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sexta-feira, agosto 24, 2007

Cultivo de mamona no Piauí gera ocupação e aumento de renda no campo

Pesquisa do Sebrae no Estado mostra que projeto ultrapassou as metas traçadas

Giovana Perfeito

O cultivo da mamona no Piauí está em alta. É o que mostra o resultado de pesquisa do Sebrae no Estado sobre o projeto de cultura da mamona. Desenvolvido pela Instituição e parceiros, o projeto atende agricultores familiares organizados em associações nas regiões de Picos e Serra da Capivara.
Uma das metas do projeto era aumentar em 10% o número de pessoas ocupadas com a produção da mamona até o fim de 2006. Quando o projeto foi iniciado, em 2005, eram 732 produtores. No fim do ano passado, a quantidade de agricultores subiu para 1,029 mil. Uma variação de crescimento de 21,67%.
Outro objetivo conquistado foi o aumento da produção. A gestora local do projeto, Ana Lúcia Pereira, conta que a meta era aumentar em 10% o volume de produção até o fim do ano passado. "Conseguimos superar isso", festeja. De 10,7 mil quilos de mamona, em 2005, os produtores alcançaram 49,4 mil quilos no fim de 2006.
Esse resultado representa um crescimento de 357%, de um ano para o outro. Dos 23 municípios atendidos pelo projeto, cinco destacaram-se com produção alta: São Raimundo Nonato, Canto do Buriti, São Braz do Piauí, Caracol e Bonfim do Piauí.
Com o projeto, também foi possível aumentar a produtividade da mamona por hectare. A pesquisa, produzida pela Unidade de Estratégia e Diretrizes do Sebrae/PI, mostrou que em 2005 eram cultivados 1,3 mil quilos por hectare. Já em 2006, a produção por hectare subiu para 7,1 mil quilos.
Os números representam uma variação de crescimento de 414,73%. Mais uma meta foi superada, pois a previsão inicial era um crescimento de 10%. "Os dados mostram que o projeto está cumprindo o papel de ampliar a ocupação e a renda da população", diz a gestora Ana Lúcia.

Informação que transforma
Mas não é apenas a pesquisa que comprova o sucesso do programa. O testemunho do agricultor João Aparecido reforça o que os números dizem. Ele conta que, antes do projeto, a cultura da mamona estava em decadência no Estado. Tanto que os agricultores passaram a dedicar o tempo à cultura de subsistência, com plantio de feijão, milho e mandioca.
"Com o Sebrae, continuamos plantando esses alimentos. O feijão é para o consumo e o milho para a venda. Mas nos dedicamos também à cultura da mamona, de onde tiramos o reforço da renda", diz João. Segundo ele, cada produtor atendido pelo projeto já conseguiu ter um aumento de 10% na renda anual por conta da mamona.
Além do trabalho na terra, João também preside a Associação de Produtores de São Raimundo Nonato, criada com o projeto. Só nessa região, 850 produtores fazem parte do projeto. Para João, os cursos de capacitação realizados estão entre os ganhos com o projeto. "É muito importante ter a informação para aplicá-la ao trabalho no campo", diz.
A pesquisa realizada também apontou isso. Os resultados mostram que a maioria dos produtores que participaram de palestras e cursos promovidos pelo Sebrae respondeu que as informações são aplicáveis ao dia-a-dia.

Tradicional e moderna
O Piauí tem tradição na produção de mamona. Nas décadas de 60 e 70, o plantio ultrapassou 40 mil hectares. Na época, a produção era destinada para o uso na ricinoquímica, extração do óleo da mamona, para atender o mercado internacional.
Depois desse período, houve uma grande queda no plantio, ao ponto de, no ano 2000, ter apenas 60 hectares plantados na área alvo do projeto do Sebrae. Foi com o Programa Nacional do Biodiesel que a mamona voltou a ser destaque. Ela foi escolhida como a oleaginosa que apresentava melhor adaptação para o Nordeste brasileiro.
Segundo Ana Lúcia, a mamona exige baixo investimento em tecnologias e insumos, e pode ser cultivada com tecnologias simplificadas e ao lado de outras culturas alimentícias. Identificando essa oportunidade, o Sebrae no Piauí buscou parcerias para apoiar os produtores de mamona, visando seu uso como matriz energética na produção de biodiesel.
Com o projeto, a atividade agrícola foi fortalecida e os produtores foram inseridos no Programa de Agroenergia do Brasil. Atualmente, eles já têm mercado para a produção. Vendem o quilo da mamona por R$ 0,66 para uma empresa produtora de biodiesel.

Serviço:
Agência Sebrae de Notícias – (61) 3348-7494 e (61) 2107-9359/ 9362
Sebrae no Piauí – (86) 3216-1300
www.interjornal.com.br
asn.interjornal.com.br

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