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sexta-feira, março 14, 2014

CNC: emergência fitossanitária em MG deverá agilizar registro de substitutivos ao Endosulfan



BALANÇO SEMANAL — 10 a 14/03/2014

- Governo declara emergência fitossanitária, em Minas Gerais, por causa da broca-do-café. Medida deverá agilizar registro de produtos substitutivos ao Endosulfan.

ESTADO DE EMERGÊNCIA FITOSSANITÁRIA — Na quinta-feira, 13 de março, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), por meio de assinatura do ministro Antônio Andrade, publicou, no Diário Oficial da União (DOU), a portaria Nº 188, que declara, por prazo de um ano, “estado de emergência fitossanitária relativo ao risco iminente de surto pela infestação da praga Hypothenemus hampei, no Estado de Minas Gerais, considerando a gravidade pelo ciclo curto e grande capacidade de proliferação: a baixa capacidade de resposta disponível pela ausência de alternativas eficientes para seu manejo e os efeitos sobre a economia agropecuária por causar grandes perdas na produtividade e na qualidade de café”.

A publicação desse normativo é uma vitória do setor produtor da cafeicultura nacional, haja vista que, desde 2012, quando o Conselho Nacional do Café (CNC) e a Comissão Nacional do Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) tiveram ciência que o Endosulfan, único princípio ativo existente para o combate da broca-do-café no Brasil, sairia de circulação sem a aprovação de produtos substitutivos, iniciaram reuniões com o Governo Federal, haja vista que, conforme apuração junto a especialistas, para cada 5% de frutos atacados pela broca, até 1% dos grãos apresenta defeito, interferindo diretamente na renda, na qualidade da bebida e, consequentemente, no preço ao cafeicultor.

Já em outubro de 2013, tomamos conhecimento da existência de novos ingredientes ativos, o Cyantraniliprole e o Chlorantraniliprole/Abamectin, desenvolvidos pelas empresas DuPont e Syngenta, que ainda estavam em fase de registro, mas que surgiam como opção para substituir o Endosulfan. Diante dessa saída, retificamos junto ao Governo a importância desses ativos no manejo da broca-do-café para a manutenção da qualidade dos grãos e solicitamos agilidade no processo de registro, a fim de que o produtor tenha disponíveis alternativas eficazes que minimizem as perdas ocasionadas pela saída do Endosulfan do mercado, além da manutenção da certificação daqueles cafeicultores em estágio mais avançado.

As negociações nesse sentido tiveram continuidade ao longo do primeiro bimestre de 2014, até que o Governo Federal publicou a portaria Nº 188 no DOU. Esse normativo é importante porque, conforme o Art. 6º do Decreto Nº 8.133, de 28 de outubro de 2013, “declarado o estado de emergência fitossanitária ou zoossanitária, fica o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como instância central e superior do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária, autorizado a importar ou anuir com a importação e a conceder autorização emergencial temporária de produção, distribuição, comercialização e uso de produtos não autorizados, nos termos do art. 53 da Lei 12.873, de 2013, desde que a indicação de diretrizes e medidas (...) e a solicitação de priorização (...) não sejam suficientes para o combate à situação epidemiológica”.

Ou seja, o Mapa deverá anunciar, em breve, a autorização, em caráter emergencial, para uso de produtos substitutos ao Endosulfan no combate à broca-do-café.

CONQUISTA DAS MULHERES — Na rodada de reuniões da Organização Internacional do Café (OIC), realizada na semana passada em Londres (ING), os titulares da Junta Consultiva do Setor Privado aprovaram a proposta brasileira de inclusão da Aliança Internacional das Mulheres do Café (IWCA, em inglês) como membro observador no fórum ao longo dos anos cafeeiros 2013/14 e 2014/15. O CNC entende que essa conquista é um avanço importante para o poderio das mulheres atuantes na cafeicultura e que a aprovação veio em momento oportuno, próximo ao Dia Internacional das Mulheres.

MERCADO — O clima adverso persistente nas principais regiões produtoras brasileiras gera expectativa quanto à redução da oferta de café na próxima temporada, sustentando os preços futuros do arábica. Esse cenário também continua influenciando positivamente o mercado futuro da variedade robusta, que acumula alta diante das preocupações de redução da oferta mundial da commodity frente à demanda aquecida.

O tempo voltou a ficar seco nesta semana, principalmente em Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia. Segundo a Somar Meteorologia, no fim de semana a probabilidade de chuvas nessas regiões é muito pequena, quase nula. O cenário climático estimula os investidores a assumirem posições compradas no mercado futuro do arábica, de forma que a Bolsa de Nova York continua operando acima dos US$ 2 por libra-peso, nível mais alto desde 2012. Na ICE Futures US, o vencimento maio do contrato C acumulou alta de 910 pontos na semana, encerrando a quinta-feira a US$ 2,0595 por libra-peso.

Na Liffe, o fechamento de ontem do vencimento maio do contrato 409 foi de US$ 2.189 por tonelada, representando valorização de US$ 90 desde a sexta-feira anterior. A alta do mercado londrino também foi estimulada por rumores de avanço da seca no Vietnã. De acordo com a Volcafé, a alta na Bolsa de Londres chegou aos preços domésticos praticados no país asiático, estimulando os produtores a aumentarem o volume vendido nas últimas semanas. Na segunda-feira, a estimativa era de que 55% da safra 2013/14 vietnamita haviam sido comercializados.

Seguindo a alta das bolsas internacionais, o indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para o café arábica atingiu novo recorde ontem, sendo cotado a R$ 485,62, maior valor desde janeiro de 2012. Desde a última sexta-feira, os indicadores do conilon e arábica acumularam alta de, respectivamente, 8,4% e 5,1%. Embora os preços do robusta também estejam em tendência ascendente, com o indicador de ontem a R$ 276,75/sc, o Cepea relata que os vendedores continuam retraídos.

O dólar operou nesta semana ao redor do patamar de R$ 2,36. O movimento da moeda americana foi influenciado pelas questões geopolíticas envolvendo a Ucrânia, por preocupações quanto ao desempenho da economia chinesa e também pelo fluxo cambial positivo no Brasil verificado na primeira semana de março. No fechamento de ontem, o dólar comercial foi cotado a R$ 2,3615, acumulando variação de 0,6% em relação à última sexta-feira.

Mesmo com a alta dos preços do café, a demanda internacional mantém-se aquecida, o que pode ser comprovado pelo crescimento expressivo das vendas externas brasileiras no mês passado. O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) informou que a exportação brasileira do produto verde e industrializado, em fevereiro, apresentou elevação de 24,2%, em comparação com o mesmo mês de 2013. Foram embarcadas 2,75 milhões de sacas, ante as 2,21 milhões de sacas computadas no mesmo período do ano anterior.

Entretanto, a alta dos preços ainda não foi suficiente para evitar perda de divisas em relação ao ano passado. A receita apurada foi de US$ 386,45 milhões, representando queda de 9,7% ante os US$ 427,8 milhões auferidos em fevereiro de 2013.

Em relação às preocupações quanto à transferência da valorização do grão de café para a xícara do consumidor, a Starbucks declarou, também nesta semana, que não pretende elevar os preços de suas bebidas. Como explicação, a companhia informou que possui mais de um ano de proteção contra a volatilidade do mercado, por meio de estoques e contratos.


Atenciosamente,
Silas Brasileiro
Presidente Executivo do CNC


Paulo André Colucci Kawasaki
Assessor de comunicação - CNC
Conselho Nacional do Café — Assessoria de Comunicação
Jorn. Resp.: Paulo André Colucci Kawasaki (Mtb. 43.776 / SP)

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