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quarta-feira, novembro 17, 2004

Preservação e aproveitamento de espécies nativas do Cerrado

Com o objetivo de contribuir para a preservação e desenvolvimento de consciência ambiental, a Embrapa Cerrados, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, realiza até 19 de novembro o curso sobre propagação, plantio e aproveitamento de espécies nativas do Cerrado.
Na manhã desta quarta-feira (17/11), os participantes – a maioria técnicos, extensionistas e estudantes- tomaram conhecimento do potencial das plantas nativas e de como as comunidades tradicionais podem se beneficiar dos produtos naturais do bioma do Cerrado. "Queremos mostrar o valor que o cerrado tem em pé. Como o pequeno produtor pode aproveitar os produtos que a natureza está dando e são desperdiçados", afirmou o pesquisador da Embrapa Cerrados, José Felipe Ribeiro.
Algumas das atividades desenvolvidas pelo projeto Conservação e Manejo da Biodiversidade do Bioma Cerrado – CMBBC, coordenado pela Embrapa Cerrados e executado em parceria com a Universidade de Brasília e Ibama, foram citadas como exemplos pelo pesquisador. José Felipe Ribeiro explicou que são feitos contatos com comunidades rurais e de assentamento, sendo elaborados planos de ação, executados projetos e desenvolvidos cursos, principalmente de aproveitamento alimentar. Todas as informações sobre esses projetos estão disponíveis no site //cmbbc.cpac.embrapa.br.
A visão comum dos agricultores, de acordo com a pesquisadora Semíramis Pedrosa de Almeida, é de que o Cerrado precisa ser derrubado para dar lugar a plantação de feijão, arroz ou soja. Os produtores chegam a usar o termo "limpar" para explicar o porque fizeram a derrubada de plantas nativas. Para mostrar o quanto as espécies nativas podem agregar valor econômico foi citado o exemplo de um pequeno produtor de Alto Paraíso. Por ano, ele tem uma renda de R$ 2 mil por hectare com a cagaita (produção de geléia), R$ 420,00 com a comercialização de sementes de baru e R$ 1.200,00 com a venda de polpa de araticum.
Um dos participantes do curso, o micro empresário Clóvis José de Alencar testemunhou quanto é grande a riqueza do Cerrado. Há oito anos, ele abriu, em Goiânia, uma pequena fábrica de picolé de frutas, onde produz 46 diferentes sabores. Ele compra as frutas de pequenos produtores e tem atualmente 50 funcionários em sua empresa. "Quem desmata não sabe o que está perdendo. Um pé de araticum, por exemplo, dá 30 frutos. Em Goiânia, uma peça é vendida a R$ 12,00. Eu já paguei R$ 30 mil por hectare de mangaba", declarou.
A programação do curso inclui atualização técnica de propagação sexuada e assexuada, manejo do viveiro e aulas práticas no viveiro de mudas da Embrapa Cerrados. Os instrutores do curso são, além de José Felipe Ribeiro e Semírames Pedrosa de Almeida, os pesquisadores Ailton Vítor Pereira (Embrapa Cerrados) e Elainy B. Carvalho Pereira (Agência Rural de Goiás/Embrapa Cerrados).


Liliane Castelões
Jornalista- MTb/RJ 16.613
Embrapa Cerrados
BR020, Km 18, Rodovia Brasília/Fortaleza
CEP:73310-970 Planaltina-DF
Telefone: (061) 388-9953

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