva. A estimativa de colheita, neste ano, é de 200 toneladas em 40 hectares cultivados com viníferas. O evento realizado na propriedade de Ciro Felício e Sandro Pinto contou com a presença de mais de 100 pessoas, entre produtores, autoridades regionais e representantes de agências bancárias. O presidente do Comitê de Fruticultura da Metade Sul, Afonso Hamm, que é diretor administrativo da Emater/RS e coordenador do Programa Estadual de Fruticultura (Profruta/RS), também participou da solenidade.
A programação teve início na propriedade do vitivinicultor Ciro Felice, que estima colher nessa safra 16 a 17 toneladas por hectare, em uma área de 1,5 hectares. A principal variedade colhida é a cabernet sauvignon. As uvas colhidas já estão sendo encaminhadas para a Vinícola Miolo, em Bento Gonçalves. Os participantes também visitaram os parreirais de Sandro Pinto que tem quatro hectares de uvas plantadas. Nesta safra, 1,5 hectares estão em produção. A previsão de colheita nesta safra é de 12 toneladas por hectare. As frutas serão destinadas para a Vinícola Almadén, em Santana do Livramento.
Conforme Hamm, o município de Quaraí está demonstrando alto potencial neste setor. Todos os resultados, na opinião de Hamm, são constatados devido a interação dos produtores na Associação Quaraiense de Fruticultores (Aquafrut) e no Comitê de Fruticultura. “O Profruta/RS, em parceria com a Comitê de Fruticultura, associações de produtores e prefeituras municipais, está fortalecendo ações de assistência técnica e transferência de tecnologia por intermédio da Emater/RS”, salienta.
Para o dirigente administrativo da Emater, o associativismo praticado pelos produtores da Aquafrut é um dos principais promotores do sucesso que está sendo obtido com a produção de uvas em Quaraí. “A iniciativa de investir em fruticultura foi dos próprios produtores, diferentemente de outros municípios da região da Campanha, onde a instalação de indústrias foi motivadora”, ressalta.

Qualidade na produção
O presidente do comitê diz que a abertura da safra em Quaraí se deu na localidade Areal. Ele observa que essa região se destaca por pequenas e médias propriedades, com uma agricultura restrita e de baixa rentabilidade. Dessa forma, a vitivinicultura surgiu como uma alternativa para viabilizar maior alcance social e econômico. Na opinião de Hamm, a estimativa de colheita que deve chegar a 200 toneladas deve-se a excelente produtividade e qualidade da produção no município. A produção no município também destaca-se pelas condições d clima e solo que oferecem variabilidade micro climática, demonstrando que mais áreas podem ser ocupadas intensivamente com parreirais. “As frutas estão com alto grau Brix, alcançando até 23 graus. Com esse resultado não será necessário adicionar açúcar ao vinho, garantindo dessa forma, a qualidade do produto e também a valorização da fruta, que está em média de R$ 2 o quilo”, enfatiza Hamm ao destacar que a rentabilidade ficará em R$ 20 mil a R$ 30 mil por hectare.
Um dos diferenciais de Quaraí, apontados por Hamm, é que a colheita no município é feita de forma concentrada, gerando um expressivo número de trabalhadores temporários, oportunizando elevar a renda familiar. Em uma propriedade de 1,5 hectares, 48 pessoas estão trabalhando na colheita, enquanto que outra, de um hectare, está empregando 30 trabalhadores na colheita da safra. “A fruticultura e a vinicultura estão gerando oportunidades de emprego no município, permitindo a permanência das famílias no campo, produzindo no meio rural”, sintetiza.
A Metade Sul está privilegiada no que se refere a vitivinicultura, ocupando áreas com alto potencial. Atualmente, 19 municípios da Metade Sul já produzem cerca de 1.500 hectares de uva. Além disso, apresenta um milhão de hectares de áreas disponíveis, com solos aptos para intensificar a vitivinicultura e fruticultura, o que viabilizará maior horizonte ao Profruta.
Um destaque nesta safra é para as uvas brancas nobres, utilizadas para a produção de espumantes. Conforme informações do Instituto Brasileiro de Vinho (Ibravin), em 2003 o consumo dessa bebida cresceu 27%, o que está fazendo com que os produtores dessas variedades recebem até R$ 2,50 pelo quilo do produto. Com essa demanda, Hamm salienta que o Estado cada vez mais deverá produzir uvas castas brancas nobres para contribuir na fabricação de um vinho de qualidade. “O consumo de vinhos brancos está sendo estimulado no País por ser de clima quente. Por esse motivo é importante ampliar a área de plantio de uvas brancas, formando novos parrerais com as variedade brancas, como gewrztraminer, chardonet e moscatel”, conclui Hamm.

Márcia Marinho - Assessora de imprensa - (53) 99599914

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