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quarta-feira, março 26, 2014

PASADENA: Para o Barão Albert Frère, venda da PASADENA foi um sucesso financeiro além de qualquer expectativa razoável

 

Empresa do barão belga considerou venda de refinaria para Petrobras um sucesso fora do normal

 
 
Os balanços do conglomerado empresarial da Bélgica que vendeu a refinaria americana de Pasadena, no Texas, para a Petrobras registram o sucesso financeiro da operação. Sucesso para os belgas.

No balanço de 2005, disponível no site da Universidade Católica de Leuven, na Bélgica, a CNP (que comanda o grupo Astra Transcor), afirma que a parceria com a Petrobras acabou sendo um "sucesso financeiro além de qualquer expectativa razoável".

No balanço de 2006, ano em que a Petrobras, de fato, pagou por metade da refinaria de Pasadena, a Transcor Astra teve um lucro recorde.

Reportagem do Jornal Nacional mostra ainda que a imprensa de lá também tratou desse assunto.

“Como Albert Frère se viu inserido no coração da política brasileira" é o título da reportagem de página inteira publicada nesta terça-feira (25) no jornal belga L'Echo.

Frère tem 88 anos e o título de barão. É o homem mais rico do país, com uma fortuna estimada em quase US$ 5 bilhões. Ele é o dono da CNP, que comanda o grupo Astra Transcor. Esse grupo comprou a refinaria de Pasadena, no Texas, em 2005.

 A reportagem ressalta que a refinaria custou a Frère US$ 42 milhões. E que no fim de 2012, ele embolsou mais de US$ 1 bilhão de quem o jornal chama ironicamente de "grande irmão."

O L'Echo afirma que a estatal brasileira fez um péssimo negócio ao comprar a refinaria em duas partes. E chama a negociação de calamitosa.

Em 2006, a Petrobras pagou US$ 360 milhões. Em 2012, depois de uma longa disputa na justiça americana, pagou mais US$ 820,5 milhões pela segunda metade da refinaria.

De acordo com o jornal belga, em 2004, a refinaria era uma empresa familiar, que não decolou porque os acionistas não tinham capital de giro. “Esta é a história de um golpe de mestre, que o grupo Frère mantém em segredo”, diz o L’Echo.

Balanços da CNP, a empresa que comanda os negócios de Frère, mostram que no mesmo ano em que o grupo comprou a refinaria, já estava em contato com a Petrobras para vendê-la. Os belgas comemoraram o resultado do negócio.

No balanço de 2006, a CNP mencionou a existência da cláusula do put option aos acionistas, explicando que, sob certas circunstâncias, poderia obrigar a Petrobras a comprar a outra metade da refinaria.

Em 2007, antes mesmo de entrar em disputa com a Petrobras, a empresa belga passou a considerar a segunda metade da refinaria de Pasadena como um bem à venda.

Investigações

A diferença entre a cifra inicial e o montante pago pela Petrobras levou à abertura de investigações no Tribunal de Contas da União (TCU), na Polícia Federal e no Ministério Público por suspeita de superfaturamento e evasão de divisas.

A compra da refinaria de Pasadena foi aprovada pelo Conselho de Administração em 2006. À época, a Petrobras pagou US$ 360 milhões por 50% da usina.

A disputa na Câmara Arbitral e posteriormente na Justiça ocorreu porque a Petrobras não concordava com uma cláusula que a obrigava a comprar os outros 50% da refinaria em caso de desentendimento com a sócia.

A regra, chamada de Put Option, estava no contrato de compra, mas, segundo a Presidência da República, havia sido omitida do resumo executivo apresentado pela Diretoria Internacional da Petrobras ao Conselho de Administração na época da decisão.

Com a derrota na Justiça, a Petrobras teve de pagar mais US$ 820,5 milhões para adquirir a outra metade da refinaria. No total, a empresa gastou quase US$ 1,2 bilhão ou mais de R$ 2,7 bilhões, por uma refinaria que valia, em 2005, US$ 42,5 milhões.

A explicação do governo para o preço pago pela refinaria é a seguinte: em 2005, a Astra, empresa belga, comprou a refinaria por US$ 42 milhões e investiu nela outros US$ 84 milhões (total: US$ 126 milhões).

Em 2006, a Petrobras investiu US$ 190 milhões na compra, e gastou outros US$ 170 milhões na aquisição de metade do estoque de petróleo que a refinaria possuía naquele momento (total: US$ 360 milhões).

Em 2012, depois de uma disputa judicial com a sócia belga, a Petrobras foi obrigada a comprar a outra parte da refinaria por causa de cláusulas contratuais. Foi essa compra que elevou o gasto para quase US$ 1,2 bilhão.

Fonte: G1

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