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sábado, março 14, 2015

Robson Merola de Campos: Movimento Cívico de 15 Mar 2015







Logo após o resultado do segundo turno escrevi um pequeno artigo sobre o perigo da divisão do Brasil entre "nós" e "eles", "pobres" e "remediados" (e digo remediados, me referindo à classe média, pois, para os abastados sempre se pode pegar um vôo para Miami), "eleitor do nordeste" e "eleitor do sul", que foi um dos temas principais da campanha vitoriosa à Presidência da República.

Vendo os pronunciamentos do ex-presidente Lula, convocando o "exército do Stedile" (líder do MST) para uma "guerra", e depois, assistindo um vídeo onde este senhor discursa em evento realizado em 05/03/2015 em Caracas, ao lado do Presidente venezuelano Nicolás Maduro, fazendo referências ao clamor pelo impeachment da Presidente Dilma e dizendo que o continente sul-americano deve se unir contra a "burguesia" (entre outras assertivas) fica difícil imaginar que se tratava de pura retórica por parte do ex-presidente.

A questão é que sempre que se fala em guerra pressupõe-se a existência de um inimigo que deve ser combatido e levado à derrota por quaisquer meios ao alcance de quem o combate. No caso presente, quem seria o inimigo a ser derrotado pelas "hordas" de João Pedro Stedile citadas pelo ex-presidente Lula? Não se trata de inimigo externo, pois, o próprio Stedile esteve em Caracas e pediu apoio para combater aqueles que pedem o impeachment da Presidente Dilma e que ele classificou como "burgueses". Se se quer combater o povo que pede o impeachment, o ex-presidente está falando de guerra fratricida, onde irmão combate irmão, vizinho combate vizinho, cidade combate cidade. A última vez que se teve notícia de conflito similar no Brasil ocorreu nos idos de 1932 com a Revolução Constitucionalista deflagrada por São Paulo. Em três curtos meses de combates, estima-se que cerca de dois mil brasileiros perderam a vida...

Esta semana surgiu inteligentemente a figura retórica do terceiro turno citada pela Presidente Dilma e por seu Ministro da Casa Civil Aloísio Mercadante, entre outros. Afirmam que quem pede o impeachment é quem foi derrotado nas urnas em eleições legítimas realizadas no final do ano passado. Ora, o povo brasileiro não concorreu. E é significativa parcela do povo brasileiro, que, acertadamente ou não, com fundamento jurídico ou não, que, cansado dos escândalos diários, cansado das mentiras repetidas em bordão inúmeras vezes por quem nos comanda ("eu não sabia de nada"), ou pelo menos por quem deveria ter autoridade para nos comandar, é quem está pedindo o impeachment. E nem vamos aqui repetir as dúvidas que qualquer pessoa esclarecida tem sobre a lisura de um processo eleitoral eletrônico que não permite a recontagem e conferência dos votos. Quer saber mais? Pesquise no Google sobre Içara – SC e a tentativa frustrada de recontar votos de uma urna eletrônica. A situação atual me lembra a parábola do sapo: jogue um sapo em uma panela de água fervente e ele pulará imediatamente. Mas, coloque o sapo em uma panela e vá aquecendo a água lentamente até a fervura e ele morrerá cozido sem reagir...

Muitos irão às ruas no próximo dia 15/03/2015 para pedir o impeachment da Presidente. Outros vão pedir uma intervenção militar. Mas, a grande maioria vai mesmo é para declarar a sua insatisfação com o atual estado de coisas. É para falar que do jeito que está não dá mais para ficar. Não se pode mais conviver com tantos escândalos assim no país. Não há quem agüente. Não há quem suporte. Não há quem tolere mais essa situação, onde a mentira se institucionalizou no Brasil. E, lá em cima, na cúpula política, eles continuam rindo e debochando do povo entre goles de Romanée Conti, comprado a R$ 8 mil a garrafa...

É evidente que o ex-presidente Lula e sua afilhada, atual Presidente da República, bem como seus principais assessores, sabem que o Brasil está dividido e prestes a explodir. Eles querem isso. Mais: eles contam com isso. O Brasil ainda não explodiu devido à nossa natureza conciliadora e pacata. Somos as ovelhas do rebanho. E inteligentemente, o PT que ocupa o Planalto há mais de uma década tem movido todos os seus recursos, legais e ilegais (basta recordar-se o famigerado "Mensalão") para aparelhar o estado e manter-se indefinidamente no poder. Para isso, fizeram um cuidadoso trabalho de reescrever nosso passado recente, contando apenas um lado da história. Assim, terroristas que mataram, assaltaram, explodiram bombas visando única e exclusivamente implantar uma ditadura comunista no Brasil tornaram-se lutadores imaculados pela liberdade do povo brasileiro. Militares foram execrados e são olhados com desconfiança por grande parcela de nossos jovens que desconhecem os dois lados da história. Já dizia Rui Barbosa: "uma nação que confia em seus direitos em vez de confiar em seus soldados, engana-se a si mesma e prepara a sua própria queda".

Houve excessos do lado dos militares? Claro que sim. Mas, tais excessos também ocorreram do lado dos guerrilheiros comunistas, que hoje estão à frente do poder no Brasil. Sim, vou repetir: comunistas. Era isso que eram. E é isso que continuam sendo. Mas, na torpe maneira de reescrever nossa história recente apaga-se um lado em benefício do outro. Se, no processo, for preciso mentir, ludibriar ou ocultar fatos é de somenos importância. O importante mesmo é perpetuar-se no poder.

O risco de uma verdadeira guerra no Brasil, interna, fratricida, cruel, sangrenta e prolongada é real. Pode ser que não seja imediata, mas, no atual andar da carruagem parece inevitável. Quem a pede seja do lado do PT (com o exército do Stedile, apoiado por militares venezuelanos e cubanos, infiltrados no Brasil ou prontos para aqui invadir, a pedido/comando de quem ocupa/ocupou o Planalto) seja do lado daqueles que bradam por uma intervenção militar não sabem nem de longe o sofrimento que é uma guerra fratricida. Não conseguem visualizar o futuro sangrento de um país em guerra interna. Mas, é bom lembrar: se não fosse a decisão de combater Hitler e o nazismo que culminou na mais sangrenta guerra da qual se tem notícia, com estimados 60 milhões de mortos, entre pessoal civil e militar, hoje, você caro leitor estaria falando alemão, vivendo sob um dos regimes mais tirânicos e cruéis que o mundo já viu, morando em uma cidade sem negros, pardos, judeus, ciganos, aleijados, incapazes ou qualquer outra pessoa que não comungasse com os ideais nazistas. Conclusão: guerra é acontecimento que deve ser evitado a todo custo, mas, chega um ponto quando não dá mais simplesmente para fechar os olhos e fingir que as coisas estão indo às mil maravilhas...

No próximo dia 15/03 eu irei para a rua e levarei meu filho de oito anos comigo. Quero mostrar-lhe que democrática e pacificamente um povo, se quiser, pode alterar o seu destino. Espero, confio em Deus que as vozes da insensatez se calem e dêem ouvidos à razão. Que a democracia, a verdade e a justiça prevaleçam. Mas, estou também preparado e vigilante. Lembro de uma frase, cujo autor me escapa, que diz: "o verdadeiro soldado não luta porque odeia o que está à sua frente, mas, sim, porque ama o que está atrás dele". Não é com alegria que escrevo essas linhas. Meu coração está sombrio. Não quero e não desejo uma guerra no meu país. Mas, não me submeterei à mentira. Não me submeterei à ameaça e ao medo. Não me submeterei a quem espolia o Brasil. Não me submeterei a quem, vestido de ovelha tem se revelado lobo. Chega de ignomínia! Basta de corrupção!

Brasil! Acima de tudo!"

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