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sexta-feira, agosto 15, 2014

CETICISMO POLÍTICO: Mais uma vez o PT atazana quem se atenta aos fatos, o partido processa blogueira de Cuiabá






Antes de começarmos, peço que leia a notícia do Estadão:
O PT entrou com ação contra a economista e blogueira Adriana Vandoni, de Cuiabá (MT). O PT quer R$ 50 mil a título de danos morais por causa de um comentário de Adriana Vandoni, transmitido pela TV Pantanal, no dia 20 de março passado. Ela critica o negócio que envolve a Petrobrás na compra da refinaria de Pasadena (EUA) e diz: “Para com esse negócio de roubar xampu, de roubar pinga, nada, forma uma quadrilha, junta seus amigos, filiem-se ao PT e roubem, mas roubem muito.”
A ação do PT foi revelada pelo FOLHAMAX, site de Cuiabá. A reportagem, assinada pelo jornalista Rafael Costa, é intitulada “PT nacional processa blogueira que acusa sigla de proteger bandidos.”
O processo contra Adriana Vandoni foi distribuído para a 7.ª Vara Cível de Cuiabá. O juiz Yale Sabo Mendes determinou que a assessoria jurídica do PT anexe aos autos do processo o estatuto do partido e a ata na qual comprova que Rui Falcão é presidente nacional da sigla.
Filiada ao PDT, Adriana Vandoni é candidata a deputada estadual nas eleições de outubro. Seu blog, Prosa & Política, é muito acessado e bastante polêmico, sobretudo pelas críticas pesadas ao PT.
Agora veja o comentário de Adriana na íntegra:
Olá. Boa Tarde. Hoje nós vamos contar uma historinha de dois vizinhos. O seu vizinho comprou um carro velho e pagou quarenta e dois mil reais. Aí, todo dia você passava lá e olhava aquele carrinho velho. Um dia você chegou pro vizinho e falou assim: – Olha, eu quero comprar metade do seu carro. Vamos fazer esse negócio? – E o vizinho falou: – Opa! Vamos! Trezentos e sessenta mil – Aí, tudo bem. Você vai lá, foi lá assinou o contrato que está comprando a metade do carro por trezentos e sessenta mil reais. Mas não era só isso, lá no contrato, na cláusula, tinha uma cláusula que falava assim: se o vizinho desistir da compra do carro, você é obrigado a comprar a outra metade. Ótimo, beleza. Passou um tempinho, seu vizinho, que não é bocoió nem nada, desistiu do carro e exigiu que você cumprisse aquela cláusula. Você foi obrigado a comprar outra metade, só que não era mais trezentos e sessenta mil, era oitocentos e vinte mil reais. Então, presta atenção, o carro custou quarenta e dois mil reais, você pagou por uma metade trezentos e sessenta e pela outra metade oitocentos e vinte, um milhão e pouco. Que negócio de louco é esse, só um idiota faria. Sabe quem fez isso com você, comigo, com nós todos que pagamos impostos? A Petrobrás. No caso, não foi com o carro, foi a refinaria de petróleo de Pasadena. E o vizinho, é uma empresa belga. E o valor não foi um milhão e pouco de reais, foi um bilhão de dólares. Isso que a Petrobrás fez. Quem que fez esse negócio? Quem que assinou essa compra maravilhosa? A atual presidente da Petrobrás, Sérgio Gabrielli, que hoje é secretário estadual na Bahia; e o atual governador da Bahia, o Jaques Wagner. Eles assinaram, todos eles petistas e todos eles trabalhando em cargo público. E não foram só eles, ainda teve mais, a competentíssima Dilma Rousseff também assinou essa maravilhosa transação. Aí agora, na semana passada, quando a notícia veio a público através do jornal O Estado de S. Paulo. O que a presidente Dilma disse? Que ela não sabia, tal qual seu mestre Lula no episódio do mensalão Dilma também não sabia. Ela assinou essa compra e não sabia. Aí eu fico aqui me perguntando: Vocês perceberam que são quatro, mais a Dilma, cinco? Será que dá formação de quadrilha? Não, não vai dar formação de quadrilha. Sabe por que? Porque eles são do governo. Então, temos que dar um conselho pros ladrões de galinha: – Para com esse negócio de roubar xampu, de roubar pinga, nada, forma uma quadrilha, junta seus amigos, filiem-se ao PT e roubem, mas roubem muito. Porque não é xampuzinho que vai te fazer ficar cada vez mais alto num cargo público. Roube bilhões e bilhões de dólares e depois na hora que te pegarem fale que você não sabia. – Voltamos amanhã, com mais um comentário.”
O vídeo está abaixo:
E não podia deixar de faltar o momento humor involuntário, no desabafo do PT contra Adriana:
A ilação, a acusação, desrespeita o Partido dos Trabalhadores que busca, como todos os demais partidos políticos, atrair mais pessoas para a agremiação política, aumentando a participação política da sociedade e elevando o nível da discussão política. Portanto, a acusação fere frontalmente o cerne do partido político, sua capacidade de mobilizar o cidadão para a discussão e evolução política e da sociedade.
É importante ler a nota da assessoria de Adriana:
“Por meio de assessoria de imprensa a candidata a deputada estadual Adriana Vandoni (PDT) vem a público esclarecer que uma das formas mais cruéis e covardes de intimidação contra a humanidade é barrar o livre direito de expressão. Essa tortura, disfarçada em ações judiciais, é uma arma antiga e que tem sido usada de forma incisiva contra a economista e blogueira.
Somente na última semana, desde que começou a ganhar destaque na imprensa, após lançar sua campanha para deputada estadual, Adriana Vandoni foi alvo de seis representações por declarações feitas durante entrevistas em veículos de comunicação. Essas representações foram impetradas no âmbito da Justiça Eleitoral, pela coligação encabeçada pelo deputado José Riva.
Adriana Vandoni entende que essa é única alternativa que os cupins da política têm para impedir o seu acesso a Assembleia Legislativa de Mato Grosso, já que o apoio popular é cada vez maior. “Estou me defendendo da forma legal. Mas, a minha maior defesa é o apoio das pessoas, que estão cansadas de serem lesadas. Ninguém quer ser processado, mas se é o ônus para mudar essa bandalheira que tomou conta das pessoas que tem o dever de nos representar, eu aceito esse fardo, que eu carrego com muito orgulho. Melhor ser processada por denunciar a corrupção, do que fazer parte dela”, declarou.
No entanto, para surpresa da coordenação de campanha, na tarde desta terça-feira (5), a candidata foi noticiada por meio de um veículo de imprensa que é alvo de mais uma ação judicial. Dessa vez, a ação partiu do Diretório Nacional do PT. O motivo, segundo a reportagem, seria um vídeo que foi transmitido pela TV Pantanal no dia 20 de março deste ano.
No vídeo em questão, a candidata faz um comentário sobre o escândalo internacional referente a compra pela Petrobrás da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. O negócio, mal sucedido, gerou prejuízo de US$ 1,18 bilhão de dólares aos cofres públicos, interferindo diretamente na vida de todos os brasileiros.
Ainda sem tomar ciência formalmente sobre o processo, Vandoni adianta que entende a situação como mais uma forma de censura. “Estão tentando me calar, pois sabem que irei incomodar os que querem usar os cargos públicos em benefício próprio. Sabem que se eleita, vou fiscalizar os esquemas dentro da Assembleia e também no governo. Não interessa à banda da corrupção uma pessoa que é contra o desfalque do erário. Recebi com satisfação esse processo, vejo que não sou uma voz solitária e que as minhas críticas incomodam no âmbito estadual e também nacional”.
Agora vamos conversar um pouquinho: o que há de tão “ofensor” nas palavras ditas por Adriana Vandoni?
Avaliemos: o PT teve três de seus líderes condenados no Mensalão, a ponto de irem parar detrás das grades. Ao contrário da maioria dos partidos, o PT abraçou seus criminosos, endossando suas ações e demonizando o ex-presidente do SFT Joaquim Barbosa, que deu a ordem de prisão para o trio Delúbio, Dirceu e Genoíno.
Qualquer outro partido democrático (o que não se aplica ao PT, nem a aberrações como PSOL, PCdoB e PSTU) se envergonharia de ter um criminoso condenado em suas fileiras. O PT, ao contrário, fez papelão ao saudar seus bandidos.
Duvida? Basta ler a manchete de hoje a noite do Brasil247 : “Chega ao fim o martírio de José Genoíno: Liberdade”. Isto é ou não é um apoio a bandidos condenados? Sem deixar de lembrar que tivemos ameaças de morte a Joaquim Barbosa, vindas de onde? De um membro do PT.
E quais frases se tornaram um símbolo do discurso petista em relação a cada escândalo que surge do partido? É sempre um “eu não sabia”, seja de Dilma em relação a Erenice, ou de Lula em relação aos mensaleiros. Hoje em dia a frase “eu não sabia” virou uma forma de fazermos chacota com o PT.
Basicamente, é isso que Adriana constatou. Ela não disse que o PT é uma “quadrilha”, mas que há uma boa probabilidade do partido tratar bem aqueles que formarem uma quadrilha e cometerem crimes em nome do partido.
Se alguém tiver contato com Adriana, façam chegar este texto a ela, por favor.
Esse lançamento de processo por parte do PT é mais blefe do que outra coisa. Com um bom advogado, pode-se demonstrar que eles estão se fingindo de ofendidos diante dos fatos: (1) apoiaram seus criminosos condenados, enquanto a maioria dos partidos os rejeitaria, (2) no momento em que os crimes de seus correligionários foram descobertos, bastou que os chefões dissessem “eu não sabia”. Não é uma moleza?
Uma dica para o advogado de Adriana é a seguinte: compilar milhares de notícias da mídia onde a liderança do PT diz “eu não sabia” após a mídia noticiar crimes de seus correligionários, e a postura de defesa de alguns desses criminosos, como no caso de mensaleiros. Dá para criar uma enciclopédia só com evidências desses dois pontos. Adriana se limitou a apontar isso e nada mais.
Em tempo: que outra reputação o PT esperaria obter depois de abraçar de forma tão efusiva seus mensaleiros?

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