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sexta-feira, outubro 17, 2014

LUCIANO AYAN: Avaliação do debate do SBT em 16/10







O debate do SBT desta quinta-feira foi o dia em que a jurupoca piou. E com certeza será um dos eventos mais comentados desde o último debate do primeiro turno, que decididamente fez a campanha de Aécio subir como um rojão.

A verdade é que na guerra política o lado mais combativo (ou “agressivo”) geralmente prevalece. O eleitorado sabe disso, pois percebe que o seu candidato realmente combate o “mal”, que está, neste caso, na situação. Este aliás, não é nem um juízo de valor, mas uma constatação técnica.

O que podemos dizer é que foi realmente um massacre de Aécio para cima da atual presidente, que em certo momento foi avisada pelo tucano que “a partir de primeiro de janeiro terá que procurar emprego”.

Como eu havia comentado há poucos dias, a campanha de TV de Aécio não está sendo assertiva o suficiente. Nos debates, porém, Aécio tem se transformado em um leão. Se no anterior, ele ganhou por uns 7×5, hoje a coisa fica bem por uns 9×4 em favor dele.

Dilma fugia das propostas o tempo todo, enquanto Aécio definiu sua estratégia de debate de forma simples: apresentou-se para o debate limpo, para falar de propostas, mas, assim que Dilma ia para as acusações, ele rebatia a maior parte delas, e lançando bons ataques. Aí é claro que ele também passava a usar perguntas mais contundentes.

Para que você tenha uma ideia, Dilma falou de maneira indireta sobre pessoas que provocam acidentes de trânsito. Até neste ponto de vulnerabilidade, ele conseguiu se sair razoavelmente bem ao falar para a presidente parar de “rodeios” e dizer as coisas diretamente. Em seguida, ele confessou que cometeu um erro no passado a respeito da questão do bafômetro, desculpando-se. Ele poderia também ter dito que a presidente já foi pega dirigindo uma moto no Palácio da Alvorada sem habilitação, e que o presidente Lula era conhecido por gostar de uma branquinha. O repórter Larry Rother virou persona non gratta por ter apontado este fato, em um caso gravíssimo de censura. Mas não se pode ter tudo.

De resto, Dilma lançava ataques dizendo que Aécio “não estava informado” ou “não estudou o assunto”, sendo que alguns desses ataques atingiram o alvo. Mas nada de muito impactante.

Um momento grotesco foi quando Dilma disse o seguinte: “Ora, é importante que a dona de casa que está nos escutando saiba, vou falar para ela, o que acontecerá se ela for para 3%? Nós vamos ter uma taxa de desemprego de 15%. Ele está se queixando de uma taxa de desemprego de 5%”. Como lembrou Reinaldo Azevedo, é uma afirmação de estupidez galopante, que deve ser desconstruída no horário eleitoral.

Lá pelas tantas, quando Aécio se indignou com as distorções de Dilma ao tentar jogar sobre Minas Gerais uma situação muito pior do que o estado realmente tem. Ela deu uma estocada razoável ao dizer que “falar de Aécio não é falar de Minas”. Em um próximo debate, pode valer a pena citar os elogios de Dilma a Aécio feitos a algum tempo atrás.

Em outro momento, Aécio comentou sobre uma frase absurda de Dilma em outra ocasião, na qual ela disse que “corrupção pode ocorrer com todo mundo”. Aécio demonstrou que esse discurso é descabido e inaceitável, já que não podemos aceitar a ideia de que corrupção é algo comum. Dilma até que fez um discurso empolgado, mas as frases de Aécio serão poderosas se usadas na propaganda.

Mas foquemos agora em Aécio.

Ele acertadamente foi contundente ao apontar o caudal absurdo de mentiras da propaganda de Dilma. Ele citou várias mentiras da campanha da presidente, como, por exemplo, usar cenas de uma escola no fim de semana para fingir que estava inativa, ou dizer que Aécio foi contra reajustar o salário mínimo para R$ 545, quando na verdade ele queria um aumento maior, ou mesmo quando ela disse no Twitter que Minas Gerais teve a menor redução da taxa de mortalidade infantil do Brasil, quando ele mostrou que os índices foram os melhores do Sudeste. Dilma não rebateu nenhuma dessas acusações de que mentiu. Acertadamente, Aécio usou o termo “fraude”.

Quando ela levou à mesa o assunto do nepotismo, a rebatida foi um espetáculo. Veja: “Agora, candidata, a senhora conhece Igor Rousseff, seu irmão foi nomeado pelo prefeito Fernando Pimentel no dia 20 de setembro de 2003, e nunca apareceu para trabalhar, candidata. Essa é a grande verdade, lamento ter que trazer esse tema aqui, a diferença entre nós é que a minha irmã trabalha muito e não recebe nada, o seu irmão recebe e não trabalha nada, infelizmente agora nós sabemos por que a senhora disse que não nomeou parentes no seu governo. A senhora pediu que os seus aliados o fizessem.”

A grande mensagem que ficou neste debate é que Dilma é uma candidata mentirosa, desonesta e que pratica uma campanha suja. Com certeza a pior da história da política nacional. Como disse um leitor, hoje foi um dia de shaming jogado sobre Dilma. Em uma próxima ele poderia usar o termo “do nível do esgoto” para a campanha, citando as coleções de mentiras refutadas pela Internet, lembrando que isso é tática do nazismo, como ele disse em outra ocasião ainda hoje.

Nas considerações finais pós-debate ocorreu um momento até patético: Dilma passou mal enquanto falava com a repórter. Há pessoas que mencionam a tese de que foi tudo fingimento, para que ela arrume uma desculpa para fugir dos dois últimos debates. Também existe a tese de que ela tenha passado mal de verdade. Independentemente do que for, os memes já estão se multiplicando pela Internet, com um resultado péssimo para Dilma.

Mas se você quiser ter uma verdadeira noção de como Aécio goleou Dilma neste debate, basta saber que vários blogueiros da BLOSTA estão dizendo que neste debate “ambos perderam”. Ora, se quando Dilma perde por pouco eles dizem que ela trucidou o adversário. É óbvio que quando dizem que foi empate, podemos ter mais uma evidência de que Aécio se deu muito bem.

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